Campos com nova dobradinha – Testes F2

26 04 2024

A pausa após a Austrália foi longa, mas antes do regresso dos carros de Fórmula 2 aos circuitos de F1 a categoria optou por copiar a sua congénere F3 e colocar-se em Barcelona para 3 dias de testes dos seus monolugares.

Se os testes da semana passada da F3 já tinham sido uma excelente representação dos talentos dos pilotos da Campos, a F2 trouxe mais da mesma situação nesta semana, com ambos os carros da equipa espanhola a liderarem dois dos dias de testes (e a conseguirem mesmo fazer uma dobradinha no último deles).

Isack Hadjar ficou com o papel de piloto mais rápido dos testes, seguido de Pepe Martí, o que terá agradado significativamente à Red Bull.

Sem chuva os tempos foram melhorando a cada dia, com o líder do campeonato (o Rodin de Zane Maloney) a posicionar-se em posições mais modestas (entre 6º e 11º ao longo dos dias) e o 3º lugar dos três dias a pertencer sempre a um MP (Dennis Hauger e Franco Colapinto). Gabriel Bortoleto (Invicta) foi o mais rápido no primeiro dia, só que a equipa teve grandes dificuldades nos dias finais ao ficar nas duas últimas posições.

A Van Amersfoort tinha feito o mesmo no segundo dia, mas soube recuperar-se para o último dia. Já Paul Aron (Hitech) e os ART produziram tempos interessantes, enquanto Richard Verschhor foi o ponta de lança da Trident nestes testes.

A ART foi a estrutura foi a equipa com mais quilómetros percorridos, seguida da Invicta e da Prema.

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Dia 1 – Resultado: 1. Bortoleto (1m25s143) \ 2. Crawford (1m25s182) \ 3. Hauger (1m25s372) \ 4. Maini (1m25s486) \ 5. Verschoor (1m25s702)

Dia 2 – Resultado: 1. Martí (1m23s681) \ 2. Martins (1m23s841) \ 3. Hauger (1m23s862) \ 4. Hadjar (1m23s881) \ 5. Aron (1m23s940)

Dia 3 – Resultado: 1. Hadjar (1m23s139) \ 2. Martí (1m23s549) \ 3. Colapinto (1m23s698) \ 4. Martins (1m23s853) \ 5. Bearman (1m23s894)

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Resultado Global

#EquipaTempoVoltas
1Campos1m23s139Hadjar416
2MP1m23s698Colapinto390
3ART1m23s841Martins496
4Prema1m23s894Bearman467
5Trident1m23s905Verschoor389
6Hitech1m23s940Aron441
7Rodin1m24s027Maloney424
8PHM1m24s242Dürksen394
9Invicta1m24s284Maini479
10Van Amersfoort1m24s435Villagómez445
11DAMS1m24s540Crawford442
Barcelona 23-25 Abril 2024




Regresso vitorioso para Sainz – GP Austrália 2024

25 03 2024

Desde 1996 palco tradicional do início de temporada, Melbourne até se vê de volta a uma data bastante usual dessa condição, mas agora como terceira ronda do mundial, a seguir às duas provas do Médio Oriente. Inexplicavelmente, voltou a não ser agrupada em sequência com a China, deixando o paddock com uma dispendiosa visita à Oceânia e de regresso à Europa.

O Albert Park de Melbourne é o circuito do GP da Austrália, uma pista semi-citadina à volta de um lago, que possui um traçado apertado e sinuoso sem grandes possibilidades de ultrapassagem. Para ajudar, o circuito aproveitou o período pandémico para modificar várias secções de baixa velocidade, convertendo-as para alta velocidade e criando novos pontos de ultrapassagem.

Depois de a pandemia ter impedido a realização das provas de 2020 e 2021, os últimos dois anos de regresso viram Charles Leclerc e Max Verstappen vencerem em território australiano, sendo interessante que a Ferrari já tenha vencido no país 13 vezes contra “apenas” 2 da Red Bull.

Desta vez, correram dois pilotos australianos em casa (Oscar Piastri e Daniel Ricciardo), num fim-de-semana que conta desde o ano passado com a presença das categorias F2 e F3 nas provas de apoio.

As duas semanas entre Jeddah e Melbourne trouxeram espaço para pequenas notícias de atualização à F1, desde a aceleração da compra da Sauber pela Audi (provavelmente preocupada com os atuais resultados em pista), a ida de Simone Resta para a Mercedes, a renovação de Zak Brown como CEO McLaren até 2030, entre outras.

Os grandes destaques num campo mais hostil foram a investigação da FIA a si mesma e ao seu Presidente ter descoberto nada de errado na conduta de Mohammed ben Sulayem (surpresa), e também a queixa criminal de Susie Wolff contra a mesma FIA pela acusação de troca de informações confidenciais de que tinha sido acusada sem fundamento no início deste ano.

Ronda 3 – Grande Prémio da Austrália 2024

Seria de pensar que nada tão dramático quanto a necessidade de substituir um piloto fosse suceder na terceira ronda do campeonato, mas rapidamente se provou que pior que não ter piloto para um carro era ter carro para um piloto.

Alexander Albon destruiu o seu Williams no primeiro treino livre e a equipa britânica foi apanhada em falso, sem nenhum carro de substituição e incapaz de reparar os estragos extensivos. A solução foi James Vowles anunciar que a decisão difícil de retirar o carro de Logan Sargeant para Albon. Sargeant afirmou compreender a decisão, mas também explicou que estava perante o dia mais difícil da sua vida. Uma vez que Albon é, desde 2022, responsável por mais de 85% dos pontos da Williams e que o meio da tabela está em luta renhida por pontos, o paddock compreendeu a lógica.

O piloto tailandês correspondeu em parte em qualificação, colocando-se em 12º, mesmo com Lewis Hamilton (Mercedes) à sua frente, com a Mercedes a voltar a mostrar alguma falta de ritmo. Falta que não parece ser sentida pela cliente McLaren, que voltou a melhorar o seu registo de qualificação de 2024, com Lando Norris em 3º e Oscar Piastri em 5º.

A luta por pole position ficou entre uma Ferrari mais próxima da frente e uma Red Bull que permanece imbatível. Max Verstappen colocou os segundos em pole, ao passo que Carlos Sainz brilhou ao meter a Ferrari na primeira linha apenas duas semanas depois da sua cirurgia. Já Sergio Pérez (Red Bull) tinha sido 3º originalmente mas foi penalizado em 3 lugares na grelha por ter impedido Nico Hülkenberg (Haas) no Q1.

Yuki Tsunoda (RB) foi o grande intruso do Q3, à frente do colega da casa (Daniel Ricciardo) que viu a sua melhor volta anulada por exceder limites de pista. Outro piloto em destaque foi Esteban Ocon (ao passar ao Q2), que parece estar a levar a má forma da equipa de maneira significativamente mais matura que Pierre Gasly.

No dia de corrida existiam grandes expectativas de que fosse possível haver uma surpresa na frente, mas dificilmente o abandono de Verstappen na terceira volta teria estado nas contas de alguém. O neerlandês abandonou com um travão traseiro direito a desintegrar-se a olhos vistos, já depois de ter sido passado por Sainz.

Com uma dinâmica de prova inteiramente diferente, Sainz teve como tarefa principal evitar ser passado nas boxes pelo colega Leclerc, algo que soube fazer mesmo na margem certa, tendo dado a ideia de que era o mais eficaz dos dois Ferrari ao longo de todo o fim-de-semana (o que também foi abordado extensivamente pelos jornalistas, uma vez que continua sem contrato para 2025). Dobradinha Ferrari no final, que os catapulta para ambas as lutas do título.

Norris completou o pódio num dia em que Piastri cometeu alguns erros pequenos mas significativos o suficiente para lhe retirar um pódio caseiro, e em que Pérez (único Red Bull em pista) não mostrou ritmo suficiente para preocupar os carros à sua frente.

A Aston Martin demonstrou ritmo suficiente para que a Mercedes tenha tido um GP em Melbourne extremamente desconfortável. Um abandono por problemas mecânicos de Hamilton causou um Safety Car Virtual, cujo grande beneficiado foi ironicamente Alonso. O espanhol passou para a frente de Russell e lá permaneceu durante a prova toda, culminando com um despiste aparatoso do Mercedes na perseguição. Já após a corrida, Alonso foi penalizado por alegadamente ter causado o acidente com um brake test, algo que categoricamente negou.

Esta penalização promoveu Stroll a 6º e, mais importantemente, Tsunoda a 7º para dar à RB os seus primeiros pontos do ano num fim-de-semana de enorme qualidade do japonês. Também a Haas voltou a mostrar serviço, culminando com uma luta direta de ambos os carros contra Albon que venceram, pontuando tanto Hülkenberg como Magnussen. Isto deixou a Williams sem recompensa pela sua troca de pilotos.

Já a Kick Sauber e a Alpine foram as piores representantes da grelha. A Kick Sauber voltou a ter problemas graves a mudar os pneus nas boxes, enquanto que a Alpine viu Pierre Gasly por duas vezes ser penalizado por cruzar a linha das boxes (um erro francamente amador).

Estes resultados relançam o interesse a um campeonato que tinha começado assustador para os rivais da Red Bull.

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Qualificação: 1. Verstappen \ 2. Sainz \ 3. Norris \ 4. Leclerc \ 5. Piastri (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Sainz \ 2. Leclerc \ 3. Norris \ 4. Piastri \ 5. Pérez \ 6. Stroll \ 7. Tsunoda \ 8. Alonso \ 9. Hülkenberg \ 10. Magnussen (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (51) \ 2. Leclerc (47) \ 3. Pérez (46) \ 4. Sainz (40) \ 5. Piastri (28) —– 1. Red Bull (97) \ 2. Ferrari (93) \ 3. McLaren (55) \ 4. Mercedes (26) \ 5. Aston Martin (25)

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Corrida anterior: GP Arábia Saudita 2024
Corrida seguinte: GP Japão 2024

GP Austrália anterior: 2023

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Fórmula 2 (Rondas 5-6) \ Hadjar vence uma, mas levanta dois troféus

De modo a fazer uma cópia da situação de algumas horas antes na F3, a Fórmula 2 viu a sua qualificação interrompida por bandeira vermelha. Desta vez foi Jak Crawford (DAMS), com o recomeço da ação a trazer um Gabriel Bortoleto (Invicta) de faca nos dentes e, no fim, a arriscar em excesso na tentativa. O brasileiro saiu de pista e atrapalhou a volta do colega Kush Maini, que ainda assim conseguiu ir para 1º provisoriamente.

Enzo Fittipaldi (Van Amersfoort) perdeu o carro no muro, mas ainda havia margem para alguns carros acabarem as voltas. Andrea Kimi Antonelli (Prema) roubou a pole position provisório, mas depois Dennis Hauger (MP) chegou e ficou com a definitiva pole, seguido de Antonelli e Richard Verschoor (Trident).

