A primeira da Maserati e a recuperação Porsche – ePrix Jakarta 2023

4 06 2023

Depois de uma pequena interrupção europeia a um calendário de 2023 particularmente internacional, a Fórmula E regressa a um país onde se estreou no ano passado: a Indonésia. A capital Jakarta recebeu desta vez uma ronda dupla, depois de ter estado como individual, no seu traçado que utiliza o subúrbio de Ancol.

O desenho do circuito citadino até nem segue os ângulos retos geralmente usados por outras pistas, caraterizada por uma longa reta da meta e secções mais sinuosas, como a das curvas 9-12 e 15, 16 e 17. Mitch Evans foi quem chegou ao país asiático como primeiro e único vencedor, tendo batido Jean-Éric Vergne e Edoardo Mortara para o fazer.

Os bastidores da organização do evento têm sido plenos em dificuldades, desde adiamentos devido à pandemia, cortes indevidos de árvores, fees pagas com valores demasiado elevadas, até várias porções do circuito terem sofrido desastres naturais (como ventos fortes a destruírem porções de bancada ou incêndios).

Nas semanas que antecederam o ePrix houve espaço para uma saída esperada e duas bem inesperadas: André Lotterer, com compromissos nas 24 Horas de Le Mans, foi temporariamente substituído na Andretti por David Beckmann; Jack Nicholls, comentador da categoria desde o seu início, viu o seu contrato terminado após uma investigação por “comportamento inapropriado” ter concluído a sua culpabilidade por incidentes ocorridos (Ben Edwards substituiu-o); e Oliver Rowland bateu com a porta na Mahindra e chegou a mútuo acordo para sair (Roberto Merhi substituiu-o).

Ronda 10 – ePrix de Jakarta (1) 2023

Fazendo uso de um traçado constantemente a levantar poeira, a Fórmula E assistiu no primeiro dos dois dias a uma prova quase pacata, considerando os usuais padrões de ultrapassagens e incidentes na categoria.

Os únicos abandonos acabaram por vir de ambos os Jaguar. Pela segunda vez este ano, Sam Bird calculou mal uma travagem e bateu em Mitch Evans, eliminando o neozelandês. Para piorar a sua situação dentro da equipa, o britânico ainda foi atrás do prejuízo tentar caçar António Félix da Costa, mas no desespero de passar fechou a porta quando não devia a Robin Frijns e acabou no muro. O briefing pós-corrida não deve ter sido fácil…

Falando em Félix da Costa, o português até fez uma boa prova de recuperação de 15º até 8º, mas já começam a ser muitas corridas em que o Porsche parte de demasiado atrás na grelha. Isto quando o colega Pascal Wehrlein continua a terminar consistentemente na frente.

Nesta corrida, aliás, foi o vencedor do ePrix, tendo conseguido ultrapassar Jake Dennis e Maximilian Günther na primeira metade da prova e na segunda defendeu-se das investidas de Dennis. Günther e o outro Maserati de Edoardo Mortara têm finalmente conseguido fazer a sua temporada verdadeiramente arrancar com pontos mais constantes (à semelhança da outra marca do grupo Stellantis, a DS Penske em 4º e 5º).

Destaque ainda para a maneira hábil como Nick Cassidy conseguiu evitar um despiste, somando pontos importantes para se manter na frente do campeonato; para Robin Frijns que conseguiu colocar a ABT nos pontos; e para a recuperação de 20º a 10º do McLaren de Jake Hughes.

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Qualificação: 1. Günther \ 2. Dennis \ 3. Wehrlein \ 4. Vergne \ 5. Vandoorne (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Wehrlein \ 2. Dennis \ 3. Günther \ 4. Vandoorne \ 5. Vergne \ 6. Mortara \ 7. Cassidy \ 8. Félix da Costa \ 9. Frijns \ 10. Hughes (Ver melhores momentos)

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Ronda 11 – ePrix de Jakarta (2) 2023

No segundo dia de ação na Indonésia, Günther aprendeu com as lições que a derrota do dia anterior lhe tinha dado. O piloto da Maserati voltou a bater a concorrência em qualificação, mas, desta vez, soube segurar os ataques de Dennis (que ainda conseguiu liderar após um período de Attack Mode) para dar à equipa italiana a sua primeira vitória na categoria (apesar de já ter ganho antes como Venturi).

O mau dia anterior de Sam Bird acabou por ter um novo capítulo no domingo, com o britânico a nem sequer partir devido a problemas mecânicos. Outro piloto que também não terá gostado nem um pouco do fim-de-semana foi Nick Cassidy, que até tinha feito bem para se manter fora de sarilhos no sábado mas perdeu a asa da frente num rival no domingo.

Tendo-se qualificado em 10º e 12º, a Nissan surpreendeu na corrida com recuperações até ao 4º e 5º lugar, numa altura em que parece inverter de forma com a cliente McLaren (que tem tido cada vez mais dificuldade em chegar aos pontos).

A Porsche concluiu um fim-de-semana positivo com 6º e 7º, ainda que Félix da Costa tenha que melhorar as suas performances em qualificação se quer almejar a algo mais do que segundo piloto de Wehrlein no que ainda falta deste ano, enquanto que Mortara garantiu uma pontuação dupla para a Maserati e Sébastien Buemi evitou que a Envision saísse sem pontos do dia.

Vale a pena ressalvar que a DS Penske pareceu perder todo e qualquer ritmo na segunda metade da prova, tendo que lutar com tudo para ainda garantir dois pontos com Vandoorne.

Os resultados de Jakarta recolocaram a Porsche no comando de ambos os campeonatos.

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Qualificação: 1. Günther \ 2. Dennis \ 3. Evans \ 4. Mortara \ 5. Vandoorne (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Günther \ 2. Dennis \ 3. Evans \ 4. Fenestraz \ 5. Nato \ 6. Wehrlein \ 7. Félix da Costa \ 8. Mortara \ 9. Vandoorne \ 10. Buemi (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Wehrlein (134) \ 2. Dennis (133) \ 3. Cassidy (128) \ 4. Evans (109) \ 5. Vergne (97) —– 1. Porsche (212) \ 2. Envision (190) \ 3. Jaguar (171) \ 4. Andretti (156) \ 5. DS Penske (139)

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Corrida anterior: ePrix Mónaco 2023
Corrida seguinte: ePrix Portland 2023

ePrix Jakarta anterior: 2022

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Fontes:
Deadline \ Jack Nicholls com contrato terminado
Grande Prêmio \ Oliver Rowland substituído por Roberto Merhi





Na Alemanha só vencem neozelandeses – ePrix Berlim 2023

23 04 2023

O Aeroporto de Tempelhof já tem um lugar reservado na História do mundo, como palco da famosa ponte aérea que os norte-americanos estabeleceram em Berlim durante a Guerra Fria, mas nos últimos anos tem-se transformado num dos mais conhecidos palcos da Fórmula E, com direito a decisões de título, provas caóticas e um traçado desafiante.

