A primeira da Maserati e a recuperação Porsche – ePrix Jakarta 2023

4 06 2023

Depois de uma pequena interrupção europeia a um calendário de 2023 particularmente internacional, a Fórmula E regressa a um país onde se estreou no ano passado: a Indonésia. A capital Jakarta recebeu desta vez uma ronda dupla, depois de ter estado como individual, no seu traçado que utiliza o subúrbio de Ancol.

O desenho do circuito citadino até nem segue os ângulos retos geralmente usados por outras pistas, caraterizada por uma longa reta da meta e secções mais sinuosas, como a das curvas 9-12 e 15, 16 e 17. Mitch Evans foi quem chegou ao país asiático como primeiro e único vencedor, tendo batido Jean-Éric Vergne e Edoardo Mortara para o fazer.

Os bastidores da organização do evento têm sido plenos em dificuldades, desde adiamentos devido à pandemia, cortes indevidos de árvores, fees pagas com valores demasiado elevadas, até várias porções do circuito terem sofrido desastres naturais (como ventos fortes a destruírem porções de bancada ou incêndios).

Nas semanas que antecederam o ePrix houve espaço para uma saída esperada e duas bem inesperadas: André Lotterer, com compromissos nas 24 Horas de Le Mans, foi temporariamente substituído na Andretti por David Beckmann; Jack Nicholls, comentador da categoria desde o seu início, viu o seu contrato terminado após uma investigação por “comportamento inapropriado” ter concluído a sua culpabilidade por incidentes ocorridos (Ben Edwards substituiu-o); e Oliver Rowland bateu com a porta na Mahindra e chegou a mútuo acordo para sair (Roberto Merhi substituiu-o).

Ronda 10 – ePrix de Jakarta (1) 2023

Fazendo uso de um traçado constantemente a levantar poeira, a Fórmula E assistiu no primeiro dos dois dias a uma prova quase pacata, considerando os usuais padrões de ultrapassagens e incidentes na categoria.

Os únicos abandonos acabaram por vir de ambos os Jaguar. Pela segunda vez este ano, Sam Bird calculou mal uma travagem e bateu em Mitch Evans, eliminando o neozelandês. Para piorar a sua situação dentro da equipa, o britânico ainda foi atrás do prejuízo tentar caçar António Félix da Costa, mas no desespero de passar fechou a porta quando não devia a Robin Frijns e acabou no muro. O briefing pós-corrida não deve ter sido fácil…

Falando em Félix da Costa, o português até fez uma boa prova de recuperação de 15º até 8º, mas já começam a ser muitas corridas em que o Porsche parte de demasiado atrás na grelha. Isto quando o colega Pascal Wehrlein continua a terminar consistentemente na frente.

Nesta corrida, aliás, foi o vencedor do ePrix, tendo conseguido ultrapassar Jake Dennis e Maximilian Günther na primeira metade da prova e na segunda defendeu-se das investidas de Dennis. Günther e o outro Maserati de Edoardo Mortara têm finalmente conseguido fazer a sua temporada verdadeiramente arrancar com pontos mais constantes (à semelhança da outra marca do grupo Stellantis, a DS Penske em 4º e 5º).

Destaque ainda para a maneira hábil como Nick Cassidy conseguiu evitar um despiste, somando pontos importantes para se manter na frente do campeonato; para Robin Frijns que conseguiu colocar a ABT nos pontos; e para a recuperação de 20º a 10º do McLaren de Jake Hughes.

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Qualificação: 1. Günther \ 2. Dennis \ 3. Wehrlein \ 4. Vergne \ 5. Vandoorne (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Wehrlein \ 2. Dennis \ 3. Günther \ 4. Vandoorne \ 5. Vergne \ 6. Mortara \ 7. Cassidy \ 8. Félix da Costa \ 9. Frijns \ 10. Hughes (Ver melhores momentos)

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Ronda 11 – ePrix de Jakarta (2) 2023

No segundo dia de ação na Indonésia, Günther aprendeu com as lições que a derrota do dia anterior lhe tinha dado. O piloto da Maserati voltou a bater a concorrência em qualificação, mas, desta vez, soube segurar os ataques de Dennis (que ainda conseguiu liderar após um período de Attack Mode) para dar à equipa italiana a sua primeira vitória na categoria (apesar de já ter ganho antes como Venturi).

O mau dia anterior de Sam Bird acabou por ter um novo capítulo no domingo, com o britânico a nem sequer partir devido a problemas mecânicos. Outro piloto que também não terá gostado nem um pouco do fim-de-semana foi Nick Cassidy, que até tinha feito bem para se manter fora de sarilhos no sábado mas perdeu a asa da frente num rival no domingo.

Tendo-se qualificado em 10º e 12º, a Nissan surpreendeu na corrida com recuperações até ao 4º e 5º lugar, numa altura em que parece inverter de forma com a cliente McLaren (que tem tido cada vez mais dificuldade em chegar aos pontos).

A Porsche concluiu um fim-de-semana positivo com 6º e 7º, ainda que Félix da Costa tenha que melhorar as suas performances em qualificação se quer almejar a algo mais do que segundo piloto de Wehrlein no que ainda falta deste ano, enquanto que Mortara garantiu uma pontuação dupla para a Maserati e Sébastien Buemi evitou que a Envision saísse sem pontos do dia.

Vale a pena ressalvar que a DS Penske pareceu perder todo e qualquer ritmo na segunda metade da prova, tendo que lutar com tudo para ainda garantir dois pontos com Vandoorne.

Os resultados de Jakarta recolocaram a Porsche no comando de ambos os campeonatos.

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Qualificação: 1. Günther \ 2. Dennis \ 3. Evans \ 4. Mortara \ 5. Vandoorne (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Günther \ 2. Dennis \ 3. Evans \ 4. Fenestraz \ 5. Nato \ 6. Wehrlein \ 7. Félix da Costa \ 8. Mortara \ 9. Vandoorne \ 10. Buemi (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Wehrlein (134) \ 2. Dennis (133) \ 3. Cassidy (128) \ 4. Evans (109) \ 5. Vergne (97) —– 1. Porsche (212) \ 2. Envision (190) \ 3. Jaguar (171) \ 4. Andretti (156) \ 5. DS Penske (139)

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Corrida anterior: ePrix Mónaco 2023
Corrida seguinte: ePrix Portland 2023

ePrix Jakarta anterior: 2022

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Fontes:
Deadline \ Jack Nicholls com contrato terminado
Grande Prêmio \ Oliver Rowland substituído por Roberto Merhi





Segunda seguida para Cassidy – ePrix Mónaco 2023

7 05 2023

É difícil explicar com a devida importância aquilo que a Fórmula E passar a usar a extensão total do circuito de Monte-Carlo representou para o prestígio da categoria durante o fim-de-semana da corrida e para o seu futuro. Longe vão os tempos em que a FE era ridicularizada por “nem sequer” conseguir cumprir o traçado inteiro do Mónaco. A presença dos monolugares elétricos no mesmo traçado que os F1 dissipou essa nuvem.

Quase sem alterações desde o seu início em 1929, o GP do Mónaco possui, ainda que seja discutível os seus méritos, o Grade 1 da FIA a nível de segurança e, mais importantemente, quase não sofreu alterações desde a primeira prova nas ruas do Principado. O facto de barreiras TecPro e de pneus serem agora aquilo que ladeia a pista, ao invés de fardos de feno é uma importante mudança, no entanto.