Para o sábado de sprint, a prova começou (e decorreu) em caos constante. Isack Hadjar (Campos) partiu de forma brilhante e conseguiu assumir a dianteira, mas não sem dar um toque valente no colega de equipa (Pepe Martí) que eliminou o outro Campos e um inocente Bortoleto de prova (e trouxe o primeiro Safety Car). O resultado foi que, apesar de ter vencido triunfalmente a prova e de ser ter ouvido “A Marselhesa” no pódio, Hadjar foi penalizado e acabou 6º.

O vencedor da prova foi um esforçado Roman Staněk (Trident) a sair de pole inversa. O checo defendeu-se com unhas e dentes dos rivais mais rápidos durante a prova inteira com sucesso. Tanto sucesso que alguns adversários se atrapalharam e tiveram um incidente bizarro (como Antonelli, Verschoor e Paul Aron [Hitech]).

Ainda houve tempo para um pequeno drama entre colegas MP, com Franco Colapinto a querer a posição de Hauger e a ouvir o engenheiro de pista dizer “se estás rápido, então passa” de forma torta. Hauger não foi passado e até passou Maini de forma brilhante para o 2º lugar. Oliver Bearman (Prema) devia ter somado os primeiros pontos do ano, só que foi penalizado por correr com Joshua Dürkesen (PHM) para fora de pista.

Acabou por não ser um bom dia para os dois pilotos da dobradinha sprint no dia da feature. Staněk despistou-se e foi parar à gravilha na primeira volta, enquanto que Hauger destruiu o carro mais à frente (e causou o segundo SC Virtual, cujo grande beneficiário foi Hadjar). Maini e ambos os DAMS até estiveram nas primeiras posições mesmo até ao final, mas não tinham parado. Logo, Hadjar conseguiu vingar-se da derrota sprint com uma vitória magistral na feature.

Em geral, foi um dia de imensa ação em pista. Dürksen causou o primeiro SC Virtual com o seu abandono, Antonelli e Hauger trocaram posições na frente nas voltas iniciais e Victor Martins recuperou de 21º a 12º logo no princípio.

Destaque ainda para um fim-de-semana de Top 5 para Ritmo Miyata (Rodin), quando a luta pelo título se abriu para pilotos como Aron ou Hauger.

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Qualificação: 1. Hauger \ 2. Antonelli \ 3. Verschoor \ … \ 8. Hadjar \ 9. Bortoleto \ 10. Staněk

Resultado (Sprint): 1. Staněk \ 2. Hauger \ 3. Maini \ 4. Colapinto \ 5. Miyata \ 6. Hadjar \ 7. Martins \ 8. O’Sullivan (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Hadjar \ 2. Aron \ 3. Maloney \ 4. Antonelli \ 5. Miyata \ 6. Verschoor \ 7. Villagómez \ 8. Martins \ 9. Bearman \ 10. Crawford (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Maloney (62) \ 2. Aron (47) \ 3. Hauger (41) \ 4. Hadjar (34) \ 5. Maini (33) —– 1. Rodin (78) \ 2. Campos (60) \ 3. Hitech (57) \ 4. MP (54) \ 5. Invicta (48)

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Corrida anterior: Arábia Saudita 2024 \ Rondas 3-4
Corrida seguinte: Emilia Romagna 2024 \ Rondas 7-8

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Fórmula 3 (Rondas 3-4) \ Beganovic em grande

Na primeira qualificação do ano numa verdadeira sexta-feira, a Fórmula 3 viu Leonardo Fornaroli (Trident) conseguir melhorar a sua volta nos segundos finais com um tempo mais rápido que os dois rivais da Prema (Gabriele Minì e Dino Beganovic), alcançando pole position numa sessão marcada pela bandeira vermelha de Sami Meguetounif (Trident). O francês bateu no muro da última curva, destruindo o carro (algo semelhante ao que Piotr Wiśnicki da Rodin também fez com menos gravidade alguns minutos depois).

Para o sprint, a corrida acabou por ser a história dos 3 pilotos que partiram dos 3 primeiros lugares e um intruso. Laurens van Hoepen (ART) partiu de pole inversa e protagonizou a luta inicial com Martinius Stenshorne (Hitech) até o norueguês ter um ligeiro contacto com Christian Mansell (ART), que deixou Mansell com dificuldades no lado esquerdo do carro (vendo-o cair até ao último lugar pontuável).

Stenshorne acabaria por ir fugindo na liderança, onde nas voltas finais foi ameaçado por Arvid Lindblad (Prema) mas sem perder a vitória.

Para a feature, houve um pelotão de líderes claramente definido e composto por Fornaroli, Minì, Beganovic e Browning, que conseguiram acabar uma prova de desgaste rápido de pneus com uma enormidade de vantagem face ao 5º classificado (Charlie Wurz, que, não por acaso, foi o único estreante no Top 10).

Beganovic partiu 3º mas foi passando os rivais, primeiro o colega Minì e depois Fornaroli, até chegar a uma liderança que defendeu com unhas e dentes.

Wurz foi o melhor dos restantes, com Montoya a também se destacar no pelotão que caçava importantes pontos no domingo que até começou de SC (para 3 carros presos na gravilha).

Browning e Fornaroli estão agora empatados no topo, mas Minì e Beganovic estão bem próximos.

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Qualificação: 1. Fornaroli \ 2. Minì \ 3. Beganovic \ … \ 10. Mansell \ 11. Stenshorne \ 12. van Hoepen

Resultado (Sprint): 1. Stenshorne \ 2. Lindblad \ 3. van Hoepen \ 4. Boya \ 5. Goethe \ 6. Minì \ 7. Dunne \ 8. Montoya \ 9. Fornaroli \ 10. Mansell (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Beganovic \ 2. Fornaroli \ 3. Minì \ 4. Browning \ 5. Wurz \ 6. Montoya \ 7. Boya \ 8. Bedrin \ 9. Goethe \ 10. Mansell (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Browning (37) \ 2. Fornaroli (37) \ 3. Minì (32) \ 4. Beganovic (28) \ 5. Lindblad (23) —– 1. Prema (83) \ 2. Trident (60) \ 3. Hitech (47) \ 4. ART (45) \ 5. Campos (39)

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Corrida anterior: Bahrain 2024 \ Rondas 1-2
Corrida seguinte: Emilia Romagna 2024 \ Rondas 5-6





Bearman estreia bem no dia de outra 9ª seguida de Verstappen – GP Arábia Saudita 2024

9 03 2024

O seu princípio pode não ter sido especialmente auspicioso, mas é inegável que o GP da Arábia Saudita está incrivelmente sólido no calendário neste momento. O susto dos terroristas houthis em 2022 ainda poderá assombrar o evento, considerando como a situação no Mar Vermelho tem corrido com a guerra Israel-Hamas, os muros talvez voltem a precisar de ser modificados devido à natureza de alta velocidade do circuito, mas no geral o evento é garantido.

O país do Médio Oriente tem investido em eventos desportivos massivamente nos últimos anos (também o futebol e o golfe têm recebido avultadas somas, por exemplo), numa tentativa de branqueamento de imagem que no caso da F1 tem implicado um estreitamento de laços significativo (patrocínio da categoria, da equipa Aston Martin, fornecimento de combustível,…).

O primeiro desses investimentos foi a construção em tempo recorde do circuito citadino de Jeddah. O projeto de uma pista ao lado do Mar Vermelho viu a luz do dia mesmo a tempo de ser a penúltimo prova de 2021 ao redor do traçado de Jeddah e as suas 27 curvas (a maioria das quais de alta velocidade).

Após um princípio de ano desastroso, a Alpine viu o seu Diretor Técnico (Matt Harman) e Chefe de Aerodinâmica (Dirk de Beer) demitirem-se dos seus cargos, tendo optado mais uma vez por promoções internas para substituí-los. Já Jérôme d’Ambrosio vai passar de liderar a academia de jovens Mercedes para desempenhar funções similares na Ferrari.

Na Red Bull, as coisas parecem ainda longe de acalmar, com os rumores (alimentados pelo próprio) de que Max Verstappen poderia abandonar a equipa se Helmut Marko fosse suspenso a juntarem-se a declarações curiosas de Toto Wolff sobre um eventual interesse no piloto. O CEO da própria Red Bull, Oliver Mintzlaff, surgiu no paddock para ajudar a silenciar rumores da saída de Marko, numa altura em que se torna claro que a investigação Horner parece ter sido a ponta de um icebergue de guerra interna na equipa.

Como se não bastasse, o Presidente da FIA (Mohammed ben Sulayem) está sob investigação interna por alegadamente ter feito pressões ilegais para cancelar uma penalização de Fernando Alonso no GP da Arábia Saudita 2023 e por ter tentado impedir a homologação da pista de Las Vegas no mesmo ano.

Ronda 2 – Grande Prémio da Arábia Saudita 2024

Ainda nem havia ação em pista e já havia um foco numa potencial ausência. Não, não se tratava nem da potencial saída de cena de Christian Horner nem do carrossel do staff técnico da Alpine, mas sim de um Carlos Sainz que se estava a sentir indisposto. O motivo rapidamente se compreendeu, com a equipa a anunciar que o piloto tinha sofrido uma apendicite e que seria substituído durante o resto do fim-de-semana para ter cirurgia.

Surpresa maior se sentiu quando Fréderic Vasseur optou por escolher, pela primeira vez desde os anos 70, um estreante para guiar um Ferrari. Acabado de fazer pole position na Fórmula 2, Oliver Bearman de 18 anos foi chamado para o terceiro treino livre e o restante fim-de-semana. A expectativa era que seria positivo se o britânico ficasse a meio segundo ou menos de Leclerc. E foi precisamente isso que fez, com um 11º lugar que quase o deixou no Q3.

Q3 esse que foi liderado por Max Verstappen pela primeira vez em território saudita, ainda que Leclerc e Fernando Alonso (Aston Martin) tenham ficado bem próximos do seu tempo. Tornou-se claro que Aston Martin e McLaren continuam a conseguir estar até um pouco melhores que a equipa principal Mercedes, enquanto a Alpine apenas conseguiu ficar em 17º e 18º na frente do Williams de Logan Sargeant e do Kick Sauber de Guanyu Zhou (que não fez tempos devido à demora nas reparações depois de ter destruído o carro no último treino livre).

Para (mais) um sábado de corrida, ainda houve uma breve esperança de que na partida alguém pudesse tratar de dar um desafio a Verstappen, mas mais uma vez foi uma partida perfeita do neerlandês, cujo único obstáculo foi ultrapassar um Lando Norris de pneus gastos após um Safety Car. Nem imediatamente atrás chegaram desafios, com o colega Sergio Pérez, mesmo com uma penalização, a ser o perseguidor mais direto para nova dobradinha.