Utilizado pela primeira vez em 2015, o circuito foi alterado substancialmente a partir da sua segunda edição para a configuração atual (que até já foi corrida em sentido inverso). No seu total são 2,250 km de extensão e 10 curvas que os pilotos têm que negociar, com a vantagem de que têm os muros substancialmente mais longe do que nas outras provas da FE. As desvantagens são a falta de aderência e elevado consumo de pneus do traçado abrasivo.

Como ronda dupla novamente, Berlim surge no calendário como primeira prova europeia do ano e um mês após o ePrix de São Paulo (devido a alguns cancelamentos de última hora). Antes das provas de 2023, 3 pilotos partilhavam o maior número de vitórias (2): Sébastien Buemi, Lucas di Grassi e António Félix da Costa.

Ronda 7 – ePrix de Berlim (1) 2023

A qualificação para a primeira prova alemã trouxe duas caras bem familiares para o duelo final: Sébastien Buemi e Sam Bird competiram para no final ser Buemi quem levou a melhor (tornando-se o recordista absoluto da Fórmula E).

Na partida para a corrida, no entanto, foi Dan Ticktum quem surpreendeu toda a gente ao partir de 4º cheio de vontade, passando Buemi por fora na longa primeira curva para colocar a NIO na frente. Com a sucessão de Attack Modes acabaria por perder essa liderança, mas quando a prova ia a meio ainda estava em competição. Até que se esqueceu de verificar o exterior de uma curva onde Stoffel Vandoorne já se encontrava. O resultado foi que ambos terminaram aí os seus dias, ficando a discutir acesamente na berma da estrada.

Isto gerou um período de Safety Car, que viu os dois Jaguar e Buemi disputarem a vitória após o recomeço. Buemi, que também utilizava propulsores da Jaguar, ainda continuou a fazer o seu melhor para segurar um potencial primeiro triunfo com a Envision, mas acabou por sucumbir a um ataque bem temporizado de Mitch Evans. A última volta não ajudou: Sam Bird roubou o 2º posto de forma limpa e Maximilian Günther roubou de forma aparatosa o 3º.

O resultado final foi uma dobradinha bem saborosa para a Jaguar e um primeiro pódio para a Maserati, que deve ter deixado a antiga Venturi bem aliviada (até porque Edoardo Mortara também pontuou). Pascal Wehrlein ainda conseguiu limitar os estragos, enquanto que Nick Cassidy chegou em 5º, para mais um bom resultado conjunto da Envision em 2023.

António Félix da Costa partiu de 19º mas, a 8 voltas do fim, já tinha recuperado até ao 4º posto quando uma travagem completamente falhada por Jake Dennis atirou o homem da Andretti em cheio contra o Porsche do português e lhe terminou a prova.

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Qualificação: 1. Buemi \ 2. Bird \ 3. Vandoorne \ 4. Ticktum \ 5. Dennis (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Evans \ 2. Bird \ 3. Günther \ 4. Buemi \ 5. Cassidy \ 6. Wehrlein \ 7. Vergne \ 8. Lotterer \ 9. Mortara \ 10. Rowland (Ver melhores momentos)

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Ronda 8 – ePrix de Berlim (2) 2023

Com piso molhado até ao final de qualificação, a segunda prova de Berlim trouxe como surpresa o facto de a ABT ter conseguido fechar a primeira linha da grelha para o ePrix, com o experiente Robin Frijns a vencer o colega de equipa Nico Müller na final. O tempo seco, no entanto, acabou por significar que os monolugares alemães começaram a cair ao longo da prova até que apenas Müller conseguiu pontos em 9º.

Fazendo uso do ritmo do seu Envision, acabou por ser Nick Cassidy quem conseguiu vencer em Berlim, depois de reclamações bem sonoras no rádio contra Buemi durante a qualificação. O neozelandês (mais uma triunfar na Alemanha em 2023) terminou na frente de alguém que precisava de compensar a sua terrível primeira prova: Jake Dennis.

A completar o pódio chegou Jean-Éric Vergne da DS Penske, que parece estar a ganhar embalo para o seu ritmo dos anos recentes Techeetah. Evans voltou a somar pontos importantes para se aproximar da luta pelo título, enquanto que os Porsche voltaram a fazer uma pontuação dupla em território caseiro.

A Maserati conseguiu pontuar pela segunda prova seguida, cortesia de Günther, enquanto que Ticktum compensou um pouco o disparate de sábado ao amealhar o último lugar pontuável de domingo.

De destacar ainda a interrupção momentânea da partida devido a protestantes que entraram em pista e tentaram interromper os procedimentos, apesar de terem sido corridos do traçado com alguma rapidez pelos seguranças. Os protestantes pelo clima conseguiram a proeza de interromper um evento de veículos elétricos que se orgulha do seu estatuto carbon neutral

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Qualificação: 1. Frijns \ 2. Müller \ 3. Buemi \ 4. Vergne \ 5. Evans (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Cassidy \ 2. Dennis \ 3. Vergne \ 4. Evans \ 5. Félix da Costa \ 6. Günther \ 7. Wehrlein \ 8. Vandoorne \ 9. Müller \ 10. Ticktum (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Wehrlein (100) \ 2. Cassidy (96) \ 3. Vergne (81) \ 4. Dennis (80) \ 5. Evans (76) —– 1. Porsche (168) \ 2. Envision (153) \ 3. Jaguar (138) \ 4. DS Penske (107) \ 5. Andretti (103)

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Corrida anterior: ePrix São Paulo 2023
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ePrix Berlim anterior: 2022





Trio Jaguar limpa pódio – ePrix São Paulo 2023

26 03 2023

Continuando esta sequência de vários países estreantes no calendário, o Brasil recebeu pela primeira vez uma ronda da Fórmula E, num processo que vinha sendo adiado ao longo dos últimos anos. O local escolhido, depois de se ter ponderado um projeto de um circuito mais permanente, foi nas ruas de São Paulo. Especificamente, no mesmo local que já recebera entre 2010 e 2013 a IndyCar.

Não existe muito em comum entre os dois projetos, para além de ambos usarem secções do Sambódromo (que confere a possibilidade de ter à partida 30 mil lugares sentados) e da Reta de Marte (na direção oposta). Isto não é necessariamente mau, uma vez que problemas de aderência caracterizaram a passagem da IndyCar por terras brasileiras, apesar das várias tentativas de o atenuar com pequenas modificações.

A nova pista da categoria elétrica terá (para os padrões da FE) longas retas que permitirão deixar as novas unidades motrizes atingirem as suas velocidades máximas, e ainda diversas chicanes para criar pontos de ultrapassagem e de regeneração de energia.

Esta foi a primeira de 5 provas contratadas, com a possibilidade de uma extensão de 5 anos adicionais se tudo correr pelo melhor.

Ronda 6 – ePrix de São Paulo 2023

As longas retas da meta de São Paulo até proporcionaram momentos de ultrapassagem ao longo da corrida, mas também significaram ter de ver algo que poucos terão apreciado: um jogo constante de não querer liderar até aos momentos finais.

