Red Bull sem rivais – GP Espanha 2023

4 06 2023

Foram várias as décadas de ver o Grande Prémio de Espanha ser seguido pelo do Mónaco, pelo que 2023 a trazer uma inversão dessa ordem foi de difícil habituação para o paddock. A alteração teve a ver com a acomodação do maior calendário da história da categoria, e a chegada a Barcelona este ano também trouxe um regresso: a eliminação da muito odiada chicane final, regressando à configuração de curva rápida.

Apenas esta alteração já foi uma excelente notícia para um traçado que geralmente recebe os testes de pré-temporada (ainda que não o tenha feito este ano), mas combinado com o novo perfil da La Caixa isto tornou o circuito novamente um dos mais fluídos do calendário. E é também um dos mais representativos do desempenho da temporada: quem faz boa figura em Barcelona, faz boa figura na maioria dos locais.

A F1 e o MotoGP têm utilizado a pista sem interrupção desde os anos 90, beneficiando enormemente da competitividade dos espanhóis nessas categorias. Se Marc Márquez e Jorge Lorenzo fazem o seu papel no MotoGP, na F1 foi a Alonso-mania dos 2000’s e 2010’s que sustentou a presença do GP de Espanha. Com Sainz na Ferrari e Alonso em grande forma, sabia-se que esta edição não seria exceção.

Ronda 7 – Grande Prémio de Espanha 2023

As suspeitas eram fortes de que Max Verstappen sairia de Barcelona com mais 25 pontos. Não foi isso que aconteceu. O holandês saiu com 26 pontos, a vitória, a pole position, a volta mais rápida e a liderança de todas as voltas. Posto isto de parte, atrás dele o fim-de-semana teve uma dinâmica extremamente interessante.

A Ferrari e a McLaren tiveram um excelente nível de qualificação (com Carlos Sainz em 2º e Lando Norris em 3º) mas caíram a pique em ritmo de prova. Sainz fez o possível para chegar em 5º, enquanto que Norris fez um erro grosseiro na partida que o atirou para os últimos lugares.

Já a Mercedes, apesar de um desentendimento entre os seus pilotos durante a qualificação, terá gostado de ver o que as suas atualizações lhe deram em performance. Lewis Hamilton foi o mais direto perseguidor de Verstappen (ainda que a 21 segundos) e George Russell recuperou de 11º a 3º para o primeiro pódio do ano (e arrastando consigo Sergio Pérez, que voltou a não ir ao Q3 e parece cada vez mais longe de lutar pelo título).

A Aston Martin pareceu ter um ritmo mais fraco que nas outras pistas do ano, ainda que Lance Stroll tenha finalmente mostrado o seu talento, conseguindo lutar dentro dos lugares pontuáveis. Fernando Alonso teve uma incursão na gravilha em qualificação e danificou o fundo do AMR23, obrigando-o a partir mais abaixo do usual e a ter que lutar até 7º. O ritmo do espanhol de certeza que o poderia ter feito passar Stroll, mas ele fez questão de dizer à equipa que não o faria, estando já a acenar à multidão na volta final. De certa forma, humilhou o colega mais que se o tivesse ultrapassado…

Yuki Tsunoda voltou a mostrar excelente ritmo, sendo que uma penalização estranhamente severa o tenha atirado para fora dos pontos com 5 segundos de penalizações. Os beneficiados foram Guanyu Zhou (que eclipsou por completo o colega de equipa) e os dois Alpine, que depois de se qualificarem bem foram caindo durante a prova (com direito a uma defesa demasiado agressiva de Esteban Ocon a Alonso e a duas penalizações diferentes a Pierre Gasly por bloquear rivais em qualificação).

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Qualificação: 1. Verstappen \ 2. Sainz \ 3. Norris \ 4. Hamilton \ 5. Stroll (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Hamilton \ 3. Russell \ 4. Pérez \ 5. Sainz \ 6. Stroll \ 7. Alonso \ 8. Ocon \ 9. Zhou \ 10. Gasly (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (170) \ 2. Pérez (117) \ 3. Alonso (99) \ 4. Hamilton (87) \ 5. Russell (65) —– 1. Red Bull (287) \ 2. Mercedes (152) \ 3. Aston Martin (134) \ 4. Ferrari (100) \ 5. Alpine (40)

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GP Espanha anterior: 2022

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Fórmula 2 (Rondas 11-12) \ Bearman entra na luta do título

Sensivelmente chegados à fase do ano em que os estreantes conseguem assumir um papel mais preponderante na temporada, Oliver Bearman mostrou aquilo de que é feito com uma pole e a vitória na feature, sendo que nem está assim tão longe ainda do líder Frederik Vesti no campeonato.