A Ferrari também se estabeleceu firmemente como segunda força do campeonato, com Leclerc ótimo em 3º lugar e Bearman a gerir a pressão da estreia de forma exemplar, conseguindo até ritmo suficiente para segurar os ataques finais de Norris e Hamilton com pneus macios. Não por acaso, o primeiro estreante da Scuderia desde 1972 foi votado Piloto do Dia.

O SC já mencionado foi provocado por Lance Stroll, que tocou o muro, partiu a suspensão e foi parar a outro muro. Durante este período Hamilton, Norris, Nico Hülkenberg e Guanyu Zhou optaram por ser os únicos que não pararam, apostando num eventual segundo SC que nunca veio. Isto complicou as corridas de todos, excepto Hülkenberg que contou com o colega de equipa (Kevin Magnussen) para segurar rivais agressivamente para ter tempo de parar e regressar à pista ainda nos pontos. Com o monopólio que para já as 5 primeiras equipas têm nos pontos, este 10º lugar pode ser muito valioso para os americanos.

Magnussen teve uma prova muito atribulada, recebendo uma penalização por chocar com Alexander Albon e outra por ultrapassar Yuki Tsunoda fora de pista. Oscar Piastri andou perto de Fernando Alonso a prova toda, apesar de Russell ainda ter feito uma aproximação final, enquanto que a RB e Alpine tiveram fins-de-semana para esquecer com ambos os carros.

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Qualificação: 1. Verstappen \ 2. Leclerc \ 3. Pérez \ 4. Alonso \ 5. Piastri (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Pérez \ 3. Leclerc \ 4. Piastri \ 5. Alonso \ 6. Russell \ 7. Bearman \ 8. Norris \ 9. Hamilton \ 10. Hülkenberg (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (51) \ 2. Pérez (36) \ 3. Leclerc (28) \ 4. Russell (18) \ 5. Piastri (16) —– 1. Red Bull (87) \ 2. Ferrari (49) \ 3. McLaren (28) \ 4. Mercedes (26) \ 5. Aston Martin (13)

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GP Arábia Saudita anterior: 2023

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Fórmula 2 (Rondas 3-4) \ Emocionado Fittipaldi vence

O segundo fim-de-semana do ano começou com excelentes auspícios para a Prema, que desta vez pareceu acertar em cheio com o seu setup e viu Oliver Bearman voar até à pole position, num duelo particular com Kush Maini (desta vez não desclassificado por estar baixo demais). Já Pepe Martí ficou frustrado com um 11º lugar que o deixou mesmo de fora da pole inversa, enquanto que o vencedor duplo do Bahrain, Zane Maloney ficou a abanar a cabeça em 16º (tendo que abandonar o carro em pista).

Se a Prema tinha ficado feliz com isto, depressa se viu sem o seu piloto, quando Bearman teve que sacrificar os possíveis pontos de F2 pela sua ascensão à F1 para substituir Sainz na Ferrari.

Com um pequeno atraso no seu começo, após a acidente da F1 no TL3, a corrida sprint da F2 começou com algum caos. Os dois jovens Williams, Franco Colapinto (MP) e Zak O’Sullivan (ART), não conseguiram partir e logo à frente deles Victor Martins (ART) e Dennis Hauger (MP) tiveram um desentendimento que trouxe o Safety Car para a pista (além de no meio disto Andrea Kimi Antonelli (Prema) ter perdido um pedaço de asa.

Antonelli ainda teve que passar um carro atrás do SC (estava demasiado lento), mas conseguiu importantes pontos com uma condução aguerrida. Por esta altura, Richard Verschoor (Trident) passou Paul Aron (Hitech), que tinha partido de pole inversa. Neste momento, houve novo SC breve para a paragem de Amaury Cordeel (Hitech). E ainda um posterior SC Virtual para quando Juan Manuel Correa (DAMS) destruiu a suspensão no muro.

Após o recomeço, Jak Crawford (DAMS) e Zane Maloney (Rodin) tiveram uma excelente disputa por 6º, enquanto que Hauger despachou Isack Hadjar (Campos) para o 2º posto, antes deste abandonar com falha mecânica.

A vitória ficou (provisoriamente) com Verschoor, até este ser desclassificado por razões técnicas (relacionadas com mapeamentos de motor) e a entregar a Hauger.

Para a feature, houve novamente caos no início. Pepe Martí e Roman Staněk ficaram logo eliminados, enquanto que Gabriel Bortoleto ficou fora por problemas mecânicos. As coisas continuaram depois mais ou menos mornas até que os carros foram montando os médios e a corrida esquentou (particularmente no duelo a 3 de Antonelli, Hadjar e Crawford).

A corrida até poderia ter mudado novamente de forma radical com um segundo SC para Franco Colapinto, mas, ao invés, ajudou a que a estratégia “normal” tomasse prevalência. O grande destaque aqui foi Enzo Fittipaldi da Van Amersfoort, com uma brilhante ultrapassagem por fora a dois carros. Depois foi só fugir e deixar os rivais atrás para discutir entre si o pódio. Maini chegou em 2º, seguido de um photo finish entre 3 carros que deixou Dennis Hauger em 3º.

Maloney pontuou em ambas as provas, o que o deixa ainda com uma liderança do campeonato.

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Qualificação: 1. Bearman \ 2. Maini \ 3. Crawford \ … \ 8. Hadjar \ 9. Verschoor \ 10. Aron

Resultado (Sprint): 1. Hauger \ 2. Aron \ 3. Fittipaldi \ 4. Maloney \ 5. Crawford \ 6. Antonelli \ 7. Martí \ 8. Maini (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Fittipaldi \ 2. Maini \ 3. Hauger \ 4. Crawford \ 5. Cordeel \ 6. Antonelli \ 7. Maloney \ 8. Verschoor \ 9. Villagómez \ 10. Aron (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Maloney (47) \ 2. Fittipaldi (32) \ 3. Hauger (31) \ 4. Aron (29) \ 5. Maini (27) —– 1. Rodin (49) \ 2. Invicta (42) \ 3. MP (39) \ 4. Hitech (39) \ 5. Van Amersfoort (34)

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Corrida seguinte: Austrália 2024 \ Rondas 5-6

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Fontes:
Autosport PT \ Matt Harman e Dirk de Beer demitem-se da Alpine
BBC \ Bearman substitui Sainz
Motorsport \ Ben Sulayem sob investigação
The Guardian \ Verstappen ameaça sair sem Marko





2023, Lado B – GP Bahrain 2024

2 03 2024

Depois de já ter colocado os fãs a ver uma corrida no sábado, com os sprints e com o próprio GP de Las Vegas em 2023, a Fórmula 1, de forma a conseguir adaptar o seu calendário a 24 corridas, teve que começar mais cedo que o usual, pelo que os GPs do Bahrain e Arábia Saudita tiveram que conseguir a proeza de serem realizados cedo e não colidir com o Ramadão. O resultado foi a antecipação de todas as sessões em um dia.

No caso específico do Bahrain, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento de pilotos, o país começou a construção do autódromo de Sakhir em 2002, sediando o primeiro Grande Prémio do Bahrain em 2004 vencido por Michael Schumacher. A pista, como era usual na época, foi projetada por Hermann Tilke e ficou conhecida pelas enormes escapatórias que tinham a vantagem de manter a areia do deserto fora do traçado.

Com a ação em pista a processar-se agora sob holofotes (desde 2014) em vez do Sol escaldante, o circuito de Sakhir possui boas infraestruturas, retas amplas e pontos de ultrapassagem claros, curvas desafiantes e muitos outros ingredientes que tornam esta uma das paragens favoritas do paddock, mesmo com o “peso extra” que provas da zona costumam atrair.

A notícia da ilibação de Christian Horner do caso de assédio foi Sol de pouca dura: menos de 24 horas depois alguém enviou a todos os jornalistas, chefes de equipa, FOM e FIA um link para um Drive com, alegadamente, as mensagens investigadas, tornando quase insustentável a posição do líder da Red Bull. Ainda para mais com comentários laterais de Mohammed ben Sulayem e Jos Verstappen que insinuam fortemente que deveria dar lugar a outra pessoa.

Ronda 1 – Grande Prémio do Bahrain 2024

A cada nova sessão de treinos livres que ocorria no Bahrain, mais interessantes se tornavam as expectativas para a primeira sessão de qualificação do ano. A ausência de um Red Bull na frente em qualquer um dos treinos ainda podia ser atribuído a uma eventual poupança dos austríacos, mas a verdade é que pelo menos em ritmo de qualificação tornou-se claro que os rivais não estavam tão longe quanto o temido.

No Q1 apenas um segundo separava a primeira e última linhas da grelha, sendo que a última linha era inteiramente composta pela Alpine. Os franceses viram os seus piores medos em relação ao seu novo conceito de monolugar confirmarem-se, ainda que Esteban Ocon tenha mostrado o seu lado mais compreensivo e tenha tentado dar ânimo pela rádio à sua equipa.

A natureza próxima da luta pela pole position significou que vários pilotos, como Lando Norris (McLaren) se queixaram de ter estado perto da primeira linha. Ainda assim, só Charles Leclerc (Ferrari) se poderá queixar com razão, uma vez que tinha feito um tempo no Q2 que lhe teria dado a pole. Como não conseguiu, viu Max Verstappen (Red Bull) ficar com o 1º lugar da grelha, sendo seguido pelo Mercedes de George Russell.

A Kick Sauber juntou-se à Alpine como eliminada no Q1, ao passo que Nico Hülkenberg mostrou que a Haas não perdeu o seu ritmo de qualificação ao chegar ao Q3 (e que as previsões mais pessimistas de ritmo não se confirmaram) às custas do Aston Martin de Lance Stroll.

Para o sábado de corrida havia no ar a esperança de que o pole, tal como na F2 e F3, não partisse bem ou, se partisse bem, não tivesse ritmo de corrida exagerado. Nenhuma das duas sucedeu. Verstappen segurou a liderança e não saiu dela uma única volta, acabando confortavelmente na frente de uma corrida que até atrás de si pareceu sempre ter pouca história.

Pérez acabou por concluir uma dobradinha previsível, enquanto que os Ferrari e Russell lutaram pelo derradeiro lugar do pódio, prevalecendo Sainz com uma agressividade notável que lhe valeu a distinção de Piloto do Dia, contra um Leclerc a cometer vários erros e um Russell que não conseguiu evitar mostrar que ainda falta algo à Mercedes.

A McLaren somou pontos confortavelmente, intercalada por Hamilton e na frente dos dois Aston Martin, numa representação perfeitamente clara das forças da categoria (ainda para mais quando, pela primeira vez na história, todos os pilotos terminaram a primeira corrida do ano). A Kick Sauber foi quem mais se aproximou dos pontos (com um 11º lugar), mas o caos foi mesmo com os RB: Yuki Tsunoda detestou dar posição no final a Daniel Ricciardo e até quase bateram na volta de desaceleração devido a uma infantilidade do japonês.