Aniversariante e pole position de São Paulo, o campeão em título, Stoffel Vandoorne, acabou por ser o grande sacrificado, com muito maior consumo de energia que os rivais (apesar de várias tentativas de se deixar ficar para trás na reta da meta, em que os rivais também desaceleraram). Isto ajuda a explicar a perda de 5 posições do piloto da DS Penske, até atrás do colega de equipa (Jean-Éric Vergne) que tinha começado em 7º.

O 2º classificado da qualificação não teve muito melhor sorte. António Félix da Costa estava com um excelente ritmo ao longo de todo o dia, mas acabou por não conseguir maximizar um dia de azar para os rivais do campeonato devido a um erro próprio nas voltas finais que o fez perder tempo valioso para um eventual ataque aos líderes. Ainda assim, conseguiu uma pequena aproximação ao topo do campeonato (o colega da Porsche, Pascal Wehrlein).

Nenhum destes maus dias se compara aos da Maserati e Nissan. Os primeiros tinham conseguido colocar ambos os carros no Top 10 da qualificação, mas viram Edoardo Mortara envolver-se no caos do início de prova (com direito a Safety Car) e viram Maximilian Günther ser o seu “eu” mais errático a caminho de 0 pontos no Brasil. Já Nissan viu a sua dupla abandonar logo nas voltas iniciais.

A quem o dia correu muitíssimo bem foi a quem tinha unidades motrizes da Jaguar nos seus monolugares. Não só os dois carros Jaguar se colocaram no Top 5, como também Mitch Evans e Sam Bird souberam gerir da melhor forma os seus ritmos ao longo da prova. O primeiro triunfou ao segurar um ataque feroz de Nick Cassidy (da Envision, também com motores Jaguar), o segundo passou as derradeiras voltas a atacar Cassidy, garantindo o 3º posto.

Destaque ainda para o ponto somado por Sébastien Buemi, a continuação do trabalho competente da McLaren no seu primeiro ano na categoria, e para o regresso ao ativo dos monolugares operados pela Mahindra, depois do susto da não-participação na Cidade do Cabo.

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Qualificação: 1. Vandoorne \ 2. Félix da Costa \ 3. Evans \ 4. Mortara \ 5. Bird (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Evans \ 2. Cassidy \ 3. Bird \ 4. Félix da Costa \ 5. Vergne \ 6. Vandoorne \ 7. Wehrlein \ 8. Hughes \ 9. Rast \ 10. Buemi (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Wehrlein (86) \ 2. Dennis (62) \ 3. Cassidy (61) \ 4. Vergne (60) \ 5. Félix da Costa (58) —– 1. Porsche (144) \ 2. Envision (103) \ 3. Jaguar (83) \ 4. DS Penske (82) \ 5. Andretti (80)

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Corrida anterior: ePrix Cidade do Cabo 2023
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Fontes:
Racing Circuits \ São Paulo





Vergne segura tudo e todos – ePrix Hiderabade 2023

11 02 2023

O desejo da Fórmula E competir em território indiano é já antigo. Tendo uma equipa “da casa” integrada no campeonato desde a primeira hora (Mahindra), o facto de o ePrix de Putrajaya apenas ter aguentado durante dois anos levou a que os organizadores da categoria tenham começado a procurar alternativas na Índia.

A escolha recaiu sobre Hiderabade, mais especificamente à volta do Complexo do Secretariado e através do Parque Lumbini, nas margens de um lago artificial (o Hussain Sagar). As discussões já teriam andado sérias entre a cidade e a FE antes do princípio do período agudo da pandemia, mas atrasaram por esse mesmo motivo. A confirmação da adição ao calendário chegou nos meses finais de 2022.

Idealizado pela mesma empresa que já desenhara o circuito do Abu Dhabi (Driven International), o circuito inicialmente tinha tido dois projetos, mas os pilotos que guiaram em simuladores o preterido tinham-no descrito como tendo um “formato de dildo” (Norman Nato). A sua rejeição não surpreendeu, quando anunciada.

A pista já recebeu um evento da Indian Racing League, sendo previstas provas da Fórmula Regional Indiana e a F4 Indiana.

Ronda 4 – ePrix de Hiderabade 2023

Ainda nem tinham os treinos livres começado na sexta-feira e ja haviam problemas a apontar em relação à organização da prova inaugural de Hiderabade. Com base na insatisfação entre o público e a polícia local, carros de estrada e transeuntes ultrapassaram as barreiras da pista e circulavam no traçado meros momentos antes de ser suposto estarem monolugares a correr.

Mesmo dentro do paddock houve algumas chatices, com a FIA a não ter gostado da proximidade de pessoas às barreiras e a ter que fazer uso de segurança adicional.

Em qualificação também houve direito a peculiaridades, com os limites de pista a serem excedidos com frequência nos quartos-de-final. Num deles reverteu um resultado a favor de Jean-Éric Vergne. No outro penalizou ambos e deixou o francês a fazer uma meia-final sozinho…

A pole, num duelo eletrizante entre Mitch Evans e Vergne, deu vitória ao homem da Jaguar.

Na partida, Evans conseguiu segurar a sua liderança e iniciou aquilo que prometia ser um duelo de prova inteira com Vergne e os dois Envision, mas as coisas rapidamente se complicaram quando Sam Bird não ponderou bem uma ultrapassagem e eliminou ambos os carros da Jaguar quando estavam em posições cimeiras. A equipa cliente Envision aproveitou a forma dos britânicos para lutar pela vitória.

Vitória que acabaria por não escapar a Vergne, que soube gerir com incrível precisão os seus consumos de energia e segurar Nick Cassidy (e a maioria do pelotão, diga-se de passagem, que no final da prova já circulava em fila nariz com asa) para dar à parceria DS Penske a sua primeira vitória, apesar de ainda faltar um certo ritmo ao carro americano.

Os Envision teriam ficado donos do resto das posições do pódio, não fosse uma penalização a Sébastien Buemi. O beneficiado com o 3º lugar foi António Félix da Costa (a completar a prova número 100 na categoria), que admitiu ter beneficiado da confusão para obter o seu resultado.

Foram muitos abandonos ao longo da corrida, chegando a haver Safety Car para abandono de Jake Hughes. O resultado disto foi o melhor resultado em alguns anos da NIO 333 (5º posto para Sergio Sette Câmara) e ótimas posições nos pontos para a Mahindra (6º de Oliver Rowland) e Nissan (7º de Norman Nato).

A Maserati continua a demonstrar algumas dificuldades, enquanto que a McLaren teve o seu primeiro fim-de-semana negativo desde que entrou na Fórmula E.

