Pódio de Alonso em início morno de campeonato – GP Bahrain 2023

6 03 2023

dário em 2011 devido a um ambiente quase revolucionário que correu o país durante a Primavera Árabe, tempo suficiente para que, ao contrário de futuras provas árabes, o Grande Prémio se tornasse um moderno clássico (ao invés de um exemplo de sportswashing como a vizinha Arábia Saudita).

O circuito foi palco de uma brilhante luta pela vitória entre Charles Leclerc e Max Verstappen em 2022, do progresso de Sergio Pérez de último a 1º em 2020, do acidente aterrorizante de Romain Grosjean no mesmo ano e do duelo Fernando Alonso / Michael Schumacher em 2006. Em suma, uma enormidade de momentos históricos já associados ao pequeno emirado.

Com poucas curvas lentas e algumas secções de média-alta velocidade bem ao gosto dos pilotos, o circuito de Sakhir tem sido a abertura de todos os anos pós-pandemia e desde 2014 que mudou o seu horário para o noturno (de modo fazer uso de fogo de artifício nas celebrações e também para melhorar um pouco o horário face aos europeus).

Ronda 1 – Grande Prémio do Bahrain 2023

Com medos generalizados do paddock sobre os níveis de domínio a que se poderia assistir neste fim-de-semana, acabou por se ter um meio-termo: longe de ser tão terrível quanto se poderia esperar, o domínio da Red Bull ainda assim viu-se mais expressado por faltar um rival claro para o combater.

Max Verstappen andou no seu melhor nível e soube colocar-se na frente de Sergio Pérez com uma naturalidade cada vez maior, e quando a Ferrari e a Mercedes permanecem incapazes de oferecer resistência o seu caminho fica ainda mais facilitado. E foi aí que entrou a Aston Martin na equação.

A Aston chegou a Sakhir com um Fernando Alonso bem motivado e um Lance Stroll ainda a recuperar de uma mão partida. Os resultados oscilaram entre o que se esperava e o que se temia: Stroll retirava várias vezes as mãos do volante durante os treinos (devido às dores) e quase eliminou o colega na primeira volta, enquanto que Alonso fazia magia com o AMR23. Alonso fez brilharetes constantes e soube fazer uma excelente ultrapassagem a Lewis Hamilton para garantir o pódio, enquanto que o Aston foi bom o suficiente que até Stroll terminou à frente de um dos Mercedes.

Mercedes e Ferrari andaram bem abaixo do esperado. Os primeiros continuam claramente uns furos abaixo da Red Bull e Ferrari, com um carro que até se viu batido pela equipa cliente, ao passo que os segundos não conseguiram ameaçar nem um pouco a Red Bull, e ainda para mais continuam sem fiabilidade para evitar ver um Charles Leclerc de ar sombrio na beira da estrada.

Melhor dos restantes foi um papel que coube a Valtteri Bottas, seguido de um Pierre Gasly que se qualificou mal mas soube fazer uso do seu Alpine para subir (ao contrário do outro lado da garagem, com Esteban Ocon a perder o fio à meada com sucessivas penalizações por cumprir mal as penalizações…) e um Alexander Albon que soube segurar os concorrentes em 10º.

Desastre completo foi a McLaren, que abandonou com problemas mecânicos Oscar Piastri e que viu Lando Norris sofrer a bom sofrer com o MCL60.

Destaque ainda para o excelente ritmo de qualificação da Haas que degenerou em corrida e para um competente Logan Sargeant, que igualou o tempo de Norris em qualificação e em corrida andou a rondar os pontos.

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Qualificação: 1. Verstappen \ 2. Pérez \ 3. Leclerc \ 4. Sainz \ 5. Alonso (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Pérez \ 3. Alonso \ 4. Sainz \ 5. Hamilton \ 6. Stroll \ 7. Russell \ 8. Bottas \ 9. Gasly \ 10. Albon (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (25) \ 2. Pérez (18) \ 3. Alonso (15) \ 4. Sainz (12) \ 5. Hamilton (10) —– 1. Red Bull (43) \ 2. Aston Martin (23) \ 3. Mercedes (16) \ 4. Ferrari (12) \ 5. Alfa Romeo (4)

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Corrida anterior: GP Abu Dhabi 2022
Corrida seguinte: GP Arábia Saudita 2023

GP Bahrain anterior: 2022

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Fórmula 2 (Rondas 1-2) \ Domínio Pourchaire, com os Campos por perto

Já se esperava ver Théo Pourchaire em grande nível no início do ano, mas dificilmente alguém estaria à espera de ver o francês com os níveis de domínio que exibiu. O francês fez pole por uns expressivos 7 décimos em qualificação, recuperou posição atrás de posição até ao 5º lugar no sprint, e controlou à vontade toda a feature.

As sobras para os rivais resumiram-se a um Ralph Boschung em bom nível (vencendo o sprint e acabando a prova principal em 2º), um bom resultado para Victor Martins em sprint e uma excelente estreia de F2 para Zane Maloney no feature. Para ajudar Boschung a completar um bom resultado Campos, Kush Maini fez uma boa estreia na categoria (ainda que pedir para não ser atacado por Boschung à equipa tenha sido um pedido tolo de se fazer).

Arthur Leclerc poderia ter feito muito mais no seu final de semana, mas fez três saídas de pista diferentes no feature, que lhe valeram um pódio perdido. Longe de um desastre total, que coube a Richard Verschoor, eliminado por Frederik Vesti (num incidente em que Roman Staněk acabou fora também).

O resultado foi uma liderança esperada de Pourchaire, mas ainda com um pelotão não muito definido atrás de si.

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Qualificação: 1. Pourchaire \ 2. Martins \ 3. Verschoor \ … \ 8. Leclerc \ 9. Staněk \ 10. Boschung

Resultado (Sprint): 1. Boschung \ 2. Hauger \ 3. Martins \ 4. Iwasa \ 5. Pourchaire \ 6. Daruvala \ 7. Maini \ 8. Fittipaldi (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Pourchaire \ 2. Boschung \ 3. Maloney \ 4. Maini \ 5. Verschoor \ 6. Leclerc \ 7. Hadjar \ 8. Iwasa \ 9. Fittipaldi \ 10. Correa (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Pourchaire (32) \ 2. Boschung (28) \ 3. Maloney (15) \ 4. Maini (14) \ 5. Verschoor (11) —– 1. Campos (42) \ 2. ART (38) \ 3. Rodin Carlin (18) \ 4. DAMS (17) \ 5. Van Amersfoort (12)

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Corrida anterior: Abu Dhabi 2022 \ Rondas 27-28
Corrida seguinte: Arábia Saudita 2020 \ Rondas 3-4

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Fórmula 3 (Rondas 1-2) \ Minì sofre rude derrota

A primeira prova de Fórmula 3 de 2023 iniciou-se com dois estreantes a qualificarem-se nas duas primeiras posições. Gabriele Minì e Gabriel Bortoleto arrecadaram a primeira linha, seguidos do líder dos testes de pré-temporada (Grégoire Saucy).

Já para o sprint a pole inversa coube a Franco Colapinto, ladeado por Pepe Martí. Com ambos a lutarem ao longo da prova inteira pelo triunfo, acabou por ser Martí fez uma ótima ultrapassagem a Colapinto no final da corrida, segurando depois a pressão do argentino.

Mais atrás houve direito a dois Safety Car, primeiro para o pião de Luke Browning (na confusão da partida) e para o incidente entre Bortoleto e Rafael Villagómez, e ainda outro para a confusão do outro recomeço. Na disputa do 4º lugar, os Prema de Dino Beganovic e Paul Aron tiveram que suar para conseguir segurar os ataques de Oliver Goethe da Trident.

No dia da feature a sorte não sorriu ao homem da pole, com uma penalização de 5 segundos que tramou por completo Minì devido a um SC nas voltas finais, que o atirou para fora de uma liderança pela qual tivera que lutar com unhas e dentes. Isto entregou a vitória final a Bortoleto. Oliver Goethe chegou em segundo e Dino Beganovic completou o pódio.

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Qualificação: 1. Minì \ 2. Bortoleto \ 3. Saucy \ … \ 10. Collet \ 11. Martí \ 12. Colapinto

Resultado (Sprint): 1. Martí \ 2. Colapinto \ 3. Collet \ 4. Beganovic \ 5. Aron \ 6. Goethe \ 7. Saucy \ 8. Fornaroli \ 9. Edgar \ 10. Montoya (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Bortoleto \ 2. Goethe \ 3. Beganovic \ 4. Saucy \ 5. Browning \ 6. Martí \ 7. Frederick \ 8.Minì \ 9. Montoya \ 10. Colapinto (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Bortoleto (26) \ 2. Goethe (23) \ 3. Beganovic (22) \ 4. Martí (19) \ 5. Saucy (16) —– 1. Trident (52) \ 2. Prema (28) \ 3. ART (22) \ 4. Campos (19) \ 5. Hitech (19)

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Corrida anterior: Itália 2022 \ Rondas 17-18
Corrida seguinte: Austrália 2023 \ Rondas 3-4





Saucy deixa aviso na F3 e Verschoor é a surpresa na F2 – Testes F2/F3

17 02 2023

Com uma semana de antecipação em relação à Fórmula 1, as suas duas categorias de promoção (Fórmulas 2 e 3) realizaram ao longo dos últimos três dias a sua própria temporada no Bahrain. Apesar de os monolugares não mudarem, havia uma grande expectativa para saber quem poderia assumir-se como favorito para a primeira ronda do ano.

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Fórmula 2 – Dia 1

Até certo ponto era expectável que coubesse a Théo Pourchaire a honra de liderar a primeira sessão do ano. O francês vem de duas temporadas nos lugares cimeiros da Fórmula 2 e esteve por ligeiramente acima de uma décima na frente do segundo classificado, com 54 voltas acumuladas.

A concorrência terá que fazer pela vida. Para já Richard Verschoor no seu novo Van Amersfoort e Arthur Leclerc pela DAMS foram quem mais se aproximou. A DAMS poderá assim ter em mãos uma dupla vencedora, já que Ayumu Iwasa também conseguiu ficar no Top 5, ensanduichando o eterno piloto de F2, Ralph Boschung (também eternamente na Campos).

A antiga dupla da Prema e agora da MP (Jehan Daruvala e Dennis Hauger) conseguiram permanecer no Top 10, enquanto que os dois Charouz preocupantemente ficaram nos três últimos lugares. Entre eles ficou o causador da bandeira vermelha do dia, Frederik Vesti.

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Resultado: 1. Pourchaire (1m42s165) \ 2. Verschoor (1m42s293) \ 3. Leclerc (1m42s293) \ 4. Boschung (1m42s569) \ 5. Iwasa (1m42s669)

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Fórmula 2 – Dia 2

Com alguns dos líderes do dia anterior em sequências de longo curso, coube a protagonistas um pouco diferentes a tarefa de despontarem entre os lugares cimeiros da tabela de tempos na quarta-feira. Victor Martins e Arthur Leclerc mostraram o seu ritmo diabólico de F3 na categoria imediatamente superior, colocando-se em 2º e 4º respetivamente.

Verschoor brilhou novamente para conseguir o topo da tabela (levando a crer que a Van Amersfoort poderá ter em mãos em 2023 um desnível entre pilotos semelhante ao da também holandesa MP de 2022), enquanto que Boschung manteve o seu elevado ritmo, fruto da sua experiência. A campeã em título, a MP, viu a sua equipa subir algumas posições, cortesia de Dennis Hauger.

Já as doses de bandeiras vermelhas foram 3: Pourchaire e Staněk ao longo do dia, e Clément Novalak mesmo nos instantes finais.

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Resultado: 1. Verschoor (1m42s140) \ 2. Martins (1m42s148) \ 3. Hauger (1m42s378) \ 4. Leclerc (1m42s473) \ 5. Boschung (1m42s489)

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Fórmula 2 – Dia 3

O derradeiro dia de ação em pista trouxe uma classificação algo aleatória, à medida que os pilotos faziam programas de competição completamente distintos. A liderança coube a Kush Maini no seu Campos, seguido de Pourchaire e de um pouco usual Roy Nissany.