Valtteri Bottas quase teve que abandonar com dificuldades na mudança de pneu e Logan Sargeant pareceu ter um problema no novo volante da Williams, que quase o levou a ficar sem travões por completo.

No geral, observámos uma simples repetição de 2023: gira o disco e toca o mesmo.

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Qualificação: 1. Verstappen \ 2. Leclerc \ 3. Russell \ 4. Sainz \ 5. Pérez (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Pérez \ 3. Sainz \ 4. Leclerc \ 5. Russell \ 6. Norris \ 7. Hamilton \ 8. Piastri \ 9. Alonso \ 10. Stroll (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (26) \ 2. Pérez (18) \ 3. Sainz (15) \ 4. Leclerc (12) \ 5. Russell (10) —– 1. Red Bull (44) \ 2. Ferrari (27) \ 3. Mercedes (16) \ 4. McLaren (12) \ 5. Aston Martin (3)

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Corrida anterior: GP Abu Dhabi 2023
Corrida seguinte: GP Arábia Saudita 2024

GP Bahrain anterior: 2023

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Fórmula 2 (Rondas 1-2) \ Dupla vitória para Maloney

Neste princípio de ano para a Fórmula 2, até a sessão de qualificação atraiu mais interesse do que o usual. A penúltima tentativa dos vários pilotos acabou por garantir melhores voltas que a última, sendo nesta que Kush Maini e Gabriel Bortoleto bloquearam a primeira linha da grelha de partida. Isto transformou-se numa pole de Bortoleto quando Maini foi desqualificado por ter um dos elementos exteriores do chão do carro abaixo do mínimo exigido.

Nas contas da pole inversa, Taylor Barnard (PHM) foi a grande figura. O britânico foi dos únicos a melhorar na derradeira tentativa, e logo para 10º que lhe garantia partir primeiro para o sprint. A posterior retirada de Maini deixou-o antes em 2º e “salvou” Jak Crawford (DAMS) do seu 11º posto original.

No início do sprint, estes dois pilotos tiveram sortes bem distintas. Barnard abandonou logo no princípio, enquanto que Crawford, apesar de não ter garantido o triunfo, garantiu um importante 2º lugar. A vitória pertenceu Zane Maloney (Rodin), que saiu de 8º e foi um autêntico furacão a abrir caminho entre os seus rivais até chegar ao 1º posto (fazendo caminho inverso ao de Zak O’Sullivan da ART que perdeu posições).

A Campos fez boa figura com os seus dois jovens Red Bull, ao passo que Joshua Dürksen (PHM) não conseguiu partir e Amaury Cordeel (Hitech) abandonou logo no início devido a toque de Rafael Villagómez (Van Amersfoort), causando um Safety Car Virtual.

Já na feature, promovido a líder, Bortoleto perdeu duas posições até à primeira curva e depois cometeu um erro primário ao eliminar Isack Hadjar (Campos) de prova, o que lhe valeram 10 segundos de penaliação (que ainda assim, lhe permitiram terminar 5º). Maloney partiu muito bem de 3º, assumiu a dianteira e venceu a corrida (aproveitamento total na primeira ronda dupla do ano).

Depois do Safety Car para o incidente Bortoleto-Hadjar (que ainda envolveu Fittipaldi), houve ainda espaço a uma prova bem interessante, com um pequeno desentendimento a entrar nas boxes para Cordeel e Bearman, Ritomo Miyata (Rodin) a mostrar serviço na estreia e para Crawford a perder o motor nas boxes brevemente.

Um segundo SC (para falha eletrónica de Victor Martins) trouxe no seu recomeço oportunidades para vários pilotos: para Paul Aron (Hitech) realizar várias ultrapassagens; para Maini fazer meia dúzia de importantes pontos; e para Andrea Kimi Antonelli conseguir mostrar garra num fim-de-semana para esquecer da Prema.

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Qualificação: 1. Bortoleto \ 2. Hadjar \ 3. Maloney \ … \ 8. Martins \ 9. Barnard \ 10. Crawford

Resultado (Sprint): 1. Maloney \ 2. Crawford \ 3. Martí \ 4. Hadjar \ 5. Aron \ 6. Bortoleto \ 7. O’Sullivan \ 8. Hauger (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Maloney \ 2. Martí \ 3. Aron \ 4. O’Sullivan \ 5. Bortoleto \ 6. Colapinto \ 7. Maini \ 8. Hauger \ 9. Miyata \ 10. Antonelli (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Maloney (36) \ 2. Martí (24) \ 3. Aron (19) \ 4. Bortoleto (15) \ 5. O’Sullivan (14) —– 1. Rodin (38) \ 2. Campos (29) \ 3. Invicta (21) \ 4. Hitech (19) \ 5. ART (14)

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Corrida anterior: Abu Dhabi 2023 \ Rondas 25-26
Corrida seguinte: Arábia Saudita 2024 \ Rondas 3-4

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Fórmula 3 (Rondas 1-2) \ Browning vence a primeira feature do ano

Com uma grande expectativa relativamente ao que os pilotos da Prema seriam capazes neste campeonato, o ano começou sem desiludir. Dino Beganovic e Gabriele Minì lutaram pela pole position com o “intruso” Luke Browning (Hitech), saindo Beganovic como vencedor deste duelo particular. Para o sprint, a grelha inversa trouxe uma primeira linha ART, com Laurens van Hopen seguido de Nikola Tsolov.

Na partido do sprint, Tsolov passou o colega van Hoepen e a partir daí uma luta morna começou a desenvolver-se (com a equipa ART a avisar para van Hoepen ser inteligente quando este acusou o colega de o empurrar). Max Esterson (Jenzer) procurou não perder o contacto com os líderes mas acabou inevitavelmente ultrapassado por Arvid Lindblad (Prema) e Leonardo Fornaroli (Trident), que se juntaram aos dois líderes numa disputa pela vitória.

De forma limpa, Lindblad assumiu a liderança e fugiu dos ataques de DRS, deixando van Hopen, Fornaroli e Tsolov para se entenderem sozinhos. O resultado foi uma vitória do jovem da Red Bull, seguido por van Hoepen e Fornaroli. Já Esterson acabou a prova a defender-se com coragem dos ataques de um inteligente Minì (por 4 milésimas na linha).

Beganovic furou logo nas voltas iniciais, acabando a sua prova, enquanto que Tommy Smith (Van Amersfoort) arriscou demasiado e arruinou a sua prova e a de Matías Zagazeta (Jenzer).

Na feature, já com os olhos de mais espectadores em cima, Beganovic não conseguiu partir bem, levando a que fosse Browning a assumir a liderança. A partir daí o britânico até segurou a vitória até ao fim (assumindo a liderança do campeonato), mas não sem um grande susto devido ao barulho de motor estranho que começou a escapar do seu monolugar (uma peça ligeiramente solta no escape, mas sem gravidade).

Assim, não foi possível nem a Christian Mansell (ART) nem a Tim Tramnitz (MP) ameaçarem verdadeiramente a sua vitória, contentando-se com completar o pódio. Destaque ainda para Oliver Goethe (Campos), que conseguiu subir de 17º até ao posto pontuável final.

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Qualificação: 1. Beganovic \ 2. Browning \ 3. Minì \ … \ 10. Esterson \ 11. Tsolov \ 12. van Hoepen

Resultado (Sprint): 1. Lindblad \ 2. van Hoepen \ 3. Fornaroli \ 4. Tsolov \ 5. Tramnitz \ 6. Esterson \ 7. Minì \ 8. Boya \ 9. Goethe \ 10. Meguetounif (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Browning \ 2. Mansell \ 3. Tramnitz \ 4. Meguetounif \ 5. Ramos \ 6. Minì \ 7. Fornaroli \ 8. Lindblad \ 9. Dunne \ 10. Goethe (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Browning (25) \ 2. Tramnitz (21) \ 3. Mansell (18) \ 4. Fornaroli (15) \ 5. Lindblad (14) —– 1. Trident (38) \ 2. ART (35) \ 3. Prema (28) \ 4. Hitech (25) \ 5. MP (23)

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Corrida anterior: Itália 2023 Rondas 17-18
Corrida seguinte: Austrália 2024 \ Rondas 1-2

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Fontes:
The Times \ Horner ilibado em investigação





A prometida aproximação à Red Bull passará do papel?

27 02 2024

Há um clima de instabilidade no ar neste início de temporada. Não a nível de ação em pista, onde provavelmente teremos o mesmo domínio que em 2023. Mas de bastidores, muito tem acontecido. A recusa da FOM na entrada da Andretti como nova equipa (e mais especificamente os motivos que apontou para essa recusa) é apenas mais um capítulo de uma capitalização extrema do desporto pela FOM e de uma crescente tensão FIA-FOM.

As renovações dos circuitos de Suzuka e Silverstone em contratos longos foram bem recebidas, mas a assinatura de um circuito citadino em Madrid fez levantar o sobrolho de muitos fãs, cansados de ver mais e mais circuitos sem grande personalidade entrar no calendário (enquanto que locais como Alemanha, França e Malásia continuam fora).

Depois há ainda a investigação a Christian Horner por alegado comportamento inapropriado, longe de ser levada levianamente. A Ford já insistiu por transparência, uma vez que colaborará com a equipa a partir de 2026. Horner é o mais antigo chefe de equipa ativo, por larga margem, e uma potencial saída teria um enorme impacto numa Red Bull campeã do mundo (e pelo potencial de posteriores saídas, como a do projetista Adrian Newey).

De 7º a 10º, quem foge do pelotão inferior

Um fosso bastante visível foi estabelecido em 2023 entre as 4 equipas pior classificadas e as restantes 6. Fugir desta espiral é fundamental para todas, mas há uma estrutura que já sabemos que não deverá fugir: a Haas.

Fundada com o propósito explícito de promover a manufactura da marca americana Haas, Gene Haas há muito que vinha sendo acusado de não investir apropriadamente na F1. Agora que passaram 2 anos das novas regras em que a equipa apostou, o saldo foi um 8º e um 10º lugares. Absolutamente insuficiente e razão para o americano ter corrido com o líder Guenther Steiner. Ayao Komatsu tomou o lugar, mas já ficou claro que será um ano penoso, tarde demais para mudar de trajetória a curto prazo. Assim, Nico Hülkenberg e Kevin Magnussen terão que lutar com o VF-24 este ano, na insegurança de saber que provavelmente um deles terá que dar lugar a Oliver Bearman no final do ano.

Mais à frente, depois de anos com duas “Alfas” na grelha, 2024 vê ambas mudar de nome. A Alfa Romeo regressou à sua forma Sauber durante os próximos dois anos até ser Audi (ou será Kick Sauber, ou Stake, ou…) e apostou fortemente num desenho de monolugar agressivo para dar um salto competitivo. Guanyu Zhou até terminou 3º no último dia de testes, mas é incerto qual o ritmo verdadeiro da nova estrutura. Valtteri Bottas também terá um ano importante, tentando convencer o paddock de que tem o que é necessário para chegar até aos próximos regulamentos.