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Qualificação: 1. Evans \ 2. Vergne \ 3. Buemi \ 4. Fenestraz \ 5. Günther (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Vergne \ 2. Cassidy \ 3. Félix da Costa \ 4. Wehrlein \ 5. Sette Câmara \ 6. Rowland \ 7. Nato \ 8. Vandoorne \ 9. Lotterer \ 10. Mortara (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Wehrlein (80) \ 2. Dennis (62) \ 3. Vergne (31) \ 4. Buemi (31) \ 5. Cassidy (28) —– 1. Porsche (101) \ 2. Andretti (78) \ 3. Envision (59) \ 4. McLaren (53) \ 5. Jaguar (42)

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Corrida anterior: ePrix Diriyah 2023
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Fontes:
Racing Circuits \ Hiderabade
Sportstar \ Trânsito em pista





Os imparáveis Dennis e Wehrlein – ePrix Diriyah 2023

28 01 2023

Fora da etapa de abertura do campeonato pela primeira vez em dois anos, não foi necessário esperar muito após a primeira ronda para que a etapa saudita da época fizesse a sua aparição como ronda dupla. Localizada em Diriyah, nas redondezas da capital Riade, a pista foi a primeira prova noturna da história da FE a partir de 2021, conferindo-lhe um talismã de atração.

Circuito desafiante e com amplas possibilidades de ultrapassagem, Diriyah tem sido utilizado pela Arábia Saudita como parte da sua estratégia de limpeza de imagem internacional através do desporto. Aliás, também presente na grelha de partida a partir desta temporada está a McLaren com o patrocínio da Neom (projeto turístico saudita), como prova deste investimento.

Em termos de ação em pista, esta processa-se num circuito com 2,5 km e 21 curvas, que atravessa uma área com património mundial da UNESCO e que por isso contou com cuidados especiais na idealização do projeto. Alterações adicionais foram introduzidas em 2018.

Sam Bird permanece como o maior vencedor da história deste ePrix (com duas), sendo que os mais recentes vencedores antes da prova eram Nyck de Vries e Edoardo Mortara. Kelvin van der Linde assumiu o lugar de Robin Frijns na ABT Cupra, uma vez que o holandês ainda está a recuperar do seu pulso partido da primeira ronda.

Ronda 2 – ePrix de Diriyah (1) 2023

Numa sexta-feira, e logo com grandes dificuldades para os fãs e assistir ao vivo, verificou-se mais uma vez uma performance absolutamente genial dos carros equipados com motores da Porsche. Jake Dennis (Andretti) e Pascal Wehrlein (Porsche) não chegaram aos quartos de final da qualificação por uma mistura de fatores, mas a maneira incrível como foram ultrapassando a concorrência durante a prova significou que ambos voltaram a terminar entre os dois primeiros (mas agora por ordem inversa, com Wehrlein a triunfar).

O outro Porsche de António Félix da Costa acabou por ser uma das vítimas inocentes de uma travagem brusca de Mitch Evans, ficando sem a asa dianteira e tendo que parar nas boxes.

O pole Sébastien Buemi conseguiu puxar o seu Envision até ao topo da qualificação, mas acabou por não conseguir deixar escapar à justa o pódio, perdendo o 3º lugar para o Jaguar de Sam Bird. Jake Hughes, que Buemi derrotou na final, caiu ainda mais baixo para 8º (atrás do colega McLaren René Rast em 5º).

Já Dan Ticktum, que brilhou nos treinos e qualificação, acabou por não conseguir manter o seu NIO 333 nos pontos, suspeitando-se que a performance de longo curso dos chineses ainda deixa muito a desejar.

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Qualificação: 1. Buemi \ 2. Hughes \ 3. Bird \ 4. Ticktum \ 5. Rast (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Wehrlein \ 2. Dennis \ 3. Bird \ 4. Buemi \ 5. Rast \ 6. Cassidy \ 7. Vergne \ 8. Hughes \ 9. Lotterer \ 10. Evans (Ver melhores momentos)

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Ronda 3 – ePrix de Diriyah (2) 2023

Se a primeira prova de Diriyah tinha trazido uma recuperação de grande nível de Wehrlein e Dennis, a segunda trouxe precisamente a mesmíssima coisa. As unidades motrizes da Porsche somam assim três dobradinhas consecutivas e os dois pilotos prosseguem o seu distanciamento face aos rivais na luta pelo título.

Sam Bird quase que repetiu o pódio de sexta-feira, mas acabou por se quedar por 4º, logo atrás do primeiro pódio da McLaren cortesia de Rast. Já o outro McLaren teve um dia bem mais interessante: Hughes colocou o seu carro em 1º lugar na qualificação, acabando por perder a liderança face à concorrência ao longo da prova antes de perder energia a caminho da reta, perdendo algumas posições extra e inadvertidamente atrasando o Jaguar de Evans (literalmente, preso atrás dele).

Buemi prosseguiu a sua melhoria de forma de 2023, acabando com o seu Envision / Jaguar mesmo na frente do Jaguar de Evans e do Nissan (a sua antiga equipa) de Sasha Fenestraz.

A Maserati conseguiu abrir a sua conta de 2023 finalmente, através de Edoardo Mortara e a NIO 333 fez o mesmo com Dan Ticktum. Já Félix da Costa qualificou-se em 17º e ainda recuperou 6 posições, terminando mesmo à beira de pontos.

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Qualificação: 1. Hughes \ 2. Evans \ 3. Rast \ 4. Buemi \ 5. Wehrlein (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Wehrlein \ 2. Dennis \ 3. Rast \ 4. Bird \ 5. Hughes \ 6. Buemi \ 7. Evans \ 8. Fenestraz \ 9. Mortara \ 10. Ticktum (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Wehrlein (68) \ 2. Dennis (62) \ 3. Buemi (31) \ 4. Bird (28) \ 5. Hughes (27) —– 1. Andretti (76) \ 2. Porsche (74) \ 3. McLaren (53) \ 4. Envision (41) \ 5. Jaguar (39)

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ePrix Diriyah anterior: 2022





Muitas incógnitas na Gen 3 da Fórmula E

7 01 2023

Já são três temporadas consecutivas em que as temporadas de Fórmula E, que deveriam incluir dois anos do calendário, incluem apenas um único ano. A pandemia provocou o caos na logística da categoria elétrica e os estragos ainda se notam na idealização do calendário. Ainda não foi este ano que se viu a temporada 2022/23. O que deve ter sido motivo para grandes festejos, dado o nascimento difícil dos novos carros de FE, os Gen 3.

Uma sessão de pré-temporada em Valência nem sempre revela demasiado, uma vez que se trata de um tipo de circuito que os monolugares raramente enfrentam durante a temporada. Desta vez, no entanto, serviu para dar um alerta geral às equipas: a fiabilidade dos novos modelos está pelas ruas da amargura…

Para além das preocupações gerais com quantos carros conseguirão de facto chegar ao fim da prova da Cidade do México, os pilotos têm reportado que a potência extra e menor peso não se estão a traduzir em ganhos significativos de performance (para já) e, mais grave, já ocorreram alguns incidentes em pista de impactos fortes (para grande irritação de pilotos como Sébastien Buemi).

Nem tudo são más notícias. Estruturas novas entrarão em ação este ano, com apoios oficiais de construtoras automóveis, as credenciais verdes da categoria não param de subir, há duplas de pilotos extremamente interessantes, e uma margem de progressão potencialmente grande no que toca a desbloquear o potencial dos novos monolugares (e dos novos pneus Hankook).

A Mercedes saiu e agora?