Com uma importante parcela da aderência dos seus carros a provir de meios mecânicos e não aerodinâmicos, a FE conseguiu fazer do Mónaco um reduto de ultrapassagens de fazer inveja a qualquer outra categoria, para além de o vencedor do ePrix merecer muitas vezes o devido destaque no review da temporada (ou não tivesse sido a única vitória do campeão Vandoorne em 2022).

De perfil sinuoso, lento e sem retas que façam uma linha reta, o Mónaco na sua versão atual tem sido um dos grandes destaques do ano para a categoria.

Ronda 9 – ePrix do Mónaco 2023

Com uma certa inevitabilidade, dadas as médias de pontuação das últimas rondas, as marcas equipadas com motores Porsche foram ultrapassadas no campeonato pelas que utilizam unidades motrizes da Jaguar, ainda para mais através da marca cliente (Envision).

A Porsche tem-se mostrado incapaz de se qualificar em posições decentes em tempos recentes, o que, mesmo com bom ritmo de corrida, tem levado Pascal Wehrlein e António Félix da Costa a terem que se imiscuir nas complexas dinâmicas das lutas de meio da tabela. Em Monte-Carlo, o primeiro ainda conseguiu salvar um ponto enquanto que Félix da Costa teve que parar com um furo a meio da corrida.

Isto, misturado com uma consistência incrível de Nick Cassidy (desde a Índia que não sai do Top 5), fez com que a liderança do campeonato mudasse de mãos. Cassidy tem sabido acertar em cheio com o timing de quando passar para a frente da corrida e de como segurar os ataques dos rivais. O neozelandês voltou a ser brilhante em ambas as tarefas, voltando a vencer uma dobradinha de neozelandeses ao aguentar os avanços de Mitch Evans. Foi também, mais relevantemente, uma dobradinha de motores Jaguar.

Jake Dennis mostrou que a Andretti ainda poderá ter uma palavra a dizer, aguentando o lugar final do pódio, seguido dos dois primeiros de qualificação (Sacha Fenestraz e Jake Hughes) que voltaram a não ter ritmo de corrida suficiente para fazer frente aos mais rápidos. Fenestraz até tinha feito pole position originalmente, mas excedeu o limite de consumo de energia e entregou esses louros a Hughes.

Dan Ticktum chegou em 6º para dar à NIO o seu melhor resultado em prova desde os tempos de Nelson Piquet Jr, numa corrida tão cheia de momentos quanto o desbocado Ticktum parece geralmente ter. O britânico chegou a estar à frente da corrida, para além de também ter perdido a paciência perto do fim e ter acertado no carro que circulava à sua frente, perdendo parte da asa dianteira e apanhando Maximilian Günther de surpresa com gravidade suficiente para o alemão ter provocado o Safety Car.

Outro alemão que provocou SC foi André Lotterer logo no início, ao passo que pilotos como Jean-Éric Vergne souberam manter-se fora de sarilhos para ascender de 22º até 7º. O seu colega Stoffel Vandoorne terminou em 9º, e Sébastien Buemi assegurou o lugar que faltava nos pontos, em 8º.

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Qualificação: 1. Hughes \ 2. Fenestraz \ 3. Nato \ 4. Günther \ 5. Ticktum (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Cassidy \ 2. Evans \ 3. Dennis \ 4. Fenestraz \ 5. Hughes \ 6. Ticktum \ 7. Vergne \ 8. Buemi \ 9. Vandoorne \ 10. Wehrlein (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Cassidy (121) \ 2. Wehrlein (101) \ 3. Dennis (96) \ 4. Evans (94) \ 5. Vergne (87) —– 1. Envision (182) \ 2. Porsche (169) \ 3. Jaguar (156) \ 4. Andretti (119) \ 5. DS Penske (115)

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ePrix Mónaco anterior: 2022





Na Alemanha só vencem neozelandeses – ePrix Berlim 2023

23 04 2023

O Aeroporto de Tempelhof já tem um lugar reservado na História do mundo, como palco da famosa ponte aérea que os norte-americanos estabeleceram em Berlim durante a Guerra Fria, mas nos últimos anos tem-se transformado num dos mais conhecidos palcos da Fórmula E, com direito a decisões de título, provas caóticas e um traçado desafiante.

Utilizado pela primeira vez em 2015, o circuito foi alterado substancialmente a partir da sua segunda edição para a configuração atual (que até já foi corrida em sentido inverso). No seu total são 2,250 km de extensão e 10 curvas que os pilotos têm que negociar, com a vantagem de que têm os muros substancialmente mais longe do que nas outras provas da FE. As desvantagens são a falta de aderência e elevado consumo de pneus do traçado abrasivo.

Como ronda dupla novamente, Berlim surge no calendário como primeira prova europeia do ano e um mês após o ePrix de São Paulo (devido a alguns cancelamentos de última hora). Antes das provas de 2023, 3 pilotos partilhavam o maior número de vitórias (2): Sébastien Buemi, Lucas di Grassi e António Félix da Costa.

Ronda 7 – ePrix de Berlim (1) 2023

A qualificação para a primeira prova alemã trouxe duas caras bem familiares para o duelo final: Sébastien Buemi e Sam Bird competiram para no final ser Buemi quem levou a melhor (tornando-se o recordista absoluto da Fórmula E).

Na partida para a corrida, no entanto, foi Dan Ticktum quem surpreendeu toda a gente ao partir de 4º cheio de vontade, passando Buemi por fora na longa primeira curva para colocar a NIO na frente. Com a sucessão de Attack Modes acabaria por perder essa liderança, mas quando a prova ia a meio ainda estava em competição. Até que se esqueceu de verificar o exterior de uma curva onde Stoffel Vandoorne já se encontrava. O resultado foi que ambos terminaram aí os seus dias, ficando a discutir acesamente na berma da estrada.

Isto gerou um período de Safety Car, que viu os dois Jaguar e Buemi disputarem a vitória após o recomeço. Buemi, que também utilizava propulsores da Jaguar, ainda continuou a fazer o seu melhor para segurar um potencial primeiro triunfo com a Envision, mas acabou por sucumbir a um ataque bem temporizado de Mitch Evans. A última volta não ajudou: Sam Bird roubou o 2º posto de forma limpa e Maximilian Günther roubou de forma aparatosa o 3º.

O resultado final foi uma dobradinha bem saborosa para a Jaguar e um primeiro pódio para a Maserati, que deve ter deixado a antiga Venturi bem aliviada (até porque Edoardo Mortara também pontuou). Pascal Wehrlein ainda conseguiu limitar os estragos, enquanto que Nick Cassidy chegou em 5º, para mais um bom resultado conjunto da Envision em 2023.

António Félix da Costa partiu de 19º mas, a 8 voltas do fim, já tinha recuperado até ao 4º posto quando uma travagem completamente falhada por Jake Dennis atirou o homem da Andretti em cheio contra o Porsche do português e lhe terminou a prova.

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Qualificação: 1. Buemi \ 2. Bird \ 3. Vandoorne \ 4. Ticktum \ 5. Dennis (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Evans \ 2. Bird \ 3. Günther \ 4. Buemi \ 5. Cassidy \ 6. Wehrlein \ 7. Vergne \ 8. Lotterer \ 9. Mortara \ 10. Rowland (Ver melhores momentos)

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Ronda 8 – ePrix de Berlim (2) 2023

Com piso molhado até ao final de qualificação, a segunda prova de Berlim trouxe como surpresa o facto de a ABT ter conseguido fechar a primeira linha da grelha para o ePrix, com o experiente Robin Frijns a vencer o colega de equipa Nico Müller na final. O tempo seco, no entanto, acabou por significar que os monolugares alemães começaram a cair ao longo da prova até que apenas Müller conseguiu pontos em 9º.