A outra “Alfa”, a AlphaTauri, conseguiu a proeza de se ter tornado mais insípida. Passou a ser RB, que não só a confunde com a Red Bull principal, como ainda lhe retira todo o espírito Minardi que ainda detinha. Isto misturado com uma partilha reforçada de peças com a Red Bull até lhe parece ter trazido um nível de performance interessante, mas que já levou as outras 8 estruturas a pressionar para uma venda. No entretanto, resta ver quanta aproximação aos pontos terá a equipa de Yuki Tsunoda e Daniel Ricciardo (sendo que o derrotado deste duelo interno deverá sair da F1 pela porta pequena).

Por último, a Williams até contou com desenvolvimentos interessantes, mas já apanhou o seu primeiro grande choque ao aperceber-se que todos deram um passo em frente também. Já nem falando de ter sido a única que não chegou a tocar nas 300 voltas completadas na pré-temporada. Ainda assim, se Logan Sargeant estiver mais perto de Alexander Albon poderá ter uma plausível hipótese de segurar o seu 7º posto nos construtores.

O momento das grandes decisões para Alpine e Mercedes

Quem não fez em 2023 parte do grupo das estruturas em dificuldades, mas que promete poder ser (pelo menos no início do ano) é a Alpine. Os franceses mudaram praticamente tudo no seu carro, mas o resultado dos testes, apesar da boa fiabilidade, tem sido extremamente preocupante, a ponto de ambos os carros não saírem do Q1 ser uma possibilidade bastante razoável.

Esteban Ocon já mostrou o seu jeito para o desenrascanço, mencionando que tecnicamente ainda é um jovem Mercedes. Resta ver como será a paciência de Pierre Gasly.

A vaga a que Ocon se autocandidatou foi precisamente na Mercedes, em que a saída de Lewis Hamilton já anunciada para 2025 vai condicionar por inteiro o mercado de pilotos. Apesar da mudança de conceito radical já em curso, e que até pareceu prometer uma pequena reaproximação aos líderes, a Mercedes vai viver um ano de olhos postos no futuro. George Russell será o novo líder absoluto, mas resta ver que género de colega de equipa o acompanhará. Se mostrar serviço este ano, Russell pode comandar Brackley como Norris ou Leclerc já comandam as suas atuais equipas. Se não mostrar… Um Alonso poderá levar o volante a seu lado.

Temos ou não aproximação à Red Bull?

Aston Martin e McLaren, com os seus motores Mercedes, fizeram uma pré-temporada pacata. Mas preocupam a Mercedes oficial. Isto porque foram cumprindo o seu programa sem qualquer problema e pareciam imensamente satisfeitas no final.

A McLaren quer continuar a ser a mais direta perseguidora da Red Bull e já fechou por completo o seu lineup para os próximos anos, aguentando para o longo prazo os préstimos de Lando Norris e Oscar Piastri. Já a Aston Martin tem uma âncora sob a forma de Lance Stroll, mas também um talento enorme sob a forma de Fernando Alonso (que está em ano final de contrato e com inúmeras possibilidades pela frente) e a promessa de que compreendeu bem os caminhos errados de desenvolvimento de 2023.

Se ambas conseguirem provar que serem estruturas clientes não as impossibilita de voos mais altos, poderão realmente conseguir pregar sustos valentes às estruturas cimeiras.

Começando pela primeira dessas, a Ferrari está claramente a apostar forte para o seu futuro. A contratação milionário de Lewis Hamilton para ao lado do talentoso Charles Leclerc é uma declaração formal de ambições elevadas. O facto de ter definido o seu carro como 95% novo também ajuda a embalar os ânimos para um bom 2024, assim como ter ficado líder do segundo e terceiro dias.

Mas isto foi com um asterisco bem grande. A Red Bull.

Os austríacos poderiam ter sentido a pressão de ganhos decrescentes por terem acertado com o seu conceito de carro. Mas como o RB20 trocaram as voltas aos rivais: mudaram de conceito, para algo ainda mais arrojado (e hilariantemente parecido com o conceito “falhado” da Mercedes). Adrian Newey criou um modelo arriscado que já viu Max Verstappen fazê-lo voar (e Sergio Pérez pelo menos planar), mesmo, alegamente, sem puxar a sério por ele.

Apenas uma quebra interna, como é a investigação Horner, poderá fazer a equipa temer algo das rivais. Ou, pelo menos, assim parece.

Destaque ainda para a redução da demora de ativação de DRS de 2 para 1 volta, a atribuição de mais uma unidade de potência por ano às equipas (já perto do início do ano, o que levou as marcas a apostarem em durabilidade que agora não precisarão por completo, permitindo correr os motores mais fortes), e ainda a modificação do fim-de-semana de sprints para algo um pouco mais lógico.

F2 – Novo monolugar em ano de pressão máximo para Antonelli

Já é tradicional haverem queixas sobre a falta de progressão da F2 para a F1, e o facto de pela primeira vez na história não ter havido rotatividade na F1 não augurava nada de bom. Mas a F2 está em mudança. Um novo monolugar, mais adaptado às regras pós-2022 da categoria principal, com prometidas melhorias de ultrapassagens é um bom princípio e tem um efeito secundário bem interessante: o efeito experiência dos pilotos a entrar nos seus terceiros e quartos anos de categoria é diminuído.

Os estreantes estão, assim, com grandes hipóteses de conseguir fazer o impensável e evitar que pilotos favoritos como Victor Martins ou Oliver Bearman sejam os únicos candidatos ao título. O que traz um elemento adicional de pressão a alguém que já chega cheia dela: Andrea Kimi Antonelli. O italiano é apontado com possibilidades da vaga F1 de Hamilton na Mercedes, mas terá que mostrar serviços rapidamente na F2, quanto já tem a desvantagem de a Mercedes o ter feito saltar a F3. Se já houve maiores expectativas num piloto, talvez apenas a Verstappen…

Estreantes como Gabriel Bortoleto e Pepe Martí também terão uma chance bem jeitosa para mostrar serviço, inseridos que estão agora em equipas Junior de estruturas oficiais de F1. Só que segundos anos como Jak Crawford, Zane Maloney, Franco Colapinto ou Isack Hadjar também terão uma palavra a dizer.

Vem aí um entusiasmante ano de F2…

F3 – Duelo privado Prema ou algo mais?

Geralmente composta exclusivamente de caos total, a Fórmula 3 não deve fugir à regra em 2024. Vários jovens deram o salto para a categoria logo acima, mas dois permanecerem e são pilotos Prema: Dino Beganovic e Gabriele Minì (das academias Ferrari e Alpine, respetivamente). O título é quase certo de pertencer a um deles, sendo que o terceiro piloto (Arvid Lindblad) terá que lutar muito por não passar despercebido.

Mas há vida para além deste duelo. A sempre presente Trident não tem filiados de academias, mas tem talento sob a forma de Leonardo Fornaroli, Sami Meguetounif e Santiago Ramos. A MP corre com dois jovens Red Bull de bom gabarito (Tim Tramnitz e Kacper Sztuka). Luke Browning, uma das grandes surpresas de 2023, corre pela Hitech com possibilidades interessantes no seu futuro, agora com a academia Williams.

Mais atrás ainda, chegou uma ART com um 2023 para esquecer e deserta de se provar novamente, provando que não é apenas nas equipas teoricamente cimeiras que a luta ficará restrita.

Resta ver o que sairá deste caos vagamente organizado.





Maloney e Browning em grande – Testes F2/F3

14 02 2024

A escassas semanas do início de temporada de Fórmulas 1, 2 e 3, as duas categorias júniores finalmente tiveram direito à sua pré-temporada numa temporada em que a Fórmula 2 estreia um monolugar totalmente novo e poderá finalmente diminuir a vantagens de pilotos experientes, e em que a Fórmula 3 promete ser tão imprevisível quanto sempre.

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Fórmula 2

Com um monolugar completamente novo (de proporções de asa traseira particularmente invulgares, dado ser um novo conceito em teste para facilitar ultrapassagens), a Fórmula 2 e as suas equipas precisavam desesperadamente de acumular quilómetros. O deserto do Bahrain sempre teve a vantagem de ter piso seco disponível, mas no primeiro dia um dilúvio decidiu abater-se sobre a pista, reduzindo drasticamente os tempos de todos (e aumentando os valores na tabela de tempos).

Assim, coube a Dennis Hauger colocar-se na frente ao final de um dia reduzido no seu MP, seguido de Zane Maloney no seu Rodin e de Victor Martins com o número 1 da ART. Maloney acabaria por ser o grande protagonista dos testes, tendo liderado os dois dias seguintes.

Seria de pensar que o tempo seco do Dia 2 daria alguma quilometragem aos pilotos, mas Rafael Villagómez começou logo a provocar bandeira vermelha com uma saída de pista. O resto da manhã acabaria por ser calminha, com a tarde a ser para o topo da tabela de tempos a ir sendo melhorado pouco a pouco. No final, foi o mencionado Maloney quem acabou na frente, com Jak Crawford (DAMS e Aston Martin) em 2º e Enzo Fittipaldi (Van Amersfoort e Red Bull) em 3º.

Estes tempos acabariam por ser, para vários pilotos, os melhores do conjunto dos dias.

O dia final foi igualmente dinâmico, com ação menos interrompida que antes e com o alinhamento de algumas equipas a tornar-se mais claro. Maloney e Crawford voltaram a liderar, mas desta vez seguidos do colega do segundo: Ritomo Miyata (um piloto japonês com percurso de carreira extremamente interessante).

No resultado final de todos os dias, a Rodin, DAMS e Van Amersfoort foram as estruturas mais rápidas em circulação no emirado. A Prema ficou, preocupantemente, em último lugar, mas acumulou quilómetros com facilidade, pelo que deve não entrar em pânico já.

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Dia 1 – Resultado: 1. Hauger (1m53s175) \ 2. Maloney (1m53s351) \ 3. Martins (1m53s367) \ 4. Antonelli (1m53s511) \ 5. Crawford (1m53s865)

Dia 2 – Resultado: 1. Maloney (1m41s501) \ 2. Crawford (1m41s626) \ 3. Fittipaldi (1m41s735) \ 4. Hadjar (1m41s921) \ 5. Maini (1m41s982)

Dia 3 – Resultado: 1. Maloney (1m42s468) \ 2. Crawford (1m42s661) \ 3. Miyata (1m42s684) \ 4. Hadjar (1m42s712) \ 5. Fittipaldi (1m42s808)

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Resultado Global

#EquipaTempoVoltas
1Rodin1m41s501Maloney321
2DAMS1m41s626Crawford252
3Van Amersfoort1m41s735Fittipaldi282
4Campos1m41s921Hadjar271
5Invicta1m41s982Maini317
6ART1m42s162O’Sullivan308
7MP1m42s313Colapinto296
8Trident1m42s435Verschoor229
9Hitech1m42s659Cordeel327
10PHM1m42s793Barnard272
11Prema1m43s607Antonelli307
Bahrain 11-13 Fevereiro 2024

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Fórmula 3

Sem voltas corridas desde a decisão do título em Monza há largos meses, a Fórmula 3 também viu o seu primeiro dia afetado pela chuva, mas mesmo assim ainda conseguiu chegar a tempos finais muito mais em linha com os dos restantes dias que a F2.

