Porsche com [quase] vitória dupla – ePrix Misano 2024

14 04 2024

Depois de um acidente em cadeia na prova do ano anterior e de críticas de anos recentes, a Fórmula E viu-se mesmo colocada na posição de ter que deixar cair uma das suas provas mais populares em Roma. Enquanto os organizadores tentam descobrir uma alternativa em território romano, a categoria optou por não perder a ligação a Itália e organizou em conjunto com o circuito de Misano um ePrix alternativo.

Palco habitual do GP de San Marino do MotoGP, Misano dificilmente recolheu grande entusiasmo ao ser anunciado. Território extremamente plano, traçado sinuoso e descrito como não particularmente inspirador de conduzir, o circuito ainda tinha a desvantagem de ser uma adição de circuito permanente a uma categoria que pretendia definir-se como casa de circuitos citadinos.

Fundado em 1972, foram as motas que desde cedo deram proeminência a Misano e que o forçaram a realizar alterações quando foi alongado para cumprir a distância mínima obrigatória do mundial de motas (1993). Pequenas modificações adicionais foram sendo realizadas durante os anos seguintes, desde melhorias dos complexos de boxes até apertar a segunda curva.

Ronda 6 – ePrix de Misano (1) 2024

Com um vencedor diferente em cada uma das provas iniciais, havia a expectativa de saber, a continuar a tendência, quem seria o “estreante” seguinte para a lista.

Mitch Evans (Jaguar) bateu Jean-Éric Vergne (DS Penske) na final de qualificação, com a surpresa principal a ser a intrusão do ABT de Nico Müller nas meias-finais. António Félix da Costa (Porsche) em 13º e Jake Dennis (Andretti) em 18º foram os pilotos do pelotão da frente mais deslocados, e que teriam enormes provas pela frente.

Desde o primeiro momento que Misano provou ser uma prova de caos completo, até mesmo pelos padrões da Fórmula E. Uma pista mais larga que o usual e a tentação dos vários pilotos em segurar posição para não liderar significaram que a mobilidade de posições era de uma enormidade gritante. Oliver Rowland (Nissan) provou isto ao navegar quase livremente entre 12º e 1º ao longo da corrida.

O contacto entre pilotos, até por padrões FE, foi elevado, com Vergne a terminar a sua prova em 7º com uma asa dianteira torta e um dos apêndices traseiros em falta. E houve outros pilotos que terminaram a sua prova mais cedo com o mesmo problema (como Nick Cassidy da Jaguar).

No geral, os líderes sucederam-se mas os grandes destaques foram Félix da Costa, Rowland e Dennis. Os três, juntamente com Vergne, começaram a escapar-se ao pelotão de trás até que Vergne serviu de tampão a Dennis nas voltas finais e Félix da Costa começou a gastar a energia extra armazenada que tinha para segurar o ataque final de Rowland. Um emocionado português festejou efusivamente, naquilo que foi um relançar do seu campeonato. Ou seria, não tivesse sido desclassificado várias horas após o fim da corrida e quando a própria categoria já tinha igualmente efusivamente partilhado fotos do piloto a festejar…

A causa foi uma peça do acelerador de Félix da Costa não estar em conformidade com os regulamentos e promoveu Rowland à sua primeira vitória do ano com a Nissan. Dan Ticktum brilhou com o seu ERT (quando tinha começado 16º), acabando logo atrás de Maximilian Günther (Maserati). Melhor sorte que Sette Câmara que foi penalizado em 50 segundos por consumo excessivo.

—–

Qualificação: 1. Evans \ 2. Vergne \ 3. Wehrlein \ 4. Müller \ 5. Rowland (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Rowland \ 2. Dennis \ 3. Günther \ 4. Ticktum \ 5. Evans \ 6. Vergne \ 7. Nato \ 8. Vandoorne \ 9. Fenestraz \ 10. di Grassi (Ver melhores momentos)

—–

Ronda 7 – ePrix de Misano (2) 2024

Ainda de ressaca da eliminação da prova anterior e com a Porsche a defender o seu piloto da desclassificação, a marca alemã chegou ao domingo desertinha de vingar-se da derrota na secretaria que lhe fora imposta. Mas para isto não pôde contar com Félix da Costa, que viu a sua melhor tentativa de qualificação ser eliminada, partindo de último, recuperando até 11º, e acabando por perder a asa da frente na confusão e terminando em último…

Assim, coube a Wehrlein representar a marca de Estugarda numa luta pela vitória que novamente se quedou principalmente com o Andretti de Dennis, com participação especial do Jaguar de Cassidy. Wehrlein segurou os rivais para vencer em Misano, enquanto que Rowland (que andou nos lugares da frente novamente) se viu sem energia na penúltima volta e abdicou da possibilidade de sair líder destacado de Itália.

Assim, quem conseguiu terminar em 4º lugar foi Nico Müller, que ao contrário de no sábado conseguiu segurar rivais com equipamento consideravelmente melhor para dar pontos preciosos à ABT. Sacha Fenestraz desta vez conseguiu estar uns furos mais próximo do ritmo do seu líder de equipa Nissan (Rowland), seguido de perto de Sérgio Sette Câmara que completou um fim-de-semana positivo para a ERT.

A McLaren voltou a provar que simplesmente não tem ritmo de corrida comparável ao seu de qualificação, com destaque para o facto de Jake Hughes ter caído de pole até 8º lugar, seguido de um Jehan Daruvala a pontuar pela primeira vez este ano e do colega de equipa Sam Bird.

O campeonato permanece mais interessante que nunca, ainda que dificilmente a reputação da categoria tenha evitado um golpe depois de mais uma desclassificação de um piloto vitorioso por motivos supérfluos.

—–

Qualificação: 1. Hughes \ 2. Vergne \ 3. Wehrlein \ 4. Müller \ 5. Bird (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Wehrlein \ 2. Dennis \ 3. Cassidy \ 4. Müller \ 5. Fenestraz \ 6. Sette Câmara \ 7. Vergne \ 8. Hughes \ 9. Daruvala \ 10. Bird (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Wehrlein (89) \ 2. Dennis (89) \ 3. Rowland (80) \ 4. Cassidy (76) \ 5. Günther (63) —– 1. Jaguar (128) \ 2. Andretti (112) \ 3. Porsche (109) \ 4. Nissan (100) \ 5. DS Penske (75)

—–

Corrida anterior: ePrix Tóquio 2024
Corrida seguinte: ePrix Mónaco 2024





10 anos não chegaram

11 11 2023

Quando os carros da Fórmula E arrancarem para o ePrix da Cidade do México em Janeiro próxima, dar-se-á por iniciada a 10ª temporada da história da categoria. Sob vários prismas é um feito notável. Quando se partiu para a primeira prova (Xangai 2014), muitos vaticinavam uma morte rápida para uma categoria com coisas tão estranhas quanto paragens nas boxes para trocar de carro. Os anos foram suficientes para ver a categoria sobreviver e atrair mais do dobro das construtoras mundiais que a Fórmula 1.

Os monolugares agora já cumprem facilmente corridas inteiras, o Fan Boost misericordiosamente desapareceu de cena, a qualidade dos pilotos tem subido e os títulos são decididos na última ronda com alguma frequência.

E, no entanto, após os mais recentes testes de pré-temporada, o discurso não é exatamente risonho quanto ao futuro imediato.

Em Valência, um terço do tempo que deveria ser passado em pista foi passado com os carros parados, devido a um grande incêndio cujos contornos ainda não foram totalmente explicados (felizmente sem feridos graves). Os números de testes também voltaram a estar envoltos em segredo, com a categoria a partilhar apenas os melhores globais, mas sem número de voltas completadas nos seus canais de media.

O entusiasmo forçado com que novos calendários são anunciados também têm deixado muito a desejar. Existem poucos circuitos emblemáticos na FE, mas os poucos que existem têm levado a uma razia. Brooklyn em Nova Iorque já vai no segundo ano de dar lugar a um desinspirado Portland adaptado. Este ano é a vez de Roma dar lugar a um local incerto em pista permanente (mas que se desconfia ser Misano). Depois de Seul estrear e desaparecer, foi agora a vez de Jakarta. A substituição? Mais um circuito permanente: Shanghai.

6 das 16 provas de 2024 serão em circuitos permanentes, quando a categoria nasceu com promessas de usar circuitos citadinos de modo a aproximar os fãs dos locais da ação…

Falando em 2024, eis outra incongruência: a categoria começou como forma de preencher o espaço “morto” da maioria dos campeonatos, com várias provas no final de um ano e provas apenas até Maio do seguinte. Desde o Covid-19 que não conseguem começar mais cedo que Janeiro, e inclusivamente parecem tentados a terminar cada vez mais tarde.