Fazendo uso do ritmo do seu Envision, acabou por ser Nick Cassidy quem conseguiu vencer em Berlim, depois de reclamações bem sonoras no rádio contra Buemi durante a qualificação. O neozelandês (mais uma triunfar na Alemanha em 2023) terminou na frente de alguém que precisava de compensar a sua terrível primeira prova: Jake Dennis.

A completar o pódio chegou Jean-Éric Vergne da DS Penske, que parece estar a ganhar embalo para o seu ritmo dos anos recentes Techeetah. Evans voltou a somar pontos importantes para se aproximar da luta pelo título, enquanto que os Porsche voltaram a fazer uma pontuação dupla em território caseiro.

A Maserati conseguiu pontuar pela segunda prova seguida, cortesia de Günther, enquanto que Ticktum compensou um pouco o disparate de sábado ao amealhar o último lugar pontuável de domingo.

De destacar ainda a interrupção momentânea da partida devido a protestantes que entraram em pista e tentaram interromper os procedimentos, apesar de terem sido corridos do traçado com alguma rapidez pelos seguranças. Os protestantes pelo clima conseguiram a proeza de interromper um evento de veículos elétricos que se orgulha do seu estatuto carbon neutral

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Qualificação: 1. Frijns \ 2. Müller \ 3. Buemi \ 4. Vergne \ 5. Evans (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Cassidy \ 2. Dennis \ 3. Vergne \ 4. Evans \ 5. Félix da Costa \ 6. Günther \ 7. Wehrlein \ 8. Vandoorne \ 9. Müller \ 10. Ticktum (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Wehrlein (100) \ 2. Cassidy (96) \ 3. Vergne (81) \ 4. Dennis (80) \ 5. Evans (76) —– 1. Porsche (168) \ 2. Envision (153) \ 3. Jaguar (138) \ 4. DS Penske (107) \ 5. Andretti (103)

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Os imparáveis Dennis e Wehrlein – ePrix Diriyah 2023

28 01 2023

Fora da etapa de abertura do campeonato pela primeira vez em dois anos, não foi necessário esperar muito após a primeira ronda para que a etapa saudita da época fizesse a sua aparição como ronda dupla. Localizada em Diriyah, nas redondezas da capital Riade, a pista foi a primeira prova noturna da história da FE a partir de 2021, conferindo-lhe um talismã de atração.

Circuito desafiante e com amplas possibilidades de ultrapassagem, Diriyah tem sido utilizado pela Arábia Saudita como parte da sua estratégia de limpeza de imagem internacional através do desporto. Aliás, também presente na grelha de partida a partir desta temporada está a McLaren com o patrocínio da Neom (projeto turístico saudita), como prova deste investimento.

Em termos de ação em pista, esta processa-se num circuito com 2,5 km e 21 curvas, que atravessa uma área com património mundial da UNESCO e que por isso contou com cuidados especiais na idealização do projeto. Alterações adicionais foram introduzidas em 2018.

Sam Bird permanece como o maior vencedor da história deste ePrix (com duas), sendo que os mais recentes vencedores antes da prova eram Nyck de Vries e Edoardo Mortara. Kelvin van der Linde assumiu o lugar de Robin Frijns na ABT Cupra, uma vez que o holandês ainda está a recuperar do seu pulso partido da primeira ronda.

Ronda 2 – ePrix de Diriyah (1) 2023

Numa sexta-feira, e logo com grandes dificuldades para os fãs e assistir ao vivo, verificou-se mais uma vez uma performance absolutamente genial dos carros equipados com motores da Porsche. Jake Dennis (Andretti) e Pascal Wehrlein (Porsche) não chegaram aos quartos de final da qualificação por uma mistura de fatores, mas a maneira incrível como foram ultrapassando a concorrência durante a prova significou que ambos voltaram a terminar entre os dois primeiros (mas agora por ordem inversa, com Wehrlein a triunfar).

O outro Porsche de António Félix da Costa acabou por ser uma das vítimas inocentes de uma travagem brusca de Mitch Evans, ficando sem a asa dianteira e tendo que parar nas boxes.

O pole Sébastien Buemi conseguiu puxar o seu Envision até ao topo da qualificação, mas acabou por não conseguir deixar escapar à justa o pódio, perdendo o 3º lugar para o Jaguar de Sam Bird. Jake Hughes, que Buemi derrotou na final, caiu ainda mais baixo para 8º (atrás do colega McLaren René Rast em 5º).

Já Dan Ticktum, que brilhou nos treinos e qualificação, acabou por não conseguir manter o seu NIO 333 nos pontos, suspeitando-se que a performance de longo curso dos chineses ainda deixa muito a desejar.

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Qualificação: 1. Buemi \ 2. Hughes \ 3. Bird \ 4. Ticktum \ 5. Rast (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Wehrlein \ 2. Dennis \ 3. Bird \ 4. Buemi \ 5. Rast \ 6. Cassidy \ 7. Vergne \ 8. Hughes \ 9. Lotterer \ 10. Evans (Ver melhores momentos)

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Ronda 3 – ePrix de Diriyah (2) 2023

Se a primeira prova de Diriyah tinha trazido uma recuperação de grande nível de Wehrlein e Dennis, a segunda trouxe precisamente a mesmíssima coisa. As unidades motrizes da Porsche somam assim três dobradinhas consecutivas e os dois pilotos prosseguem o seu distanciamento face aos rivais na luta pelo título.

Sam Bird quase que repetiu o pódio de sexta-feira, mas acabou por se quedar por 4º, logo atrás do primeiro pódio da McLaren cortesia de Rast. Já o outro McLaren teve um dia bem mais interessante: Hughes colocou o seu carro em 1º lugar na qualificação, acabando por perder a liderança face à concorrência ao longo da prova antes de perder energia a caminho da reta, perdendo algumas posições extra e inadvertidamente atrasando o Jaguar de Evans (literalmente, preso atrás dele).

Buemi prosseguiu a sua melhoria de forma de 2023, acabando com o seu Envision / Jaguar mesmo na frente do Jaguar de Evans e do Nissan (a sua antiga equipa) de Sasha Fenestraz.

A Maserati conseguiu abrir a sua conta de 2023 finalmente, através de Edoardo Mortara e a NIO 333 fez o mesmo com Dan Ticktum. Já Félix da Costa qualificou-se em 17º e ainda recuperou 6 posições, terminando mesmo à beira de pontos.

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Qualificação: 1. Hughes \ 2. Evans \ 3. Rast \ 4. Buemi \ 5. Wehrlein (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Wehrlein \ 2. Dennis \ 3. Rast \ 4. Bird \ 5. Hughes \ 6. Buemi \ 7. Evans \ 8. Fenestraz \ 9. Mortara \ 10. Ticktum (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Wehrlein (68) \ 2. Dennis (62) \ 3. Buemi (31) \ 4. Bird (28) \ 5. Hughes (27) —– 1. Andretti (76) \ 2. Porsche (74) \ 3. McLaren (53) \ 4. Envision (41) \ 5. Jaguar (39)

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ePrix Diriyah anterior: 2022





Dennis abre a conta – ePrix Cidade do México 2023

15 01 2023

Aos poucos a Fórmula E começa a voltar a antecipar o seu início de temporada. Este ano coube à Cidade do México a honra de abrir a temporada, depois de nos últimos antes ter sido em terras sauditas. A pista utilizada foi a que tem sido invariavelmente usada pelo México desde a sua entrada na categoria, com secções apertadas a serem misturadas com o Autódromo Hermanos Rodríguez.