No primeiro dia foi Noel León quem liderou para a Van Amersfoort, só que a ordem do resto do dia tornou óbvio que não era assim tão representativo. Bandeiras vermelhas para Sebastián Montoya e Piotr Wiśnicki terminaram o dia.

A manhã do segundo dia viu todos os monolugares aproveitarem cada segundo desde o primeiro momento, ao ataque. No entanto, foi mesmo no final do dia que os vários pilotos foram estabelecendo sectores roxos. Luke Browning liderou por margem mínima sobre Alex Dunne e Charlie Wurz, com Mari Boya em 4º e Tim Tramnitz em 5º.

Já com várias perturbações no Dia 3, os pilotos continuaram a melhorar os seus tempos, mas o líder foi mais uma vez o mesmo: o Hitech de Luke Browning. Desta vez seguiram-se (a alguma distância) Nikola Tsolov e Max Esterson, ainda que o líder do primeiro dia, León também se tenha conseguido colocar em 5º.

Em termos de resultados globais, a Hitech saiu na frente seguida de Van Amersfoort e Campos, com as desilusões principais a serem Rodin e PHM (principalmente a Rodin, que tinha saído líder na F2). A maior quilometragem ficou com a Trident e a menor com a Campos.

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Dia 1 – Resultado: 1. León (1m46s657) \ 2. Goethe (1m46s672) \ 3. Tramnitz (1m46s828) \ 4. Ramos (1m46s934) \ 5. Minì (1m46s942)

Dia 2 – Resultado: 1. Browning (1m46s819) \ 2. Dunne (1m46s885) \ 3. Wurz (1m46s963) \ 4. Boya (1m46s964) \ 5. Tramnitz (1m46s976)

Dia 3 – Resultado: 1. Browning (1m46s566) \ 2. Tsolov (1m46s825) \ 3. Esterson (1m46s836) \ 4. Stenshorne (1m46s979) \ 5. León (1m47s196)

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Resultado Global

#EquipaTempoVoltas
1Hitech1m46s566Browning430
2Van Amersfoort1m46s657León455
3Campos1m46s672Goethe367
4ART1m46s825Tsolov446
5MP1m46s828Tramnitz458
6Jenzer1m46s836Esterson426
7Trident1m46s934Ramos511
8Prema1m46s942Minì426
9PHM1m47s122Bedrin396
10Rodin1m47s668Voisin427
Bahrain 11-13 Fevereiro 2024





Top 5 – Fórmula 2 em 2023

21 12 2023

Há um facto que tem vindo a afetar mais e mais a Fórmula 2: nos últimos 3 anos o campeão não conseguiu passar diretamente para a Fórmula 1. Mick Schumacher foi o último e Oscar Piastri até conseguiu estrear um ano depois, mas Felipe Drugovich não parece estar com grandes hipóteses e Théo Pourchaire provavelmente passará pelo mesmo em 2024 e além.

Uma certa tendência para a “crueldade” com os estreantes tem-se vindo a refletir em campeões nas suas terceiras temporadas na categoria, o que geralmente falha em impressionar as equipas de F1. Mas o facto de o título ter estado a ser disputado entre dois pilotos com pouco gravitas por detrás do nome não ajudou. Pourchaire já tinha sido vice-campeão em 2022 e o título era um requisito mínimo. Vesti vinha de campanhas menos impressionantes e apenas o título contra o rival o poderia ter ajudado, o que não sucedeu.

Isto deixou os pilotos mais para trás a recolherem as sobras, ficando as equipas de F1 à espera de ver o que eles farão em 2024.

Isto não impediu que o ano tenha sido interessante, com um título renhido e várias peças do xadrez a movimentarem-se para um ataque completo em 2024. Boschung finalmente não continuará na categoria (depois de 7 [!] anos nela), Hauger continua não mostrar nem perto do ritmo que lhe permitiu ser campeão de F3, a PHM Charouz ficou a zeros num campeonato de transição,…

Mas quem foram os protagonistas de 2023?

1 – Théo Pourchaire

Muito se torceu o nariz à permanência de Théo Pourchaire na Fórmula 2 para 2023, quando tinha já realizado duas competentes temporadas (5º em 2021 e 2º em 2022). O francês pareceu acreditar que, não se tendo aberto espaço para entrar na F1 em 2023, a melhor solução para manter viva a ambição seria o título de F2. Isto contra uma nova leva de talentos, desertos de conseguir a oportunidade.

A aventura começou muito bem, com pole position no Bahrain por mais de 7 décimas de segundo, uma recuperação até 5º no sprint com volta mais rápida, e com vitória indiscutível na primeira feature do ano. Mas os adversários apanharam o ritmo rapidamente. Sem pontos em Jeddah, já só conseguiu 2º e 3º postos nas provas seguintes. Não voltaria a vencer o resto do ano.

O motivo para merecer esta classificação e o título? Fazendo uso da sua experiência, o francês simplesmente recusou-se a entrar numa espiral negativa e acumulou um total de 10 pódios e 19 corridas nos pontos, contrastando com as várias vitórias do rival Vesti (que geralmente eram seguidas de duas ou três provas fora dos pontos).

Com o uso de uma consistência notável, Pourchaire conseguiu o almejado título. O seu problema foi a escolha da Sauber por manter Guanyu Zhou na F1, o que o deixa sem lugar para onde ir em 2024.

2 – Oliver Bearman

Mesmo sem um título de Fórmula 3 conquistado, poucos pilotos carregam o peso das expectativas do paddock de forma tão significativa quanto Oliver Bearman. Com apenas 17 anos no início da temporada, Bearman chegou à F2 com o cartão de visita de ter ficado bem perto de poder ter sido campeão na estreia de F3 e de contar com o apoio da Ferrari. Na sua primeira temporada de F2 foi o melhor estreante, acabando em 6º no campeonato.

Os primeiros Grande Prémios não foram diferentes dos de qualquer outro estreante (mesmo os bons) com diversas provas fora dos lugares pontuáveis, com exceção de Oscar Piastri. Mas depois chegou Baku e o britânico mostrou ao que vinha: fez pole position, venceu o sprint apesar do grid inverso, e no dia seguinte dominou a seu bel-prazer a feature. Foi o único a vencer de forma dupla em 2023.

Foi difícil repetir este pico, até porque a F2 tem-se tornado notoriamente difícil para os pilotos que ainda não se habituaram ao seu monolugar, mas não impossível. Bearman venceu duas vezes adicionais (e ambas em features), além de 2 pole position extra.

Demasiado baixo nos lugares dos pontos nas outras provas (mas muitas vezes presente), Bearman nunca foi candidato ao título em 2023. Mas com um ano de experiência e permanecendo na Prema, o piloto é um dos favoritos para 2024 depois de uma excelente estreia.

3 – Jack Doohan

Com o oficioso título de melhor piloto de 2022 na sua estreia de Fórmula 2 (e infinitamente mais impressionante que o Dennis Hauger, que lhe “roubou” o título de Fórmula 3 em 2021), Jack Doohan tinha altas expectativas sobre os seus ombros para 2023. Permaneceu com a menos competitiva Virtuosi, mas ia ter a equipa a trabalhar completamente para si.

O resultado deste esforço? Misto.

Começou demasiado mal o ano para se conseguir impôr na luta pelo título (6 provas sem pontos das primeiras 10, com nenhuma das pontuações a ser uma vitória), dando sempre a impressão de que por muito que se aproximasse da luta já ia com demasiado atraso. Ainda assim, quando triunfou fê-lo em 3 provas feature (2 delas de pole), uma circunstância que lhe dá grande crédito, assim como o crescendo que foi fazendo ao longo do ano.

Com o caos na sua academia de F1 (Alpine), pedia-se uma melhor compreensão da excelente posição em que estava para aplicar pressão nos franceses em escolhê-lo quando a dupla Gasly-Ocon inevitavelmente implodir. Em vez disso, voltou a dar a impressão de um piloto muito rápido que parece demorar a ganhar ritmo. É duvidoso que tenha algo a ganhar com uma terceira temporada de F2, mas é inegável que foi um dos protagonistas de 2023.

4 – Frederik Vesti

Com 2 anos de Fórmula 3 e no segundo ano de Fórmula 2, Frederik Vesti chegou a 2023 com o estatuto de único piloto da academia Mercedes ainda no segundo degrau da escada de competição até à F1. Ao serviço da Prema, depois de 2 anos de ART, Vesti ia ter ao seu dispor um carro competitivo e a experiência acumulada de um ano. Contra si tinha o facto de que, em posição semelhante em 2021 na F3, tinha falhado na hora H.

Em 2023 o resultado foi igualmente misto, justificando o porquê de o vice-campeão estar apenas 4º nesta lista. O dinamarquês venceu 6 corridas contra 1 de Pourchaire, mas, crucialmente, 4 delas foram sprint. Nem se pode dizer que tenha começado assim tão mal o ano, para justificar a distância para o rival. Foram 3 vitórias nas primeiras 12 provas, com uma delas a ser uma feature em Monte-Carlo.

A verdadeira diferença entre os dois principais candidatos ao título foi a inteligência tática de compreender bem quais os momentos para atacar e quais os de esperar por melhores oportunidades sem arriscar. Nalguns casos sem culpa própria, resultando em parte do seu atraso, mas noutros o piloto poderia ter tido uma melhor compreensão especialmente com carros fora das contas do título.

Merece, no entanto, muito crédito pela forma como atacou até ao último momento em Abu Dhabi, ainda que a vaga na F1 o tenha iludido.

5 – Kush Maini

Olhando para o percurso competitivo de Kush Maini antes da sua estreia na F2 em 2023, era difícil de prever o ótimo ano que o indiano se preparava para ter. Com o melhor resultado da sua carreira antes a ter sido um vice-campeonato de Fórmula 3 Britânica, Maini tinha tido um ano algo anónimo na Fórmula 3 em 2022 quando surpreendeu quase todos ao dar o salto para a F2 com a sua pior equipa, a Campos.

O objetivo dele certamente tirou inspiração em Felipe Drugovich, que tinha sido igualmente anónimo na F3 antes de ser bem-sucedido na F2. E foi precisamente isso que, numa menor escala, sucedeu. Aproveitando as primeiras provas de um Campos em forma, Maini foi pontuando com frequência, chegando a fazer um pódio no seu terceiro fim-de-semana. Foram 8 pontuações em 10 tentativas no início do ano.