Vesti tem estado em grande forma nas últimas provas e tem demonstrado uma qualidade ainda mais importante: saber quando empregar agressividade. O dinamarquês partiu de 3º para o sprint e acabou como vencedor, e na feature começou com os compostos mais duros e conseguiu fazer uso dos macios no final para ultrapassar vários carros e chegar em 5º. O principal rival ao título (Théo Pourchaire) teve um fim-de-semana parecido, acumulando onde podia.

Victor Martins colocou-se no pódio em ambas as provas depois de uma temporada que tem sido difícil, enquanto que Enzo Fittipaldi converteu a sua boa qualificação num pódio. Já Amaury Cordeel, mesmo conseguindo pole inversa, não conseguiu fazer um único ponto em Barcelona.

De destacar ainda que o sprint deixou o caos devido à chuva com que começou, levando as equipas a terem que julgar o melhor possível o ponto de transição. Só que o Safety Car de Juan Manuel Correa acabou por facilitar.

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Qualificação: 1. Bearman \ 2. Fittipaldi \ 3. Doohan \ … \ 8. Vesti \ 9. Crawford \ 10. Cordeel

Resultado (Sprint): 1. Vesti \ 2. Pourchaire \ 3. Martins \ 4. Hauger \ 5. Doohan \ 6. Verschoor \ 7. Bearman \ 8. Iwasa (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Bearman \ 2. Fittipaldi \ 3. Martins \ 4. Iwasa \ 5. Vesti \ 6. Doohan \ 7. Pourchaire \ 8. Hauger \ 9. Leclerc \ 10. Verschoor (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Vesti (110) \ 2. Pourchaire (99) \ 3. Iwasa (82) \ 4. Bearman (70) \ 5. Hauger (57) —– 1. Prema (180) \ 2. ART (144) \ 3. DAMS (118) \ 4. MP (97) \ 5. Rodin Carlin (97)

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Corrida anterior: Mónaco 2023 \ Rondas 9-10
Corrida seguinte: Áustria 2023 \ Rondas 13-14

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Fórmula 3 (Rondas 7-8) \ Martí catapulta-se para luta do título

Com sotaque britânico, mas nacionalidade espanhola, o piloto da Campos esteve no seu elemento durante todo o fim-de-semana, fazendo pole e obtendo uma vitória imperiosa na feature. Mesmo na sprint já fez bem em conseguir recuperar 4 posições e pontuar. Tudo isto significou que é agora o mais direto perseguidor de Gabriel Bortoleto, que conseguiu dois 4º lugares que o deixam com 24 pontos de vantagem (uma almofada generosa no mundo da F3).

No sprint a vitória coube a Zak O’Sullivan, que liderou uma dobradinha de jovens Williams ao segurar os ataques de Luke Browning. Mas nem tudo foi tão simples, com vários incidentes a ditarem a entrada de vários Safety Car (como por exemplo o furo de Sebastián Montoya ou Christian Mansell depois de contacto com Gabriele Minì).

Minì, em grande nível no Mónaco, acabou por ter que penar em Barcelona por se ter qualificado em 18º. Outros pilotos em destaque, pela positivo, foram Paul Aron, muito regular e Franco Colapinto que conseguiu assumir maior consistência depois de uma temporada que nem sempre tem sido consistente.

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Qualificação: 1. Martí \ 2. Barnard \ 3. Colapinto \ … \ 10. Saucy \ 11. Browning \ 12. O’Sullivan

Resultado (Sprint): 1. O’Sullivan \ 2. Browning \ 3. Fornaroli \ 4. Bortoleto \ 5. Aron \ 6. Colapinto \ 7. Boya \ 8. Martí \ 9. Barnard \ 10. Bedrin (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Martí \ 2. Colapinto \ 3. Beganovic \ 4. Bortoleto \ 5. Aron \ 6. Boya \ 7. Montoya \ 8. O’Sullivan \ 9. Barnard \ 10. Mansell (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Bortoleto (92) \ 2. Martí (68) \ 3. Beganovic (61) \ 4. Minì (56) \ 5. Aron (54) —– 1. Prema (156) \ 2. Trident (151) \ 3. Hitech (117) \ 4. Campos (73) \ 5. MP (62)

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No limite para Verstappen e Alonso – GP Mónaco 2023

28 05 2023

Foi um processo demorado, mas o Principado do Mónaco conseguiu a sua renovação de contrato depois de negociações bem prolongadas, mantendo a segunda corrida mais antiga do calendário da Fórmula 1 segura até 2025.

Muito joga contra e a favor do Mónaco em tempos recentes. O Grade 1 de segurança da FIA, à medida que os carros têm vindo a tornarem-se mais velozes, parece cada vez mais uma piada quando adaptado a um traçado que quase não mudou desde a criação nos anos 20 (com barreiras metálicas a substituírem o anterior feno ou mesmo por vezes absolutamente nada).

A natureza travada da pista, e a consequente ausência de ultrapassagens nos domingos, têm gerado bastantes críticas relativa à sua utilização, ainda que os até os seus piores detratores concedam que poucas coisas na F1 conseguem igualar o entusiasmo gerado por uma sessão de qualificação no circuito (quando os pilotos são obrigados a negociar muros bem próximos a velocidades estonteantes).