O autódromo da capital deriva o seu nome dos irmãos piloto do país, que faleceram em pista e foram os mais bem-sucedidos mexicanos no automobilismo até Sergio Pérez, e que em 1993 recebeu obras extensivas que permitiram o regresso de corridas de renome mundial ao território mexicano.

Tradicionalmente a altitude elevada da capital mexicana traduz-se em maiores velocidades de ponta dos carros, uma vez que a menor resistência do ar faz a sua parte. Isto acaba por dificultar um pouco as ultrapassagens, se bem que a Fórmula E raramente necessite de motivos extra para apimentar provas, tendo já visto Lucas di Grassi vencer uma prova na aceleração para a última curva em 2018-19 quando Pascal Wehrlein perdeu a energia.

Ronda 1 – ePrix da Cidade do México 2023

Era difícil perder a oportunidade de saber como se alinharia a nova ordem da Fórmula E, mas a qualificação do evento da Cidade do México trouxe uma cara bem familiar ao topo. Lucas di Grassi, em estreia pela Mahindra, autor de várias pole positions antes de 2023, retomou o seu lugar no topo da grelha de partida ao vencer o Andretti de Jake Dennis na final da qualificação. Infelizmente para o brasileiro, segurar os adversários em corrida foi bem mais difícil.

Dennis fez uso da boa forma da sua equipa e da sua fornecedora de motores (a Porsche, que teve os seus 4 carros no Top 10 ao longo de todo o fim-de-semana) para superar di Grassi em pista e fugir na frente da prova. O britânico tem andado em ascendente nos últimos anos e conseguiu controlar os avanços de Pascal Wehrlein pelo pelotão com uma aparente facilidade.

Wehrlein recuperou de 6º a 2º ao longo da prova, tal como o outro Porsche de António Félix da Costa que subiu de 9º a 7º. André Lotterer, no segundo Andretti, também esteve em grande nível durante o sábado, chegando a aplicar uma consistente e implacável pressão sobre o McLaren de Jake Hughes que lhe deu o 4º lugar nas voltas finais.

Não que Hughes tenha deixado algo a desejar. Em estreia na categoria, o inglês pareceu exausto após a prova, mas mostrou o melhor que a McLaren tem para dar na FE na sua primeira corrida de sempre na categoria, segurando pilotos bem mais experientes como Sébastien Buemi ou Félix da Costa.

A Envision conseguiu ficar mesmo à frente da equipa principal (a Jaguar), com Buemi e o colega de equipa (Nick Cassidy) a sobreporem-se ao Jaguar principal de Mitch Evans. Com o último lugar pontuável ficou o DS Penske do campeão em título, Stoffel Vandoorne, demonstrando que não chega o apoio da DS para elevar a diminuta estrutura ao topo da tabela. Também a Maserati sofreu no circuito mexicano para atingir performances ao nível das de 2022.

Marcada por diversos momentos de Safety Car, a corrida começou logo com um devido a um acidente entre Robin Frijns e Norman Nato. Frijns abandonou no local e Nato arrastou-se até às boxes para abandonar. O impacto não parecera demasiado forte, mas Frijns infelizmente partiu o seu pulso com gravidade suficiente para necessitar de cirurgia corretiva.

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Qualificação: 1. di Grassi \ 2. Dennis \ 3. Hughes \ 4. Lotterer \ 5. Ticktum (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Dennis \ 2. Wehrlein \ 3. di Grassi \ 4. Lotterer \ 5. Hughes \ 6. Buemi \ 7. Félix da Costa \ 8. Evans \ 9. Cassidy \ 10. Vandoorne (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Dennis (26) \ 2. Wehrlein (18) \ 3. di Grassi (18) \ 4. Lotterer (12) \ 5. Hughes (10) —– 1. Andretti (38) \ 2. Porsche (24) \ 3. Mahindra (18) \ 4. McLaren (10) \ 5. Envision (10)

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ePrix Cidade do México anterior: 2022

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Fonte:
FE \ Frijns parte pulso





Muitas incógnitas na Gen 3 da Fórmula E

7 01 2023

Já são três temporadas consecutivas em que as temporadas de Fórmula E, que deveriam incluir dois anos do calendário, incluem apenas um único ano. A pandemia provocou o caos na logística da categoria elétrica e os estragos ainda se notam na idealização do calendário. Ainda não foi este ano que se viu a temporada 2022/23. O que deve ter sido motivo para grandes festejos, dado o nascimento difícil dos novos carros de FE, os Gen 3.

Uma sessão de pré-temporada em Valência nem sempre revela demasiado, uma vez que se trata de um tipo de circuito que os monolugares raramente enfrentam durante a temporada. Desta vez, no entanto, serviu para dar um alerta geral às equipas: a fiabilidade dos novos modelos está pelas ruas da amargura…

Para além das preocupações gerais com quantos carros conseguirão de facto chegar ao fim da prova da Cidade do México, os pilotos têm reportado que a potência extra e menor peso não se estão a traduzir em ganhos significativos de performance (para já) e, mais grave, já ocorreram alguns incidentes em pista de impactos fortes (para grande irritação de pilotos como Sébastien Buemi).

Nem tudo são más notícias. Estruturas novas entrarão em ação este ano, com apoios oficiais de construtoras automóveis, as credenciais verdes da categoria não param de subir, há duplas de pilotos extremamente interessantes, e uma margem de progressão potencialmente grande no que toca a desbloquear o potencial dos novos monolugares (e dos novos pneus Hankook).

A Mercedes saiu e agora?

Costuma ser incomum ver um piloto de automobilismo abandonar a categoria no ano a seguir a conquistar o título, mas ainda mais incomum é que uma equipa inteira abandone a competição como bicampeã em título.

A estrutura da equipa alemã não saiu propriamente por vontade própria, tendo que ceder o seu espaço na grelha por vontade da casa-mãe de Estugarda. Os seus dois pilotos sumiram-se (o campeão de 2022, Vandoorne, para a DS Penske e o campeão de 2021, de Vries, para a F1), mas Ian James, o chefe da equipa, pareceu decidido a não ter o mesmo fim que a Audi na FE. Negociando com a McLaren e o projeto Neom (da Arábia Saudita), James conseguiu transformar-se numa equipa cliente (os propuslores foram contratados à Nissan) e conseguiu os serviços de pilotos como René Rast e Jake Hughes para solidificar o projeto.

A recompensa por estes esforços é que a McLaren se apresentou como uma das equipas que mais impressionaram na curta sessão de testes de Valência, andando pelos lugares da frente e com uma quilometragem de fazer inveja às outras equipas. Resta ver como lidarão com não terem a vantagem das melhores unidades de potência ao seu serviço.

Como se comportarão os dragões, tridentes e estreantes?

Não é só a McLaren a aparecer de cara lavada em 2023.