No geral, para apoiantes da categoria elétrica (como eu) tem sido cada vez mais difícil ignorar os sinais de alguma regressão em componentes específicas da organização da Fórmula E. É preciso corrigi-los, antes que as provas se tornem irrelevantes para o fã de automobilismo médio porque aparentemente 10 anos não chegaram para limar as arestas…





Minì e Beganovic mostram o caminho – Testes F3

27 10 2023

Já com a temporada terminada há muito, e com os olhos do paddock já firmemente colocados nas possibilidades e combinações de 2024, a Fórmula 3 retornou para uma pequena ronda de dois dias de testes em Imola. Muitos dos pilotos estavam já nas suas próximas equipas e mesmo os que não estavam davam para perceber estar a ser sondados.

O teste foi significativamente mais calmo que o que estava simultaneamente a acontecer em Valência para a Fórmula E (com um problema relacionado com um incêndio nas boxes).

Para além das saídas de pista usuais a que as categorias de promoção nos habituam (e as bandeiras vermelhas correspondentes), o teste de Imola permitiu a vários pilotos ganharem os seus primeiros quilómetros no degrau mais baixo da escada oficial de acesso à F1.

O talento do programa McLaren, Ugo Ugochukwu, continuou a tradição da equipa britânica em aliar-se à Carlin, com o seu jovem a ser o líder da estrutura em tempos (o que não o deixou muito rápido, devido à falta de andamento da marca na F3); Charlie Wurz, filho do ex-piloto F1 Alexander Wurz, quase tocou o Top 10 com a pouco competitiva Jenzer; e a Red Bull viu a sua estrela Arvid Lindblad ser o melhor dos estreantes na tabela de tempos (ainda que ajuda estar aos comandos de um Prema).

Entre os mais experientes, o inevitável começou já a desenhar-se: Gabriele Minì e Dino Beganovic mostraram porque são considerados os mais sérios candidatos ao título deste ano (já confirmados ao volante da campeã Prema), ficando em 1º e 3º em ambas as sessões. Já logo atrás esteve um Campos em ambas (Oliver Goethe e Mari Boya), mostrando que a equipa espanhola planeia fazer do bom 2023 uma base para um ótimo 2024.

Insistindo em permanecer na Trident, Leonardo Fornaroli andou por perto e bem na frente dos colegas de equipa; enquanto Grégoire Saucy passou de 2 anos em ART para uma ida à MP, andando no Top 10. A chuva do final do segundo dia levou a que os tempos do primeiro dia acabassem por ser os mais velozes.

A Van Amersfoort, Jenzer e Hitech foram as equipas com mais quilómetros acumulados mas com tempos bem altos, para sua infelicidade. Ainda assim, podia ser pior: a PHM conseguiu não só ser significativamente mais lenta, como também a que menos voltas deu ao circuito de Imola…

—–

Dia 1 – Resultado: 1. Minì (1m30s225) \ 2. Goethe (1m30s519) \ 3. Beganovic (1m30s585) \ 4. Boya (1m30s829) \ 5. Fornaroli (1m30s832)

Dia 2 – Resultado: 1. Minì (1m30s679) \ 2. Boya (1m30s706) \ 3. Beganovic (1m30s752) \ 4. Tsolov (1m30s836) \ 5. Saucy (1m30s926)

—–

Resultado Global

#EquipaTempoVoltas
1Prema1m30s225Minì372
2Campos1m30s519Goethe350
3Trident1m30s832Fornaroli379
4ART1m30s836Tsolov338
5MP1m30s926Saucy387
6Hitech1m31s059Browning406
7Jenzer1m31s094Wurz401
8Van Amersfoort1m31s684Smith427
9Rodin Carlin1m31s771Ugochukwu352
10PHM1m32s112Dufek304
Imola \ 23-24 Outubro 2023




Força Ferrari não impede recorde de Verstappen – GP Itália 2023

3 09 2023

Depois do regresso do circo da Fórmula 1 após a pausa de Verão na semana passada, foi agora a vez de Monza ter o seu momento anual sob os holofotes. A pista de Monza acolheu todas as edições do GP de Itália com exceção da de 1980 (Imola) e, mesmo com diferentes versões do traçado localizado num parque florestal, o caráter veloz do circuito esteve sempre presente.

Com longas retas e travagens fortes, Monza castiga os carros que não tenham travões fiáveis e os que possuam má velocidade de ponta. Já velocidade em curva parece ser apenas um extra, muitas vezes.

Agora que a oval já não é usada há várias décadas, o circuito em si possui escapatórias amplas e corretores que desencorajam as saídas de pista, sendo um dos autódromos mais intocáveis do calendário. Construído no pós-Primeira Guerra Mundial com o objetivo de testar os carros das marcas italianas para que estas triunfassem em provas internacionais, o autódromo de Monza teve as suas obras interrompidas logo após o seu início devido a preocupações sobre o número de árvores a abater no parque de Monza.

O traçado atual tem proporcionado vários vencedores inesperados em anos recentes, além de que com piso molhado se transforma num dos mais desafiantes do calendário.

Ronda 14 – Grande Prémio de Itália 2023

De pintura especial no seu fim-de-semana caseiro, a Ferrari saiu da qualificação de sábado com sorrisos de orelha a orelha. O monolugar esteve em bom nível em todas as sessões e Carlos Sainz conseguiu roubar ao imbatível Max Verstappen da Red Bull a pole position por uma centésima de segundo. O outro carro italiano chegou em 3º.

George Russell pareceu mais surpreso que o público por chegar em 4º na frente de Sergio Pérez, enquanto que Alexander Albon voltou a brilhar ao chegar ao Q3 com o seu Williams e Liam Lawson chegou em 12º logo atrás do colega mais experiente. Destaque negativo para a Alpine (que não saiu do Q1 com nenhum dos dois carros) e para Lance Stroll (último).

Depois, no domingo após uma inspirada representação do hino italiano, foi o regresso da normalidade para o paddock, com Sainz a aguentar umas valentes 15 voltas até o inevitável acontecer e Verstappen passar para a frente. Daí em diante a vitória só tinha um dono, com o neerlandês a vencer a sua 10ª vitória consecutiva (um recorde moderadamente celebrado para os lados de Milton Keynes).

Após a passagem do Red Bull, a corrida de Sainz passou a ser gerir os pneus para conseguir manter-se na frente do colega de equipa, com a Ferrari a dar liberdade aos seus pilotos para lutarem. Ambos foram até aos seus limites e conseguiram dar um grande espetáculo aos fãs (e atrapalharam fortemente Sergio Pérez no seu caminho de recuperação até 2º para completar a dobradinha Red Bull).

George Russell foi a primeira vítima do inevitável trajeto de Pérez na corrida, mas soube aguentar-se para terminar 5º na frente de Lewis Hamilton, que teve uma prova bem mais interessante. Hamilton fez uma estratégia inversa à de vários rivais (indo de pneus duros para médios) e teve que trabalhar para chegar até 6º (incluíndo contacto com Oscar Piastri, pelo qual foi penalizado).

Entre os pilotos que lutavam pelos lugares mais baixos dos pontos, os grandes destaques foram Albon a confirmar o seu ótimo ritmo de Williams e Valtteri Bottas a arrastar um Alfa Romeo pouco cooperante até 10º lugar.

Os Alpine continuaram o seu terrível fim-de-semana, enquanto que Yuki Tsunoda terminou a prova antes de sequer a começar, com uma falha mecânica na volta de formação que obrigou a 20 minutos de atraso na hora de partida.

—–

Qualificação: 1. Sainz \ 2. Verstappen \ 3. Leclerc \ 4. Russell \ 5. Pérez (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Pérez \ 3. Sainz \ 4. Leclerc \ 5. Russell \ 6. Hamilton \ 7. Albon \ 8. Norris \ 9. Alonso \ 10. Bottas (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (364) \ 2. Pérez (219) \ 3. Alonso (170) \ 4. Hamilton (164) \ 5. Sainz (117) —– 1. Red Bull (583) \ 2. Mercedes (273) \ 3. Ferrari (228) \ 4. Aston Martin (217) \ 5. McLaren (115)

—–

Corrida anterior: GP Países Baixos 2023
Corrida seguinte: GP Singapura 2023

GP Itália anterior: 2022

—–

Fórmula 2 (Rondas 23-24) \ Pourchaire com cautela aproxima-se do título

De forma algo previsível, o fim-de-semana de Monza trouxe alguma desordem tonta em qualificação e foi a F2 que a providenciou. Nos minutos finais os pilotos da grelha estavam tão próximos uns dos outros que essencialmente nenhum conseguiu sequer começar uma volta. Quase nenhum. Ralph Boschung não quis saber, lançou-se sem preocupações de cones de ar e foi recompensado com o 10º lugar de pole inversa.

Foi Sol de pouca dura. O suíço viu Richard Verschoor e Frederik Vesti ladearem-no na aceleração até à primeira curva, onde Boschung queimou a travagem e foi em frente. Vesti acabou por se tornar o líder e não voltou a largá-la até ao fim. Victor Martins acabou por recuperar boas posições até ao fim, terminando colado a Vesti e seguido por Verschoor. Em 4º chegou Théo Pourchaire, que tinha sido o verdadeiro pole da qualificação.

Houve dois Safety Car: Amaury Cordeel provocou o primeiro, Roy Nissany o segundo (contacto com Juan Manuel Correa).