Originalmente prevista como a 7ª prova do calendário, o Mónaco assumiu a 6ª devido ao cancelamento de última hora do GP da Emilia Romagna. Chuvas fortíssimas na região causaram cheias devastadoras que, não só afetaram as condições da pista como a população, levando a categoria a optar por não realizar a prova quando as equipas já estavam na pista (com Imola a receber a garantia de que terá o contrato estendido em 1 ano).

O cancelamento deu algumas dores de cabeça às equipas que planeavam usar a primeira prova europeia como local de estreia de novos pacotes de atualizações, uma vez que testá-las no Mónaco seria sempre de eficácia duvidosa. Não que isso tenha impedido a Mercedes, a estrutura que mais radicalmente alterou o seu projeto (especialmente nos sidepods).

Entre provas foi também anunciada a confirmação de um rumor de longa data: a Aston Martin e a Honda vão passar a estar em cooperação a partir de 2026, com os japoneses a fornecerem os britânicos. A Honda consegue assim uma equipa para se manter na F1, depois de ter “largado” a Red Bull, e a Aston Martin consegue tornar-se uma equipa de fábrica, algo que Martin Whitmarsh descreveu como a peça final do puzzle a encaixar no projeto.

Ronda 6 – Grande Prémio do Mónaco 2023

É difícil dizer quem passou mais tempo a operar no limite das capacidades dos seus carros: Max Verstappen ou Fernando Alonso.

Parece simples dizer que foi Verstappen. O piloto da Red Bull teve que lidar com uma concorrência extremamente próxima em comparação com o usual e respondeu de forma habilidosa, sempre no limite. Quando entrou no terceiro sector da sua volta de qualificação final tinha a pole position a 2 décimas de segundo. Quando a volta terminou acabou 1 décima na frente, com 3 incidentes diferentes em que roçou o muro. A definição de andar no limite.

Em corrida fez mais do mesmo, tendo que se manter sempre num ritmo elevado para segurar a liderança e de esticar para bem lá do desejável o primeiro stint em pneus médios até poder transitar para os intermédios quando a chuva caiu.

E Alonso? Teve que fazer uma tarefa muito semelhante, mas com a desvantagem de um Aston Martin que ainda não é um rival ao nível Red Bull, e com uma idade bem superior. O espanhol foi o único a não ser completamente pulverizado por Verstappen e, se tivesse tido a sorte de a Aston não ter errado ao trocar de duros para médios (em vez de intermédios) poderia ter chegado ao fim para quebrar o seu jejum de vitórias.

O menor falado sobre os colegas de equipa, melhor. Sergio Pérez destruiu a lateral esquerda do seu carro no Q1, tendo que partir de último (momento a partir do qual o fim-de-semana estava efetivamente terminado) e viu o seu carro ser levantado pelas gruas (dando aos rivais uma excelente panorâmica do chão desenhado por Adrian Newey); e Lance Stroll não saiu do Q2 quando o colega quase fez pole, ia perdendo peças logo na primeira volta, fez várias manobras suicidas e terminou a prova de fora depois de aquaplanar contra os muros.

Entre os destaques, a Alpine mostrou bom ritmo de corrida para se consolidar como 5ª força do campeonato, com Esteban Ocon em grande nível a ponto de conseguir consolidar uma posição no pódio contra concorrentes com carros bem melhores. Concorrentes como a Mercedes, que ainda não conseguiu perceber se os updates que fez surtiram o efeito desejado (Lewis Hamilton ainda considerou o carro como extremamente difícil de conduzir, quase sendo eliminado no Q2); ou como a Ferrari, que continua a misturar erros estratégicos com mau andamento (Charles Leclerc não foi avisado de que se devia desviar de Lando Norris e perdeu 3 lugares por bloqueá-lo em qualificação, e Carlos Sainz ficou furioso com uma ordem de paragem que achou tê-lo roubado da hipótese de atacar Ocon).

Coube à McLaren ser a única intrusa no Top 10, com Norris e Oscar Piastri a fazerem ótimas ultrapassagens sobre Yuki Tsunoda e roubar-lhe os pontos finais (com linguagem bem colorida do japonês pela rádio).

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Qualificação: 1. Verstappen \ 2. Alonso \ 3. Ocon \ 4. Sainz \ 5. Hamilton (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Alonso \ 3. Ocon \ 4. Hamilton \ 5. Russell \ 6. Leclerc \ 7. Gasly \ 8. Sainz \ 9. Norris \ 10. Piastri (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (144) \ 2. Pérez (105) \ 3. Alonso (93) \ 4. Hamilton (69) \ 5. Russell (50) —– 1. Red Bull (249) \ 2. Aston Martin (120) \ 3. Mercedes (119) \ 4. Ferrari (90) \ 5. Alpine (35)

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Corrida anterior: GP Miami 2023
Corrida seguinte: GP Espanha 2023

GP Mónaco anterior: 2022

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Fórmula 2 (Rondas 9-10) \ Vesti assume o ataque ao título

Depois de uma ronda de testes em Barcelona, a Fórmula 2 voltou a rodar, desta vez em Monte-Carlo.