Aparecendo como equipa privada que incomoda as de fábrica ao longo dos últimos anos, foram poucas as pessoas que não tenham ficado com uma forte expectativa de ver o que a antiga Venturi conseguiria fazer nesta transformação para estrutura oficial da Maserati (grupo Stellantis). A avaliar pelos testes de Dezembro, há razões de sobra para as rivais se preocuparem. Os italianos não só contaram com o sempre excepcional Edoardo Mortara no seu nível habitual, como ainda viram Maximilian Günther a mostrar que a sua forma no ano passado na Nissan não era motivo para preocupação.

Outra estrutura que parece não ter perdido nada com as mudanças foi a “vizinha” da Stellantis, a DS. Campeã durante 2 anos com a Techeetah, a marca francesa mudou-se para a Dragon Penske do fundo da grelha para a formar uma DS Penske que conseguiu atrair dois campeões de Fórmula E: Jean-Éric Vergne e o atual campeão, Stoffel Vandoorne. Quase nada da antiga equipa americana parece sobrar, resultando numa pré-temporada bem conseguida.

Finalmente, depois de um ano fora de competição, a ABT decidiu regressar à categoria elétrica do zero. Habituada a ser a estrutura oficial da Audi, a equipa alemã teve de se contentar desta vez em ser uma mera cliente da Mahindra, ainda que até neste ponto já tenham os olhos no futuro: a Cupra (Seat) será patrocinadora e possivelmente uma eventual fornecedora de motores. Aos comandos dos ABT andarão o consistente Robin Frijns e a incógnita Nico Müller.

Jaguar e Porsche tentam o salto definitivo

Não deixa de ser curioso que a Jaguar continue a vários níveis com a imagem de ainda não se ter juntado ao grupo das grandes estruturas da Fórmula E, quando já são alguns anos consecutivos a vencer provas na categoria e dois em que tem lutado pelo título. Das poucas equipas que não alteraram quase nada na sua estrutura para 2023, a marca britânica espera dar o passo final. Para isso conta com o piloto com mais vitórias de 2022, Mitch Evans, e espera contar com o Sam Bird confiante que esteve desaparecido nos últimos doze meses.

Pela primeira vez contarão com uma equipa cliente nas suas fileiras, tendo assinado com a Envision (depois de um longo relacionamento destes com a Audi). A Envision tem perdido algum do seu brilho de equipa da frente em anos recentes, assim como a sua ótima dupla Bird-Frijns. Mas nem tudo são más notícias: Nick Cassidy continua na equipa com que triunfou no ano passado, e o campeão Sébastien Buemi mudou de ares para recuperar a sua forma.

Já os motivos pelos quais a Porsche ainda não foi considerada uma equipa da frente não são difíceis de descortinar. Habituada a entrar numa competição e não demorar quase tempo nenhum até vencer, a Porsche apenas venceu pela primeira vez em 2022 e depois caiu de forma. Com os novos regulamentos deste ano, os alemães contam ajudar Pascal Wehrlein e o novo recruta António Félix da Costa a lutar pelos lugares cimeiros.

André Lotterer, que tinha até ao ano passado integrado a equipa, optou por se juntar a Jake Dennis na Andretti (fornecida agora pela Porsche). Os americanos têm conseguido lidar bem com a passagem de equipa oficial para equipa cliente, de tal forma que provaram a sua mais-valia para a Porsche. O que deixa no ar a ideia, conseguirão eles assumir o papel de estragar a festa à equipa principal (à semelhança da Venturi com a Mercedes).

A fugir ao fundo

Sendo verdade que as performances das novas unidades motrizes da Nissan não poderão ser questionadas, uma vez que a McLaren tem feito boa figura nos testes, perduram muitas dúvidas quanto à estrutura da equipa principal dos japoneses (principalmente desde que a DAMS abandonou os comandos ao grupo Renault). Quebrando por completo com o caminho que vinha a ser trilhado desde o início, a equipa apostou numa dupla completamente diferente para 2023, com Norman Nato (que já mostrou flashes de velocidade na categoria) e Sacha Fenestraz (que se estreará a tempo inteiro na FE, depois de ter mostrado muito valor nas categorias de promoção japonesas).

As capacidades de ambos os pilotos não estão em questão para este ano, já a habilidade de ambos para fazer ressuscitar o projeto Nissan na Fórmula E poderá ser mais complexo.

Quem não deverá contar com preocupações neste quesito é a Mahindra, que assinou com o campeão Lucas di Grassi no seu ataque às novas regras (onde se juntará à contratação do ano passado, Oliver Rowland). A equipa indiana tem procurado (com ocasional sucesso) ser produtora dos seus próprios motores de forma a ameaçar as grandes construtoras e tem vindo a aumentar as suas aspirações (como se vê pelo fornecimento à ABT). Resta ver se terão orçamento para aguentar estes desejos.

Tendo em conta tudo isto, parece difícil que não seja a NIO 333 a mais séria candidata ao fundo da grelha. A “prata da casa” que era Oliver Turvey não continuou a sua presença, mantendo-se antes Dan Ticktum (que terá internamente somado alguns pontos ao longo de 2022) com a adição de Sérgio Sette Câmara. Apesar de a qualidade de ambos não ser questionável, no contexto da Fórmula E não mostraram ainda o suficiente para poderem ser considerados pilotos de topo. Juntando a isto os baixos quilómetros acumulados em Dezembro, parece difícil que a equipa ambicione muito mais do que tem vindo a conseguir.

A nova cara da Fórmula E

Já é tradição que uma temporada de Fórmula E só esteja verdadeiramente definida quando a última corrida se avizinha, e 2023 traz mais do mesmo. As adições da Cidade do Cabo e Hiderabade tiveram os seus traçados oficiais por oficializar até menos de um mês de se realizarem as suas provas. As diversas tentativas de realizar provas em território chinês continuam a redundar em fracasso devido às políticas Covid do Governo do país. As provas de Nova Ioque tiveram que ser substituídas por uma ronda em Toronto devido a expansões nos terminais do ferry.

O resultado é um calendário com 16 em vez de 18 corridas como originalmente projetado, mas com ainda mais rondas duplas que as que idealmente gostariam.

Restando ainda ver os efeitos práticos dos novos monolugares na primeira prova do ano, sabemos já a nova imagem da Fórmula E num sentido literal, com o novo logotipo apresentado no final de 2022, que simboliza muitas das mudanças que a categoria tem feito para se legitimar (e cujo principal expoente é o fim do Fan Boost).

Para 2023, as incógnitas são muitas. Veremos quem sairá por cima na próxima semana na Cidade do México.





As primeiras do ano – e-Prix Nova Iorque 2022

18 07 2022

Local de paragem obrigatória no calendário da Fórmula E desde 2017 (com a exceção de 2020, devido à pandemia), o circuito de Brooklyn foi um dos compromissos entre proximidade à famosa cidade americana e um afastamento em relação ao caótico centro da cidade.

Com outras categorias como a F1 e a IndyCar interessadas em chegar a acordo com Nova Iorque, o facto de ter sido a FE a primeira a chegar a acordo com a cidade para organizar uma corrida foi um golpe publicitário significativo para uma categoria com meros anos de existência.

O maior vencedor em terras norte-americanas é Sam Bird, que triunfou na primeira edição (em ambas as provas) e na mais recente, sendo que Maximilian Günther foi outro piloto a triunfar no circuito em 2021. Tendo em conta as recentes sortes dos dois na temporada de 2022, qualquer teria repetido a façanha de bom grado…

Ronda 11 – e-Prix de Nova Iorque (1) 2022

Se há piloto que bem pode agradecer uma sorte enorme na etapa 11 da Fórmula E, esse piloto é Nick Cassidy. Nem sempre com a sorte do seu lado este ano, o neo-zelandês da Envision brilhou na pista de Nova Iorque e conseguiu suplantar rival após rival em qualificação para fazer a sua primeira pole position do ano.