Enzo Fittipaldi fez o primeiro Top 5 dos 3 dias, seguido de perto por Hauger. As duas bandeiras vermelhas do dia couberam a Staněk e Leclerc.

A liderança improvável dos 3 dias coube à Van Amersfoort, enquanto que a DAMS beneficiou da sua nova dupla de pilotos, que lhes conferiu uma classificação superior à do seu resultado no mundial de equipas de 2022. A Trident ficou com a cauda da tabela de tempos, depois de a PHM Charouz ter conseguido ultrapassar os italianos no último dia.

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Resultado: 1. Maini (1m42s623) \ 2. Pourchaire (1m42s905) \ 3. Nissany (1m42s905) \ 4. Fittipaldi (1m42s971) \ 5. Hauger (1m43s020)

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Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1Van Amersfoort1m42s140Verschoor346
2ART1m42s148Martins399
3DAMS1m42s293Leclerc377
4MP1m42s378Hauger318
5Campos1m42s489Boschung354
6Virtuosi1m42s523Doohan332
7Prema1m42s640Bearman402
8Rodin Carlin1m42s659Fittipaldi331
9Hitech1m42s841Hadjar373
10PHM Charouz1m42s905Nissany348
11Trident1m43s071Novalak286
Bahrain \ 14-16 Fevereiro 2023

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Fórmula 3 – Dia 1

Partilhando pista com os mais potentes F2, a Fórmula 3 começou a sua pré-temporada com tempos em média 5 segundos mais lentos mas com uma grelha composta por jovens pilotos bem promissores.

Grégoire Saucy, depois de um 2022 que começou promissor e depois definhou um pouco, liderou a tabela de tempos com uma vantagem apreciável mas poucas voltas. Atrás dele estava o bem-cotado estreante da Prema (e da Mercedes) Paul Aron, o outro jovem que também conseguiu entrar no segundo 47.

Seria necessário esperar pelo 6º lugar para se ver outro estreante (Luke Browning, ainda sem lugar confirmado e que fez o maior número de voltas do dia), uma vez que os estreantes de 2022 tomaram os seus lugares de 3º a 5º (respetivamente, Pepe Martí da Campos, Kaylen Frederick da ART e Zak O’Sullivan da Prema).

Destaque ainda para Taylor Barnard a arrastar o Jenzer para dentro do Top 10 e para a terrível forma da PHM Charouz, que transcende categorias.

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Resultado: 1. Saucy (1m47s563) \ 2. Aron (1m47s889) \ 3. Martí (1m48s125) \ 4. Frederick (1m48s136) \ 5. O’Sullivan (1m48s162)

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Fórmula 3 – Dia 2

Se o primeiro dia tinha indicado uma vantagem confortável de Saucy sobre os rivais, o segundo domínio trouxe um domínio completo, com mais de meio segundo de vantagem sobre o segundo classificado.

O Top 5 viu uma maioria de rookies a compô-lo, com o bem cotado Dino Beganovic da Prema a ser o melhor dos seus representantes. Imediatamente a seguir ao sueco, chegaram os “Gabriéis” Minì e Bortoleto (especialmente notável no último, com um Trident). A completar estes lugares cimeiros chegou Franco Colapinto, a mostrar porque é agora um piloto da academia de jovens da Williams.

Browning e Barnard voltaram a saber manter-se no Top 10, enquanto que as bandeiras vermelhas foram agitadas por duas ocasiões diferentes. Tommy Smith acabou por ser o único piloto que melhorou o seu tempo à tarde (todos os outros andaram no seu mais rápido de manhã).

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Resultado: 1. Saucy (1m46s642) \ 2. Beganovic (1m47s121) \ 3. Minì (1m47s166) \ 4. Bortoleto (1m47s197) \ 5. Colapinto (1m47s266)

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Fórmula 3 – Dia 3

No terceiro dia de testes, as diferenças entre pilotos experientes e estreantes pareceram esbater por completo. Bortoleto conseguiu finalmente “roubar” o lugar cimeiro do dia a Saucy, mas o suíço não ficou nada longe (com um 3º posto a uma décima de segundo). Entre ambos ficou Minì, que já estivera em bom nível na quarta-feira.

Apesar disso os tempos foram mais lentos que até aqui, uma vez que todos os pilotos (sem exceção) estavam a fazer simulações de stints longos. Ainda assim, um padrão pareceu emergir, com o melhor tempo de todos os dias a pertencer a Saucy por mais de meio segundo, e com a Prema e Hitech a ser as concorrentes mais próximas.

Tudo isto são notícias terríveis para a Rodin Carlin e para a PHM Charouz, que nunca conseguiram sequer estar próximas da 8º classificada (Van Amersfoort).

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Resultado: 1. Bortoleto (1m47s417) \ 2. Minì (1m47s452) \ 3. Saucy (1m47s519) \ 4. Aron (1m47s641) \ 5. Barter (1m47s704)

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Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1ART1m46s642Saucy482
2Prema1m47s121Beganovic506
3Hitech1m47s166Minì512
4Trident1m47s197Bortoleto406
5MP1m47s266Colapinto412
6Jenzer1m47s380Barnard445
7Campos1m47s419Martí466
8Van Amersfoort1m47s515Collet472
9Rodin Carlin1m48s107Gray435
10PHM Charouz1m48s322Flörsch361
Bahrain \ 14-16 Fevereiro 2023





Pós-temporada traz estreantes – Testes F2

26 11 2022

Depois de tudo ter sido decidido no fim-de-semana final em Abu Dhabi, as equipas de Fórmula 2 permaneceram no Médio Oriente para 3 dias de testes. Alguns dos pilotos estavam já anunciados, enquanto que outras equipas estão ainda a avaliar as suas opções (a julgar pela dupla Nissany – Benavides, a Charouz parece estar a avaliar mal).

Entre os pilotos que já testaram pelas suas equipas de 2023 incluíram-se: Dennis Hauger na MP, Enzo Fittipaldi na Carlin, Arthur Leclerc na DAMS, Clément Novalak na Trident, Oliver Bearman e Frederik Vesti na Prema, Ralph Boschung e Kush Maini na Campos.

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Dia 1

Perturbada ao longo do dia por várias bandeiras vermelhas por despistes, a primeira de 3 sessões nos Emirados viu-se liderada por um piloto numa nova estrutura: Richard Verschoor trocou Trident por Van Amersfoort e fez o tempo mais rápido, mesmo na frente de um Frederik Vesti a testar pela Prema depois de dois anos (um na F2 e outra na F3) pela ART por 3 milésimas de segundo.

Logo atrás deles ficou o melhor dos recém-promovidos da F3 de 2022, Oliver Bearman, que se manteve com a Prema, num resultado conjunto ótimo dos italianos. Ao volante dos campeões em título, Dennis Hauger ficou em 4º com a esperança de ser mais regular no próximo ano, enquanto que Ayumu Iwasa ficou com o 5º posto na estrutura DAMS, com a qual parece comprometido a continuar.

De destacar ainda Jack Doohan, ainda na Virtuosi, a acumular uma quantidade enorme e bem redonda de voltas (100) num respeitável 8º posto. Pela negativa, os dois Hitech acumularam poucas voltas e ficaram apenas em 20º e 22º.

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Resultado: 1. Verschoor (1m36s395) \ 2. Vesti (1m36s398) \ 3. Bearman (1m36s558) \ 4. Hauger (1m36s574) \ 5. Iwasa (1m36s773)

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Dia 2

Tendo acumulado a maior quilometragem do primeiro dia, Doohan fez uso da experiência acumulada para atingir o topo da tabela de tempos do segundo (desta vez com 69 voltas completadas. O australiano conseguiu ficar com à volta de 1 segundo de vantagem sobre o colega Amaury Cordeel, levando a crer que se o belga for a escolha da Virtuosi não deverá contar com grande ajuda dele.

O experiente Jehan Daruvala ficou a décima e meia de distância, com o sempre presente e impressionante Iwasa logo a seguir. A Campos mostrou ritmo, com o suíço Ralph Boschung em 4º e o estreante confirmado Kush Maini em 6º.

Enzo Fittipaldi completou o Top 5 num dia em que os pilotos não sentiram grandes dificuldades em acumular grandes quantidades de voltas de andamento. Os recordistas, com 103 voltas, foram Théo Pourchaire e Juan Manuel Correa (que assumiu o segundo Van Amersfoort depois de não ter participado no primeiro dia). A Hitech foi a única equipa a ainda não descer do segundo 37.

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Resultado: 1. Doohan (1m35s990) \ 2. Daruvala (1m36s160) \ 3. Iwasa (1m36s165) \ 4. Boschung (1m36s311) \ 5. Fittipaldi (1m36s335)

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Dia 3

Definitivamente a ganhar balanço no seu Virtuosi, Doohan fez um tempo na mesma décima de segundo que o do dia anterior mas que desta vez acabou por lhe valer apenas o 2º lugar, uma vez que a equipa ART colocou os seus dois carros no Top 3. Victor Martins liderou o dia por algumas milésimas sobre Doohan e sobre o colega de equipa Théo Pourchaire.

Roy Nissany conseguiu elevar-se até ao 4º posto, na frente do DAMS de Arthur Leclerc (a ganhar ritmo na sua nova equipa). De destacar ainda o facto de a Hitech finalmente ter mostrado um pouco as suas “garras” com Isack Hadjar.

A Van Amersfoort acabou por ser a equipa com mais voltas completadas ao longo dos 3 dias, apesar de ter sido apenas a 9ª em ritmo puro. A ART fez a proeza diametralmente oposta, restando agora ver de onde virão as confirmações de mais pilotos para a grelha de 2023, sendo que apenas testarão novamente para Fevereiro do próximo ano.

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Resultado: 1. Martins (1m35s908) \ 2. Doohan (1m35s935) \ 3. Pourchaire (1m35s968) \ 4. Nissany (1m35s978) \ 5. Leclerc (1m36s014)

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Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1ART1m35s908Martins469
2Virtuosi1m35s935Doohan526
3Charouz1m35s978Nissany427
4DAMS1m36s014Leclerc516
5Campos1m36s041Maini473
6Carlin1m36s114Fittipaldi502
7MP1m36s160Daruvala476
8Hitech1m36s207Hadjar503
9Van Amersfoort1m36s395Verschoor542
10Prema1m36s398Vesti518
11Trident1m36s595Novalak423

Abu Dhabi \ 23-25 Novembro 2022





Estratégia Ferrari deixa vitória no colo de Pérez – GP Mónaco 2022

29 05 2022

A jóia da coroa da Fórmula 1, o mais glamoroso evento do ano e um teste de pilotagem como poucos outros no calendário. E com um risco não insignificante de ter sido a última corrida no Principado em ano de fim de contrato com a FOM.

As recentes adições ao calendário para locais mais dispostos a abrir os cordões à bolsa (enquanto que o Mónaco famosamente não paga um tostão…), a recusa em não ceder a direção da transmissão televisiva oficial (com o infelizmente famoso corte da luta em pista Vettel-Gasly para mostrar um replay de Stroll…), os monolugares mais volumosos e velozes que tornam o circuito mais e mais obsoleto… Não faltam motivos para uma saída.

Mas a presença na primeira temporada de sempre de F1 (a par de Silverstone), a mais entusiasmante sessão de qualificação de todo o ano, a alegria de quem chega ao final do fim-de-semana como vencedor final,… Também são argumentos que podem ainda salvar a prova monegasca. A ver.

Palco de provas de automobilismo desde 1929, o Mónaco continua com um traçado quase igual ao original, sendo uma das razões pelas quais a classificação Grade 1 da FIA faz sempre suspeitar de falta de exigência da FIA. A subida da colina, os prédios mesmo ao lado, o casino sempre filmado, o túnel e curvas como a Tabac tornam a pista única pelos padrões do calendário de F1.