Na sua primeira prova, Ayumu Iwasa voltou a demonstrar porque está a ser considerado como potencial futuro piloto da AlphaTauri. O japonês partiu da frente para o sprint e acabou por não largar a liderança em mais nenhuma ocasião durante a prova, sabendo gerir de forma brilhante um recomeço após Safety Car, partindo tão cedo que depressa tinha já 3 segundos de vantagem sobre o 2º classificado (Jehan Daruvala). Jak Crawford completou o pódio.

Já na segunda prova, foi protagonista o pole Frederik Vesti. Com performances boas, mas pouco notáveis nos dois últimos anos (em F3 e F2), o dinamarquês da academia Mercedes sabe que 2023 é o ano de mostrar a Toto Wolff que merece um lugar na F1 e tem aumentado o seu nível. No Mónaco foi gerindo os ataques de Théo Pourchaire com muita calma e venceu a feature, restando agora manter este nível daqui para a frente.

Pourchaire acabou a corrida a queixar-se de que era “simpático demais”, uma referência à maneira como o colega de equipa na ART, Victor Martins, o espremeu antes da primeira curva. Não que Martins tenha conseguido lucrar muito: o francês ignorou bandeiras amarelas no acidente terminal de Jack Doohan e quase atropelou um comissário, valendo-lhe um drive through que o deixou em 8º.

De destacar ainda a regularidade de Richard Verschoor e Kush Maini, que os tem catapultado para bons lugares, e para uma excelente recuperação de Dennis Hauger de 17º a 5º na prova feature.

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Qualificação: 1. Vesti \ 2. Martins \ 3. Pourchaire \ … \ 8. Daruvala \ 9. Iwasa \ 10. Hadjar

Resultado (Sprint): 1. Iwasa \ 2. Daruvala \ 3. Crawford \ 4. Verschoor \ 5. Maloney \ 6. Doohan \ 7. Martins \ 8. Pourchaire (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Vesti \ 2. Pourchaire \ 3. Maloney \ 4. Verschoor \ 5. Hauger \ 6. Maini \ 7. Staněk \ 8. Martins \ 9. Crawford \ 10. Iwasa (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Vesti (89) \ 2. Pourchaire (84) \ 3. Iwasa (69) \ 4. Maini (49) \ 5. Hauger (48) —– 1. Prema (130) \ 2. ART (108) \ 3. DAMS (103) \ 4. MP (88) \ 5. Campos (82)

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Corrida anterior: Azerbaijão 2023 \ Rondas 7-8
Corrida seguinte: Espanha 2023 \ Rondas 11-12

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Fórmula 3 (Rondas 5-6) \ Bortoleto segura liderança em dia de vitória de Minì

Quase sempre mais volátil até do que a Fórmula 3, a categoria até teve provas relativamente calmas para os seus próprios padrões.

No sprint coube a Pepe Martí dominar a seu bel-prazer, enquanto que no fim da tabela de pontuação Paul Aron teve que se defender com unhas e dentes para assegurar o último ponto contra os dois primeiros classificados da qualificação. Leonardo Fornaroli e Grégoire Saucy completaram o pódio.

Já o feature teve mais ação. Logo no início Oliver Gray tentou uma ultrapassagem sobre um colega da Carlin na Tabac, que acabou com este no muro. Sebastián Montoya impacientou-se de tal modo com uma tentativa de ultrapassagem a Caio Collet que lhe acertou na subida da colina e perdeu a asa dianteira. Depois, com alguma falta de desportivismo, cortou a chicane do porto para impedir os rivais o passassem antes da paragem nas boxes.

Na dianteira, coube a Minì vencer com alguma gestão das margens para Beganovic, tal como Aron teve que fazer para garantir um pódio face a Luke Browning.

Um 5º ou 6º lugar garantiram a Gabriel Bortoleto a manutenção da liderança do campeonato, seguido agora de Minì, Saucy, Beganovic e Aron.