Ainda nem tinha começado como deve ser o sprint e já havia controvérsia: Roman Staněk deu um encosto a Frederik Vesti, fazendo-o ir contra o muro. Um candidato fora, o que eram boas notícias para o pole Pourchaire. Mas ao mesmo tempo não, dado que o francês teria agora que lidar com rivais que sabiam que ele não poderia arriscar nada. De cautela em cautela, Pourchaire acabou em 3º, passado por Oliver Bearman (vencedor) e Ayumu Iwasa.

Haveria ainda tempo para mais dois SC, com Arthur Leclerc a perder o carro no final da reta para o primeiro, e Kush Maini a bater forte no recomeço que se lhe seguiu.

Pourchaire deu assim um passo importante para finalmente vencer o título da categoria.

—–

Qualificação: 1. Pourchaire \ 2. Bearman \ 3. Staněk \ … \ 8. Vesti \ 9. Verschoor \ 10. Boschung

Resultado (Sprint): 1. Vesti \ 2. Martins \ 3. Verschoor \ 4. Pourchaire \ 5. Maini \ 6. Bearman \ 7. Leclerc \ 8. Staněk (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Bearman \ 2. Iwasa \ 3. Pourchaire \ 4. Fittipaldi \ 5. Hauger \ 6. Doohan \ 7. Daruvala \ 8. Cordeel \ 9. Boschung \ 10. Staněk (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Pourchaire (190) \ 2. Vesti (166) \ 3. Iwasa (152) \ 4. Doohan (138) \ 5. Martins (131) —– 1. ART (321) \ 2. Prema (296) \ 3. Rodin Carlin (212) \ 4. DAMS (193) \ 5. MP (161)

—–

Corrida anterior: Países Baixos 2023 \ Rondas 21-22
Corrida seguinte: Abu Dhabi 2023 \ Rondas 25-26

—–

Fórmula 3 (Rondas 17-18) \ Bortoleto: campeão em qualificação

Com um título extremamente provável em jogo, Gabriel Bortoleto tratou de o despachar logo em qualificação. Sem nenhum rival com hipóteses matemáticas de o bater na pole position, Bortoleto nem precisou de pole para festejar a sua estreia triunfante no campeonato de F3.

Uma vez chegado o dia de sprint, a primeira volta trouxe um certo nível de caos. Um pequeno contacto de um rival no pneu de Paul Aron levou o piloto da Prema a sofrer um furo que o impediu de travar de forma própria para a primeira curva, eliminando diversos pilotos. Na confusão o pole inverso, Franco Colapinto, perdeu a liderança mas recuperou-a até ao final da prova a Martí Boya (que ainda perdeu mais uma posição para o campeão Gabriel Bortoleto).

Para o feature foi o dia de tristeza para o pole Oliver Goethe, que teve que abandonar no final da volta de formação. A segunda volta de formação viu Kaylen Frederick ficar sem motor. Mesm a partida foi atribulada, com Franco Colapinto a terminar a sua tentativa de atacar o vice-campeonato no muro. Quando Paul Aron foi à gravilha e caiu, tornou-se claro que o caminho de Zak O’Sullivan se estava a tornar facilitado. O britânico foi ganhando posições até ao final, quando se teve que defender com unhas e dentes de Taylor Barnard. Isto porque Jonny Edgar, uma vez na liderança, não deu hipóteses a ninguém.

Pepe Martí foi outro rival que não terminou a corrida, uma desilusão para o espanhol depois de ter sido anunciado no programa de jovens da Red Bull.

A Prema recebeu o prémio de consolação que é o título de equipas.

—–

Qualificação: 1. Goethe \ 2. Collet \ 3. Aron \ … \ 10. Saucy \ 11. Boya \ 12. Colapinto

Resultado (Sprint): 1. Colapinto \ 2. Bortoleto \ 3. Boya \ 4. Barnard \ 5. Goethe \ 6. Minì \ 7. Mansell \ 8. Fornaroli \ 9. Tsolov \ 10. Villagómez (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Edgar \ 2. O’Sullivan \ 3. Barnard \ 4. Collet \ 5. Bortoleto \ 6. Boya \ 7. Aron \ 8. Mansell \ 9. Beganovic \ 10. Villagómez (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Bortoleto (164) \ 2. O’Sullivan (119) \ 3. Aron (112) \ 4. Colapinto (110) \ 5. Martí (105) —– 1. Prema (327) \ 2. Trident (306) \ 3. MP (194) \ 4. Campos (179) \ 5. Hitech (170)

—–

Corrida anterior: Bélgica 2023 \ Rondas 16-17
Corrida seguinte: Bahrain 2024 \ Rondas 1-2





Evans no seu melhor e pior – ePrix Roma 2023

16 07 2023

Com posição usual nas primeiras rondas do campeonato, Roma viu-se colocado na reta final de 2023. Ronda bastante popular entre os pilotos, mudou em 2021 de traçado para aquele que atualmente é usado, procurando perturbar menos o trânsito da cidade e passando por zonas ao redor do Obelisco di Marconi (com um traçado com várias ondulações, elevações e superfícies).

O recordista de vitórias no circuito é Mitch Evans, por larga margem. Em 2022, o neozelandês conseguiu a proeza de vencer ambas as provas da ronda dupla, sobrepondo-se a Robin Frijns e Jean-Éric Vergne nas duas. Foi o início de um percurso notável do homem da Jaguar na temporada, que os rivais procurariam contrariar na edição deste ano.

Roma possui algumas caraterísticas de distinção em relação a outras provas, como curvas de raio variável ou curvas de relativamente alta velocidade, para além dos benefícios mais gerais que a Fórmula E dá aos seus anfitriões de forma indireta (por exemplo, a requalificação do asfalto).

Ronda 13 – ePrix de Roma (1) 2023

Com previsões de calor extremamente elevado para o fim-de-semana em Itália, era expectável assistir a diversas falhas mecânicas ao longo das provas, mas a primeira de todas acabaria por trazer um atrito muito elevado mas a nível de erros de pilotagem. Sam Bird (que completara uma primeira linha Jaguar em qualificação) fez um pequeno erro que o deixou no meio da pista, acabando colhido primeiro por Sébastien Buemi e depois Edoardo Mortara com mais gravidade. A bandeira vermelha saiu de imediato, mas entretanto já alguns outros pilotos como Stoffel Vandoorne ou António Félix da Costa tinham também ido para casa mais cedo, batendo no muro para evitar o Jaguar.

Quem se escapou bem foram os candidatos ao título. Mitch Evans dominou a seu bel-prazer no sábado, com direito a pole position e vitória, compensando os desaires em que não teve culpa própria no início do ano. Nick Cassidy completou (mais uma) dobradinha de neo-zelandeses e subiu novamente à liderança do campeonato, enquanto que Maximilian Günther voltou a ser pouco característico comparado com outras temporadas e mostrou uma excelente aptidão para escapar a sarilhos e foi 3º.

Jake Dennis e Sacha Fenestraz terminaram as suas provas algo frustrados, tendo estado em posições de liderança antes de caírem com uma gestão de energia duvidosa das suas equipas. As invulgares posições de Nico Müller e Sergio Sette Câmara são explicadas pelos vários abandonos, contribuíndo para que ABT e NIO, respetivamente, somassem pontos.

Jean-Éric Vergne terminou 5º e Norman Nato 7º, num dia em que o calor apenas se notou na transmissão devido ao barulho que se fazia sentir pelo paddock dos grilos nas zonas com árvores…

—–

Qualificação: 1. Evans \ 2. Bird \ 3. Fenestraz \ 4. Buemi \ 5. Rast (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Evans \ 2. Cassidy \ 3. Günther \ 4. Dennis \ 5. Vergne \ 6. Müller \ 7. Nato \ 8. Sette Câmara \ 9. Wehrlein \ 10. Fenestraz (Ver melhores momentos)

—–

Ronda 14 – ePrix de Roma (2) 2023

Tendo vencido na primeira prova, os olhos do paddock estavam em Mitch Evans para o dia seguinte. O piloto da Jaguar partia de 4º, com a primeira linha composta pelos seus dois rivais mais diretos (Jake Dennis e Nick Cassidy) e à sua frente o intruso Nissan de Norman Nato. Quando Evans passou Nato logo na primeira volta, todos esfregaram as mãos de contentes, com os 3 rivais do título preparados para realizarem uma corrida entre si na frente.

Mas na segunda volta terminou essa ilusão. Evans travou demasiado tarde, perdeu o controlo e levou consigo Cassidy. Estavam assim fora de combate os dois candidatos ao título com motor Jaguar, com Dennis isolado e confortável pela Andretti na frente, num dia em que Michael Andretti estava em Roma.

Dennis não teve dificuldades em triunfar depois do Safety Car, ajudado pelo facto de Nato ter conseguido eficazmente segurar durante largas porções da prova o outro Jaguar de Sam Bird.