Saíndo do primeiro lugar da grelha, o piloto viu o veloz candidato ao título Stoffel Vandoorne ser ultrapassado na partida por Lucas di Grassi e Sébastien Buemi, cujos monolugares, não sendo tão velozes quanto os Mercedes, serviram de tampão ao progresso de Vandoorne e protegeram a retaguarda de Cassidy. Como se este golpe de sorte não bastasse, Cassidy, quando a chuva caiu com toda a força no final, foi um dos vários acidentados mas beneficiou de uma bandeira vermelha (sem recomeço de corrida) para manter a sua vitória (a primeira da carreira).

Di Grassi acompanhou-o no pódio, sendo o mais elevado dos Venturi devido à má qualificação do mais eficaz colega de equipa, assim como o outro Envision de Robin Frijns, visivelmente descontente por já acumular dois anos de quase-vitórias para ver o companheiro ser quem triunfa.

De cabeça no campeonato, Vandoorne acumulou uma boa quantia de pontos, já que Jean-Éric Vergne e Mitch Evans não pontuaram (vítimas das chuvas inesperadas da qualificação).

Destaque ainda para o impressionante 5º lugar de Sébastien Buemi, que manteve o Nissan em posições mais elevadas que as que realmente merecia, e para uma corrida sem problemas (por uma vez) para o Porsche de Pascal Wehrlein.

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Qualificação: 1. Cassidy \ 2. Vandoorne \ 3. di Grassi \ 4. Wehrlein \ 5. Buemi (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Cassidy \ 2. di Grassi \ 3. Frijns \ 4. Vandoorne \ 5. Buemi \ 6. Wehrlein \ 7. Bird \ 8. de Vries \ 9. Mortara \ 10. Dennis (Ver melhores momentos)

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Ronda 12 – e-Prix de Nova Iorque (2) 2022

Com sorte abundante na primeira corrida em terras americanas, Cassidy sofreu a bom sofrer na segunda corrida. Tendo atingido o feito notável de obter uma segunda pole consecutiva, o piloto da Envision recebeu (enquanto dava uma entrevista com António Félix da Costa que derrotara na final) a notícia de que a substituição de componentes no seu carro após o acidente lhe custaria ter que partir de último.

Herdando esse primeiro lugar, Félix da Costa (que abandonara no sábado) agarrou a oportunidade com ambas as mãos e venceu quase de ponta a ponta. Para isso o homem da DS Techeetah beneficiou de ter Alexander Sims a servir de bloqueio para o rápido Stoffel Vandoorne logo atrás durante boa parte da prova. Mesmo com a pressão forte nas voltas finais, o português conseguiu segurar a posição e tornar-se o primeiro piloto da equipa a vencer em 2022. Irónico, considerando que é colega de equipa dele quem luta pelo título…

Os Dragon Penske ainda se tinham qualificado muito bem (ambos no Top 10) mas foram incapazes de segurar os carros mais rápidos e caíram para fora dos pontos. Já Mitch Evans fez uma ótiuma passagem por fora nas voltas finais sobre Sims (que anunciou antes do fim-de-semana que abandonará no próximo ano a categoria para se dedicar a endurance) para garantir o 3º lugar.

As últimas voltas também trouxeram abandonos para di Grassi, Vergne e Askew.

Com isto, Vandoorne recuperou a liderança do campeonato quando faltam apenas 4 corridas para o fim, enquanto que Vergne se afastou um pouco do comboio de perseguição ao belga composto por Mortara e Evans. Para Félix da Costa e Cassidy, chegaram as primeiras vitórias do ano. Nos construtores, Mercedes, Venturi e Techeetah estão bem coladas e com hipóteses quase iguais de chegar ao título.

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Qualificação: 1. Félix da Costa \ 2. Sims \ 3. Lotterer \ 4. Sette Câmara \ 5. Vandoorne

Resultado: 1. Félix da Costa \ 2. Vandoorne \ 3. Evans \ 4. Sims \ 5. Bird \ 6. Frijns \ 7. de Vries \ 8. Dennis \ 9. Lotterer \ 10. Mortara (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Vandoorne (155) \ 2. Mortara (144) \ 3. Evans (139) \ 4. Vergne (128) \ 5. Frijns (104) —– 1. Mercedes (238) \ 2. Venturi (228) \ 3. DS Techeetah (228) \ 4. Jaguar (186) \ 5. Envision (151)

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Corrida anterior: e-Prix Marraquexe 2022
Corrida seguinte: e-Prix Londres 2022

e-Prix Nova Iorque anterior: 2021





O que sabemos da Fórmula E 2022/23

11 05 2022

Enquanto a sua temporada atual continua a fazer uso da Geração 2 de monolugares elétricos, a Fórmula E prepara o grande passo que a sua Geração 3 representará para o futuro da categoria. Especificamente, com uma apresentação nos dias antes do e-Prix do Mónaco.

Em termos simples, a nova geração trará melhorias a nível de: potência, com um motor elétrico de 350 kW (e regeneração a mais do dobro, com 600 kW); peso e tamanho, com menos 60 kg no total e redução de 15 cm de comprimento (e 7 cm de largura); carregamento rápido das baterias, que se acredita ser 4 vezes superior aos carregadores de mercado; e pneus de materiais reciclados, com o novo fornecedor Hankook.

Em termos mais completos:

Gen 1Gen 2Gen 3
Comprimento5,32 m5,16 m5,016 m
Largura1,78 m1,77 m1,70 m
Peso (com piloto)920 kg900 kg840 kg
Potência200 kW250 kW350 kW
Regeneração100 kW250 kW600 kW
Velocidade máxima225 km/h280 km/h322 km/h
TraçãoTraseiraTraseiraDianteira e Traseira

O Gen 3 já completou mais de 5600 km de testes, incluíndo testes das equipas ao novo carro numa data a anunciar.

Quem é quem

Os abandonos de Audi, BMW e Mercedes abriram a porta a um fenómeno pouco usual na FE: o aumento da quantidade de equipas clientes.

As equipas serão 12 (a Abt anunciou o seu regresso depois de ter saído com a Audi em 2021) e parece que de entre as marcas automóveis envolvidas nenhuma fornecerá mais do que 2 estruturas ao mesmo tempo.

O abandono da Mercedes parece ir levar a uma aquisição da estrutura da parte da McLaren, que por sua vez terá alegadamente já garantido o fornecimento de propulsores da Nissan. A marca japonese já garantiu também a continuação da sua equipa de fábrica, agora completamente adquirida à DAMS.

Envision e Andretti, que ficarão sem os seus fornecedores atuais no final deste ano, já asseguraram a sua presença como equipas cliente para 2023, chegando a acordos com Jaguar e Porsche, respetivamente (no último caso ainda falta confirmação). Qualquer uma das duas marcas automóveis também já garantiram a presença das suas equipas de fábrica, também.

A novata Maserati já chegou a acordo com a Venturi (atual cliente da Mercedes) para 2023, com uma situação mais parecida à da DS e Techeetah atualmente. Falando na Techeetah, a DS já tratou de esclarecer que terminará o seu envolvimento com a equipa chinesa (muito por culpa das constantes dúvidas sobre a sua saúde financeira) para se aliar à pouco competitiva Dragon Penske (que parará de fabricar os próprios motores). A Techeetah permanece sem planos claros para o futuro.