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Ronda 7 – Grande Prémio do Mónaco 2022

A semana entre Barcelona e Monte-Carlo foi muito pródiga em soundbytes por parte da McLaren no que tocou ao assunto do contrato de Daniel Ricciardo, com algumas críticas mais contundentes por parte de Zak Brown a parecerem mostrar o fim da paciência da equipa com o seu piloto (especialmente depois de Lando Norris com amigdalite o ter batido). Se a ideia era motivá-lo a reagir, não resultou no segundo treino livre (acidente) nem na qualificação: Ricciardo ficou a 6 décimas de segundo do colega Norris, que foi o melhor dos “restantes” em 5º.

À frente dos britânicos ficaram Ferrari e Red Bull, por esta exata ordem. Charles Leclerc, apesar de toda a conversa sobre o seu azar na corrida caseira, pareceu sempre ter tudo sob controlo. A pole position obtida nem sequer foi na sua volta mais rápida. Leclerc ia a meio dessa quando Sergio Pérez (que passou todas as sessões na frente do colega Red Bull) perdeu o controlo antes do túnel e foi colhido por Carlos Sainz. A bandeira vermelha que se seguiu neutralizou tudo.

Vendo a Mercedes voltar a ter problemas com porpoising, a Alpine andou mais perto que nunca dos alemães, apesar de Esteban Ocon ter demorado a encontrar-se e de Fernando Alonso ter encontrado o muro sozinho. A Alfa Romeo não conseguiu confirmar o seu ritmo potencial, Pierre Gasly viu-se bem tramado por uma bandeira vermelha provocada pelo outro AlphaTauri e a Aston Martin foi uma história de dois extremos, com Sebastian Vettel a chegar ao Q3 e Lance Stroll a berrar no rádio contra a sua eliminação no Q1.

No domingo de corrida, caiu a chuva torrencial prometida.

Sem possibilidade de partir durante uma hora, os pilotos tiveram que esperar até à realização de um partida lançada para uma prova em que se sabia de antemão que o tempo terminaria antes das voltas todas serem completadas. Tempo mais do que suficiente para um tradicional falhanço estratégico da Ferrari.

À medida que vários pilotos foram passando para pneus intermédios com algum sucesso, os carros da frente procuraram segurar os seus de chuva intensa até poderem fazer uma transição para os de pista seca. Só que Pérez precipitou os rivais ao fazer um undercut para intermédios. Verstappen e Leclerc procuraram cobri-lo mas já estavam passados pelo mexicano. Quando parecia que Sainz poderia ter ficado pior desta situação, a Ferrari parou-o para pneus duros.

E chamou também Leclerc para o mesmo. E quando o monegasco estava já no pitlane, disseram-lhe para ficar fora. Uma chuva de palavrões de Leclerc e um furioso “o que é que estão a fazer?” seguiu-se mas o estrago estava feito: de líder incontestado, Leclerc passou a estar apenas em 4º no seu GP caseiro. E nem a aposta de Sainz resultou completamente, com Pérez a segurar a liderança.

Uma bandeira vermelha para um acidente de Mick Schumacher ainda pausou a corrida mas, mesmo com apostas diferentes de pneus (Ferrari com pneus duros, Red Bull com pneus médios), a ordem manteve-se tal como estava. O felicíssimo Pérez triunfou no Mónaco seguido de Sainz e Verstappen (que teve sorte em escapar-se a uma pisadela na linha de saída das boxes). Caso a Red Bull não tivesse invertido posições em Espanha, Pérez até estaria empatado com o colega de equipa na liderança do campeonato.

Russell chegou em 5º, depois de ter passado a prova em duelo indireto com Norris, enquanto que o outro Mercedes teve uma prova atribulada com os Alpine. Primeiro foi um acidente ligeiro com Ocon (em que o francês foi penalizado em 5 segundos) e depois ao ser atrasado por Alonso. Bottas voltou a pontuar para a Alfa Romeo (que segurou, por enquanto, o avanço da Alpine no campeonato) e Vettel conseguiu um precioso ponto para a Aston Martin.

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Qualificação: 1. Leclerc \ 2. Sainz \ 3. Pérez \ 4. Verstappen \ 5. Norris (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Pérez \ 2. Sainz \ 3. Verstappen \ 4. Leclerc \ 5. Russell \ 6. Norris \ 7. Alonso \ 8. Hamilton \ 9. Bottas \ 10. Vettel (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (125) \ 2. Leclerc (116) \ 3. Pérez (110) \ 4. Russell (84) \ 5. Sainz (83) —– 1. Red Bull (235) \ 2. Ferrari (199) \ 3. Mercedes (134) \ 4. McLaren (59) \ 5. Alfa Romeo (41)

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Corrida anterior: GP Espanha 2022
Corrida seguinte: GP Azerbaijão 2022

GP Mónaco anterior: 2021
GP Mónaco seguinte: 2023

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Fórmula 2 (Rondas 9-10) \ Drugovich nos dois extremos

Se normalmente a Fórmula 2 se assume como a prima animada da Fórmula 1, a verdade é que a categoria de promoção deixou muito a desejar em Monte-Carlo neste fim-de-semana. As provas foram quase sem ação, com a verdadeira emoção a realizar-se na qualificação. Liam Lawson fez pole mas viu-se penalizado por ignorar uma bandeira amarela, o que promoveu Felipe Drugovich à primeira posição.

O brasileiro teve um dia para esquecer no sprint, caíndo para último e acabando a experimentar uma paragem para pneus de chuva que lhe deu grandes dores de cabeça. Isto porque, como a direção de prova não decretou piso molhado, o MP apercebeu-se que não o podia retirar dos pneus, para além de penalizações vários por excesso de velocidade nas boxes duas vezes (Drugovich alegou ter um limitador avariado).

Já no dia de feature, o brasileiro mostrou porque lidera o campeonato, fazendo uma prova sem erros de pole em que precisou de estar permanentemente a segurar a pressão do vencedor do ano anterior, Théo Pourchaire. O único erro, na verdade, veio dos mecânicos na paragem, mas felizmente para ele, a ART também errou.

Ralph Boschung ainda se tinha tentado qualificar mas os problemas de pescoço que o afastaram de Barcelona também acabaram a metê-lo fora de combate nestas duas provas. Todas estas alterações deixaram Jake Hughes na pole sprint mas o britânico acabou por, tal como Calan Williams há uma semana, deixar o carro morrer na partida. Todos conseguiram evitar o van Amersfoort e Dennis Hauger acabou a liderar uma dobradinha Prema para triunfar pela primeira vez na F2.

Ayumu Iwasa conseguiu enfiar dois rivais no muro nas duas corridas e sofrerá penalizações para Baku (Clément Novalak no sprint e Calan Williams no feature).

Destaque ainda para os dois ótimos resultados de Enzo Fittipaldi no Charouz e para a maneira como Jack Doohan tem conseguido ganhar finalmente algum balanço na sua temporada de 2022.

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Qualificação: 1. Drugovich \ 2. Pourchaire \ 3. Doohan \ … \ 8. Daruvala \ 9. Hauger \ 10. Hughes

Resultado (Sprint): 1. Hauger \ 2. Daruvala \ 3. Armstrong \ 4. Fittipaldi \ 5. Vips \ 6. Pourchaire \ 7. Doohan \ 8. Lawson (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Drugovich \ 2. Pourchaire \ 3. Vips \ 4. Doohan \ 5. Fittipaldi \ 6. Armstrong \ 7. Hauger \ 8. Daruvala \ 9. Sargeant \ 10. Sato (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Drugovich (113) \ 2. Pourchaire (81) \ 3. Daruvala (53) \ 4. Armstrong (50) \ 5. Vips (49) —– 1. MP (135) \ 2. ART (106) \ 3. Hitech (99) \ 4. Prema (83) \ 5. Carlin (76)

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Corrida anterior: Espanha 2022 \ Rondas 7-8
Corrida seguinte: Azerbaijão 2022 \ Rondas 11-12

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Fonte:
Planet F1 \ Cláusulas do contrato de Ricciardo





Desastre para a Ferrari faz fugir liderança do campenato – GP Espanha 2022

22 05 2022

Palco do primeiro teste dos novos carros de Fórmula 1 em Fevereiro, o circuito de Barcelona recebeu neste fim-de-semana pela segunda vez em 2022 as equipas da principal categoria do automobilismo. Quando a F1 saiu de Espanha em Fevereiro com Lando Norris a suspirar que preferia não ter feito o tempo mais rápido do primeiro dia, poucos na própria McLaren teriam previsto a falta de rendimento do carro dos britânicos. Poucos também confiavam que a Ferrari tinha acertado o passo, mas foi na luta pelo título que a Ferrari regresso à Catalunha.

Alterada mais recentemente no ano passado, com uma mudança de perfil da curva La Caixa para algo mais próximo do projeto original de 1991, a pista tem sido uma referência credível para a ordem de performance das equipas ao longo dos anos. Tradicionalmente, quem tem um bom carro em Montmeló, tem um bom carro para o ano inteiro. A última chicane, introduzida em 2007, infelizmente continua também a marcar presença.

A F1 e o MotoGP têm utilizado a pista sem interrupção desde os anos 90, beneficiando enormemente da competitividade dos espanhóis nessas categorias. Se Marc Márquez e Jorge Lorenzo fazem o seu papel no MotoGP, na F1 foi a Alonso-mania dos 2000’s e 2010’s que sustentou a presença do GP de Espanha. Agora que Carlos Sainz também está na mó de cima com a Ferrari, esperava-se um público caseiro em êxtase.

Sebastian Vettel fez uso do seu tempo entre corridas para participar no talk show britânico Question Time, deixando opiniões bem-informadas sobre alterações climáticas e avisos sérios sobre o seu futuro na F1. A sua equipa preparou para Espanha um pacote aerodinâmico completamente novo, com forte inspiração Red Bull.

A Williams apresentou-se em Barcelona com cabelos ruivos, em referência auma aposta de Alexander Albon sobre ter pontuado. O tailandês foi substituído aos comandos do Williams no primeiro treino livre pelo campeão de FE Nyck de Vries, uma de várias substituições para dar espaço às duas participações obrigatórias de jovens em treinos este ano (Robert Kubica também alinhou pela Alfa Romeo e Jüri Vips pela Red Bull).

Por último, a F1 anunciou que optou por não substituir com nenhuma outra prova o GP da Rússia, permitindo um fim-de-semana de pausa aos elementos das equipas.

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Ronda 6 – Grande Prémio de Espanha 2022

Com todas as equipas menos a Haas a apresentarem atualizações aos seus monolugares em Espanha, a expectativa era grande para ver se haveriam alterações na ordem geral das equipas. A mais notória de todas foi a da Mercedes que, mesmo não tendo ainda ritmo para responder de igual para igual com Red Bull e Ferrari, se assumiu como uma adversária bem mais presente nas disputas da frente.

O “Red Bull verde” da Aston Martin ainda deu que falar na sexta-feira (com os austríacos a chegarem a beber Red Bull lima para gozar com a situação) mas assim que se viu que a equipa foi eliminada no Q1 as preocupações dissiparam-se. A acompanhar a Aston nesta eliminação ficou a Williams, que viu as deficiências do seu projeto muito expostas pelo circuito de Barcelona, e Fernando Alonso. O espanhol só uma vez antes falhara a presença no Q3 no circuito caseiro…

Só que o mau ritmo da Alpine em qualificação (Esteban Ocon também se ficou pelo Q2) foi passageiro: em corrida os franceses tinham muita velocidade, que viu a chegada a pulso de ambos até aos lugares pontuáveis.