Bird fez o terceiro pódio do ano, num dia em que os acidentados de sábado viram as suas equipas brilhantemente reparar os estragos todos, com Edoardo Mortara a fazer o melhor resultado do ano em 4º e mesmo Sébastien Buemi chegou logo atrás. Maximilian Günther e Dan Ticktum continuaram a habituar as suas equipas a pontos constantes.

Pascal Wehrlein e Stoffel Vandoorne recuperaram de 15º e 18º até 7º e 8º, respetivamente. O último ponto ficou por conta do ABT de Nico Müller.

A vitória de Dennis deixa-o com uma mão no título, com 24 pontos de vantagem sobre Cassidy em 2º quando faltam duas provas. Já nos construtores, a má temporada de André Lotterer deixa a Andretti em 4º com uma boa margem em falta, sendo a Envision a líder provisória (o que significa que na primeira temporada de Gen 3 há um sério risco de serem as privadas a levar ambos os títulos.

—–

Qualificação: 1. Dennis \ 2. Cassidy \ 3. Nato \ 4. Evans \ 5. Bird (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Dennis \ 2. Nato \ 3. Bird \ 4. Mortara \ 5. Buemi \ 6. Günther \ 7. Wehrlein \ 8. Vandoorne \ 9. Ticktum \ 10. Müller (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Dennis (195) \ 2. Cassidy (171) \ 3. Evans (151) \ 4. Wehrlein (146) \ 5. Vergne (107) —– 1. Envision (253) \ 2. Porsche (239) \ 3. Jaguar (228) \ 4. Andretti (218) \ 5. DS Penske (153)

—–

Corrida anterior: ePrix Portland 2023
Corrida seguinte: ePrix Londres 2023

ePrix Roma anterior: 2022





Trident e Jenzer dividem o topo da tabela – Testes F3

21 04 2023

Depois da semana de testes de Barcelona, a pista de Imola obteve o direito de receber os monolugares de Fórmula 3 para uma nova sessão de dois dias. O circuito italiano também será o próximo palco da F3 quando receber a ronda seguinte do campeonato em Maio.

Fórmula 3 – Dia 1

Com múltiplas simulações de qualificação durante a manhã, a tabela de tempos final acabou por ficar quase totalmente definida na tarde, ainda assim. Apesar disso, houve duas interrupções (com Jonny Edgar na gravilha e Hugh Barter na primeira curva) nesta fase, além de três adicionais da parte da tarde (Gabriel Bortoleto e Oliver Goethe; Leonardo Fornaroli na gravilha; Mari Boya na Curva 10).

O resultado foi que Nikita Bedrin liderou o dia com o tempo mais rápido para a Jenzer, seguido de Bortoleto no seu Trident.

Já fora do segundo 31, chegaram os rivais seguintes: Dino Beganovic em 3º, Gabriele Minì em 4º e Pepe Martí em 5º. O maior número de voltas do dia coube a Alejandro García com 74 voltas à volta de Imola.

—–

Resultado: 1. Bedrin (1m30s368) \ 2. Bortoleto (1m30s690) \ 3. Beganovic (1m31s111) \ 4. Minì (1m31s141) \ 5. Martí (1m31s166)

—–

Fórmula 3 – Dia 2

Apesar de um acidente de Oliver Goethe logo a abrir a sessão, o segundo dia de testes da F3 trouxe mais um duelo privado entre Bortoleto e Bedrin pelas duas primeiras posições. Desta vez coube ao brasileiro da Trident terminar na frente com um tempo muito parecido ao do russo da Jenzer no primeiro dia.

A maioria dos pilotos focaram-se em ritmo de corrida, nos momentos em que a rodagem não estava interrompida pelas paragens de bandeira vermelha constantes. Franco Colapinto conseguiu terminar em 3º, seguido de Taylor Barnard e Beganovic.

A ART terminou os dois dias como a equipa com mais voltas completadas (492), ao passo que a MP (que chegou a não ter um carro num dos dias) se ficou pelas 333 (a pior). A PHM Charouz voltou a terminar a alguma margem da penúltima classificada (também novamente a Rodin Carlin).

—–

Resultado: 1. Bortoleto (1m30s312) \ 2. Bedrin (1m30s416) \ 3. Colapinto (1m30s471) \ 4. Barnard (1m30s527) \ 5. Beganovic (1m30s547)

—–

Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1Trident1m30s312Bortoleto410
2Jenzer1m30s368Bedrin444
3MP1m30s471Colapinto333
4Prema1m30s547Beganovic430
5Campos1m30s596Martí412
6ART1m30s647Saucy492
7Hitech1m30s766Browning431
8Van Amersfoort1m30s791Collet413
9Rodin Carlin1m31s248Gray373
10PHM Charouz1m32s108Flörsch362
Imola \ 18-19 Abril 2023




É só esperar – GP Itália 2022

11 09 2022

Há poucas provas capazes de evocar a história da Fórmula 1 tão bem quanto o GP de Itália em Monza. O “templo da velocidade” continua a fazer jus ao seu nome, sem que tenha tido de sacrificar a sua natureza com as inevitáveis mudanças por segurança (pese embora já não haver qualquer utilização da oval que atravessa a floresta, cuja estrutura apenas serve agora como atração turística).

Composta por grandes retas intercaladas por sequências de travagens a fundo para curvas lentas, Monza está no seu nível de dificuldade mais elevado quando está em piso molhado (que o diga Sebastian Vettel, que venceu pela primeira vez nessas condições em 2008) mas tem sido em piso seco que se tem assistido à consagração de pilotos da Ferrari no terreno caseiro da equipa. Schumacher, Alonso e Leclerc são alguns dos exemplos.

Esta trata-se da segunda prova do ano em território italiano, agora que o circuito de Imola também desponta no calendário (com a curiosidade que a única vez em que o GP de Itália não foi em Monza foi justamente em Imola) como GP da Emilia Romagna. Com a Ferrari em alta, as expectativas dos fãs da casa seria para uma vitória Ferrari, ainda que as caraterísticas da pista devessem beneficiar os rivais Red Bull.

Algumas semanas antes do Grande Prémio ficou-se a saber que Antonio Giovinazzi, afastado há um ano da F1, regressaria com uma sessão de treinos livres em Monza pela Haas (e outra em Austin). Esta notícia reavivou os rumores de que o italiano poderá estar nas contas da Haas para substituir Mick Schumacher em 2023 como piloto oficial. Também Nyck de Vries competiu no primeiro treino livre pela Aston Martin, antes de ir para a qualificação com a Williams (Alexander Albon teve uma apendicite).

Destaque ainda para o anúncio da Red Bull e Porsche sobre não terem conseguido chegar a acordo para 2026, abandonando negociações. A equipa austríaca não aceitou a ideia dos alemães de controlarem 50% da estrutura, ficando agora no ar a ideia de um eventual acordo para o regresso da Honda (enquanto que para a Porsche resta tentar acordos com outra equipa ou com uma entrada nova, em aliança com a Andretti).

Yuki Tsunoda partiu para Monza sabendo que iria perder 10 lugares na grelha devido à situação de remoção indevida de cintos em Zandvoort. Mas não estava sozinho. Lewis Hamilton e Valtteri Bottas acompanharam-no no fim, para além de penalizações múltiplas para os Haas e Carlos Sainz, além de 10 lugares para Sergio Pérez e 5 para Max Verstappen.

Ronda 16 – Grande Prémio de Itália 2022

Com a Ferrari a apresentar-se em casa com uma nova pintura de celebração de 75 anos, os tiffosi estavam muito esperançados numa vitória caseira para complementar a celebração e a equipa deu o seu melhor para corresponder.

Em qualificação sabiam ter a vantagem de ambos os Red Bull irem ser penalizados, mas havia o desejo de os bater em pista. E foi isso que Charles Leclerc conseguiu, por umas décimas de segundo e depois de ter visto Carlos Sainz à sua frente a maior parte do fim-de-semana. A Mercedes, ameaçadora nas corridas anteriores, deu um recuo a olhos vistos em Monza.

A chuva de penalizações pós-qualificação levou a que se passassem horas sem que as equipas ou pilotos soubessem de onde partiriam. Quando os resultados finalmente saíram via-se o caos total: George Russell que se qualificara em 6º acompanharia Leclerc na primeira linha, seguidos dos dois McLaren, Pierre Gasly e Fernando Alonso.

Vale a pena destacar a performance do estreante Nyck de Vries, primeiro piloto a guiar por duas equipas num GP desde Harald Ertl no GP de Itália 1978, que bateu um cada vez mais apertado colega de equipa Nicholas Latifi. Com as mudanças na grelha, garantiu um 8º lugar.

Se isto parecia estar a alinhar as coisas para uma corrida promissora, a verdade é que até acabou por se desenrolar sem grande ação. Com uma certa inevitabilidade, Verstappen não demorou nada a despachar os carros mais lentos e a colocar-se diretamente atrás de Leclerc. A Ferrari procurou aproveitar um SC Virtual provocado por Sebastian Vettel a ficar sem travões para parar, mas ele terminou antes do fim do pitstop e deixou Leclerc preso a uma estratégia de duas paragens (que provou ser a errada).