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Qualificação: 1. Minì \ 2. Beganovic \ 3. Aron \ … \ 10. Fornaroli \ 11. Martí \ 12. Saucy

Resultado (Sprint): 1. Martí \ 2. Fornaroli \ 3. Saucy \ 4. Colapinto \ 5. Barnard \ 6. Bortoleto \ 7. Montoya \ 8. Browning \ 9. Collet \ 10. Aron (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Minì \ 2. Beganovic \ 3. Aron \ 4. Browning \ 5. Bortoleto \ 6. Colapinto \ 7. O’Sullivan \ 8. Barnard \ 9. Martí \ 10. Saucy (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Bortoleto (73) \ 2. Minì (56) \ 3. Saucy (47) \ 4. Beganovic (46) \ 5. Aron (38) —– 1. Trident (124) \ 2. Prema (110) \ 3. Hitech (102) \ 4. ART (54) \ 5. Campos (41)

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Corrida anterior: Austrália 2023 \ Rondas 3-4
Corrida seguinte: Espanha 2023 \ Rondas 7-8

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Fontes:
Sky Sports \ Atualizações Mercedes
The Independent \ Cancelamento de Imola
The Guardian \ Acordo Aston Martin – Honda





Doohan e Pourchaire no topo – Testes F2

16 05 2023

Com a próxima visita competitiva da Fórmula 2 a Barcelona a aproximar-se nas próximas semanas, a categoria antecipou a sua presença em algumas semanas de modo a fazer a sua primeira sessão de testes desde que a temporada começou no Bahrain.

O grande destaque dos 3 dias de ação em território espanhol foi Jack Doohan, que liderou os 2 primeiros. O piloto da Virtuosi soube encontrar 5 décimas de segundo no primeiro dia sobre o segundo classificado, enquanto que no dia seguinte esteve décima e meia na frente. O último dia deixou-o no fundo da tabela, mas com simulações de corrida e um nível bastante generoso de voltas completadas.

Nesse dia final foi Théo Pourchaire quem fez uso da sua experiência para liderar por umas incríveis 6 décimas de segundo sobre o outro ART (Victor Martins), depois de já ter sido 3º no segundo dia.

ART e Virtuosi acabaram assim no topo da tabela de tempos do conjunto dos dias, ainda que a ART tenha sido das que menos voltas completou. Na quilometragem foi a Campos quem fez menos, enquanto que a Van Amersfoort esteve no topo.

No fundo da tabela de tempos voltou a ficar a PHM Charouz, ainda que não muito distante da Trident e Hitech.

A Prema também teve um teste produtivo, com Frederik Vesti e Oliver Bearman a encontrarem ritmo com facilidade, ao passo que os DAMS foram ganhando balanço ao longo dos dias e os Rodin Carlin pareceram fazer o exato oposto.

Destaque ainda para uma caótica manhã de quinta-feira, que viu a chuva levar à presença de umas incríveis 5 bandeiras vermelhas (para além de ainda ter marcado presença no dia seguinte).

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Dia 1 – Resultado: 1. Doohan (1m24s177) \ 2. Bearman (1m24s624) \ 3. Vesti (1m24s742) \ 4. Fittipaldi (1m24s810) \ 5. Cordeel (1m24s904)

Dia 2 – Resultado: 1. Doohan (1m24s318) \ 2. Vesti (1m24s466) \ 3. Pourchaire (1m24s565) \ 4. Daruvala (1m24s722) \ 5. Martins (1m24s866)

Dia 3 – Resultado: 1. Pourchaire (1m23s943) \ 2. Martins (1m24s595) \ 3. Iwasa (1m24s762) \ 4. Leclerc (1m24s851) \ 5. Maini (1m25s050)

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Resultado Global

#EquipaTempoVoltas
1ART1m23s943Pourchaire363
2Virtuosi1m24s177Doohan440
3Prema1m24s466Vesti440
4MP1m24s722Daruvala381
5DAMS1m24s762Iwasa411
6Rodin Carlin1m24s872Fittipaldi423
7Campos1m24s943Maini336
8Van Amersfoort1m25s058Verschoor465
9Hitech1m25s244Hadjar381
10Trident1m25s246Novalak352
11PHM Charouz1m25s333Nissany430
Barcelona \ 10-12 Maio 2023




Pole Ferrari não trava dobradinha Red Bull – GP Azerbaijão 2023

1 05 2023

Com a ausência do GP da Rússia do calendário, o Azerbaijão conseguiu transformar-se numa das mais importantes provas de ligação do continente europeu ao asiático na lista de países que sediam um Grande Prémio. Com um forte apoio dos fãs, devido à imprevisibilidade das provas do circuito citadino de Baku, apesar da falta de tradição automobilística, o país do Cáucaso tem conseguido trilhar de forma bem-sucedida um caminho no coração dos fãs.

A famosa secção sinuosa próxima ao castelo, as duas curvas de alta velocidade cegas no final da volta, os Safety Car quase constantes, uma reta da meta que quase chega aos 2 km, os vários milhões de dólares que o petróleo permite ao Governo do pequeno país depositar na conta bancária da FOM: tudo conspira para tornar o GP um dos locais com futuro na gestão de Stefano Domenicalli na F1 (apesar de ter sido, inicialmente, uma das escolhas mais bizarras do “reinado” de Bernie Ecclestone).

Oficialmente a Red Bull chegou a Baku como a equipa que mais vezes triunfou no país, mas tecnicamente a Mercedes também tem um número similar (a primeira edição, ganha pelos alemães, tecnicamente foi um GP da Europa). Entre os pilotos, uma particularidade: ninguém venceu mais do que uma vez ainda.