No topo a Ferrari conseguiu roubar a pole position debaixo do nariz de Max Verstappen, depois do campeão do mundo em título sofrer com um DRS que se recusou a abrir. Charles Leclerc aproveitou para receber o pequeno pneu-troféu do pai do seu colega de equipa, Carlos Sainz. George Russell aproveitou ainda para se meter na frente de Sergio Pérez, ambos os Haas chegaram ao Q3 (Magnussen teve o mesmo problema que Verstappen com o DRS) e Lando Norris viu a sua melhor volta eliminada por limites de pista (uma decisão criticada por haver gravilha no exterior).

A partida viu a situação nas posições dianteiras manter-se estável até que na Curva 4, um de cada vez, Verstappen e Sainz saíram de pista sozinhos, conseguindo ainda assim regressar com muito tempo perdido. Verstappen recuperou até à traseira do Mercedes de Russell, mas o problema de DRS regressou e manteve o holandês preso atrás do britânico, que fez uso da velocidade de reta e de alguma agressividade para se defender.

Vendo Leclerc a fugir cada vez mais na liderança, a Red Bull dividiu as suas estratégias: Verstappen parou para pneus macios e um stint sempre a puxar, e Pérez preparou-se para fazer os seus pneus durar. Mas nem era necessário. Leclerc abruptamente abrandou em pista e abandonou com problemas de motor, simplificando a tarefa da rival.

De pneus mais frescos, Verstappen despachou Russell quando o voltou a apanhar e acabou por beneficiar de ordens de equipa para triunfar (controversas por ainda se estar no início de temporada). Russell completou o pódio, apesar de preocupações sempre presentes de sobreaquecimento do seu Mercedes.

O colega de equipa Lewis Hamilton podia ter terminado logo atrás, mas a corrida dele foi cheia de peripécias. Contacto com Kevin Magnussen na primeira volta fez ambos cair para o fundo da grelha, de onde o britânico chegou a ponderar abandonar. Só que a estratégia da Mercedes funcionou e Hamilton puxou pelo W13 para recuperar posições até ao 4º lugar, que acabou por perder para Sainz no final devido a preocupações com a refrigeração do carro.

Valtteri Bottas fez o que sabe melhor fazer em 2022: arrastar o Alfa Romeo até lugares cimeiros contra concorrência mais bem preparada. O finlandês apenas perdeu duas posições por má decisão estratégica para Sainz e Hamilton, depois de ter segurado ambos durante algumas voltas. Lando Norris correu com uma amigdalite mas garantiu pontos à McLaren e humilhando novamente o colega de equipa.

A AlphaTauri terminou os lugares pontuáveis com um 10º lugar de Yuki Tsunoda, com a Aston Martin a bater à porta com o 11º lugar de Sebastian Vettel e com a Haas a ter um dia terrível de corrida depois do bom desempenho de sábado.

O campeonato é, pela primeira vez este ano, liderado por Verstappen e pela Red Bull, numa altura em que se esperaria que a equipa ainda estivesse bastante atrás da Ferrari.

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Qualificação: 1. Leclerc \ 2. Verstappen \ 3. Sainz \ 4. Russell \ 5. Pérez (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Pérez \ 3. Russell \ 4. Sainz \ 5. Hamilton \ 6. Bottas \ 7. Ocon \ 8. Norris \ 9. Alonso \ 10. Tsunoda (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (110) \ 2. Leclerc (104) \ 3. Pérez (85) \ 4. Russell (74) \ 5. Sainz (65) —– 1. Red Bull (195) \ 2. Ferrari (169) \ 3. Mercedes (120) \ 4. McLaren (50) \ 5. Alfa Romeo (39)

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Corrida anterior: GP Miami 2022
Corrida seguinte: GP Mónaco 2022

GP Espanha anterior: 2021
GP Espanha seguinte: 2023

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Fórmula 2 (Rondas 7-8) \ Dupla vitória para Drugovich

Se a sexta-feira de qualificação tinha visto Jüri Vips no seu melhor, o sábado de sprint viu-o a questionar-se a si mesmo por rádio sobre a sua agressividade, quando provocou um SC após um pião. A corrida já começara algo atribulado, devido ao pole inverso (Calan Williams) nem ter conseguido arrancar para a volta de formação. Jake Hughes herdou a pole mas viu-se passado por tudo e todos antes da primeira curva, com Felipe Drugovich a recuperar a liderança que perdera por ter sido penalizado após a qualificação (bloqueou um adversário).

Daí para a frente o brasileiro esteve imperial, e contou com Ayumu Iwasa para servir de tampão a um Logan Sargeant que parecia bem mais rápido.

Foi um fim-de-semana de sonho para o brasileiro mesmo, com uma partida de 10º lugar a não ser impedimento suficiente para que Drugovich não vencesse novamente. O piloto da MP esticou imenso o seu stint de pneus macios, o que lhe permitiu passar sem grandes dificuldades o pole Jack Doohan. Doohan apesar disso esteve em muito bom nível nas duas corridas.

A MP completou o seu bom dia com uma estratégia inversa no carro de Clément Novalak, que viu o francês fazer grandes ultrapassagens em pneus macios para terminar no Top 5 bem colado ao Carlin de Logan Sargeant (Enzo Fittipaldi também acabou logo atrás com estratégia semelhante). Houve um SC logo no início da corrida devido a um motor de Jehan Daruvala que “morreu”aleatoriamente.

Destaque ainda para a péssima filmagem aérea da partida do sprint e para a não-participação de Ralph Boschung por dores de pescoço demasiado intensas.

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Qualificação: 1. Doohan \ 2. Vips \ 3. Vesti \ … \ 8. Hughes \ 9. Williams \ 10. Drugovich

Resultado (Sprint): 1. Drugovich \ 2. Iwasa \ 3. Sargeant \ 4. Daruvala \ 5. Pourchaire \ 6. Doohan \ 7. Vesti \ 8. Fittipaldi (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Drugovich \ 2. Doohan \ 3. Vesti \ 4. Sargeant \ 5. Novalak \ 6. Fittipaldi \ 7. Armstrong \ 8. Pourchaire \ 9. Lawson \ 10. Nissany (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Drugovich (86) \ 2. Pourchaire (60) \ 3. Daruvala (41) \ 4. Lawson (37) \ 5. Armstrong (36) —– 1. MP (108) \ 2. ART (85) \ 3. Carlin (73) \ 4. Hitech (66) \ 5. Prema (55)

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Corrida anterior: Emilia Romagna 2022 \ Rondas 5-6
Corrida seguinte: Mónaco 2022 \ Rondas 9-10

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Fórmula 3 (Rondas 5-6) \ Martins segura a liderança

Em dia de calor abrasivo, os Fómula 3 bem agradeceram ter feito a sua prova de sábado de manhãzinha. Zane Maloney até se tinha qualificado no lugar certo para a pole inversa mas não se foi pesar quando requerido, o que deixou David Vidales no lugar mais alto da grelha. O piloto da casa (em mais do que uma maneira, uma vez que guia pela também espanhola Campos) conseguiu segurar o pelotão na partida e daí para a frente não foi novamente passado, assegurando-lhe a vitória sprint.

Franco Colapinto ficou com a cobertura de motor danificado e esta chegou a voar em reta, tendo que abandonar. Victor Martins também o fez, ainda que por motivos diferentes.

Jak Crawford e Caio Collet completaram o pódio da primeira prova, enquanto que Arthur Leclerc aproveitou o deslize do rival Martins para lhe “roubar” alguns pontos. Lirim Zendeli terminou 20º quando substituía David Schumacher (em ação no DTM) na Charouz.

Para a corrida feature, a pressão estava em Roman Staněk. O checo sabia que precisava de uma boa quantia de pontos para manter vivas as suas esperanças de campeonato e atacou durante a corrida, mas Martins conseguiu colocar o seu ART na frente do Trident e daí em diante, mesmo com dois SC, nunca pareceu estar sob ameaça de Staněk.

Martins aproveitou muito bem um dia não de Leclerc, em que o monegasco inclusive acertou no vencedor do sprint Vidales e recebeu uma penalização. Os dois SC foram provocados por: primeiro, incidente entre Rafael Villagómez e Kush Maini; em segundo, por Brad Benavides a ir ter ao muro.

À saída de Barcelona parece cada vez mais claro que o campeonato de F3 está a preparar-se para uma disputa a 5, dado que o 6º classificado do campeonato (Alexander Smolyar) já está a alguma distância.

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Qualificação: 1. Staněk \ 2. Martins \ 3. Smolyar \ … \ 10. Correa \ 11. Vidales \ 12. Maloney

Resultado (Sprint): 1. Vidales \ 2. Crawford \ 3. Collet \ 4. Leclerc \ 5. Correa \ 6. Smolyar \ 7. Frederick \ 8. Staněk \ 9. Ushijima \ 10. Hadjar (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Martins \ 2. Staněk \ 3. Hadjar \ 4. Smolyar \ 5. Bearman \ 6. Crawford \ 7. Collet \ 8. Colapinto \ 9. Frederick \ 10. Correa (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Martins (62) \ 2. Staněk (56) \ 3. Crawford (50) \ 4. Hadjar (47) \ 5. Leclerc (43) —– 1. Prema (120) \ 2. ART (98) \ 3. Trident (75) \ 4. Hitech (63) \ 5. MP (56)

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Corrida anterior: Emilia Romagna 2022 \ Rondas 3-4
Corrida seguinte: Reino Unido 2022 \ Rondas 7-8

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Fontes:
Evening Standard \ Cabelo vermelho na Williams
GP Blog \ Aston Martin com versão B
iNews \ Vettel no Question Time
Motorsport \ GP Rússia não é substituído
Sky Sports \ Testes para jovens





Brasileiros na frente – Testes F2/F3

16 04 2022

Depois da F3 ter tido o seu teste em terras espanholas na semana passada, foi agora a vez de ambas as categorias de promoção da F1 terem uns dias noutro circuito espanhol (Barcelona). Os três primeiros dias ficaram por conta da Fórmula 2, enquanto que a Fórmula 3 tomou conta dos dois dias finais.

Para já não existem mais testes previstos este ano para ambas, mas isso deve mudar com alguns dias na segunda metade do ano a serem anunciados.

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Dia 1

Com temperaturas baixas e umas pingas de chuva, o primeiro dia de testes para a Fórmula 2 foi perturbado por diversas paragens em pista de uma variedade de pilotos. De manhã foram Calan Williams (pião), Liam Lawson (paragem em pista) e Cem Bölükbaşı (contra uma barreira); de tarde foram Jüri Vips (ao de leve contra uma barreira) e Logan Sargeant (paragem em pista).

Bölükbaşı foi o piloto com menos voltas completadas (21) e terminou em último, enquanto que o líder do dia (Ralph Boschung) terminou também com o maior número de voltas (87). O suíço tem feito um bom início de temporada que prossegue assim bem encaminhado.

Os Prema ficaram um pouco para trás e Felipe Drugovich (líder do campeonato ao serviço da MP) ainda conseguiu ficar no Top 5. Marcus Armstrong deixou o seu Hitech a algumas décimas do topo, seguido do DAMS do estreante Ayumu Iwasa e do Virtuosi de Marino Sato.

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F2 – Resultado: 1. Boschung (1m27s929) \ 2. Armstrong (1m28s170) \ 3. Iwasa (1m28s331) \ 4. Sato (1m28s436) \ 5. Drugovich (1m29s131)

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Dia 2

Sem poder contar com o Charouz de Bölükbaşı devido ao acidente do turco, a segunda sessão começou ainda com presença do vento e alguns pingos de chuva. A manhã viu Sato e Iwasa (o último a ficar em 3º novamente) a provocarem pequenas paragens no andamento, enquanto que na tarde foi a vez de ser Calan Williams a parar o seu Trident na curva final (mas ainda assim a acabar o dia entre os 5 primeiros).

A chuva marcou presença e deixou vários na garagem de tarde também, pelo que os tempos, na sua maioria, foram mais lentos que no Dia 1.