Costuma ser incomum ver um piloto de automobilismo abandonar a categoria no ano a seguir a conquistar o título, mas ainda mais incomum é que uma equipa inteira abandone a competição como bicampeã em título.

A estrutura da equipa alemã não saiu propriamente por vontade própria, tendo que ceder o seu espaço na grelha por vontade da casa-mãe de Estugarda. Os seus dois pilotos sumiram-se (o campeão de 2022, Vandoorne, para a DS Penske e o campeão de 2021, de Vries, para a F1), mas Ian James, o chefe da equipa, pareceu decidido a não ter o mesmo fim que a Audi na FE. Negociando com a McLaren e o projeto Neom (da Arábia Saudita), James conseguiu transformar-se numa equipa cliente (os propuslores foram contratados à Nissan) e conseguiu os serviços de pilotos como René Rast e Jake Hughes para solidificar o projeto.

A recompensa por estes esforços é que a McLaren se apresentou como uma das equipas que mais impressionaram na curta sessão de testes de Valência, andando pelos lugares da frente e com uma quilometragem de fazer inveja às outras equipas. Resta ver como lidarão com não terem a vantagem das melhores unidades de potência ao seu serviço.

Como se comportarão os dragões, tridentes e estreantes?

Não é só a McLaren a aparecer de cara lavada em 2023.

Aparecendo como equipa privada que incomoda as de fábrica ao longo dos últimos anos, foram poucas as pessoas que não tenham ficado com uma forte expectativa de ver o que a antiga Venturi conseguiria fazer nesta transformação para estrutura oficial da Maserati (grupo Stellantis). A avaliar pelos testes de Dezembro, há razões de sobra para as rivais se preocuparem. Os italianos não só contaram com o sempre excepcional Edoardo Mortara no seu nível habitual, como ainda viram Maximilian Günther a mostrar que a sua forma no ano passado na Nissan não era motivo para preocupação.

Outra estrutura que parece não ter perdido nada com as mudanças foi a “vizinha” da Stellantis, a DS. Campeã durante 2 anos com a Techeetah, a marca francesa mudou-se para a Dragon Penske do fundo da grelha para a formar uma DS Penske que conseguiu atrair dois campeões de Fórmula E: Jean-Éric Vergne e o atual campeão, Stoffel Vandoorne. Quase nada da antiga equipa americana parece sobrar, resultando numa pré-temporada bem conseguida.

Finalmente, depois de um ano fora de competição, a ABT decidiu regressar à categoria elétrica do zero. Habituada a ser a estrutura oficial da Audi, a equipa alemã teve de se contentar desta vez em ser uma mera cliente da Mahindra, ainda que até neste ponto já tenham os olhos no futuro: a Cupra (Seat) será patrocinadora e possivelmente uma eventual fornecedora de motores. Aos comandos dos ABT andarão o consistente Robin Frijns e a incógnita Nico Müller.

Jaguar e Porsche tentam o salto definitivo

Não deixa de ser curioso que a Jaguar continue a vários níveis com a imagem de ainda não se ter juntado ao grupo das grandes estruturas da Fórmula E, quando já são alguns anos consecutivos a vencer provas na categoria e dois em que tem lutado pelo título. Das poucas equipas que não alteraram quase nada na sua estrutura para 2023, a marca britânica espera dar o passo final. Para isso conta com o piloto com mais vitórias de 2022, Mitch Evans, e espera contar com o Sam Bird confiante que esteve desaparecido nos últimos doze meses.

Pela primeira vez contarão com uma equipa cliente nas suas fileiras, tendo assinado com a Envision (depois de um longo relacionamento destes com a Audi). A Envision tem perdido algum do seu brilho de equipa da frente em anos recentes, assim como a sua ótima dupla Bird-Frijns. Mas nem tudo são más notícias: Nick Cassidy continua na equipa com que triunfou no ano passado, e o campeão Sébastien Buemi mudou de ares para recuperar a sua forma.

Já os motivos pelos quais a Porsche ainda não foi considerada uma equipa da frente não são difíceis de descortinar. Habituada a entrar numa competição e não demorar quase tempo nenhum até vencer, a Porsche apenas venceu pela primeira vez em 2022 e depois caiu de forma. Com os novos regulamentos deste ano, os alemães contam ajudar Pascal Wehrlein e o novo recruta António Félix da Costa a lutar pelos lugares cimeiros.

André Lotterer, que tinha até ao ano passado integrado a equipa, optou por se juntar a Jake Dennis na Andretti (fornecida agora pela Porsche). Os americanos têm conseguido lidar bem com a passagem de equipa oficial para equipa cliente, de tal forma que provaram a sua mais-valia para a Porsche. O que deixa no ar a ideia, conseguirão eles assumir o papel de estragar a festa à equipa principal (à semelhança da Venturi com a Mercedes).

A fugir ao fundo

Sendo verdade que as performances das novas unidades motrizes da Nissan não poderão ser questionadas, uma vez que a McLaren tem feito boa figura nos testes, perduram muitas dúvidas quanto à estrutura da equipa principal dos japoneses (principalmente desde que a DAMS abandonou os comandos ao grupo Renault). Quebrando por completo com o caminho que vinha a ser trilhado desde o início, a equipa apostou numa dupla completamente diferente para 2023, com Norman Nato (que já mostrou flashes de velocidade na categoria) e Sacha Fenestraz (que se estreará a tempo inteiro na FE, depois de ter mostrado muito valor nas categorias de promoção japonesas).

As capacidades de ambos os pilotos não estão em questão para este ano, já a habilidade de ambos para fazer ressuscitar o projeto Nissan na Fórmula E poderá ser mais complexo.

Quem não deverá contar com preocupações neste quesito é a Mahindra, que assinou com o campeão Lucas di Grassi no seu ataque às novas regras (onde se juntará à contratação do ano passado, Oliver Rowland). A equipa indiana tem procurado (com ocasional sucesso) ser produtora dos seus próprios motores de forma a ameaçar as grandes construtoras e tem vindo a aumentar as suas aspirações (como se vê pelo fornecimento à ABT). Resta ver se terão orçamento para aguentar estes desejos.

Tendo em conta tudo isto, parece difícil que não seja a NIO 333 a mais séria candidata ao fundo da grelha. A “prata da casa” que era Oliver Turvey não continuou a sua presença, mantendo-se antes Dan Ticktum (que terá internamente somado alguns pontos ao longo de 2022) com a adição de Sérgio Sette Câmara. Apesar de a qualidade de ambos não ser questionável, no contexto da Fórmula E não mostraram ainda o suficiente para poderem ser considerados pilotos de topo. Juntando a isto os baixos quilómetros acumulados em Dezembro, parece difícil que a equipa ambicione muito mais do que tem vindo a conseguir.

A nova cara da Fórmula E

Já é tradição que uma temporada de Fórmula E só esteja verdadeiramente definida quando a última corrida se avizinha, e 2023 traz mais do mesmo. As adições da Cidade do Cabo e Hiderabade tiveram os seus traçados oficiais por oficializar até menos de um mês de se realizarem as suas provas. As diversas tentativas de realizar provas em território chinês continuam a redundar em fracasso devido às políticas Covid do Governo do país. As provas de Nova Ioque tiveram que ser substituídas por uma ronda em Toronto devido a expansões nos terminais do ferry.