Se as 3 semanas até este GP foram tranquilas, a semana final foi plena em notícias. Em primeiro lugar, o anúncio da saída de Franz Tost de Diretor Técnico da AlphaTauri para dar lugar a Laurent Mekies (atual Ferrari). Em segundo lugar, a entrada de Luke Browning no programa de jovens pilotos da Williams. Em terceiro lugar, a renovação de Baku no calendário até 2026. E por último, a confirmação do formato dos sprint para este ano à última da hora.

As alterações diziam respeito ao sprint deixar de definir a grelha de partida de domingo, passando a ser um evento mais sozinho (com direito a uma mini-qualificação própria), deixando a descoberto o quanto a FOM nunca quis “revolucionar a qualificação” mas simplesmente uma maneira simples de obter mais um evento competitivo no fim-de-semana.

Ronda 4 – Grande Prémio do Azerbaijão 2023

Com um mês de inatividade e apenas uma sessão de treinos livres num circuito citadino de alta velocidade, era inevitável que existissem focos de tensão ou atrapalhação dos pilotos no Azerbaijão, e assim foi.

Pierre Gasly perdeu mesmo o seu treino livre devido a um problema de motor, e depois fez à Alpine o favor de partir a suspensão no Q1, acabando com as suas aspirações do fim-de-semana. Nyck de Vries foi outro que nunca se pareceu encontrar em Baku, com outro acidente no Q1 e um chega para lá destrutivo em Yuki Tsunoda (o seu colega AlphaTauri) no sprint.

Ainda assim a surpresa da qualificação (de ambas, na verdade) foi que os updates da Ferrari deixaram a Scuderia com a pole position. Apesar de ainda estarem a perder em reta para a Red Bull, os italianos viram Charles Leclerc vencer nos mini-sectores com curvas. Já Carlos Sainz viu-se a uns pouco impressionantes 6 décimos de segundo do colega de equipa.

Também a McLaren viu as suas muito aguardadas atualizações deixarem ambos os carros no Q3, enquanto que a Mercedes sofreu a bom sofrer para encontrar ritmo em Baku (tal como a Alpine).

No dia do sprint, a especulação de Leclerc sobre a falta de ritmo de corrida do seu carro confirmou-se, mas apenas em parte: Sergio Pérez passou-o, mas o monegasco conseguiu evitar deixá-lo fugir em demasia. E ainda roubou pontos a Max Verstappen, que ficou com um buraco na lateral do carro devido a um toque com George Russell na partida (e que os levou a trocarem palavras azedas no final). Os resmungos de Verstappen sobre os rivais não se deverem atirar com tanto risco foram irónicos para todos menos para o piloto da Red Bull…

Destaque para a maneira como Fernando Alonso, depois de ter estado sem DRS em qualificação, conseguiu adiantar-se a Lewis Hamilton e para o outro Aston Martin de Lance Stroll (que fez uma arrojada ultrapassagem sobre Alexander Albon para obter o último ponto da prova).

Já o dia de corrida foi bem mais calminho. Tal como Leclerc previu, a Ferrari não tinha nem pouco mais ou menos ritmo para conseguir segurar os dois Red Bull nas voltas iniciais, e Verstappen e Pérez passaram. Quando um Safety Car foi acionado para retirar de Vries (suspensão partida) do circuito, Verstappen já tinha parado, o que deu a vantagem de uma paragem “gratuita” a Pérez, que assumiu a liderança. O mexicano conseguiu no recomeço que o colega estivesse fora de zona de DRS daí em diante, apesar da distância entre os dois nunca ter sido maior que 3 segundos.

Segunda vitória do ano para Pérez, que se voltou a colar no campeonato a Verstappen, mais uma dobradinha Red Bull e primeiro pódio do ano sem Alonso (que mesmo assim ainda acabou a prova colado a Leclerc). Sainz e Hamilton em 5º e 6º também estiveram bem próximos um do outro, seguidos de Stroll e Russell, com os pontos finais a terem estado em disputa até aos momentos finais.

Ocon e Hülkenberg, a partirem das boxes, ainda arriscaram não parar durante várias voltas, o que os fez segurar um comboio de carros durante a maior parte do tempo. Só que, com as voltas a esgotarem, ambos tiveram que parar nos momentos finais, dando 9º e 10º a Lando Norris e Yuki Tsunoda, respetivamente.

No momento da paragem de Ocon, na última volta, houve um susto de segurança, com os comissários a estarem já a fechar o pitlane para a chegada dos primeiros, o que quase levou a um atropelamento. Não foi a primeira vez que a FIA cometeu um erro grosseiro destes, esperando-se que seja a última.