No final foram os Trident e DAMS a figurarem no Top 5, com Roy Nissany em 1º e Richard Verschoor em 2º. Drugovich, Armstrong e Pourchaire figuraram mais uma vez entre os 10 primeiros, enquanto que Lawson se recuperou para neste dia o conseguir.

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F2 – Resultado: 1. Nissany (1m28s812) \ 2. Verschoor (1m29s328) \ 3. Iwasa (1m29s596) \ 4. Boschung (1m29s695) \ 5. Williams (1m29s702)

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Dia 3

Com o Sol a brilhar, o último dia dos Fórmula 2 em pista foi de voltas rápidas de qualificação de manhã e de simulações de corrida durante a tarde. A Charouz substituiu o seu piloto lesionado por David Beckmann para esta sessão, com o alemão a terminar como o mais lento mas com umas respeitáveis 71 voltas completadas (não impedindo ainda ssim que a equipa não terminasse como a que menos quilómetros acumulou nos 3 dias).

Vips, Vesti e Hauger pararam em pista durante a tarde, mas isto não impediu o último de se classificar entre os 5 primeiros. Para entusiasmo dos fãs brasileiros, o líder do campeonato, Felipe Drugovich voltou a liderar uma sessão, com uma margem de 3 décimas sobre o 2º classificado Lawson. Jack Doohan mais uma vez impressionou com o seu Virtuosi em 3º, Verschoor idem com o Trident em 4º, e Hauger começa a encontrar o seu ritmo na nova categoria.

A Campos terminou como a estrutura com mais voltas dadas, num conjunto de dias em que a experiência de Boschung veio ao de cima. Já a ART e a Hitech mostraram menos ritmo que o esperado, enquanto que na DAMS e Trident se parece depender exclusivamente de um dos pilotos (respetivamente, Iwasa e Verschoor) para os melhores resultados.

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F2 – Resultado: 1. Drugovich (1m27s529) \ 2. Lawson (1m27s820) \ 3. Doohan (1m27s838) \ 4. Verschoor (1m27s858) \ 5. Hauger (1m27s945)

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Dia 4

Ao contrário da Fórmula 2, a F3 teve direito desde o seu primeiro dia a um Sol esplenderoso em Barcelona. Oliver Rasmussen, tal como já fora anunciado, passou a ocupar o lugar de Jonny Evans da Trident, mas também houve duas novas alterações: David Schumacher apareceu no lugar de Ayrton Simmons na Charouz (sem explicação) e Matteo Nannini substituiu o lesionado Juan Manuel Correa na ART.

O dia foi liderado pelo ART de Grégoire Saucy, com direito ao colega Victor Martins em 3º a 2 décimas de segundo. O ART de Nannini parou na Curva 10 durante a sessão, uma de duas paragens do dia (a outra foi do Hitech de Isack Hadjar).

Os Trident de Zane Maloney e Roman Staněk completaram o fim do Top 5, enquanto que o argentino Franco Colapinto continua a impressionar na novata Van Amersfoort. Destaque ainda para William Alatalo, que continua a colocar a Jenzer em lugares bem acima dos conseguidos pelos colegas, e para os resultados menos bem conseguidos pela Prema.

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F3 – Resultado: 1. Saucy (1m32s247) \ 2. Colapinto (1m32s402) \ 3. Martins (1m32s491) \ 4. Maloney (1m32s643) \ 5. Staněk (1m32s678)

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Dia 5

No quinto e último dia de acção em pista em Barcelona com uma manhã de simulações de qualificação de F3. A MP foi quem se saiu melhor com uma dobradinha de Caio Collet e Alexander Smolyar, com Colapinto a voltar a impressionar também.

A Prema conseguiu recuperar um pouco em relação ao Dia 4, com Arthur Leclerc a conseguir entrar no Top 10 e Jak Crawford algumas posições atrás. Já a Trident, campeã de 2021, colocou os seus 3 pilotos entre os 10 primeiros, a única a consegui-lo.

Nannini e Schumacher prosseguiram os seus dias, com desenvolvimentos positivos, enquanto que László Tóth ficou, pelo segundo dia consecutivo, como o mais lento dos 30 carros em sessão. Um desenvolvimento preocupante, dado o húngaro nem sequer ser um estreante completo…

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F3 – Resultado: 1. Collet (1m31s507) \ 2. Smolyar (1m31s824) \ 3. Colapinto (1m31s848) \ 4. Hadjar (1m31s855) \ 5. Staněk (1m31s935)

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F2 – Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1MP1m27s529Drugovich359
2Carlin1m27s820Lawson426
3Virtuosi1m27s838Doohan345
4Trident1m27s858Verschoor418
5Campos1m27s929Boschung449
6Prema1m27s945Daruvala329
7DAMS1m27s989Iwasa387
8ART1m28s021Pourchaire444
9Charouz1m28s027Fittipaldi307
10Hitech1m28s170Armstrong365
11Van Amersfoort1m28s352Hughes351
Barcelona \ 12-14 Abril 2022

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F3 – Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1MP1m31s507Collet367
2Van Amersfoort1m31s848Colapinto585
3Hitech1m31s855Hadjar485
4Trident1m31s935Staněk434
5ART1m32s002Saucy511
6Prema1m32s206Bearman387
7Campos1m32s380Martí451
8Jenzer1m32s759Alatalo434
9Charouz1m32s851Pizzi389
10Carlin1m32s935O’Sullivan479
Barcelona \ 15-16 Abril 2022




Ferrari começa com o pé direito – GP Bahrain 2022

20 03 2022

Tendo-se estreado na Fórmula 1 em 2004, como o primeiro país do Médio Oriente a receber um Grande Prémio, o Bahrain tem-se tornado um local de enorme importância para a categoria. O país paga muito bem pela honra de ser a abertura da temporada (e pelo exclusivo de pré-temporada, como se viu há umas semanas atrás), tem um circuito do agrado dos pilotos e a família real é a principal accionista da McLaren (cujo estatuto de segunda equipa mais velha ajuda a um certo nível de prestígio).

A influência bahrenita não está para diminuir, mesmo num contexto em que o Médio Oriente possui agora mais 3 países com contratos milionários na F1, já que uma renovação até um distante 2036 foi assinada antes sequer dos testes de Inverno.

Com a ação em pista a processar-se agora sob holofotes (desde 2014) em vez do Sol escaldante, o circuito de Sakhir possui boas infraestruturas, retas amplas e pontos de ultrapassagem claros, curvas desafiantes e muitos outros ingredientes que tornam esta uma das paragens favoritas do paddock, mesmo com o “peso extra” que provas da zona costumam atrair.

Mesmo antes do fim-de-semana começar chegaram várias notícias à volta da pandemia Covid-19. Sebastian Vettel testou positivo e teve que ser substituído por Nico Hülkenberg na Aston Martin, enquanto que Daniel Ricciardo anunciou já estar apto a correr no GP depois de ter falhado os testes. A sua equipa, a McLaren, anunciou também uma nova parceria com a Google (que fez aparecer logos da Android e Chrome no seu carro).

Ronda 1 – Grande Prémio do Bahrain 2022

Expectativas enormes rodeavam a realização do primeiro Grande Prémio do ano, e o GP do Bahrain 2022 não decepcionou.

Afinal, a ausência de ritmo Mercedes não era apenas um bluff. Os carros dos alemães pareciam dar um trabalho desgraçado a Lewis Hamilton e George Russell, sendo que o primeiro referiu que faltava à equipa velocidade pura em reta, apoio aerodinâmico na traseiro e uma solução para o porpoising constante. Não foi por acaso que ambos passaram todos os dias atrás das rivais e que festejaram o inesperado pódio efusivamente.

À sua frente estavam Ferrari e Red Bull. A Ferrari pareceu desde o primeiro momento ter o melhor carro que, especialmente nas mãos de Charles Leclerc, voava baixinho. Leclerc cilindrou o colega de equipa Carlos Sainz e foi o único adversário a sério de Max Verstappen. O piloto da Red Bull quase conseguiu roubar a pole position do rival mas nem mesmo duas tentativas de undercut nas boxes conseguiram fazer mais do que meramente dar algum trabalho extra a Leclerc. O monegasco conseguiu assim regressar aos triunfos depois de 2 anos e meio, para assumir a liderança do campeonato nesta primeira ronda.

Resultado que foi complementado pelo 2º lugar de Sainz no outro carro dos italianos. Ainda assim, o espanhol não foi muito efusivo: a margem para Leclerc foi ampla e apenas conseguiu o 2º posto com o cataclisma de fiabilidade de ambos os Red Bull. Verstappen e Sergio Pérez andaram sempre a fazer de sombra de ambos os Ferrari, só que problemas de fuel pump para ambos decretaram o fim cruel das suas provas a 3 e 1 voltas, respetivamente, do fim.

Os novos motores Red Bull também se deram mal no carro de Pierre Gasly, levando o francês da AlphaTauri a abandonar perto do fim quando seguia nos pontos (ao menos o outro carro conseguiu-os). Todos estes desaires foram ótimos para a Haas: Kevin Magnussen, que se qualificara num brilhante 7º lugar, terminou a corrida em 5º no seu regresso às pistas de F1, fazendo a última classificada (sem pontos) de 2021 somar logo 10 pontos. É preciso que Mick Schumacher mostre muito mais nas próximas provas sob pena de ver a sua imagem bem beliscada…

Alfa Romeo e Alpine completaram os lugares pontuáveis, com os primeiros a mostrarem ser uma das grandes surpresas da ronda inicial (que nem a terrível partida de Valtteri Bottas estragou, depois de um ótimo 6º em qualificação) e os segundos a parecerem ter uma boa base de trabalho para manter o seu 5º lugar no mundial de construtores.

Para as clientes de motores da Mercedes, o futuro próximo parece bem negro. Os 6 últimos lugares da corrida foram sempre de Aston Martin, McLaren e Williams. A ausência de Vettel até pode ter afetado a equipa, mas Lance Stroll ter sido batido em qualificação pelo substituto Nico Hülkenberg foi vergonhoso; enquanto que a McLaren se teve que debater com más decisões estratégicas e um Daniel Ricciardo ainda a recuperar da sua doença. Já a Williams parece não ter qualquer base decente da qual operar.

Vejamos como se alinham as forças em Jeddah dentro de uma semana.

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Qualificação: 1. Leclerc \ 2. Verstappen \ 3. Sainz \ 4. Pérez \ 5. Hamilton (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Leclerc \ 2. Sainz \ 3. Hamilton \ 4. Russell \ 5. Magnussen \ 6. Bottas \ 7. Ocon \ 8. Tsunoda \ 9. Alonso \ 10. Zhou (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Leclerc (26) \ 2. Sainz (18) \ 3. Hamilton (15) \ 4. Russell (12) \ 5. Magnussen (10) —– 1. Ferrari (44) \ 2. Mercedes (27) \ 3. Haas (10) \ 4. Alfa Romeo (9) \ 5. Alpine (8)

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Corrida anterior: GP Abu Dhabi 2021
Corrida seguinte: GP Arábia Saudita 2022

GP Bahrain anterior: 2021
GP Bahrain seguinte: 2023

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Fórmula 2 (Rondas 1-2) \ Favoritos Pourchaire e Lawson começam na frente

Ainda nem tinha começado como deve ser a qualificação e já havia um piloto a passar vergonhas: Ayumu Iwasa fez pião nos segundos iniciais e ficou preso na gravilha. O japonês compensaria o erro com uma brilhante recuperação de 14 lugares para o último lugar pontuável da corrida sprint do dia seguinte. O foco de sexta, no entanto, foi a pole position do estreante Jack Doohan da Virtuosi (apesar de valer a ena destacar a Carlin, com Logan Sargeant em 4º e Liam Lawson em 6º).