Daí para a frente tornou-se mais difícil, com o seu monolugar a perder competitividade para outras equipas, mas o piloto soube manter-se em grande nível, com frequência a andar em lugares acima do que devia e pontuando mais que o ultra experiente colega Ralph Boschung.

Para o próximo ano junta-se à “nova” Virtuosi, onde será interessante ver se continuará o ascendente.





Os “segundos anos” preparam-se – Testes F2

3 12 2023

Já bem habituadas a usar a semana a seguir ao final do ano para testar com os seus pilotos do ano seguinte (ou os que têm ainda possibilidades de o ser), as equipas de Fórmula 2 colocaram-se em pista em Abu Dhabi durante 3 dias para conseguirem obter o máximo de quilometragem possível.

Com alguns meses de distância ainda até ao início de 2024, já há ainda assim alguns pilotos particularmente interessantes confirmados com as suas novas equipas. A Rodin Carlin em particular tem já a dupla de Zane Maloney e Ritomo Miyata definida, com Maloney a já não ter laços à Red Bull mas a liderar a tabela dos 3 dias de testes, enquanto que Miyata chega pelo invulgar caminho de campeão de Super Fórmula Japonesa pela mão da Toyota como estreante de F2 (os tempos para já não impressionaram).

Outro piloto com um caminho peculiar é Andrea Kimi Antonelli. O italiano da academia Mercedes vai estrear com a poderosa Prema com 17 anos, tendo saltado por completo a F3, e chega com um CV de títulos em quase tudo por que passou. Esteve no Top 10 dos 3 dias e será um dos pilotos a manter debaixo de olho.

A Virtuosi por seu lado tem estado a reforçar-se bem, com a surpresa do último campeonato (Kush Maini, agora um jovem Alpine) e o campeão na estreia de F3 (Gabriel Bortoleto, novo jovem McLaren). A qualidade está garantida, o que não se podia dizer o ano passado. Já a Hitech arrisca muito, com o pouco cotado Amaury Cordeel e o estreante Paul Aron.

A Campos quer transformar o seu salto de competitividade na F3 num salto na F2: a dupla Red Bull de Isack Hadjar e Pepe Martí é promissora e conseguiu ser a 4ª mais veloz dos testes, um bom sinal.

Outra novidade foi que a PHM conseguiu finalmente não ser a mais lenta estrutura dos testes, aproximando a distância para as equipas da frente. Aliás, menos de 0,8 segundos separaram as equipas, um bom indicador para 2024.

Oliver Bearman liderou o primeiro dia e deverá ser um forte candidato ao título, assim como os anteriormente mencionados Maloney e Hadjar nos segundo e terceiro dias, respetivamente. A consistência de Victor Martins também o deverá colocar em boa posição para lançar um ataque ao título.

Para pilotos como Dennis Hauger e Enzo Fittipaldi, a chegarem à sua terceira temporada na categoria, é o momento da verdade.

Nos 3 dias, houve uma dinâmica de diversas bandeiras vermelhas, com o primeiro dia de manhã e o segunda de tarde a terem sido particularmente afetados.

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Dia 1 – Resultado: 1. Bearman (1m36s092) \ 2. Antonelli (1m36s257) \ 3. Martins (1m36s394) \ 4. Verschoor (1m36s425) \ 5. Cordeel (1m36s644)

Dia 2 – Resultado: 1. Maloney (1m35s789) \ 2. Martins (1m35s888) \ 3. Hauger (1m35s954) \ 4. Martí (1m35s984) \ 5. O’Sullivan (1m35s993)

Dia 3 – Resultado: 1. Hadjar (1m35s958) \ 2. Hauger (1m35s996) \ 3. Maloney (1m36s002) \ 4. Martins (1m36s048) \ 5. Fittipaldi (1m36s074)

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Resultado Global

#EquipaTempoVoltas
1Rodin Carlin1m35s789Maloney426
2ART1m35s888Martins637
3MP1m35s954Hauger549
4Campos1m35s958Hadjar562
5Prema1m35s995Antonelli566
6DAMS1m36s054Crawford530
7Van Amersfoort1m36s067Fittipaldi561
8Virtuosi1m36s072Bortoleto502
9PHM1m36s318Dürksen493
10Trident1m36s379Verschoor448
11Hitech1m36s599Aron571
Abu Dhabi \ 29 Novembro – 1 Dezembro 2023




Encaixando as peças – GP Abu Dhabi 2023

26 11 2023

O entusiasmo que Abu Dhabi consegue provocar no pública da Fórmula 1 tem uma correlação extremamente direta com se ainda existe um título para decidir na ronda final. Pista de poucas ultrapassagens, Yas Marina consegue produzir corridas tensas no melhor sentido da palavra quando há muito em jogo (2010, 2016, 2021) mas conseguem produzir níveis enormes de sono quando nada está em disputa.

Construído de raiz para receber a categoria de automobilismo, o emirado dos EAU gastou uma enormidade de dinheiro para se tornar um dos circuitos mais bem apetrechados e seguros do calendário (e outra enormidade estimado em 70 milhões de euros em pagamentos anuais à FOM). Só que a configuração da pista nunca entusiasmou ninguém. O problema teve uma solução parcial em 2021, quando certas secções lentas foram alteradas para secções de média velocidade.

Com um título mais que decidido, a Fórmula 2 teve que dar o seu contributo para que no Médio Oriente ainda houvesse um título em discussão.

Ainda assim, vale a pena referir que o complexo é descrito como extremamente prazeroso para fãs ao vivo: uma prova que começa à tarde e acaba de noite, o Ferrari World com a mais rápida montanha russa do mundo ao lado, ótimo catering e vários hotéis de grande qualidade (um deles por cima da pista).

Ronda 22 – Grande Prémio de Abu Dhabi 2023

Inesperadamente, a chegada aos Emirados trouxe vários pontos de interesse longe do campeonato de equipas. Ferrari e Mercedes tinham muito poucos pontos entre si, a McLaren e Aston Martin ainda tinham contas a ajustar pelo 4º lugar do campeonato e o 7º posto da Williams poderia facilmente ser tomado de assalto pelas rivais abaixo.

Em termos de luta pela vitória… não existiu luta. Max Verstappen fez pole e no início da corrida fugiu na frente (até porque Charles Leclerc foi demasiado simpático nas suas tentativas de ultrapassagem), dando-se até ao luxo de oferecer prioridade na ida às boxes a Sergio Pérez. No final, nem cansado parecia quando venceu (estabelecendo um novo recorde de 19).

Atrás chegou Pérez, que recuperou de 9º para 2º, mas que perdeu o pódio devido a um incidente perfeitamente evitável com Lando Norris (que lhe valeu 5 segundos de penalização). Mesmo assim, Leclerc ainda tentou ajudar, deixando-o passar para tentar garantir que o mexicano terminava com vantagem suficiente para terminar na frente de George Russell (e dar o 2º nos construtores à Ferrari). Uma manobra inteligente mas insuficiente, ficando a Mercedes com o 2º posto no campeonato.

Parte da razão para a proximidade da classificação final teve a ver com um baixo 9º posto de Lewis Hamilton, com direito a uma luta agressiva com Fernando Alonso (que voltou a fazer os seus muito “modestos” comentários sobre o assunto. A boa performance do espanhol não conseguiu evitar que a Aston perdesse em toda a linha para os McLaren (em 5º e 6º), que por sua vez anunciou ter renovado contrato de fornecimento de motores com a Mercedes até 2030.

Atrás de Alonso chegou um impressionante Yuki Tsunoda, que conseguiu preocupar momentaneamente a Williams quanto ao 7º lugar nos construtores. O japonês lutou contra rivais melhor equipados para somar 4 pontos e dar um belo presente a Franz Tost na última prova como líder da AlphaTauri.

A corrida em si foi tão pouco movimentada que os comentadores (David Coulthard e Jolyon Palmer) passaram a maior parte do tempo a falar sobre como faziam o seu coast and lift quando pilotavam F1.

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Qualificação: 1. Verstappen \ 2. Leclerc \ 3. Piastri \ 4. Russell \ 5. Norris (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Leclerc \ 3. Russell \ 4. Pérez \ 5. Norris \ 6. Piastri \ 7. Alonso \ 8. Tsunoda \ 9. Hamilton \ 10. Stroll (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (575) \ 2. Pérez (285) \ 3. Hamilton (234) \ 4. Alonso (206) \ 5. Leclerc (206) —– 1. Red Bull (860) \ 2. Mercedes (409) \ 3. Ferrari (406) \ 4. McLaren (302) \ 5. Aston Martin (280)

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Corrida anterior: GP Las Vegas 2023
Corrida seguinte: GP Bahrain 2024

GP Abu Dhabi anterior: 2022

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Fórmula 2 (Rondas 25-26) \ Pourchaire campeão na última ronda

A gigante pausa entre a penúltima e última provas da Fórmula 2 acabou por gerar a sua habitual mini-dança de cadeiras, com alguns pilotos que se tinham destacado na Fórmula 3 a estrearem-se na categoria imediatamente acima. Foram os casos de Franco Colapinto na MP, no lugar de Jehan Daruvala, e de Paul Aron na Trident, no lugar de Clément Novalak.

Ayumu Iwasa ainda tinha chegado ao Médio Oriente ainda com uma muito remota possibilidade de título mas rapidamente perdeu-a, deixando Théo Pourchaire e Frederik Vesti numa luta privada. Vesti qualificou-se mal, mas isso até o deixou em 2º para a partida do sprint. Aí o piloto fez questão de receber a informação de que não havia nada a perder na luta pela vitória. O pole inverso, Enzo Fittipaldi, até disse o mesmo, só que Vesti estava com uma velocidade diabólica e conseguiu assumir a dianteira.

Vitória sprint para Vesti deixou-o com possibilidade (remota) de ainda ser campeão, numa prova em que Pourchaire também recuperou um bocadinho até aos pontos inferiores.

Na manhã de domingo foi a vez de Jack Doohan brilhar (depois de já ter sido pole position na sexta-feira. O australiano venceu e ascendeu a 3º no campeonato, mostrando que se tivesse conseguido ser mais regular ainda poderia ter aspirado a mais. Resta ver se continuará na categoria para mais um ataque na 3ª tentativa ou não.

Atrás, Vesti e Pourchaire foram recuperando em estratégias distintas, culminando com ambos a lutarem agressivamente (mas de forma justa) pelo 5º posto durante várias voltas. Com pneus mais frescos Vesti passou e até se envolveu num incidente com Zane Maloney, mas sem consequências. 3º lugar para Vesti e título de F2 para Pourchaire. Nenhum dos dois, para já, conseguirá ascender à F1.

O título de F2 regressou à ART.