Por último, a Mahindra e a NIO continuarão a produzir unidades para si próprias e sem clientes.

Marca AutomóvelEquipas
DSDragon Penske
JaguarJaguar
Envision
MahindraMahindra
MaseratiVenturi
NIONIO
NissanNissan
McLaren?
PorschePorsche
Andretti?
?Abt
Techeetah

A dança das cadeiras

Neste quesito ainda se sabe muito pouco, uma vez que, ao contrário da Fórmula 1, as equipas de Fórmula E gostam de anunciar os seus planos neste campo já bem depois de ter terminado a temporada anterior.

Só que, pouco caracteristicamente, até se sabe alguma coisa sobre o que aí vem na categoria.

Na Jaguar a dupla atual de Mitch Evans e Sam Bird já está confirmada para 2022/23, enquanto que na futura DS Dragon Penske a dupla de pilotos será de Jean-Éric Vergne (fiel ao grupo DS, até por integrar a equipa Peugeot em Le Mans) e Stoffel Vandoorne (que “foge” da futura compra McLaren à Mercedes). O outro piloto Mercedes, Nyck de Vries, poderá estar de saída da categoria para o WEC (Toyota).

A Porsche (neste caso ainda sem confirmação, mesmo oficiosa) deverá anunciar no Verão a manutenção de Pascal Wehrlein e a substituição de André Lotterer por António Félix da Costa. Félix da Costa não terá gostado de ficar de fora do programa Le Mans da Peugeot, deixando assim a Techeetah sem pilotos nem fornecedor de motores para 2022/23…

Os e-Prix

Como se sabe, a Fórmula E nunca foi muito boa a apresentar com antecedência o seu calendário de competição e este ano não é uma exceção.

Provavelmente, os dirigentes da categoria já ficarão felizes se conseguirem correr nas pistas que anunciarem oficialmente, algo que não tem sido possível nos dois últimos anos (marcados por rondas duplas e e-Prix cancelados).

Ainda assim, alguns circuitos têm já contratos. Alguns já são “prata da casa”, tal como Diriyah e Roma; outros vão regressar depois de uma ausência, tal como Paris; e outros são inteiramente novos, tal como São Paulo, Hiderabade, Cidade do Cabo ou Vancouver.

Todos estes são os que têm contrato, se bem que provas como o Mónaco, México, Nova Iorque ou Londres deverão marcar presença novamente com toda a certeza.

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Fontes:
Autosport \ Especificações Gen 3
The Race \ Especificações Gen 3
The Race \ Movimentações de pilotos





Vandoorne segura o ascendente de Evans – e-Prix Mónaco 2022

30 04 2022

Em 2022 a Fórmula E regressa ao circuito do Mónaco com a tranquilidade de quem teve a sua melhor corrida da temporada de 2021 no principado. O e-Prix do ano passado foi um excelente golpe publicitário para uma categoria que costumava ser motivo de chacota por não usar o traçado completo (desde 2021 já usa) e que tinha chegado a Monte-Carlo depois de uma exibição triste em Valência. Para este ano esperava-se mais uma frenética e competitiva luta pela vitória.

Tendo-se popularizado como a jóia da coroa da F1, a pista do Mónaco é dos raros exemplos de circuitos que quase não sofreram alterações às suas curvas desde o início em 1929 (com a evidente exceção das barreiras muito mais seguras que ladeiam a pista, em oposição a fardos de feno). Ainda assim, o Grade 1 de segurança FIA é considerado pouco credível, dado que a maioria das pistas modernas possuem infraestruturas francamente melhores.

Será o primeiro ano par do Mónaco na Fórmula E, uma vez que existia anteriormente a tradição de alternar o GP Histórico com a prova. O sucesso total da corrida de 2021 parece ter feito os organizadores mudar de ideias. Sem pilotos da casa, a FE, tal como várias outras categorias de automobilismo mundial, possui vários residentes do país na grelha de partida.

António Félix da Costa, Mitch Evans e Robin Frijns, protagonistas de uma disputa acirrada pelo triunfo de 2021, estavam com esperança numa nova dose em 2022, guiando no sinuoso, apertado, e cheio de subidas e descidas, circuito de Monte-Carlo.

Dias antes da chegada da ação em pista, a Fórmula E apresentou o seu novo monolugar Gen 3 para 2023, com novas especificações de potência, regeneração e peso. Só foi pena que o aspeto destes monolugares fosse menos aprazível, com poucas pessoas a usarem palavras melhores para os descrever que “interessantes”…

Destaque ainda para os esforços da Nissan em adquirir a totalidade da equipa de FE à DAMS, completos durante a pausa desde o e-Prix de Roma; e para o cancelamento, algo expectável, do e-Prix de Vancouver (reduzindo o calendário para 15 provas).

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Ronda 6 – e-Prix do Mónaco 2022

Se houve coisa que a prova de Monte-Carlo veio provar é de que a Jaguar está num sério ascendente, combinado a um momento de grande forma do seu líder de equipa Mitch Evans (que está a deixar Sam Bird com poucas alternativas a tornar-se um segundo piloto, dificilmente o que o britânico quereria ao rumar à Jaguar).

Evans fez pole position algo confortavelmente antes do início da prova, batendo Pascal Wehrlein na final, e passou a maioria da tarde de sábado em luta contra os carros à volta pelo triunfo. Boa sorte com os usos de Attack Mode e os Safety Car até tinham deixado o neo-zelandês com uma vantagem face ao líder Stoffel Vandoorne para as voltas finais, mas as ultrapassagens a Jean-Éric Vergne e Robin Frijns demoraram mais que o esperado e isso deixou-o sem AM para “ir buscar” o Mercedes de Vandoorne.

Por seu lado, Vandoorne fez uma prova irrepreensível e obteve o primeiro triunfo do ano, depois de já ter chegado a fazer 2 poles sem vencer ainda em 2022 (algo a que o piloto aludiu ao dizer à imprensa que decidiu mudar de uma estratégia pole para uma estratégia vitória…). Tudo isto e as performances muito inconstantes do colega de equipa e campeão em título (Nyck de Vries) deixam o piloto belga no comando da equipa de Brackley e do campeonato do mundo.

Apesar da falta de forma da DS Techeetah, Vergne é o seu mais direto perseguidor mesmo sem vitória, parecendo gerir as suas corridas com uma visão estratégica muito eficaz de acumulação de pontos. Certamente melhor que o companheiro de equipa, António Félix da Costa, que já acumula uma boa distância para o francês (apesar de ter recuperado muito bem de 10º até 5º no Mónaco). O mesmo também pode ser dito sobre Frijns, que continua uma tradição de 3 anos de levar a Envision / Virgin até lugares onde não parece merecer estar, e que está só a 10 pontos do líder da temporada.

Nick Cassidy, no outro Envision, desta vez não foi eliminado e acumulou pontos, se bem que o mesmo não pode ser dito de André Lotterer (que foi empurrado contra o muro por Oliver Rowland, antes do britânico também encontrar o muro). Isto dificilmente confortou a Porsche, que já tinha visto Pascal Wehrlein avariar quando estava à frente do e-Prix, deixando a marca a zeros na visita ao principado.

Edoardo Mortara e Maximilian Günther também encontraram problemas quando estavam em lugares pontuáveis, permitindo a Sébastien Buemi e Jake Dennis darem alguns pontos à Nissan e Andretti, respetivamente.