A pole inversa para o sprint coube a Felipe Drugovich, que a desperdiçou. O brasileiro até recuperou bem. Pelo menos, melhor que Jake Hughes da van Amersfoort, que teve uma prova bem acidentada (culminando em ter eliminado Marcus Armstrong, com direito a Safety Car, e a ser eliminado por Clément Novalak). Ralph Boschung teve uma prova de ataque permanente, conseguindo imiscuir o seu Campos onde não corre normalmente, e ainda mais Richard Verschoor. Verschoor escapou à confusão atrás de si e foi gerindo a sua vantagem para Jehan Daruvala para dar à Trident o seu primeiro triunfo de GP2/F2 desde 2016.

Nota especial para o abandono de Théo Pourchaire com problemas mecânicos, para a boa gestão de prova da Carlin que viu os seus dois pilotos recuperarem posições na fase final de prova, e para um desentendimento tonto de qualificação na entrada do pitlane Jüri Vips e Dennis Hauger.

No domingo de feature, vimos Vips e Boschung fazerem brilhantes partidas para atingirem os dois primeiros lugares da tabela. Um Safety Car para Frederik Vesti passou e no recomeço Boschung perdem posições para Doohan, Pourchaire e Lawson, enquanto que Iwasa recuperava muitas posições. Vips fugiu na liderança mas uma paragem nas boxes desastrosa atirou-o para a cauda do Top 10, de onde ainda conseguiu recuperar muito bem até ao pódio.

As boxes foram um lugar de desastres na prova. Doohan danificou o nariz do seu Virtuosi contra Pourchaire a sair das boxes e ficou arredado da luta; Dennis Hauger e Calan Williams tentaram aproveitar um SC mais tardio (para Verschoor) e acabaram a sair das suas boxes sem uma roda, atrasando os procedimentos. Sem mais tempo para o final, Pourchaire segurou Lawson e Vips, enquanto que Marcus Armstrong fez um bom final de prova e Iwasa deitou tudo a perder.

Destaque negativo ainda para Olli Caldwell: o britânico da Campos recebeu duas penalizações distintas, uma por não ter respeitado as distâncias no recomeço pós-SC e outra por limites de pista.

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Qualificação: 1. Doohan \ 2. Pourchaire \ 3. Vips \ … \ 8. Hughes \ 9. Verschoor \ 10. Drugovich

Resultado (Sprint): 1. Verschoor \ 2. Daruvala \ 3. Lawson \ 4. Boschung \ 5. Drugovich \ 6. Sargeant \ 7. Vips \ 8. Iwasa (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Pourchaire \ 2. Lawson \ 3. Vips \ 4. Boschung \ 5. Armstrong \ 6. Drugovich \ 7. Sargeant \ 8. Nissany \ 9. Hughes \ 10. Doohan (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Pourchaire (25) \ 2. Lawson (24) \ 3. Vips (18) \ 4. Boschung (17) \ 5. Drugovich (12) —– 1. Carlin (33) \ 2. Hitech (28) \ 3. ART (25) \ 4. Campos (17) \ 5. MP (12)

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Corrida anterior: Abu Dhabi 2021 \ Rondas 22-23-24
Corrida seguinte: Arábia Saudita 2022 \ Rondas 3-4

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Fórmula 3 (Rondas 1-2) \ Vitórias francesas na primeira ronda

Com os testes liderados por estreantes, não foi exatamente surpreendente ver um deles em pole position. O que surpreendeu foi ser o argentino Franco Colapinto ao volante da equipa estreante, a van Amersfoort. Kush Maini foi outro destaque em 3º, mas acabaria desclassificado por não se ter ido pesar a meio da sessão conforme devia, enquanto que um bloqueio bem feio de Ayrton Simmons a Alexander Smolyar, tramaria ambos (Simmons com uma penalização na grelha e Smolyar com a interrupção da sua volta).

Os ART tinham-se qualificado bem (4º, 5º e 6º) mas viram Grégoire Saucy provocar um furo a Victor Martins durante a corrida sprint (que o faria perder 3 lugares para a prova feature). Foi um de vários incidentes penalizáveis: Niko Kari pôs-se em contramão depois do fim (por ter falhado a entrada nas boxes) será penalizado em 5 lugares, e Oliver Bearman liderou quase toda a prova apenas para ser penalizado em 5 segundos por exceder em demasia os limites de pista.

Arthur Leclerc reperou-se de uma qualificação desapontante para fazer várias excelentes ultrapassagens (incluíndo uma a David Vidales) e conseguiu assim terminar em 5º, Alexander Smolyar fez também uma boa progressão que culminou numa passagem para 3º sobre Zane Maloney, e Kush Maini recuperou uns impressionantes 15 lugares durante a corrida. O vencedor Isack Hadjar ascendeu de 4º a 2º com qualidade e acabaria a herdar a vitória.

Para a prova feature havia sempre a ideia no ar de que Colapinto teria dificuldade em conter os adversários mais experientes à sua frente e assim foi. A prova começou com um SC devido a incidentes vários, e pouco depois veria um SC Virtual (mais um furo sem culpa própria para Staněk, devido a Smolyar). O MP de Smolyar acabaria por não ter resposta para o ritmo do ART de Juan Manuel Correa e para o Prema de Arthur Leclerc, afundando-se depois por provocar um furo também ao vencedor da sprint (Hadjar).

Perto do final houve uma disputa entre Martins e Colapinto, que demorou o suficiente para permitir a aproximação de Leclerc (que fez uma notável de recuperação ao longo da corrida). Também Jak Crawford, Simmons, Maini e Alatalo fizeram boas recuperações, com o último a fazer uma excelente manobra contra Crawford e Vidales.

Colapinto e acabaria a perder o pódio por uma penalização de 5 segundos devido a desrespeitar os limites de pista, enquanto que Enzo Trulli sofreu uma de 10 segundos por colisão.

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Qualificação: 1. Colapinto \ 2. Staněk \ 3. Maini \ … \ 10. Vidales \ 11. Bearman \ 12. O’Sullivan

Resultado (Sprint): 1. Hadjar \ 2. Bearman \ 3. Smolyar \ 4. Maloney \ 5. Leclerc \ 6. O’Sullivan \ 7. Collet \ 8. Frederick \ 9. Correa \ 10. Vidales (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Martins \ 2. Leclerc \ 3. Saucy \ 4. Correa \ 5. Colapinto \ 6. Bearman \ 7. Crawford \ 8. Vidales \ 9. Alatalo \ 10. Frederick (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Martins (25) \ 2. Leclerc (24) \ 3. Bearman (17) \ 4. Saucy (15) \ 5. Correa (14) —– 1. ART (54) \ 2. Prema (47) \ 3. Hitech (14) \ 4. MP (12) \ 5. Van Amersfoort (10)

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Corrida anterior: Rússia 2021 \ Rondas 19-20-21
Corrida seguinte: Emilia Romagna 2022 \ Rondas 3-4

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Fontes:
F1 \ Renovação de contrato F1 Bahrain
F3 \ Penalizações Maini e Simmons
McLaren \ Parceria com Google
The Guardian \ Vettel fora





Jovens Red Bull impressionam no deserto – Testes F2/F3

4 03 2022

Com uma semana de pausa entre os dois testes da Fórmula 1, coube à Fórmula 2 e 3 entreter os fãs de automobilismo com as suas próprios sessões de pré-temporada. Realizados em Sakhir, estes testes iam sempre servir mais para verificar o nível de preparação dos pilotos das categorias que dos carros, uma vez que não haviam diferenças de chassis em relação aos últimos anos da categoria.

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Dia 1

Primeiro dia e Prema na frente. Tudo normal até aqui. Jehan Daruvala fez uso do seu estuto como um dos mais experientes na Fórmula 2 para liderar o primeiro dia de testes da temporada. O colega estreante e campeão em títula da F3, Dennis Hauger, completou o trio da frente.

Os outros dois estreantes em lugares cimeiros foram Calan Williams (algo surpreendente, considerando que a Trident não é uma grande força na F2) e Logan Sargeant (que ficou a 5 milésimas do rápido colega de equipa na Carlin, Liam Lawson).

Com mais de metade da grelha a consistir de estreantes (à boa moda da categoria), a Fórmula 3 arrancou os seus testes com grandes expectativas sobre quem seriam os elos mais fortes deste ano. A resposta acabou por ser Zane Maloney, estreante da Trident (campeã de equipas do ano passado) e campeão de F4 Britânica de 2021. Atrás dele seguia outro estreante, William Alatalo (com nacionalidade etíope e finlandesa), da Jenzer, que se mostrou bem melhor que os colegas de equipa.

A Prema fez uma das suas figuras habituais: os 3 carros ficaram no Top 10 (única a consegui-lo no primeiro dia), enquanto que a Van Amersfoort colocou os seus dois estreantes nos 10 primeiros (Franco Colapinto e Reece Ushijima) na sua estreia de F3. Uma última nota ainda para Alexander Smolyar ter que correr sem bandeira russa e Juan Manuel Correa teve um teste inconclusivo de Covid-19 (logo não participou).

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F2 – Resultado: 1. Daruvala (1m42s074) \ 2. Williams (1m42s590) \ 3. Hauger (1m42s602) \ 4. Lawson (1m43s478) \ 5. Sargeant (1m43s483)

F3 – Resultado: 1. Maloney (1m47s614) \ 2. Alatalo (1m47s783) \ 3. Crawford (1m47s799) \ 4. Staněk (1m47s854) \ 5. Colapinto (1m47s943)

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Dia 2

Na Fórmula 2 o segundo dia foi de demonstrações de excelente ritmo da Carlin. Lawson liderou por 4 décimas de segundo sobre o adversário mais próximo (um impressionante Ralph Boschung da Campos) e viu o seu colega estreante Sargeant ficar mais uma vez no Top 5. Théo Pourchaire, outro dos favoritos ao título também deu um ar da sua graça ao fazer o mesmo tempo à milésima que o 2º classificado.

O teste chegou a ser interrompido, com paragens em pista de Amaury Cordeel e Ayumu Iwasa. A Prema, por uma vez, pareceu menos impressionante mas a Virtuosi voltou a mostrar um ritmo sólido com Doohan a integrar o pelotão dos 5 primeiros.

Três carros entre os 5 primeiros colocaram a ART numa posição muito vantajosa para o segundo dia da Fórmula 3. Victor Martins liderou o assalto dos franceses, com Grégoire Saycy em 4º e o recuperado Correa em 5º. O líder absoluto foi o Hitech de Isack Hadjar, um bom prémio para uma equipa que viu o seu acionista maioritário (Dmitry Mazepin) ter que largar a equipa novamente em Oliver Oakes a meio das sanções a empresários russos pela invasão russa da Ucrânia.

A sessão (que terminou um pouco mais cedo após colisão entre Cohen e Correa) foi liderada por uma variedade de pilotos antes de assentar na sua classificação final, que viu o líder do dia anterior (Maloney) colocar-se em 6º, enquanto que pilotos mais bem cotados como Alexander Smolyar colocarem-se em posições mais condizentes com o seu talento.

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F2 – Resultado: 1. Lawson (1m41s623) \ 2. Boschung (1m42s096) \ 3. Pourchaire (1m42s096) \ 4. Sargeant (1m42s133) \ 5. Doohan (1m42s144)

F3 – Resultado: 1. Hadjar (1m47s516) \ 2. Martins (1m47s602) \ 3. Edgar (1m47s629) \ 4. Saucy (1m47s804) \ 5. Correa (1m47s834)

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Dia 3

Uma tempestade de areia ditaria que a Fórmula 2 só conseguiria correr durante a manhã em Sakhir, o que ajuda a explicar os tempos bastante elevados dos pilotos. Os MP acabariam com uma dobradinha, liderada por Felipe Drugovich, enquanto que a Carlin manteve as suas boas indicações do conjunto dos outros dias, ficando com ambos os carros no Top 5 mais uma vez (e sendo a única equipa a descer do segundo 42).

A Prema continua com força mas as dúvidas incidem sobre um dos favoritíssimos da temporada, Théo Pourchaire, que conseguiu sempre andar com bom ritmo. Os estreantes Doohan e Vesti também serão interessantes de manter debaixo de olho.