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Quali Sprint: 1. Leclerc \ 2. Pérez \ 3. Verstappen \ 4. Russell \ 5. Hamilton (Ver melhores momentos)

Sprint: 1. Pérez \ 2. Leclerc \ 3. Verstappen \ 4. Russell \ 5. Sainz \ 6. Alonso \ 7. Hamilton \ 8. Stroll (Ver melhores momentos)

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Qualificação: 1. Leclerc \ 2. Verstappen \ 3. Pérez \ 4. Sainz \ 5. Hamilton (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Pérez \ 2. Verstappen \ 3. Leclerc \ 4. Alonso \ 5. Sainz \ 6. Hamilton \ 7. Stroll \ 8. Russell \ 9. Norris \ 10. Tsunoda (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (93) \ 2. Pérez (87) \ 3. Alonso (60) \ 4. Hamilton (48) \ 5. Sainz (34) —– 1. Red Bull (180) \ 2. Aston Martin (87) \ 3. Mercedes (76) \ 4. Ferrari (62) \ 5. McLaren (14)

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Corrida anterior: GP Austrália 2023
Corrida seguinte: GP Miami 2023

GP Azerbaijão anterior: 2022

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Fórmula 2 (Rondas 7-8) \ Caos no sprint, domínio na feature: Domínio Bearman

Acabou por ser um brilhante fim-de-semana para Oliver Bearman, que nem tinha estado assim tão bem nas provas iniciais. Em Baku, o britânico venceu ambas as provas, ainda que de maneiras bem diferentes. Se na feature foi vitória após pole, no sprint o piloto tinha partido do fundo do Top 10 e beneficiou do caos.

Esse caos começou logo na partida, quando Zane Maloney e Richard Verschoor se eliminaram um ao outro logo no início (com um pequeno contacto adicional em Victor Martins). O grande beneficiado foi Dennis Hauger, que saltou de 6º a 1º, seguido de Martins.

O primeiro SC para Ralph Boschung até nem teve grandes consequências, mas o segundo para Roy Nissany foi pleno de catástrofe para os dois primeiros. Ambos os pilotos travaram demasiado tarde e encontraram o muro, com Martins a ser colhido por um surpreso Jehan Daruvala (salvo pelo halo de ferimentos) e por Théo Pourchaire e Arthur Leclerc. Isto deixou os dois Prema na frente durante os segundos antes da ativação do terceiro SC, tempo suficiente para Bearman ultrapassar Frederik Vesti e vencer.

Já o feature foi mais pacato, com Pourchaire a passar a prova inteira em luta com Enzo Fittipaldi pelo 2º lugar (com o último a sair-se melhor), enquanto que Vesti conseguiu chegar em 4º para ascender a 2º na luta pelo título (atrás de Pourchaire).

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Qualificação: 1. Bearman \ 2. Fittipaldi \ 3. Pourchaire \ … \ 8. Martins \ 9. Maloney \ 10. Verschoor

Resultado (Sprint): 1. Bearman \ 2. Vesti \ 3. Crawford \ 4. Maini \ 5. Fittipaldi \ 6. Correa \ 7. Novalak \ 8. Staněk (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Bearman \ 2. Fittipaldi \ 3. Pourchaire \ 4. Vesti \ 5. Maini \ 6. Hauger \ 7. Hadjar \ 8. Verschoor \ 9. Crawford \ 10. Leclerc (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Pourchaire (65) \ 2. Vesti (62) \ 3. Iwasa (58) \ 4. Bearman (41) \ 5. Maini (41) —– 1. Prema (103) \ 2. DAMS (92) \ 3. ART (82) \ 4. Campos (74) \ 5. MP (70)

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Corrida anterior: Austrália 2023 \ Rondas 5-6
Corrida seguinte: Mónaco 2023 \ Rondas 9-10

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Fontes:
AP News \ Azerbaijão renova até 2026
F1 \ Alterações Sprint
Joe Saward \ Mekies no lugar de Tost na AlphaTauri
Motorsport \ Browning na Williams





Mesmo com caos, Verstappen vence – GP Austrália 2023

3 04 2023

Quando há um ano a Fórmula 1 visitou a Austrália Charles Leclerc tornou-se vencedor do Grande Prémio, esticando a sua liderança de campeonato para 38 pontos sobre George Russell e vendo o campeão em título (Max Verstappen) abandonar pela segunda vez em três provas, com a correspondente preocupação com a fiabilidade da Red Bull. O resto de 2022 tratou de eliminar esta impressão, com um segundo título facilitado para Verstappen.

Com uma expectativa de algo de diferente para a prova de 2023, o Albert Park recebeu mais uma vez o circo mundial da F1 para a prova australiano, depois de ter realizado há um ano obras bastante extensivas para aumentar as possibilidades de ultrapassagem. O circuito semi-citadino tem sido a casa australiano da categoria desde 1996, quando substituiu outro circuito de características semelhantes, o de Adelaide.