Verstappen cruzou a linha em 1º lugar pela quinta vez seguida, ainda sob SC devido ao abandono de Daniel Ricciardo. O australiano vinha a fazer uma corrida competente até o motor morrer e deixar os comissários com a estranha decisão de não declarar bandeira vermelha para ainda haverem algumas voltas de corrida. Hamilton, Wolff e companhia agradeceram a oportunidade para lamber as feridas de Abu Dhabi…

A Mercedes viu Russell terminar bem mais longe dos dois primeiros que na corrida anterior, mas Hamilton também conseguiu recuperar bem posições, na frente de um Sergio Pérez que teve que gerir os seus travões estarem com vontade de pegar fogo.

Alonso teria minimizado os estragos para uma McLaren em boa forma mas abandonou com um problema eletrónico. Já Pierre Gasly soube acompanhar o ritmo de Norris de perto, mesmo na frente de Nyck de Vries. O holandês foi votado piloto do dia e ficou cheio de dores nos ombros, mas deve ter acabado de garantir a consideração da Williams para o lugar de Latifi em 2023 ao segurar um comboio de carros encabeçado por Zhou para o melhor resultado do ano para a equipa.

Agora sobra a Verstappen esperar para quando poderá acumular o segundo título. Pode ser já em Singapura (improvável) mas não deverá passar do Japão, daqui a um mês. Entretanto, faltam 6 corridas e com apenas mais 2 vitórias o piloto igualará o recorde de vitórias numa só temporada que pertence a Michael Schumacher (2004) e Sebastian Vettel (2013).

—–

Qualificação: 1. Leclerc \ 2. Russell \ 3. Norris \ 4. Ricciardo \ 5. Gasly (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Leclerc \ 3. Russell \ 4. Sainz \ 5. Hamilton \ 6. Pérez \ 7. Norris \ 8. Gasly \ 9. de Vries \ 10. Zhou (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (335) \ 2. Leclerc (219) \ 3. Pérez (210) \ 4. Russell (203) \ 5. Sainz (187) —– 1. Red Bull (545) \ 2. Ferrari (406) \ 3. Mercedes (371) \ 4. Alpine (125) \ 5. McLaren (107)

—–

Corrida anterior: GP Holanda 2022
Corrida seguinte: GP Singapura 2022

GP Itália anterior: 2021
GP Itália seguinte: 2023

—–

Fórmula 2 (Rondas 25-26) \ Nada pára o título de Drugovich

Sem um piloto suspenso, a DAMS anunciou o regresso do experiente Luca Ghiotto à F2 para Monza, enquanto os olhos de todos se focavam na possibilidade de Felipe Drugovich despachar o campeonato logo no sprint. Sem dúvida que tudo conspirava nesse sentido. Ayumu Iwasa perdeu o controlo na Parabolica e terminou a qualificação mais cedo para todos, o que foi ótimo para Drugovich (já que Théo Pourchaire estava fora do Top 10).

Mesmo uma penalização de 5 lugares por ignorar bandeiras amarelas não afetava muito o líder do campeonato. O que afetou foi ter feito contacto com um Van Amersfoort logo na primeira volta, sendo eliminado de prova. Forçado a ver a corrida das boxes, Drugovich não precisava de se preocupar: Pourchaire não estava nos seus dias e acabou fora dos pontos. O título merecido caiu no colo do piloto brasileiro, que ainda não tem nada firmado para a F1.

A ultrapassagem de Jüri Vips ao pole position inverso, Frederik Vesti, provou ser fulcral para lhe assegurar o triunfo, enquanto que Jehan Daruvala conseguiu um pódio (ao qual não ia há algum tempo).

A prova feature, com pilotos já sem nada a perder, foi um caos total. Pourchaire foi eliminado por Boschung, com o inocente Ghiotto também apanhado. Já o pole position Jack Doohan partiu mal (depois de já quase não ter saído na volta de formação) e acabou envolvido num incidente terminal com Logan Sargeant. O SC veio à pista, enquanto que Hauger era penalizado por a Prema não lhe ter montado os pneus antes do aviso dos 3 minutos. Teria que voltar à pista para um despiste de Calan Williams.

O resto da prova viu alguns invulgares stop and go (para Vips por incidente com Lawson e para Armstrong por exceder a velocidade no pitlane), mas acabou por ser relativamente calmo, com a vitória a cair para Jehan Daruvala, acompanhado de Vesti e Iwasa no pódio. Na Van Amersfoort houve uma desobediência de ordens de equipa da parte de David Beckmann.

ATUALIZAÇÃO 12/09: Iwasa foi desclassificado por motivos técnicos.

—–

Qualificação: 1. Doohan \ 2. Lawson \ 3. Armstrong \ … \ 8. Vips \ 9. Sargeant \ 10. Vesti

Resultado (Sprint): 1. Vips \ 2. Vesti \ 3. Daruvala \ 4. Sargeant \ 5. Verschoor \ 6. Lawson \ 7. Doohan \ 8. Beckmann (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Daruvala \ 2. Vesti \ 3. Fittipaldi \ 4. Hauger \ 5. Beckmann \ 6. Drugovich \ 7. Cordeel \ 8. Novalak \ 9. Verschoor \ 10. Vips (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Drugovich (241) \ 2. Pourchaire (164) \ 3. Sargeant (135) \ 4. Doohan (126) \ 5. Daruvala (126) —– 1. MP (281) \ 2. ART (281) \ 3. Carlin (258) \ 4. Prema (224) \ 5. Hitech (201)

—–

Corrida anterior: Holanda 2022 \ Rondas 23-24
Corrida seguinte: Abu Dhabi 2022 \ Rondas 27-28

—–

Fórmula 3 (Rondas 17-18) \ Corrida interrompida deixa campeão incerto durante largos minutos

Com a porta giratória do Charouz número 15 em pleno funcionamento (Alessandro Famularo assumiu os comandos para Monza), a Fórmula 3 só tinha olhos para a disputa pelo título que seria resolvida nestas últimas corridas. Muito cotado pelo paddock, Isack Hadjar implodiu por completo em qualificação, quando puxou demasiado e perdeu o controlo na Parabolica. O resultado foi partir de 16º e ficar arredado do título.

No sprint até parecia que Victor Martins confirmaria a sua liderança no campeonato, mas o francês envolveu-se num acidente com Arthur Leclerc na partida que deixou ambos nos lugares pontuáveis finais. Isto deixou Franco Colapinto na frente mas a ter que gerir muito bem as distâncias para um Oliver Bearman em grande forma.

Mas foi na corrida feature que as grandes atrações se viram. Desta vez Martins manteve a sua cabeça fria e o seu carro fora de incidentes. Zane Maloney despachou o pole position Alexander Smolyar no começo mas, após um período breve de Safety Car, recomeçou demasiado cedo e caiu para 3º. Martins aproveitou oara assumir a liderança. Só que Maloney reagiu e recuperou a liderança, sendo seguido de perto por Bearman. Em 3º, Martins ainda tinha o título, até porque William Alatalo em 4º estava a segurar o pelotão.

Um despiste de Kush Maini mudou a prova. Colhido pelo inocente Brad Benavides, ambos abandonaram e geraram um SC que se transformou em bandeira vermelha, que por sua vez se transformou numa prova terminada mais cedo. E depois chegou o anúncio de que Martins teria 5 segundos de penalização por exceder limites de pista. Reinava a tensão na ART, enquanto se esperavam confirmações de resultado (e título) durante largos minutos. Afinal, haviam mais pilotos penalizados, incluíndo Alatalo: Martins era na mesma 4º e portanto campeão de F3.

Maloney e Bearman fizeram excelentes finais de época que por pouco não lhes deram o título. Já Leclerc e Hadjar pareceram diminuir de forma nestas rondas finais. À Prema coube o título de equipas, que nuna pareceu estar em dúvida.

—–

Qualificação: 1. Smolyar \ 2. Maloney \ 3. Staněk \ … \ 10. Martí \ 11. Collet \ 12. Colapinto

Resultado (Sprint): 1. Colapinto \ 2. Bearman \ 3. Collet \ 4. Maloney \ 5. Edgar \ 6. Saucy \ 7. Crawford \ 8. Leclerc \ 9. Martí \ 10. Martins (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Maloney \ 2. Bearman \ 3. Crawford \ 4. Martins \ 5. Leclerc \ 6. Staněk \ 7. Alatalo \ 8. Edgar \ 9. Hadjar \ 10. Ushijima (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Martins (139) \ 2. Maloney (134) \ 3. Bearman (132) \ 4. Hadjar (123) \ 5. Staněk (117) —– 1. Prema (355) \ 2. Trident (301) \ 3. ART (208) \ 4. MP (195) \ 5. Hitech (150)

—–

Corrida anterior: Holanda 2022 \ Rondas 15-16
Corrida seguinte: Bahrain 2023 \ Rondas 1-2

—–

Fontes:
F1 \ Giovinazzi testa com Haas





Que pistas visitará a F1 brevemente?