O resultado é um calendário com 16 em vez de 18 corridas como originalmente projetado, mas com ainda mais rondas duplas que as que idealmente gostariam.

Restando ainda ver os efeitos práticos dos novos monolugares na primeira prova do ano, sabemos já a nova imagem da Fórmula E num sentido literal, com o novo logotipo apresentado no final de 2022, que simboliza muitas das mudanças que a categoria tem feito para se legitimar (e cujo principal expoente é o fim do Fan Boost).

Para 2023, as incógnitas são muitas. Veremos quem sairá por cima na próxima semana na Cidade do México.





A consagração de Vandoorne – e-Prix Seul 2022

14 08 2022

Com uma indústria automóvel em franco desenvolvimento, a Coreia do Sul há muito que tem sido um destino de grande interesse para as categorias de automobilismo mundial, sem nunca se ter tornado possível conseguir o desenvolvimento eficaz de uma prova digna do seu nome. Houve uma primeira tentativa com a construção da pista de Yeongam na F1 há vários anos, mas quanto menos for dito sobre a experiência melhor.

Para a Fórmula E a experiência teria que ser diferente. Assim, Alejandro Agag assinou em 2018 um acordo para a realização de uma prova na capital do país. A escolha recaiu para o complexo de Jamsil, através do Estádio Olímpico com 19 curvas no total. Fazendo uso de uma pista temporária já explorada para a pista da Race of Champions, o circuito teria uma mistura de curvas apertadas e fortes travagens no interior do estádio.

A estreia original durante a temporada de 2021 foi adiada perante as necessidades de manter a categoria em território europeu, para fazer face às dificuldades provocadas pela pandemia, o que levou o circuito a fazer a sua estreia na FE este ano (e logo como ronda final do campeonato).

Para a prova coreana foram anunciadas duas mudanças de pilotos: a substituição de Sam Bird por Norman Nato na Jaguar, fruto da mão partida do britânico; e a contratação de Lucas di Grassi para 2023 na Mahindra ao lado de Oliver Rowland.

Ronda 15 – e-Prix de Seul (1) 2022

Com hipóteses bem reduzidas de título, a única hipótese de Mitch Evans para pelo menos atrasar a decisão até à derradeira prova era conseguir triunfar nesta primeira corrida coreana. E foi precisamente isso que conseguiu. Apesar de não ter conseguido pole position (perdeu a meia-final), Evans fez o seu Jaguar partir melhor que os da primeira fila da grelha, passando primeiro Oliver Rowland e depois Lucas di Grassi para assumir uma liderança que não voltou a largar.

Esta tarefa foi dificultada por uma carga de água que se abateu sobre Seul e levou a que 6 carros fossem violentamente contra o muro na primeira volta (com direito a Nyck de Vries ficar preso debaixo de um carro). Nick Cassidy e Norman Nato ainda conseguiram regressar à pista depois destes incidentes (que provocaram a bandeira vermelha) mas os restantes não.

Nestas condições já tinha Rowland conseguido horas antes a pole. Apesar de não ter conseguido segurar Evans, o britânico fez um ótimo trabalho para garantir um pódio Mahindra. Só não foi uma pontuação dupla porque Alexander Sims, que vinha a recuperar de 22º até 9º, acidentou-se nas derradeiras voltas.

Ficaram apenas a sobrar dois candidatos ao título após esta prova porque Edoardo Mortara teve um sábado para esquecer, sendo penalizado por movimentos excessivos na sua defesa de posição, e Jean-Éric Vergne não conseguiu pontos suficientes para evitar ver as suas chances caírem por água abaixo.

Destaque ainda para mais uma prova sólida de Jake Dennis pela Andretti em 4º e para Vandoorne não arriscar em demasia e chegar em 5º.

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Qualificação: 1. Rowland \ 2. di Grassi \ 3. Evans \ 4. Wehrlein \ 5. Dennis (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Evans \ 2. Rowland \ 3. di Grassi \ 4. Dennis \ 5. Vandoorne \ 6. Vergne \ 7. Wehrlein \ 8. Frijns \ 9. Félix da Costa \ 10. Cassidy (Ver melhores momentos)

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Ronda 16 – e-Prix de Seul (2) 2022

Não era preciso quase nada para Vandoorne ser consagrado como campeão do mundo, mas a não-qualificação de Evans para os quartos-de-final praticamente assegurou o resultado antes da prova sequer começar. Vandoorne fez uma prova segura, sem nunca arriscar e terminou em 2º. Já Evans teve que fazer uma recuperação até 7º, insuficiente para evitar um merecido título duplo pelo segundo ano seguido para a equipa Mercedes.

A corrida em si foi vencida por Edoardo Mortara com autoridade. O suíço passou o pole Félix da Costa nas primeiras voltas e nunca mais foi verdadeiramente ameaçado pelos rivais atrás de si, dando à Venturi uma vitória na sua última corrida como marca (será substituída pela Maserati na próxima temporada). Dennis foi quem se seguiu em pista mas terminou apenas em 3º, devido a uma penalização de 5 segundos pelo incidente com Félix da Costa (que atirou o português para fora dos pontos, donde recuperou até 10º).

Para completar um ótimo final de temporada, Oliver Askew conseguiu um Top 5 bastante celebrado por si, que o poderá levar a ser mantido na estrutura Andretti (que mostrou grande competência neste ano sem apoio oficial da BMW). Atrás dele chegou Vergne, demonstrando a falta de algo de especial da Techeetah para caçar o título deste ano.

Nick Cassidy e Sébastien Buemi serão colegas de equipa na Envision em 2023, e terminaram em 8º e 9º respetivamente. Destaue ainda para a substituição de Antonio Giovinazzi por Sacha Fenestraz na Dragon Penske por lesão do primeiro na primeira prova.

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Qualificação: 1. Félix da Costa \ 2. Mortara \ 3. Dennis \ 4. Vandoorne \ 5. Frijns (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Mortara \ 2. Vandoorne \ 3. Dennis \ 4. Frijns \ 5. Askew \ 6. Vergne \ 7. Evans \ 8. Cassidy \ 9. Buemi \ 10. Félix da Costa (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Vandoorne (213) \ 2. Evans (180) \ 3. Mortara (169) \ 4. Vergne (144) \ 5. di Grassi (126) —– 1. Mercedes (319) \ 2. Venturi (295) \ 3. DS Techeetah (266) \ 4. Jaguar (231) \ 5. Envision (194)

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Corrida anterior: e-Prix Londres 2022
Corrida seguinte: ePrix Cidade do México 2023

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Fontes:
Autosport \ Mahindra assina di Grassi
FE \ Nato substitui Bird
Racing Circuits \ Seul
The Race \ Giovinazzi fora da última corrida





Mortara segura os Techeetah e lidera o campeonato – e-Prix Marraquexe 2022

2 07 2022

Depois de mais uma série de dificuldades organizacionais no Canadá (que já tinham ditado o fim da anterior corrida em Montreal), Vancouver foi forçada a atrasar a sua estreia no calendário da Fórmula E para 2023. Quando o cenário mais provável parecia o encurtamento da época para 15 rondas, a FE anunciou o regresso do e-Prix de Marraquexe para o espaço aberto.