O último dia da Fórmula 3 foi uma confirmação da força da ART pelo segundo dia consecutivo, com Saucy e Martins, e o dia em que finalmente se viu a MP a mostrar alguma da sua rapidez do ano anterior, com Collet e Smolyar. O tempo mais rápido, no entanto, voltou a ir para o Hitech de Hadjar, que assim se assume como o alvo a abater para a primeira corrida sprint do ano.

A julgar pela tabela do progresso total, parece que as 5 primeiras equipas deverão ser as mesmas de 2021, mas talvez bem mais próximas umas das outras, com MP, ART e Hitech capazes de dar mais dores de cabeça à Prema e Trident.

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F2 – Resultado: 1. Drugovich (1m44s911) \ 2. Novalak (1m45s883) \ 3. Vips (1m45s978) \ 4. Lawson (1m46s114) \ 5. Sargeant (1m46s761)

F3 – Resultado: 1. Hadjar (1m47s247) \ 2. Crawford (1m447s628) \ 3. Saucy (1m47s719) \ 4. Collet (1m47s782) \ 5. Smolyar (1m47s909)

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F2 – Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1Carlin1m41s623Lawson331
2Prema1m42s074Daruvala305
3Campos1m42s096Boschung308
4ART1m42s096Pourchaire343
5Virtuosi1m42s144Doohan310
6MP1m42s273Drugovich276
7Trident1m42s297Verschoor274
8Van Amersfoort1m42s483Hughes269
9Hitech1m42s565Vips242
10Charouz1m42s729Bölükbaşı260
11DAMS1m43s083Nissany307
Sakhir \ 2-4 Março 2022

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F3 – Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1Hitech1m47s247Hadjar475
2ART1m47s602Martins497
3Trident1m47s614Maloney516
4Prema1m47s628Crawford531
5MP1m47s782Collet516
6Jenzer1m47s783Alatalo445
7Carlin1m47s918O’Sullivan470
8Van Amersfoort1m47s943Colapinto521
9Campos1m47s971Vidales494
10Charouz1m48s158Pizzi453
Sakhir \ 2-4 Março 2022




Top 5 – Fórmula 2 em 2021

18 12 2021

Foram várias as intervenções de Stefano Domenicalli e de membros da FIA sobre o facto de 2021 terem demonstrado que “a escada da F1 funcionar”, em referências às capacidades das categorios júnior da F1 conseguirem atrair pilotos talentosos para as suas corridas. Nesse quesito é inegável que têm passado muitos talentos no grid. Já no objetivo de levar os melhores para a F1…

Apenas um piloto conseguiu ser promovido em 2021. O 3º classificado do campeonato. Que tinha mais temporadas de F2 disputadas que os dois pilotos à sua frente. Guanyu Zhou foi sem dúvida competente ao longo do ano, mas seria difícil de encontrar alguém capaz de argumentar que a nível automobilístico tenha apresentado algo que Oscar Piastri e Robert Shwartzman não tenham apresentado em maior quantidade.

Estes dois últimos deram à Prema um dos títulos mais fáceis da sua história recente, sendo que o seu abandono para lugares de pilotos de testes na F1 abrirá um vácuo significativo na equipa. UNI-Virtuosi e Carlin acabaram por ver os seus pilotos demonstrarem um nível aquém do esperado. O resultado parece ser uma substituição completa das suas duplas (particularmente azarado para Felipe Drugovich, que no final do ano começou a demonstrar algum do seu ritmo de 2020).

Continuando a moda de dinamarqueses que não conseguirem cumprir as expectativas, começada por Vesti na F3, Christian Lundgaard acabou por não fazer melhor que um pódio ocasional e procurou refúgio na IndyCar. Marcus Armstrong também viu a sua movimentação para a DAMS não render mais do que uma vitória sprint (se bem que o seu azar tenha sido muito).

Liam Lawson não conseguiu mostrar o mesmo rendimento produzido no seu vice-campeonato de DTM, mas parece continuar a contar com o apoio da Red Bull (como se vê pelo teste pós-temporada pela AlphaTauri). Quem terminou a sua aventura na Fórmula 2 foi a HWA, que nunca conseguiu mostrar bons níveis de competitividade na categoria.

1 – Oscar Piastri

É difícil de apontar pilotos de anos recentes com um nível de carreira pré-F1 tão impressionante quanto o de Oscar Piastri sem referir nomes como Charles Leclerc e George Russell. Vice-campeão de F4 Britânica à primeira tentativa; campeão de Fórmula Renault Eurocup, F3 e F2 à primeira tentativa. Os números falam por si.

Em 2021 também o fazem, com 5 poles consecutivas e 6 vitórias (4 feature). Houve espaço para alguns erros nas primeiras provas do ano, como o abandono na primeira feature do ano no Bahrain, mas a grande força do australiano em 2021 pareceu residir justamente numa capacidade fora do comum na F2 para se manter fora das confusões e conduzir a grande velocidade quando tinha terreno livre para isso.

Ninguém conseguiu emergir de cada fim-de-semana de competição como destaque de maneira tão consistente quanto Piastri, o que torna ainda mais gravoso que tenha que passar 2022 a testar o Alpine sem competir com ele. Resta ver se conseguirá que a marca francesa lhe assegure um assento para 2023 na F1 e noutra categoria para 2022…

2 – Théo Pourchaire

O facto de a Alfa Romeo ter procurado resistir durante tanto tempo às exigências de contrato de múltiplos anos de Guanyu Zhou, de modo a manter as suas opções em aberto para anos futuros, diz muito sobre o quão cotado Théo Pourchaire é enquanto membro do seu programa de jovens talentos.

Campeão de Fórmula 4 ADAC em 2019, Pouchaire já se tinha tornado vice-campeão de Fórmula 3 à primeira tentativa em 2020 e, por isso, ter somado duas vitórias na estreia de Fórmula 2 (uma delas de ponta-a-ponta após pole position no Mónaco) foi tão impressionante quanto pouco surpreendente. O ritmo diabólico que foi capaz de usar, especialmente comparado com o experiente colega de equipa Christian Lundgaard, foi sempre incrível de ver.

Os naturais erros ocasionais, bem como o facto de a ART não ser uma equipa tão bem oleada quanto já foi anteriormente, não lhe permitiram ainda lutar pelo título de 2021 mas parte para 2022 como o favoritíssimo ao título de 2022. Se o conquistar almejará a estreia na F1 que Piastri não conseguiu para já.

3 – Robert Shwartzman

Promovido à condição de líder da Prema com a saída de Mick Schumacher e tendo sido o melhor russo da F2 em 2020 (na frente de Nikita Mazepin), Robert Shwartzman era o grande favorito para esta temporada e pode parecer injusto não lhe dar o mesmo 2º lugar que obteve no campeonato, mas quando a fasquia estava tão elevada fica complicado não ficar decepcionado com o 2021 do piloto.

O problema principal residiu num início cheio de tropeções. Nos dois primeiros fins-de-semana do ano ficou a zeros em metade das corridas e perdeu o comboio dos candidatos ao título. Baku e Silverstone entregaram-lhe as primeiras vitórias do ano mas apenas em sprints, nos quais as más qualificações até ajudavam. Mas de Monza em diante a história foi outra: terminou todas as corridas entre os 5 primeiros (12 provas). A ausência de mais vitórias custou-lhe mais em termos de perceção pública do que no campeonato.

Parte para 2022 conseguiu um papel de piloto de testes na Haas, cada vez mais influenciada por dinheiro russo. Que teria muito mais para demonstrar do que Mazepin é óbvio, e a sua presença no programa de jovens Ferrari é uma ajuda. Mas caso a família Mazepin decida ter uma participação mais ativa na equipa poderá ser beneficiado com um lugar que certamente merecia, dada a sua prestação nas categorias de base.

4 – Guanyu Zhou

Passemos rapidamente pelas más notícias: Guanyu Zhou parte para a Fórmula 1 em 2022 com apenas um pequeno título na F3 Asiática de 2021 (o “aquecimento” para a F3 e F2 deste ano, de certa forma), e sendo batido no campeonato pelo colega do programa de jovens da Alpine.

Posto isto, Zhou fez pleno uso das lições aprendidas em anos anteriores de F2 ao lado de Luca Ghioto e Callum Ilott em 2021, sendo dos mais regulares na maioria das corridas. Integrado na UNI-Virtuosi, estrutura considerada menos capaz que rivais como a ART e Prema, o chinês conseguiu colocar o bem-cotada novo colega de equipa (Felipe Drugovich) a um canto durante a quase totalidade das corridas, com direito a vitórias imperiais como as das feature do Bahrain e de Silverstone.

Adaptável, perspicaz e com bons apoios, Zhou terá que se fazer valer de todas estas caraterísticas para durar mais do que 1 ano na F1, com a tarefa dificultada pela presença de Valtteri Bottas no outro monolugar da Alfa Romeo. Tendo como base a sua temporada de F2, Zhou tem no seu arsenal as armas para durar.

5 – Ralph Boschung

Ralph Boschung é um caso atípico de uma carreira nas categorias de base. O suíço conta com participações semi-regulares na Fórmula 2 desde 2017, sem nunca ter feito pódios até este ano. A participação na última ronda de 2020 valeu-lhe um lugar confirmado na Campos para 2021, num ano em que a histórica equipa espanhola correu de cinzento em vez do tradicional laranjar em memória a Adrián Campos.

O fundador faleceu de forma inesperada durante o período entre as duas temporadas e deixou a estrutura com uma nítida falta de rumo. A dança das cadeiras permanente no lugar ao lado de Boschung deixou-o com a responsabilidade de manter a cabeça à tona, e foi exatamente isso que o piloto fez.

59,5 dos 66,5 pontos da Campos foram obtidos por Boschung e neste conjunto incluíram-se um fim-de-semana monegasco em que terminou entre os 6 primeiros em todas as provas e dois pódios (um deles feature) no final do ano. Em 2022 competirá na sua sexta temporada de F2, com a Campos. Mesmo estagnado na escada para a F1, Boschung fez um papel que a Campos bem lhe terá agradecido este ano.





Em 2021 até mesmo Sochi teve ação – GP Rússia 2021

27 09 2021

Regra geral no campeonato do mundo de Fórmula 1, até a pior das pistas consegue produzir corridas fenomenais pelo menos uma vez na sua história. É quase impossível ultrapassar em Budapeste, mas quando chove durante uma corrida o circuito sinuoso está no seu melhor. Em Abu Dhabi ocorrem procissões mas a maneira como Lewis Hamilton atrasou Nico Rosberg na disputa do título de 2016 foi dos espetáculos mais tensos da categoria. Baku quase só tem curvas de 90º mas o caos nunca costuma estar longe.

Já Sochi, sede do Grande Prémio da Rússia, consegue a proeza de ser uma ótima cura para a insónia sem uma única prova de destaque. Tanto a FOM como o Governo russo parecem concordar, considerando que já assinaram um contrato a começar em 2023 que mudará a sede da prova da pista do Mar Negro mais para Norte, vagamente perto de São Petersburgo, no circuito de Igora Drive.

No papel, o projeto de Sochi era um triunfo de planeamento. O projeto previa construção da aldeia olímpica para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, a reutilização do estádio construído como uma das sedes para o Campeonato do Mundo de Futebol 2018 e um circuito semi-permanente ao redor do complexo para acolher o primeiro GP da Rússia.

Vários fatores acabariam por pesar contra. O fraco entusiasmo dos pilotos com a pista, os fãs desapontados com a ausência de ultrapassagens, a excessiva proximidade a duas zonas contestadas (a Crimeia e a Abcássia) e as aparições do Presidente Vladimir Putin a meio da corrida para entregar troféus (muitas vezes nos anos iniciais em amena cavaqueira com Bernie Ecclestone) acabaram por retirar qualquer hipótese que o circuito alguma vez tivesse de singrar na categoria máximo do automobilismo. Após a edição de 2021, resta a de 2022 para deixar uma boa última impressão.