22 06 2022

Há muito que não faz sentido na universo da Fórmula 1, mas poucas coisas conseguem bater o facto de os Grande Prémios do Azerbaijão e Canadá serem em fins-de-semana consecutivos.

Sempre focada na sua imagem pública de neutralidade carbónica e de saúde mental, a categoria sujeita os seus trabalhadores a estarem envolvidos num processo de transporte de equipamento de 8 924 km em apenas dois dias. Faria muito mais sentido emparelhar o Canadá com a prova de Miami, por exemplo, mas os canadianos têm a sua semana de Junho bem definida devido ao início da época dos festivais de Verão.

Este sempre foi o grande problema de definir o calendário. Ainda este ano houve uma troca de palavras azeda entre alguns pilotos e os promotores do GP da Austrália sobre posição da prova australiana “sozinha”…

Quem está confirmado

Falando nos australianos, estes parecem estar com alguma vontade de recuperar o posto de corrida de abertura (que perderam com a pandemia), mas estão a esbarrar com a vontade das próprias equipas, que preferem o novo sistema de pré-temporada e prova inaugural no Bahrain (que por sua vez faz mais sentido em emparelhamento com outra prova do Médio Oriente, neste caso a Arábia Saudita no novo circuito de Qiddiya). Os timings do Ramadão em 2023, no entanto, estão a complicar o planeamento.

Resta a Melbourne aceitar a conjugação com o GP da China, por exemplo, caso o país asiático alguma vez aceite regressar ao calendário. Com a política “Zero Covid” a ter consequências preocupantes no país, não é claro que aconteça.

A ausência de GP da Rússia até foi bastante prestável para a inclusão do futuro GP de Las Vegas, que será realizado na reta final do calendário num plano provisório para uma ronda tripla norte-americana de Austin, Las Vegas e México (assumindo que a útlima sempre consegue a renovação). Isto não é particularmente desejado, pelo que uma solução de recurso era Austin estar antes junto a Miami no início de 2023 (porque, novamente, o Canadá não se mexe).

A última corrida do ano será o suspeito do costume, Abu Dhabi, que talvez faça par com o regressado Qatar (desta vez com corrida num circuito citadino em Doha, em vez de Losail) em vez da pouco natural dupla com o Brasil (que prosseguirá com o seu novo título de GP de São Paulo).

As outras duas provas asiáticas são os GPs do Japão e Singapura, que há mais de uma década fazem par e que geralmente renovam contrato sem qualquer problema.

Além dos EUA, outro país que garantiu mais de uma corrida por ano foi a Itália que vê o GP de Itália em Monza e o GP da Emilia Romagna em Imola a assinarem contratos de longo prazo com a categoria.

No resto da Europa, uma série de confirmações: Espanha (que até esteve em perigo, mas aproveitou a boleia da popularidade de Alonso e Sainz), que pondera acabar com a terrível chicane final da volta; o “obrigatório” Reino Unido; a Áustria (propriedade da campeã Red Bull); o Azerbaijão (pelo potencial de confusão completa permanente); a Hungria, com o seu caos à chuva sempre à espreita; e a Holanda, que deverá durar enquanto Verstappen durar na grelha.

América \ Brasil, Canadá, EUA (Austin), EUA (Miami) e EUA (Las Vegas)

Ásia Oriental \ China, Japão e Singapura

Europa \ Áustria, Azerbaijão, Espanha, Holanda, Hungria, Itália (Imola), Itália (Monza) e Reino Unido

Médio Oriente \ Abu Dhabi, Arábia Saudita, Bahrain e Qatar

Oceânia \ Austrália

GPs de 2022 sem confirmação para 2023

Tudo isto traz-nos até ao número 21. São 21 corridas confirmadas para 2023 quando o calendário apenas permite um máximo de 23 e sobram ainda 4 provas. Bem, mais ou menos.

O GP do México tem sido um sucesso de bilheteiras, com um ótimo ambiente e a aproveitar muito bem a popularidade de Sergio Pérez, agora num carro de uma equipa da frente. Parece quase inevitável a confirmação da pista para 2023.

Isto deixa três cães a um osso: Bélgica, França e Mónaco. Se o circuito de Paul Ricard não deixaria muitas saudades à maioria dos fãs, devido ao seu perfil de pista de testes com escapatórias (demasiado) amplas, o mesmo não pode ser dito de Monte-Carlo e Spa-Francorchamps.

Ambas são provas históricas e que figuram entre as favoritas dos fãs. Qualquer uma que fique de fora pode ser motivo de embaraço para a F1. Spa fez obras ainda este ano para melhorar a sua segurança, o que deixa o Mónaco e algumas das suas exigências menos razoáveis (ausência de pagamento de taxa de corrida, ter patrocinadores próprios opostos aos da F1,…) numa posição preclitante. Ou seria, não fosse o líder do campeonato Charles Leclerc ser monegasco…

Se a China acabar por não realizar a sua corrida, poderemos ser poupados de escolher entre um dos dois.

América \ México

Europa \ Bélgica, França e Mónaco

Quem está de fora à espreita

Uma vez esgotada a lista de países que mais realisticamente podem integrar o calendário da F1, resta-nos uma breve espreita aos improváveis.

De entre estes vale a pena destacar a Alemanha regressar ao calendário. Com 2 pilotos do país envolvidos (se bem que Vettel já disse que acha improvável voltar a correr no seu país até ao final de carreira), a Mercedes bem instalada e as possíveis entradas de Audi e Porsche, parece certo que haverão pressões de bastidores para um acordo de longa duração para o Hockenheim (Nürburgring parece pouco provável).

Portugal e Turquia, dois países que regressaram após grandes ausências para 2020 e 2021, têm continuado o seu esforço de bastidores para um regresso a tempo inteiro (ou pelo menos no sistema de rotatividade já mencionado pela FOM). O espaço, no entanto, não abunda, e deverão ser simples substitutos de recurso para rondas canceladas.

Por último, como reporta Joe Saward, há que referir os exemplos de um possível regresso à África do Sul para fazer frente às críticas sobre a ausência do continente africano (quer numa Kyalami melhorada, quer num circuito citadino na Cidade do Cabo) e de um projeto em desenvolvimento na Colômbia para um rotativo GP das Caraíbas (que poderia passar a outras localizações na área, como o GP da Europa) de modo a ajudar a emparelhar com o GP do Brasil (por exemplo).

África \ África do Sul

América \ Colômbia

Europa \ Alemanha, Portugal, Turquia

—–

Fontes:
F1 Destinations \ Las Vegas
Joe Saward \ Atualizações ao calendário
Motorsport \ Agrupamento de corridas pela FOM





Evans com tudo – e-Prix Roma 2022

11 04 2022

O cancelamento das provas de Março da Fórmula E criou um espaço de quase dois meses entre ePrix, finalmente terminado com a corrida de Roma (que passou a dupla ronda para manter o número de ePrix total da temporada).

A primeira ronda europeia do ano é bastante popular entre os pilotos e mudou bastante as zonas da cidade por onde passa em 2021, de modo a poder perturbar menos o trânsito local (e com o espaço ao público a não ser tão importante como na estreia de 2018). O Obelisco di Marconi é um dos elementos centrais à volta dos quais o circuito corre com ondulações, elevações e superfícies diferentes.

As provas italianas chegaram numa altura em que o campeonato permanece tão imprevisível como sempre, com 3 vencedores diferentes em 3 e-Prix diferentes. Os vencedores de 2021, Stoffel Vandoorne e Jean-Éric Vergne, chegaram a território italiano sem terem ainda triunfado em 2022.

Mesmo antes do primeiro dos e-Prix surgiu também a notícia de acordo firmado entre Venturi e Maserati, para que a primeira passe a ser a equipa de fábrica dos italianos a partir de 2023. Integrante do grupo Stellantis, a Maserati assegura o seu futuro tal como a outra marca do grupo, a DS. Esta parece pouco disposta a continuar com a Techeetah e um acordo com a Dragon Penske foi alcançado.

—–

Ronda 4 – e-Prix de Roma (1) 2022

Os quase dois meses de paragem fizeram bem à Jaguar. A equipa britânica não tinha começado o campeonato deste ano exatamente com o pé direito, por isso quando ambos os carros falharam à justa a entrada nas eliminatórias de qualificação parecia uma continuação disso.

Nada mais longe da verdade. Mitch Evans partiu de 9º e passou a sua corrida entretido a fazer ultrapassagem atrás de ultrapassagem, culminando com uma manobra em Attack Mode em que atingiu a liderança e nunca mais a largou. Terminou com mais de 5 segundos de avanço sobre o pelotão e com mais 2% de energia restante que quase todos. Imparável. Até o colega de equipa Sam Bird se safou, fazendo um caminho semelhante de 13º a 5º.

A Mercedes quase ocupara a primeira linha da grelha, mas acabou com uma fraca consolação, com o abandono do campeão em título Nyck de Vries e com o pole position Stoffel Vandoorne sempre imiscuído na disputa da frente, mas sem nada melhor no final que o lugar mais baixo do pódio. Entre Vandoorne e Evans ficou o Envision de Robin Frijns, que passou o dia a arreliar os pilotos à sua volta, que possuíam material bem melhor.