Geralmente organizado mais cedo no ano, a prova regressa assim à categoria depois de um ano de ausência. Localizado no distrito Agdal da cidade, o Circuito Internacional Moulay El Hassan (príncipe herdeiro do país) é semi-permanente com estruturas de boxes permanentes e com alterações significativas a terem sido feitas em 2016 (depois da abertura em 2009).

A pista utilizada pela Fórmula E é mais pequena (a anterior passava pela zona de hóteis e era rapidíssima até à chegada a chicanes lentas), de modo a permitir a sua utilização frequente por amadores ao longo do ano. Neste traçado a Mahindra tem sido feliz ao longo dos anos, com 2 vitórias em 2018 e 2019, assim como Sébastien Buemi e António Félix da Costa (que triunfaram lá nos anos em que foram campeões da categoria).

Uma grande expectativa antes da realização da prova era ver como pilotos e carros lideriam com o calor abrasivo, uma vez que o e-Prix costumava ser mais cedo no ano.

Ronda 10 – e-Prix de Marraquexe 2022

Com um Sol de Julho abrasador, o e-Prix de Marraquexe acabou por trazer uma ordem das equipas bastante usual quando comparada com o resto da temporada.

Isto incluiu pilotos como Edoardo Mortara e Mitch Evans a impôrem um ritmo demolidor sobre os seus colegas de equipa e rivais diretos. Num dia em que Stoffel Vandoorne enfrentou problemas em qualificação que o obrigaram a partir da última linha da grelha, Mortara e Evans precisavam de acumular uma boa quantia de pontos e foi isso que fizeram.

Para isso contaram com a resistência acirrada da Techeetah. Geralmente uns furos abaixo das rivais, a equipa chinesa pareceu ter um ritmo mais próximo em terras marroquinas, com António Félix da Costa a fazer pole position sobre Mortara. Félix da Costa e Mortara usaram os seus Attack Modes relativamente cedo na corrida, com o último a levar a melhor em termos de estratégia e passando à liderança.

A partir daí, a Techeetah parecia ter como plano simplesmente inverter as posições dos seus dois pilotos, o que fez. Só que Mortara parecia fugir aos poucos, e Félix da Costa recebeu permissão para voltar ao 2º lugar, de onde se lançou à caça do Venturi. O português ainda se aproximou até estar a menos de um segundo mas o suíço segurou a sua liderança da corrida, para assumir a liderança do campeonato. Infelizmente para Vergne, a ausência do “escudo” do colega de equipa foi sentida: perdeu o último lugar do pódio para Evans.

O outro Venturi de Lucas di Grassi ultrapassou Nyck de Vries na última volta para ser o melhor dos restantes no 5º lugar, enquanto que Jake Dennis voltou a assumir a liderança da Andretti para somar mais alguns pontos para a equipa americana. Já o anterior líder do campeonato, Vandoorne, passou carro após carro para pontuar 4 preciosos pontos em 8º, seguido de Sam Bird (que voltou a estar a milhas do outro Jaguar) e Oliver Rowland (com um ponto valioso na luta da Mahindra contra a Nissan).

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Qualificação: 1. Félix da Costa \ 2. Mortara \ 3. Vergne \ 4. Wehrlein \ 5. Dennis (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Mortara \ 2. Félix da Costa \ 3. Evans \ 4. Vergne \ 5. di Grassi \ 6. de Vries \ 7. Dennis \ 8. Vandoorne \ 9. Bird \ 10. Rowland (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Mortara (139) \ 2. Vergne (128) \ 3. Vandoorne (125) \ 4. Evans (124) \ 5. Frijns (81) —– 1. Venturi (205) \ 2. DS Techeetah (203) \ 3. Mercedes (198) \ 4. Jaguar (156) \ 5. Porsche (114)

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Corrida anterior: e-Prix Jakarta 2022
Corrida seguinte: e-Prix Nova Iorque 2022





Evans aproxima-se dos 3 primeiros – e-Prix Jakarta 2022

5 06 2022

Parte integrante do esforço da Fórmula E por recuperar uma boa dose de internacionalização (especificamente com a expansão para o continente asiático), Jakarta era um desejo de longo curso do fundador Alejandro Agag mas foi preciso esperar pelo menos dois anos para que a prova pudesse de facto ocorrer.

Um circuito ao redor do Monumento Nacional foi o primeiro esboço, mas nunca deu para conseguir as permissões necessárias e foi necessário voltar a escolher uma localização. 5 locais foram indicados ao redor de Jakarta até que finalmente a escolha recaiu sobre a zoa de Ancol.

A pista potencial até nem segue os ângulos retos geralmente usados por outras pistas, caraterizada por uma longa reta da meta e secções mais sinuosas, como a das curvas 9-12 e 15, 16 e 17. Será também a última prova individual de 2022, devido ao cancelamento (adiamento?) do e-Prix de Vancouver, com todas as outras corridas a serem duplas.

Ronda 9 – e-Prix de Jakarta 2022

A nova pista acabou por trazer o mesmo entusiasmo de sempre nas eliminatórias de qualificação, uma das grandes descobertas da Fórmula E em 2022. André Lotterer, pela primeira vez este ano, não conseguiu passar até aos quartos-de-final mas, paradoxalmente, a DS Techeetah pareceu estar a encontrar-se cada vez mais nestas qualificações, colocando os dois carros na final. Nesta, coube a Jean-Éric Vergne impôr-se ao colega de equipa António Félix da Costa, que escorregou logo no início da volta (tal como o seu adversário das meias-finais, Edoardo Mortara já fizera).

Só que, tal como já sucedeu com frequência nesta temporada, os Techeetah mostraram-se incapazes de fugir ao pelotão na corrida da mesma forma que o fazem em qualificação. Félix da Costa acabou a perder algumas posições, apesar de um bom uso de Fan Boost lhe ter permitido segurar o Mercedes de Stoffel Vandoorne, e Vergne esteve sempre em disputa pela vitória mas acabou batido por Mitch Evans.

O britânico da Jaguar tornou-se o primeiro piloto a chegar às 3 vitórias em 2022, com mais uma excelente corrida sempre ao ataque, e aproximou-se bastante dos seus outros três rivais no campeonato: Vergne, Mortara e Vandoorne. Mortara foi o melhor dos carros com unidades motrizes Mercedes, continuando a arrastar a cliente Venturi até posições bem ambiciosas, enquanto que Vandoorne teve uma qualificação menos conseguido e limitou os estragos para sair de Jakarta ainda na liderança do campeonato.