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Ronda 15 – Grande Prémio da Rússia 2021

Depois de duas semanas de intenso debate sobre as consequências do GP de Itália, a F1 chegou a Sochi com curiosidade sobre o que a Red Bull faria com a penalização de 3 lugares na grelha. Com Valtteri Bottas a liderar dobradinhas Mercedes nos dois treinos livres, a Red Bull optou por trocar o motor de Max Verstappen, misturando os 3 lugares com os lugares de penalização pela troca e partindo de último.

Verstappen aproveitou a conferência de imprensa para ridicularizar as insinuações de que não se preocupara com o estado de Hamilton, recordando que o vira a mexer no carro e que o inglês inclusive fora a uma festa nos EUA dias depois. Hamilton aproveitou no dia seguinte para referir que ainda tinha dores no pescoço após os treinos livres, depois de também ter dito que Verstappen deverá estar a sentir pressão na sua primeira luta pelo título (Verstappen negou). Assim vão as infantilidades da luta pelo título mundial…

Com a tempestade a abater-se sobre o circuito no sábado de manhã, a FIA optou por uma chuva de cancelamentos (3º treino livre, e 2º sprint de F2 e F3) com o objetivo de conseguir ter espaço para quaisquer adiamentos que permitissem a realização da qualificação. Objetivo que provou não ser muito difícil. Os aguaceiros pararam a tempo de a sessão começar à hora prevista, inclusivamente com pneus intermédios em vez dos de chuva intensa.

Com o Q1 e Q2 a desenrolarem-se de maneira previsível, com os Mercedes a mostrarem bom ritmo, mas a pista cada vez mais seca provocou um dilema para ser resolvido no Q3: deveriam os pilotos arriscar pneus slicks?

George Russell foi o primeiro a arriscar mas depressa todos os outros 9 carros o copiaram. Até aos segundos finais parecia ter sido uma má ideia. Só que nessa altura os compostos começaram a funcionar e os líderes tiveram problemas. Lando Norris fez a primeira pole position da sua carreira, com Carlos Sainz e Russell logo atrás. Hamilton, por seu turno, cometeu demasiados erros e ficou em 4º, chegando a ter feito dois piões (um nas boxes, onde perdeu a asa da frente).

O domingo traria uma sorte completamente diferente, tanto para Hamilton como para os fãs de Fórmula 1 em geral. Numa temporada em que até o soporífero circuito de Paul Ricard teve entusiasmo, em 2021 até mesmo Sochi teve ação. Com uma má partida, Hamilton penou atrás do comboio Russell durante a primeira ronda de paragens até que esta o libertou para tentar caçar Norris, sendo que ambos eram de longe os mais rápidos em pista.

Norris até perdera a liderança para Sainz nas primeiras voltas mas ultrapassou-o e passou o resto da prova a gerir a margem para o Mercedes de Hamilton. A 6 voltas do fim, mesmo com um erro, Norris parecia ter o ritmo suficiente para segurar o campeão do mundo, só que começou a chuviscar na pista russa. Ambos os pilotos foram casmurros e resolveram não montar intermédios, mas Hamilton acabou por obedecer à ordem de paragem da Mercedes, enquanto que Norris recusou os pedidos da McLaren. No final foram os alemães com razão: Hamilton triunfou com tranquilidade e Norris teve um pequeno despiste e terminou em 7º.

Com Daniel Ricciardo a mostrar melhor ritmo após a vitória em Monza e a ajudar a McLaren a salvar 12 pontos do GP, a equipa não perdeu muito terreno na luta pelo 3º lugar no mundial mas foi um golpe duro.

Quem também fez uma boa gestão de uma má situação foi a Red Bull: mesmo com a Mercedes a tentar atirar Valtteri Bottas para as últimas posições de modo a bloquear o seu avanço, Verstappen recuperou posições depressa e acertou em cheio com o timing da paragem para pneus intermédios, conseguindo ir de último a 2º e negando ao rival do título a possibilidade de beneficiar demasiado com a troca de motor, o que lhe poderá ser vital para as provas que faltam.

Sem ritmo de corrida para posições mais elevadas, Sainz começou a cair na classificação depois da primeira paragem nas boxes, mas soube escolher o momento de parar quando chegou a chuva e colheu mais um pódio. Outros pilotos que aproveitaram para compensar a falta de ritmo de corrida foram Bottas, Räikkönen e Russell que conseguiram pontuar.

Houve ainda espaço para um segundo encontro tenso dos pilotos da Aston Martin depois de Monza, com Lance Stroll mais uma vez a espremer demasiado Sebastian Vettel. Desta vez o alemão chegou a tocar no muro mas conseguiu passar à frente do canadiano.

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Resultado: 1. Hamilton \ 2. Verstappen \ 3. Sainz \ 4. Ricciardo \ 5. Bottas \ 6. Alonso \ 7. Norris \ 8. Räikkönen \ 9. Pérez \ 10. Russell (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Hamilton (246,5) \ 2. Verstappen (244,5) \ 3. Bottas (151) \ 4. Norris (139) \ 5. Pérez (120) —– 1. Mercedes (397,5) \ 2. Red Bull (364,5) \ 3. McLaren (234) \ 4. Ferrari (216,5) \ 5. Alpine (103)

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Corrida anterior: GP Itália 2021
Corrida seguinte: GP Turquia 2021

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Fórmula 2 (Rondas 16-17-18) \ Piastri imperial

Bruno Michel bem tinha visado que para 2022 se iria reavaliar o calendário de 3 corridas por fins-de-semana. Na sexta-feira a F2 e F3 anunciaram um regresso aos fins-de-semana conjuntos para 2022, com 2 corridas (tal como antes) e com a prova sprint a ocorrer antes da prova feature (tal como agora).

Sem hipóteses de correr no sábado de manhã devido à chuva, a Fórmula 2 acabou por apenas fazer uso de uma das suas provas sprint, que acabou por poder fazer uso dos pneus de piso seco mas numa pista ainda muito molhada fora da trajetória. O resultado foi uma prova em que ninguém mostrou grande disposição para lutas de posição, até porque ambos os UNI-Virtuosi não partiram depois de se terem acidentado a caminho da grelha. Essa prova acabaria vencida por Dan Ticktum, seguido de Jüri Vips e Robert Shwartzman, com destaque ainda para a boa performance de Jake Hughes no seu HWA.

Já sem temporal à mistura na prova feature, Oscar Piastri e Théo Pourchaire provaram mais uma vez porque têm sido os mais bem cotados pilotos da grelha da F2 ao tornarem a luta pela vitória numa disputa pessoal que durou a prova inteira. Piastri acabou por sair vencedor após a sua pole position (3ª seguida) e colocou mais pressão na Alfa Romeo para o assinar para a F1 em 2022, uma vez que Guanyu Zhou voltou a não se mostrar ao nível do australiano (apesar dos apoios do piloto chinês).

Daruvala e Shwartzman chegaram em 3º e 4º, respetivamente, mas parecem já ter compreendido que o sonho da F1 não se deverá concretizar. Quem sofreu na corrida foi Ralph Boschung. O piloto da Campos tem feito ótimos fins-de-semana e circulava em 5º quando um furo lhe roubou os pontos que pareciam seguros.

Agora seguir-se-á mais uma pausa de 2 meses antes das duas provas finais.

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Resultado (Sprint 1): 1. Ticktum \ 2. Vips \ 3. Shwartzman \ 4. Hughes \ 5. Pourchaire \ 6. Boschung \ 7. Lundgaard \ 8. Verschoor (Ver melhores momentos)

Resultado (Sprint 2): CANCELADO

Resultado (Feature): 1. Piastri \ 2. Pourchaire \ 3. Daruvala \ 4. Shwartzman \ 5. Ticktum \ 6. Zhou \ 7. Lawson \ 8. Verschoor \ 9. Lundgaard \ 10. Beckmann (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Piastri (178) \ 2. Zhou (142) \ 3. Shwartzman (135) \ 4. Ticktum (129) \ 5. Pourchaire (120) —– 1. Prema (313) \ 2. Carlin (225) \ 3. UNI-Virtuosi (201) \ 4. Hitech (182) \ 5. ART (163)

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Corrida anterior: Itália 2021 \ Rondas 13-14-15
Corrida seguinte: Arábia Saudita 2021 \ Rondas 19-20-21

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Fórmula 3 (Rondas 19-20-21) \ Hauger campeão na sexta, mas Trident estraga festa no domingo

Com o medo da chuva que sábado traria ao autódromo, a Fórmula 3 optou por jogar pelo seguro e na manhã de sexta-feira anunciou a antecipação da primeira corrida para o próprio dia ao final da tarde, na esperança de ocorrer uma prova seca no fim-de-semana. Com as fichas alinhadas para uma luta interessante na feature, com Jack Doohan em pole e Dennis Hauger só em 9º.

O reverso desta medalha foi que Hauger tinha grandes hipóteses de conseguir assegurar o seu título logo na primeira prova de grid inverso. E assim foi. Enquanto Hauger partiu bem e fez uso de manobras conservadoras para ir escalando posições até ao 2º lugar, Doohan envolveu-se na confusão da primeira curva e não pontuou. O título ficou com Hauger, com Helmut Marko a deixar já no ar a ideia de que após um 2022 na F2, o norueguês está em consideração para o lugar de Yuki Tsunoda na AlphaTauri.

Depois de uma temporada em dificuldades na Charouz, Logan Sargeant voltou a triunfar na F3, tendo assumido a liderança sobre Victor Martins na partida e não a largando até à bandeira de xadrez. Destaque também para a excelente ultrapassagem de Clément Novalak sobre Caio Collet nas últimas voltas e para os 2 pontos que Juan Manuel Correa conseguiu.

Com o título de pilotos decidido (e a segunda corrida cancelada pela chuva), sobrava ainda o título de equipas entre a Prema e Trident. Com os seus carros em 1º e 2º durante a grande maioria da prova, a Trident viu, apesar das suas súplicas para o contrário, Jack Doohan e Clément Novalak lutarem de faca nos dentes pela vitória. O desprazer da equipa em Doohan não ter obedecido, bem como as suas palavras no rádio, levam a crer que o australiano não deverá competir com a equipa na F2 em 2022…

De qualquer modo, os pontos foram suficientes para o título da Trident, até porque Hauger acabou por não pontuar para a Prema nesta corrida quando se acidentou com Oliver Rasmussen quando estavam envolvidos numa excelente batalha pelo 7º lugar durante vários voltas (que também envolveu Juan Manuel Correa e Victor Martins).

Agora, é preciso esperar para ver como se alinhará a grelha da F3 para 2022, sendo incerto quais os jovens que permanecerão para uma segunda tentativa de luta pelo título e quais os que tentarão dar o salto imediato para a F2.

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Resultado (Sprint 1): 1. Sargeant \ 2. Hauger \ 3. Martins \ 4. Novalak \ 5. Collet \ 6. Colombo \ 7. Leclerc \ 8. Vesti \ 9. Correa \ 10. Iwasa (Ver melhores momentos)

Resultado (Sprint 2): CANCELADO

Resultado (Feature): 1. Doohan \ 2. Vesti \ 3. Novalak \ 4. Sargeant \ 5. Crawford \ 6. Hoggard \ 7. Leclerc \ 8. Martins \ 9. Iwasa \ 10. Caldwell (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Hauger (205) \ 2. Doohan (179) \ 3. Novalak (147) \ 4. Vesti (138) \ 5. Martins (131) —– 1. Trident (381) \ 2. Prema (377) \ 3. ART (256) \ 4. MP (224) \ 5. Charouz (127)

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Corrida anterior: Holanda 2021 \ Rondas 16-17-18
Corrida seguinte: Bahrain 2022 \ Rondas 1-2

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Fontes:
Autosport \ Mudanças de formato na F2 e F3