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Qualificação: 1. Doohan \ 2. Martins \ 3. Vesti \ … \ 8. Hadjar \ 9. Vesti \ 10. Fittipaldi

Resultado (Sprint): 1. Vesti \ 2. Fittipaldi \ 3. Verschoor \ 4. Hauger \ 5. Hadjar \ 6. Doohan \ 7. Pourchaire \ 8. Iwasa (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Doohan \ 2. Martins \ 3. Vesti \ 4. Iwasa \ 5. Pourchaire \ 6. Leclerc \ 7. Hauger \ 8. Hadjar \ 9. Maini \ 10. Crawford (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Pourchaire (203) \ 2. Vesti (192) \ 3. Doohan (168) \ 4. Iwasa (165) \ 5. Martins (150) —– 1. ART (353) \ 2. Prema (322) \ 3. Rodin Carlin (220) \ 4. DAMS (214) \ 5. Virtuosi (176)

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Corrida anterior: Itália 2023 \ Rondas 23-24
Corrida seguinte: Bahrain 2024 \ Rondas 1-2





Força Ferrari não impede recorde de Verstappen – GP Itália 2023

3 09 2023

Depois do regresso do circo da Fórmula 1 após a pausa de Verão na semana passada, foi agora a vez de Monza ter o seu momento anual sob os holofotes. A pista de Monza acolheu todas as edições do GP de Itália com exceção da de 1980 (Imola) e, mesmo com diferentes versões do traçado localizado num parque florestal, o caráter veloz do circuito esteve sempre presente.

Com longas retas e travagens fortes, Monza castiga os carros que não tenham travões fiáveis e os que possuam má velocidade de ponta. Já velocidade em curva parece ser apenas um extra, muitas vezes.

Agora que a oval já não é usada há várias décadas, o circuito em si possui escapatórias amplas e corretores que desencorajam as saídas de pista, sendo um dos autódromos mais intocáveis do calendário. Construído no pós-Primeira Guerra Mundial com o objetivo de testar os carros das marcas italianas para que estas triunfassem em provas internacionais, o autódromo de Monza teve as suas obras interrompidas logo após o seu início devido a preocupações sobre o número de árvores a abater no parque de Monza.

O traçado atual tem proporcionado vários vencedores inesperados em anos recentes, além de que com piso molhado se transforma num dos mais desafiantes do calendário.

Ronda 14 – Grande Prémio de Itália 2023

De pintura especial no seu fim-de-semana caseiro, a Ferrari saiu da qualificação de sábado com sorrisos de orelha a orelha. O monolugar esteve em bom nível em todas as sessões e Carlos Sainz conseguiu roubar ao imbatível Max Verstappen da Red Bull a pole position por uma centésima de segundo. O outro carro italiano chegou em 3º.

George Russell pareceu mais surpreso que o público por chegar em 4º na frente de Sergio Pérez, enquanto que Alexander Albon voltou a brilhar ao chegar ao Q3 com o seu Williams e Liam Lawson chegou em 12º logo atrás do colega mais experiente. Destaque negativo para a Alpine (que não saiu do Q1 com nenhum dos dois carros) e para Lance Stroll (último).

Depois, no domingo após uma inspirada representação do hino italiano, foi o regresso da normalidade para o paddock, com Sainz a aguentar umas valentes 15 voltas até o inevitável acontecer e Verstappen passar para a frente. Daí em diante a vitória só tinha um dono, com o neerlandês a vencer a sua 10ª vitória consecutiva (um recorde moderadamente celebrado para os lados de Milton Keynes).

Após a passagem do Red Bull, a corrida de Sainz passou a ser gerir os pneus para conseguir manter-se na frente do colega de equipa, com a Ferrari a dar liberdade aos seus pilotos para lutarem. Ambos foram até aos seus limites e conseguiram dar um grande espetáculo aos fãs (e atrapalharam fortemente Sergio Pérez no seu caminho de recuperação até 2º para completar a dobradinha Red Bull).

George Russell foi a primeira vítima do inevitável trajeto de Pérez na corrida, mas soube aguentar-se para terminar 5º na frente de Lewis Hamilton, que teve uma prova bem mais interessante. Hamilton fez uma estratégia inversa à de vários rivais (indo de pneus duros para médios) e teve que trabalhar para chegar até 6º (incluíndo contacto com Oscar Piastri, pelo qual foi penalizado).

Entre os pilotos que lutavam pelos lugares mais baixos dos pontos, os grandes destaques foram Albon a confirmar o seu ótimo ritmo de Williams e Valtteri Bottas a arrastar um Alfa Romeo pouco cooperante até 10º lugar.

Os Alpine continuaram o seu terrível fim-de-semana, enquanto que Yuki Tsunoda terminou a prova antes de sequer a começar, com uma falha mecânica na volta de formação que obrigou a 20 minutos de atraso na hora de partida.

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Qualificação: 1. Sainz \ 2. Verstappen \ 3. Leclerc \ 4. Russell \ 5. Pérez (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Pérez \ 3. Sainz \ 4. Leclerc \ 5. Russell \ 6. Hamilton \ 7. Albon \ 8. Norris \ 9. Alonso \ 10. Bottas (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (364) \ 2. Pérez (219) \ 3. Alonso (170) \ 4. Hamilton (164) \ 5. Sainz (117) —– 1. Red Bull (583) \ 2. Mercedes (273) \ 3. Ferrari (228) \ 4. Aston Martin (217) \ 5. McLaren (115)

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Corrida anterior: GP Países Baixos 2023
Corrida seguinte: GP Singapura 2023

GP Itália anterior: 2022

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Fórmula 2 (Rondas 23-24) \ Pourchaire com cautela aproxima-se do título

De forma algo previsível, o fim-de-semana de Monza trouxe alguma desordem tonta em qualificação e foi a F2 que a providenciou. Nos minutos finais os pilotos da grelha estavam tão próximos uns dos outros que essencialmente nenhum conseguiu sequer começar uma volta. Quase nenhum. Ralph Boschung não quis saber, lançou-se sem preocupações de cones de ar e foi recompensado com o 10º lugar de pole inversa.

Foi Sol de pouca dura. O suíço viu Richard Verschoor e Frederik Vesti ladearem-no na aceleração até à primeira curva, onde Boschung queimou a travagem e foi em frente. Vesti acabou por se tornar o líder e não voltou a largá-la até ao fim. Victor Martins acabou por recuperar boas posições até ao fim, terminando colado a Vesti e seguido por Verschoor. Em 4º chegou Théo Pourchaire, que tinha sido o verdadeiro pole da qualificação.

Houve dois Safety Car: Amaury Cordeel provocou o primeiro, Roy Nissany o segundo (contacto com Juan Manuel Correa).

Ainda nem tinha começado como deve ser o sprint e já havia controvérsia: Roman Staněk deu um encosto a Frederik Vesti, fazendo-o ir contra o muro. Um candidato fora, o que eram boas notícias para o pole Pourchaire. Mas ao mesmo tempo não, dado que o francês teria agora que lidar com rivais que sabiam que ele não poderia arriscar nada. De cautela em cautela, Pourchaire acabou em 3º, passado por Oliver Bearman (vencedor) e Ayumu Iwasa.

Haveria ainda tempo para mais dois SC, com Arthur Leclerc a perder o carro no final da reta para o primeiro, e Kush Maini a bater forte no recomeço que se lhe seguiu.

Pourchaire deu assim um passo importante para finalmente vencer o título da categoria.

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Qualificação: 1. Pourchaire \ 2. Bearman \ 3. Staněk \ … \ 8. Vesti \ 9. Verschoor \ 10. Boschung

Resultado (Sprint): 1. Vesti \ 2. Martins \ 3. Verschoor \ 4. Pourchaire \ 5. Maini \ 6. Bearman \ 7. Leclerc \ 8. Staněk (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Bearman \ 2. Iwasa \ 3. Pourchaire \ 4. Fittipaldi \ 5. Hauger \ 6. Doohan \ 7. Daruvala \ 8. Cordeel \ 9. Boschung \ 10. Staněk (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Pourchaire (190) \ 2. Vesti (166) \ 3. Iwasa (152) \ 4. Doohan (138) \ 5. Martins (131) —– 1. ART (321) \ 2. Prema (296) \ 3. Rodin Carlin (212) \ 4. DAMS (193) \ 5. MP (161)

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Corrida anterior: Países Baixos 2023 \ Rondas 21-22
Corrida seguinte: Abu Dhabi 2023 \ Rondas 25-26

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Fórmula 3 (Rondas 17-18) \ Bortoleto: campeão em qualificação

Com um título extremamente provável em jogo, Gabriel Bortoleto tratou de o despachar logo em qualificação. Sem nenhum rival com hipóteses matemáticas de o bater na pole position, Bortoleto nem precisou de pole para festejar a sua estreia triunfante no campeonato de F3.

Uma vez chegado o dia de sprint, a primeira volta trouxe um certo nível de caos. Um pequeno contacto de um rival no pneu de Paul Aron levou o piloto da Prema a sofrer um furo que o impediu de travar de forma própria para a primeira curva, eliminando diversos pilotos. Na confusão o pole inverso, Franco Colapinto, perdeu a liderança mas recuperou-a até ao final da prova a Martí Boya (que ainda perdeu mais uma posição para o campeão Gabriel Bortoleto).

Para o feature foi o dia de tristeza para o pole Oliver Goethe, que teve que abandonar no final da volta de formação. A segunda volta de formação viu Kaylen Frederick ficar sem motor. Mesm a partida foi atribulada, com Franco Colapinto a terminar a sua tentativa de atacar o vice-campeonato no muro. Quando Paul Aron foi à gravilha e caiu, tornou-se claro que o caminho de Zak O’Sullivan se estava a tornar facilitado. O britânico foi ganhando posições até ao final, quando se teve que defender com unhas e dentes de Taylor Barnard. Isto porque Jonny Edgar, uma vez na liderança, não deu hipóteses a ninguém.

Pepe Martí foi outro rival que não terminou a corrida, uma desilusão para o espanhol depois de ter sido anunciado no programa de jovens da Red Bull.

A Prema recebeu o prémio de consolação que é o título de equipas.

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Qualificação: 1. Goethe \ 2. Collet \ 3. Aron \ … \ 10. Saucy \ 11. Boya \ 12. Colapinto

Resultado (Sprint): 1. Colapinto \ 2. Bortoleto \ 3. Boya \ 4. Barnard \ 5. Goethe \ 6. Minì \ 7. Mansell \ 8. Fornaroli \ 9. Tsolov \ 10. Villagómez (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Edgar \ 2. O’Sullivan \ 3. Barnard \ 4. Collet \ 5. Bortoleto \ 6. Boya \ 7. Aron \ 8. Mansell \ 9. Beganovic \ 10. Villagómez (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Bortoleto (164) \ 2. O’Sullivan (119) \ 3. Aron (112) \ 4. Colapinto (110) \ 5. Martí (105) —– 1. Prema (327) \ 2. Trident (306) \ 3. MP (194) \ 4. Campos (179) \ 5. Hitech (170)

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Corrida anterior: Bélgica 2023 \ Rondas 16-17
Corrida seguinte: Bahrain 2024 \ Rondas 1-2