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Qualificação: 1. Evans \ 2. Wehrlein \ 3. Vergne \ 4. Vandoorne \ 5. di Grassi (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Vandoorne \ 2. Evans \ 3. Vergne \ 4. Frijns \ 5. Félix da Costa \ 6. di Grassi \ 7. Cassidy \ 8. Buemi \ 9. Dennis \ 10. de Vries (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Vandoorne (81) \ 2. Vergne (75) \ 3. Evans (72) \ 4. Frijns (71) \ 5. Mortara (49) —– 1. Mercedes (120) \ 2. DS Techeetah (105) \ 3. Jaguar (94) \ 4. Envision (87) \ 5. Venturi (86)

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Corrida anterior: e-Prix Roma 2022
Corrida seguinte: e-Prix Berlim 2022

e-Prix Mónaco anterior: 2021
e-Prix Mónaco seguinte: 2023

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Fontes:
Autosport \ Nissan adquire estrutura total à DAMS
EAC \ Cancelamento do e-Prix de Vancouver
The Race \ Novo Gen 3





Evans com tudo – e-Prix Roma 2022

11 04 2022

O cancelamento das provas de Março da Fórmula E criou um espaço de quase dois meses entre ePrix, finalmente terminado com a corrida de Roma (que passou a dupla ronda para manter o número de ePrix total da temporada).

A primeira ronda europeia do ano é bastante popular entre os pilotos e mudou bastante as zonas da cidade por onde passa em 2021, de modo a poder perturbar menos o trânsito local (e com o espaço ao público a não ser tão importante como na estreia de 2018). O Obelisco di Marconi é um dos elementos centrais à volta dos quais o circuito corre com ondulações, elevações e superfícies diferentes.

As provas italianas chegaram numa altura em que o campeonato permanece tão imprevisível como sempre, com 3 vencedores diferentes em 3 e-Prix diferentes. Os vencedores de 2021, Stoffel Vandoorne e Jean-Éric Vergne, chegaram a território italiano sem terem ainda triunfado em 2022.

Mesmo antes do primeiro dos e-Prix surgiu também a notícia de acordo firmado entre Venturi e Maserati, para que a primeira passe a ser a equipa de fábrica dos italianos a partir de 2023. Integrante do grupo Stellantis, a Maserati assegura o seu futuro tal como a outra marca do grupo, a DS. Esta parece pouco disposta a continuar com a Techeetah e um acordo com a Dragon Penske foi alcançado.

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Ronda 4 – e-Prix de Roma (1) 2022

Os quase dois meses de paragem fizeram bem à Jaguar. A equipa britânica não tinha começado o campeonato deste ano exatamente com o pé direito, por isso quando ambos os carros falharam à justa a entrada nas eliminatórias de qualificação parecia uma continuação disso.

Nada mais longe da verdade. Mitch Evans partiu de 9º e passou a sua corrida entretido a fazer ultrapassagem atrás de ultrapassagem, culminando com uma manobra em Attack Mode em que atingiu a liderança e nunca mais a largou. Terminou com mais de 5 segundos de avanço sobre o pelotão e com mais 2% de energia restante que quase todos. Imparável. Até o colega de equipa Sam Bird se safou, fazendo um caminho semelhante de 13º a 5º.

A Mercedes quase ocupara a primeira linha da grelha, mas acabou com uma fraca consolação, com o abandono do campeão em título Nyck de Vries e com o pole position Stoffel Vandoorne sempre imiscuído na disputa da frente, mas sem nada melhor no final que o lugar mais baixo do pódio. Entre Vandoorne e Evans ficou o Envision de Robin Frijns, que passou o dia a arreliar os pilotos à sua volta, que possuíam material bem melhor.

Os DS Techeetah pareceram andar perto mas com falta de uma pitada de performance extra. A meio da corrida Jean-Éric Vergne e António Félix da Costa começaram a afundar (o último com a ajuda de toques agressivos como o de Jake Dennis, que foi penalizado), mas acabariam por recuperar posições suficientes para um resultado conjunto aceitável de 4º e 6º.

Destaque ainda para os preciosos pontos somados por Edoardo Mortara e Pascal Wehrlein para os seus campeonatos, e para o engarrafamento provocado quando Oliver Rowland sofreu um toque e ficou parado em pista no início da prova (com direito a Safety Car).

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Qualificação: 1. Vandoorne \ 2. Frijns \ 3. de Vries \ 4. Félix da Costa \ 5. Vergne (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Evans \ 2. Frijns \ 3. Vandoorne \ 4. Vergne \ 5. Bird \ 6. Félix da Costa \ 7. Mortara \ 8. Wehrlein \ 9. Cassidy \ 10. Lotterer (Ver melhores momentos)

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Ronda 5 – e-Prix de Roma (2) 2022

Não foi precisa uma recuperação tão grande quanto a de sábado para que Mitch Evans terminasse mais um e-Prix de Roma com a vitória. O neo-zelandês, com apenas 1 ponto nas 3 provas anteriores, acumulou 50 na capital italiana. Evans arrastou até o mais tarde possível a utilização do seu Attack Mode (apenas um de 7 minutos nesta ronda) e quando finalmente o accionou fugiu com facilidade na liderança. Se a Jaguar conseguir manter este ritmo nas outras provas, poderá ser um dos favoritos.

O pole Vergne voltou a brilhar no segundo dia, com manobras bem calculadas e uma velocidade nata, apesar de se ter mostrado frustrado pela maneira como os SC estavam permanentemente a mudar a estratégia de energia “a cada curva”. A liderança do campeonato, sem ainda ter triunfado, parece uma boa recompensa. Foi seguido pelo sempre regular Frijns no pódio, que continua a provar que não são precisas vitórias na FE desde que se seja consistentemente rápido.

A Porsche fez uma pontuação dupla, que os ajuda a manterem a disputa pelo título aceso, mas foi a pontuação dupla da NIO que mais impressionou, por já não ocorrer desde 2016, e por incluir o estreante Dan Ticktum ao experiente Oliver Turvey.

Claro que foi possível graças à chuva de penalizações que ocorreram por uma variedade de incidentes, como por exemplo as penalizações de tempo de Nyck de Vries e António Félix da Costa, em manobras que foram claramente acima do que deviam.

Destaque ainda para a boa temporada de Vandoorne, sempre a postos para colher todas as oportunidades que lhe possam vir, para a maneira como Bird acabou com uma boa corrida de recuperação de Nick Cassidy, e para 2 pontos colhidos por Buemi para a Nissan.

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Qualificação: 1. Vergne \ 2. Dennis \ 3. Lotterer \ 4. Evans \ 5. Mortara (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Evans \ 2. Vergne \ 3. Frijns \ 4. Lotterer \ 5. Vandoorne \ 6. Wehrlein \ 7. Turvey \ 8. di Grassi \ 9. Buemi \ 10. Ticktum (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Vergne (60) \ 2. Frijns (58) \ 3. Vandoorne (56) \ 4. Evans (51) \ 5. Mortara (49) —– 1. Mercedes (94) \ 2. Porsche (85) \ 3. DS Techeetah (80) \ 4. Venturi (78) \ 5. Jaguar (73)

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Corrida anterior: e-Prix Cidade do México 2022
Corrida seguinte: e-Prix Mónaco 2022

e-Prix Roma anterior: 2021

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Fontes:
EVO India \ Acordo Maserati-Venturi
Grande Prêmio \ Acordo DS-Dragon Penske