O colega Mercedes, Nyck de Vries, estava em boa posição para terminar ainda com alguns pontos quando foi visto a entrar nas boxes para abandonar. Não se tratava de um abandono “a solo”, porque pouco depois surgiu a mensagem de que Lotterer seria penalizado por contacto com o holandês…

Sébastien Buemi tinha conseguido a proeza de terminar em 7º após o fim da qualificação mas em corrida chegou a cair para 13º até um pitada de sorte no final da prova o colocar no limite dos pontos, tal era a falta de ritmo crónica do Nissan (não admirando ninguém que esteja de saída para a Envision em 2022/23). Também Jake Dennis arrastou um carro inferior até onde não merecia, com o seu Andretti. Por último, Sam Bird continua algo decepcionante em 2022: enquanto o colega triunfou, o inglês apenas conseguiu pôr o Jaguar em 9º; e a Envision teve um fim-de-semana horrível que tramou por completo ambos os seus pilotos.

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Qualificação: 1. Vergne \ 2. Félix da Costa \ 3. Evans \ 4. Mortara \ 5. Dennis (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Evans \ 2. Vergne \ 3. Mortara \ 4. Félix da Costa \ 5. Vandoorne \ 6. Dennis \ 7. di Grassi \ 8. Wehrlein \ 9. Bird \ 10. Buemi (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Vandoorne (121) \ 2. Vergne (116) \ 3. Mortara (114) \ 4. Evans (109) \ 5. Frijns (81) —– 1. Mercedes (186) \ 2. DS Techeetah (170) \ 3. Venturi (169) \ 4. Jaguar (139) \ 5. Porsche (114)

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Corrida anterior: e-Prix Berlim 2022
Corrida seguinte: e-Prix Marraquexe 2022

ePrix Jakarta seguinte: 2023

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Fonte:
The Race \ Buemi na Envision





O que sabemos da Fórmula E 2022/23

11 05 2022

Enquanto a sua temporada atual continua a fazer uso da Geração 2 de monolugares elétricos, a Fórmula E prepara o grande passo que a sua Geração 3 representará para o futuro da categoria. Especificamente, com uma apresentação nos dias antes do e-Prix do Mónaco.

Em termos simples, a nova geração trará melhorias a nível de: potência, com um motor elétrico de 350 kW (e regeneração a mais do dobro, com 600 kW); peso e tamanho, com menos 60 kg no total e redução de 15 cm de comprimento (e 7 cm de largura); carregamento rápido das baterias, que se acredita ser 4 vezes superior aos carregadores de mercado; e pneus de materiais reciclados, com o novo fornecedor Hankook.

Em termos mais completos:

Gen 1Gen 2Gen 3
Comprimento5,32 m5,16 m5,016 m
Largura1,78 m1,77 m1,70 m
Peso (com piloto)920 kg900 kg840 kg
Potência200 kW250 kW350 kW
Regeneração100 kW250 kW600 kW
Velocidade máxima225 km/h280 km/h322 km/h
TraçãoTraseiraTraseiraDianteira e Traseira

O Gen 3 já completou mais de 5600 km de testes, incluíndo testes das equipas ao novo carro numa data a anunciar.

Quem é quem

Os abandonos de Audi, BMW e Mercedes abriram a porta a um fenómeno pouco usual na FE: o aumento da quantidade de equipas clientes.

As equipas serão 12 (a Abt anunciou o seu regresso depois de ter saído com a Audi em 2021) e parece que de entre as marcas automóveis envolvidas nenhuma fornecerá mais do que 2 estruturas ao mesmo tempo.

O abandono da Mercedes parece ir levar a uma aquisição da estrutura da parte da McLaren, que por sua vez terá alegadamente já garantido o fornecimento de propulsores da Nissan. A marca japonese já garantiu também a continuação da sua equipa de fábrica, agora completamente adquirida à DAMS.

Envision e Andretti, que ficarão sem os seus fornecedores atuais no final deste ano, já asseguraram a sua presença como equipas cliente para 2023, chegando a acordos com Jaguar e Porsche, respetivamente (no último caso ainda falta confirmação). Qualquer uma das duas marcas automóveis também já garantiram a presença das suas equipas de fábrica, também.

A novata Maserati já chegou a acordo com a Venturi (atual cliente da Mercedes) para 2023, com uma situação mais parecida à da DS e Techeetah atualmente. Falando na Techeetah, a DS já tratou de esclarecer que terminará o seu envolvimento com a equipa chinesa (muito por culpa das constantes dúvidas sobre a sua saúde financeira) para se aliar à pouco competitiva Dragon Penske (que parará de fabricar os próprios motores). A Techeetah permanece sem planos claros para o futuro.

Por último, a Mahindra e a NIO continuarão a produzir unidades para si próprias e sem clientes.

Marca AutomóvelEquipas
DSDragon Penske
JaguarJaguar
Envision
MahindraMahindra
MaseratiVenturi
NIONIO
NissanNissan
McLaren?
PorschePorsche
Andretti?
?Abt
Techeetah

A dança das cadeiras

Neste quesito ainda se sabe muito pouco, uma vez que, ao contrário da Fórmula 1, as equipas de Fórmula E gostam de anunciar os seus planos neste campo já bem depois de ter terminado a temporada anterior.

Só que, pouco caracteristicamente, até se sabe alguma coisa sobre o que aí vem na categoria.

Na Jaguar a dupla atual de Mitch Evans e Sam Bird já está confirmada para 2022/23, enquanto que na futura DS Dragon Penske a dupla de pilotos será de Jean-Éric Vergne (fiel ao grupo DS, até por integrar a equipa Peugeot em Le Mans) e Stoffel Vandoorne (que “foge” da futura compra McLaren à Mercedes). O outro piloto Mercedes, Nyck de Vries, poderá estar de saída da categoria para o WEC (Toyota).

A Porsche (neste caso ainda sem confirmação, mesmo oficiosa) deverá anunciar no Verão a manutenção de Pascal Wehrlein e a substituição de André Lotterer por António Félix da Costa. Félix da Costa não terá gostado de ficar de fora do programa Le Mans da Peugeot, deixando assim a Techeetah sem pilotos nem fornecedor de motores para 2022/23…

Os e-Prix

Como se sabe, a Fórmula E nunca foi muito boa a apresentar com antecedência o seu calendário de competição e este ano não é uma exceção.

Provavelmente, os dirigentes da categoria já ficarão felizes se conseguirem correr nas pistas que anunciarem oficialmente, algo que não tem sido possível nos dois últimos anos (marcados por rondas duplas e e-Prix cancelados).

Ainda assim, alguns circuitos têm já contratos. Alguns já são “prata da casa”, tal como Diriyah e Roma; outros vão regressar depois de uma ausência, tal como Paris; e outros são inteiramente novos, tal como São Paulo, Hiderabade, Cidade do Cabo ou Vancouver.

Todos estes são os que têm contrato, se bem que provas como o Mónaco, México, Nova Iorque ou Londres deverão marcar presença novamente com toda a certeza.

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Fontes:
Autosport \ Especificações Gen 3
The Race \ Especificações Gen 3
The Race \ Movimentações de pilotos