Os DS Techeetah pareceram andar perto mas com falta de uma pitada de performance extra. A meio da corrida Jean-Éric Vergne e António Félix da Costa começaram a afundar (o último com a ajuda de toques agressivos como o de Jake Dennis, que foi penalizado), mas acabariam por recuperar posições suficientes para um resultado conjunto aceitável de 4º e 6º.

Destaque ainda para os preciosos pontos somados por Edoardo Mortara e Pascal Wehrlein para os seus campeonatos, e para o engarrafamento provocado quando Oliver Rowland sofreu um toque e ficou parado em pista no início da prova (com direito a Safety Car).

—–

Qualificação: 1. Vandoorne \ 2. Frijns \ 3. de Vries \ 4. Félix da Costa \ 5. Vergne (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Evans \ 2. Frijns \ 3. Vandoorne \ 4. Vergne \ 5. Bird \ 6. Félix da Costa \ 7. Mortara \ 8. Wehrlein \ 9. Cassidy \ 10. Lotterer (Ver melhores momentos)

—–

Ronda 5 – e-Prix de Roma (2) 2022

Não foi precisa uma recuperação tão grande quanto a de sábado para que Mitch Evans terminasse mais um e-Prix de Roma com a vitória. O neo-zelandês, com apenas 1 ponto nas 3 provas anteriores, acumulou 50 na capital italiana. Evans arrastou até o mais tarde possível a utilização do seu Attack Mode (apenas um de 7 minutos nesta ronda) e quando finalmente o accionou fugiu com facilidade na liderança. Se a Jaguar conseguir manter este ritmo nas outras provas, poderá ser um dos favoritos.

O pole Vergne voltou a brilhar no segundo dia, com manobras bem calculadas e uma velocidade nata, apesar de se ter mostrado frustrado pela maneira como os SC estavam permanentemente a mudar a estratégia de energia “a cada curva”. A liderança do campeonato, sem ainda ter triunfado, parece uma boa recompensa. Foi seguido pelo sempre regular Frijns no pódio, que continua a provar que não são precisas vitórias na FE desde que se seja consistentemente rápido.

A Porsche fez uma pontuação dupla, que os ajuda a manterem a disputa pelo título aceso, mas foi a pontuação dupla da NIO que mais impressionou, por já não ocorrer desde 2016, e por incluir o estreante Dan Ticktum ao experiente Oliver Turvey.

Claro que foi possível graças à chuva de penalizações que ocorreram por uma variedade de incidentes, como por exemplo as penalizações de tempo de Nyck de Vries e António Félix da Costa, em manobras que foram claramente acima do que deviam.

Destaque ainda para a boa temporada de Vandoorne, sempre a postos para colher todas as oportunidades que lhe possam vir, para a maneira como Bird acabou com uma boa corrida de recuperação de Nick Cassidy, e para 2 pontos colhidos por Buemi para a Nissan.

—–

Qualificação: 1. Vergne \ 2. Dennis \ 3. Lotterer \ 4. Evans \ 5. Mortara (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Evans \ 2. Vergne \ 3. Frijns \ 4. Lotterer \ 5. Vandoorne \ 6. Wehrlein \ 7. Turvey \ 8. di Grassi \ 9. Buemi \ 10. Ticktum (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Vergne (60) \ 2. Frijns (58) \ 3. Vandoorne (56) \ 4. Evans (51) \ 5. Mortara (49) —– 1. Mercedes (94) \ 2. Porsche (85) \ 3. DS Techeetah (80) \ 4. Venturi (78) \ 5. Jaguar (73)

—–

Corrida anterior: e-Prix Cidade do México 2022
Corrida seguinte: e-Prix Mónaco 2022

e-Prix Roma anterior: 2021
e-Prix Roma seguinte: 2023

—–

Fontes:
EVO India \ Acordo Maserati-Venturi
Grande Prêmio \ Acordo DS-Dragon Penske





Jejum da McLaren termina – GP Itália 2021

12 09 2021

Desde a primeira temporada da história da Fórmula 1 que o Grande Prémio de Itália marcou presença em todos os anos. Em 2020, com a situação pandémica, a Itália tornou-se o segundo país (depois dos EUA) a ter 3 corridas num único ano de F1. Depois do Reino Unido, a Itália é o segundo país com mais equipas com sede em território nacional: a AlphaTauri (nascida da histórica Minardi) e a mítica Ferrari. Como se não bastasse toda essa tradição, o GP correu 71 das 72 edições na pista de Monza, o “templo da velocidade” que teve mudanças de traçado muito ligeiras desde a primeira corrida.

Construído no pós-Primeira Guerra Mundial com o objetivo de testar os carros das marcas italianas para que estas triunfassem em provas internacionais, o autódromo de Monza teve as suas obras interrompidas logo após o seu início devido a preocupações sobre o número de árvores a abater no parque de Monza. No final, o circuito consistia numa mistura de uma pista oval com uma forte inclinação (e árvores letais caso os pilotos saíssem de pista) e uma pista convencional (mas composta maioritariamente de retas e curvas rápidas).

Na Fórmula 1 a esmagadora maioria das corridas acabariam por ser realizadas apenas porção convencional (nos anos 50 e 60 a versão mista com a oval foi usada em grande parte por influência da Ferrari), o que não impediu a pista de manter o seu nível elevado de perigo. O único campeão a título póstumo da história da F1, por exemplo, teve o seu acidente fatal mesmo antes da famosa curva Parabolica.

A pista, que entretanto passou a contar com travagens bruscas para abrandar um pouco os carros (como as chicanes antes e depois da Curva Grande) mas sem perder nem uma única das sequências desafiantes (a já mencionada Parabolica, as Lesmos e a Variante Ascari), tem-se estabelecido nos últimos 20 anos como o palco de excelência para a consagração de pilotos da Ferrari (Michael Schumacher, Fernando Alonso e Charles Leclerc, para nomear alguns) e como local da primeira vitória em corridas mais atípicas (Juan-Pablo Montoya em 2001, Sebastian Vettel em 2008 e Pierre Gasly em 2020).

Após o anúncio da saída de Kimi Räikkönen no final deste ano, a semana foi marcada por uma avalanche de anúncios posteriores. A primeira peça foi a confirmação da substituição de Räikkönen pelo compatriota Valtteri Bottas, cujo lugar na Mercedes foi para o piloto do seu programa de jovens, George Russell. A AlphaTauri, entretanto, confirmou que a sua dupla deste ano se manterá para 2022 (surpreendente, considerando a pouca impressionante forma de Yuki Tsunoda).

Por último, foi anunciado pela Williams que o lugar de Russell iria para um regressado Alexander Albon, livre de ligações à Red Bull (mas não inteiramente, dado que estava a usar roupa AlphaTauri nas suas fotografias de anúncio). Isto poderá ter acabado com as pretensões de Nyck de Vries a um lugar na categoria, considerando que a única vaga por preencher no grid de F1 é na Alfa Romeo (Guanyu Zhou e Antonio Giovinazzi parecem ser os favoritos).

—–

Ronda 14 – Grande Prémio de Itália 2021

Mais uma vez com o fim-de-semana de voltas trocadas pela realização de uma qualificação sprint, o circo da Fórmula 1 regressou à pista de Monza ainda com Robert Kubica ao volante de um Alfa Romeo por Räikkönen ainda estar a testar positivo a Covid-19. Mas o grande destaque da equipa foi Giovinazzi. Em casa, o piloto voltou a fazer um brilharete de qualificação, chegando ao Q3, colocando um pensamento na mente de todos: porque é que Giovinazzi só mostra velocidade quando o lugar na F1 parece perdido?

À frente dele, os lugares cimeiros da grelha foram local de concorrência ferrenha. Valtteri Bottas bateu Lewis Hamilton para a “pole“, com ambos os Mercedes a monopolizar a primeira linha na frente de Max Verstappen (mesmo com uma ajuda vital de Sergio Pérez a abrir-lhe um corredor de vácuo) e uns McLaren que mostraram as garras (ambos os pilotos a poucas décimas das duas equipas da frente).

Com a segunda insistência da F1 em experimentar a fórmula da qualificação sprint voltou a ser notável o quanto esta é o oposto da qualificação: em vez de um crescendo de tensão até aos segundos finais, a prova está na sua tensão máxima no início para depois se tornar uma procissão nas voltas seguintes. George Russell especulou que isto se deva ao facto de as ultrapassagens em corrida geralmente acontecerem por diferentes estados dos pneus, enquanto que no sprint todos os pilotos têm pneus em estado semelhante.

O grande beneficiado foi mesmo Verstappen que subiu ao 2º lugar e optou por não pressionar Bottas pela liderança, sabendo que um 2º posto lhe valeria a pole position. Isto foi possível com a terrível partida de Hamilton, que passou para trás dos dois McLaren, não conseguindo passar Lando Norris durante as 18 voltas. Mais atrás a AlphaTauri foi quem mais perdeu nesta sessão: Pierre Gasly tocou no pneu de Daniel Ricciardo, perdeu a asa da frente e terminou no muro; Yuki Tsunoda fez o mesmo (menos bater no muro) com Robert Kubica. Ricciardo conseguiu a sua melhor qualificação desde o GP do México 2018 com a Red Bull.

No domingo acabaria por se processar uma prova em duas partes.

Na primeira parte a partida foi o momento alto. Tal como nas duas primeiras provas de F2, Ricciardo usou o seu 2º lugar para roubar o 1º de Verstappen enquanto o colega de equipa McLaren, Norris, recuperou a posição previamente perdida para Hamilton. Daí em diante os McLaren foram tampões aos candidatos ao título, enquanto que para trás Giovinazzi e Sainz se desentenderam (correu pior para o primeiro) e Bottas iniciava a sua recuperação até aos lugares pontuáveis.

Para quebrar este impasse a McLaren foi a primeira equipa a parar, provocando uma posterior paragem da Red Bull. Com um longo pit stop, Verstappen parecia ir perder várias posições e por isso a Mercedes e McLaren reagiram, parando Hamilton e Norris. Verstappen perdera posição para Norris mas saiu lado a lado com Hamilton para a primeira curva. O holandês foi por fora, Hamilton espremeu-o o mais possível sem correr com ele de pista e Verstappen levantou voo na lomba interior da Curva 2 que o atirou para cima do Mercedes.

As imagens da roda traseira e difusor do Red Bull a aterrar com toda a força sobre o Halo do Mercedes dizem tudo: apenas 5 anos antes este acidente teria sido mortal para Hamilton. Neste domingo foi apenas o fim da corrida de ambos e um Safety Car, felizmente. O incidente foi investigado após a prova e os comissários optaram por dar uma penalização de 3 lugares na grelha (e 2 pontos na superlicença) a Verstappen, numa decisão que pareceu ter mais a ver com as consequências do acidente que da natureza dele (à semelhança do próprio Hamilton em Silverstone). Christian Horner já disse que a equipa não apelará, apesar de ter considerado demasiado duro.

O SC acabou por virar a prova do avesso. Bottas e os Ferrari foram os principais beneficiados, com a ordem pós-acidente a ser Ricciardo-Leclerc-Norris-Sainz-Pérez-Bottas. No recomeço, Norris compreendeu bem o seu papel de ajuudante e atacou imediatamente Leclerc, arriscando colocar as rodas na relva do interior da Curva Grande, com sucesso. A dobradinha McLaren estava assim formada, com Norris a cobrir a retaguarda de Ricciardo (o inglês ainda viu se dava para alterar as posições mas aceitou que a equipa não o queria fazer).

Mais atrás Pérez teve mais problemas a passar Leclerc, tendo que sair de pista e apanhando uma penalização de 5 segundos. Ainda assim, o facto de ter segurado o avanço de Bottas até ao final contribuiu para limitar os pontos da Mercedes. Lance Stroll teve um momento muito agressivo com o colega de equipa mas chegou em 7º (apesar de uma investigação por ignorar bandeiras amarelas), seguido de Fernando Alonso (que fez os possíveis com o pacote da Alpine) e George Russell (que deu à Williams a sua terceira pontuação em 4 corridas).

A vitória da McLaren terminou o jejum que perdurava desde 2012 (Jenson Button no GP Brasil) e logo com uma dobradinha e volta mais rápida de Ricciardo na última volta, saltando outra vez para a frente da Ferrari no 3º lugar dos construtores.

—–

Quali Sprint: 1. Bottas \ 2. Verstappen \ 3. Ricciardo (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Ricciardo \ 2. Norris \ 3. Bottas \ 4. Leclerc \ 5. Pérez \ 6. Sainz \ 7. Stroll \ 8. Alonso \ 9. Russell \ 10. Ocon (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (226,5) \ 2. Hamilton (221,5) \ 3. Bottas (141) \ 4. Norris (132) \ 5. Pérez (118) —– 1. Mercedes (362,5) \ 2. Red Bull (344,5) \ 3. McLaren (215) \ 4. Ferrari (201,5) \ 5. Alpine (95)

—–

Corrida anterior: GP Holanda 2021
Corrida seguinte: GP Rússia 2021

GP Itália seguinte: 2022

—–

Fórmula 2 (Rondas 13-14-15) \ Piastri mantém regularidade para caçar vaga na F1

Com uma pausa enorme entre provas (que o CEO da F2, Bruno Michel, já disse estarem a ponderar mudar para 2022), a Fórmula 2 regressou com várias mudanças no mercado de pilotos. Dan Ticktum deixou de integrar a equipa de jovens Williams (os motivos exatos desconhecem-se mas críticas públicas a Nicholas Latifi num stream não terão ajudado), enquanto que o lesionado Jack Aitken foi substituído na HWA por Jake Hughes. David Beckmann acabou por ter de mudar de casa (da Charouz para a Campos, no lugar de Matteo Nannini) por dificuldades financeiras, dando lugar a Enzo Fittipaldi (vindo da F3 pela mesma equipa).

Numa altura em que Zhou parece ser o membro do programa da Alpine com mais hipóteses de chegar à F1 em 2022, Oscar Piastri voltou a mostrar os seus argumentos de peso ao fazer pole à frente do piloto chinês. Só que na primeira corrida, o australiano acabou por cair para trás do rival, que esteve bem inspirado para ascender ao 2º lugar após aplicar uma pressão enorme a Jüri Vips. À frente dele com a vitória esteve Théo Pourchaire, que ultrapassou tudo e todos e dominou a corrida. Christian Lundgaard acompanhou-os no pódio depois de ter partido de 19º.

Em pole inversa para a primeira corrida, David Beckmann perdeu logo para Vips. Mas a confusão a sério foi mais atrás, com Dan Ticktum a ser eliminado sem culpa por Felipe Drugovich (que abandonou pouco depois) e Liam Lawson a perder o nariz do monolugar contra Pourchaire (reclamando muito via rádio), ainda que Lawson tenha aproveitado os Safety Car para chegar em 5º. Robert Shwartzman teria acabado no pódio não fosse uma penalização de 5 segundos por sair de pista, enquanto que Roy Nissany teve sorte ao não ser colhido por Oscar Piastri depois de um pião a seguir à Variante Ascari.

A segunda prova provaria ser de muito menos ação, com a passagem de Jehan Daruvala para a liderança na primeira volta, a subida de posições de Robert Shwartzman e os dois líderes do campeonato em 7º e 8º a serem os eventos de relevo do segundo sprint.

Em relação à terceira corrida fica difícil fazer uma análise superficial de que Piastri venceu depois de pole: o australiano teve que lidar com múltiplos Safety Car e estratégias alternativas, para além da pressão de Zhou nas voltas finais. O chinês ainda esteve envolvido em várias voltas de luta aguerrida com Daruvala, enquanto que o terceiro homem do pódio fez uma prova oposta à deles os dois: enquanto Piastri e Zhou aproveitaram o segundo SC para trocar de pneus “de borla”, Dan Ticktum usou o penúltimo para colocar os pneus macios e subir posições com facilidade (poderia ter ganho, não tivesse o último SC terminado prematuramente com a prova).

Se houve corridas estragadas por erros de comunicação (Drugovich e a sua equipa por não terem percebido o estado da asa dianteira do UNI-Virtuosi), também voltaram a acontecer muitos (demasiados) problemas mecânicos a terminar corridas a pilotos como Vips, Sato e Lawson.

Apesar de ter alargado a liderança do campeonato, foi possível ver um Piastri bastante sorumbático no pódio pois, como o piloto da Prema explicou, apesar de estar à frente de Zhou, as possibilidades de o colega do programa Alpine estarem na F1 e não ele parecem grandes.

—–

Resultado (Sprint 1): 1. Pourchaire \ 2. Zhou \ 3. Lundgaard \ 4. Piastri \ 5. Lawson \ 6. Shwartzman \ 7. Viscaal \ 8. Vips (Ver melhores momentos)

Resultado (Sprint 2): 1. Daruvala \ 2. Viscaal \ 3. Shwartzman \ 4. Lawson \ 5. Beckmann \ 6. Vips \ 7. Piastri \ 8. Zhou (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Piastri \ 2. Zhou \ 3. Ticktum \ 4. Pourchaire \ 5. Daruvala \ 6. Shwartzman \ 7. Verschoor \ 8. Zendeli \ 9. Nissany \ 10. Armstrong (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Piastri (149) \ 2. Zhou (134) \ 3. Shwartzman (113) \ 4. Ticktum (104) \ 5. Pourchaire (94) —– 1. Prema (262) \ 2. UNI-Virtuosi (193) \ 3. Carlin (185) \ 4. Hitech (162) \ 5. ART (132)

—–

Corrida anterior: Reino Unido 2021 \ Rondas 10-11-12
Corrida seguinte: Rússia 2021 \ Rondas 16-17-18

—–

Fontes:
Racing Circuits \ Monza
Wikipedia \ GP Itália