Em 2023, trouxe uma novidade: contará também com corridas de Fórmula 2 e Fórmula 3, o que proporcionou a Jack Doohan a possibilidade de correr em casa. Quem também correu em casa foi Oscar Piastri na F1, apesar das dúvidas gerais sobre que género de receção receberia, tendo em conta que foi o “responsável” por correr com o popular Daniel Ricciardo da categoria.

Entre provas, chegou a notícia de um enorme reshuffle da estrutura técnica da McLaren, que retirou James Key das funções de diretor técnico.

Ronda 3 – Grande Prémio da Austrália 2023

Não é costume o GP da Austrália providenciar grandes confusões da maneira como o fez em 2023. Os treinos livres, com direito a chuva na sexta-feira à tarde, deram logo o mote. Foram múltiplas as saídas de pista que se observaram e o principal ponto de interesse acabou por chegar no sábado, quando Sergio Pérez saiu largo e ficou preso na gravilha no Q1, condenando-o a partir de último enquanto o colega de equipa, Max Verstappen, fazia pole position pela primeira vez na Austrália.

O início de corrida viu outro piloto terminar na gravilha: Charles Leclerc, num mero incidente de corrida com Lance Stroll, viu o seu mau início de campeonato conhecer o segundo abandono em três provas. O Safety Car entrou em ação e acabaria por ter de regressar algumas voltas depois para o despiste de Alexander Albon (quando o Williams circulava confortavelmente nos lugares pontuáveis), que deixou gravilha em farta no asfalto.

Acabou por se gerar uma bandeira vermelha, que travou as aspirações de George Russel (que tinha saltado para a liderança no arranque, seguido do colega de equipa) e de Carlos Sainz, devido a ambos terem parado durante o SC e terem sido apanhados desprevenidos pela paragem da prova.

Não demorou muito para, após o recomeço, Verstappen passar Lewis Hamilton, ainda que o britânico tenha feito uma prova muito competente, deixando a Mercedes com confiança no seu desempenho nas próximas corridas (mas dúvidas no que toca a fiabilidade, dada a expiração estrondosa do motor no carro de Russell).

Mais atrás lutas interessantes multiplicavam-se, com os McLaren a compensarem a sua menor performance de qualificação com o envolvimento em lutas com Yuki Tsunoda e Esteban Ocon pelos lugares pontuáveis finais, ao mesmo tempo que Carlos Sainz e Pierre Gasly se equiparavam na luta por 5º e Pérez prosseguia com implacabilidade a sua recuperação desde o último lugar.

Foi aí que chegou o incidente de Kevin Magnussen com a barreira, que fez perder um pneu e parar num sítio perigoso a muito poucas voltas do fim. Isto levou os comissários a iniciarem uma bandeira vermelha e a programarem uma nova partida para um sprint de 3 voltas. E foi aí que chegou o caos atrás dos 2 primeiros.

Sainz acertou em Alonso e atirou-o para o fim; Gasly travou tarde e no regresso à pista acabou por colidir com Ocon, acabando com o que estava a ser uma ótima prova de ambos os Alpine; Stroll saiu para a gravilha mais adiante; Logan Sargeant bloqueou os travões e eliminou-se a si e a Nyck de Vries de prova.

Nova bandeira vermelha viu grandes discussões gerarem-se entre as equipas e os comissários, com Alonso a liderar os protestos por querer uma reversão para a ordem antes da partida por ainda não ter sido completados metros suficientes até à interrupção. E assim foi. Todos os carros (menos os Alpine, de Vries e Sargeant) fizeram uma volta final atrás de SC e terminaram. Com a penalização de Sainz (com que o espanhol ficou inconformado), a ordem final ficou definida.

Verstappen venceu num dia em que Pérez limitou os estragos em 5º, Hamilton e Alonso completaram o pódio seguidos de Stroll, enquanto que a McLaren pontuou pela primeira vez no ano e conseguiu ascender a 5º no campeonato por ambos os pilotos terem pontuado. Hülkenberg fez uma sólida prova para chegar em 7º (ainda que a Haas tenha chegado a protestar a decisão de reverter a ordem, porque isso poderia ter-lhe dado 3º), enquanto que Zhou e Tsunoda pontuaram pela primeira vez no ano em 9º e 10º, respetivamente.

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Qualificação: 1. Verstappen \ 2. Russell \ 3. Hamilton \ 4. Alonso \ 5. Sainz (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Hamilton \ 3. Alonso \ 4. Stroll \ 5. Pérez \ 6. Norris \ 7. Hülkenberg \ 8. Piastri \ 9. Zhou \ 10. Tsunoda (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (69) \ 2. Pérez (54) \ 3. Alonso (45) \ 4. Hamilton (38) \ 5. Sainz (20) —– 1. Red Bull (123) \ 2. Aston Martin (65) \ 3. Mercedes (56) \ 4. Ferrari (26) \ 5. McLaren (12)

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Corrida anterior: GP Arábia Saudita 2023
Corrida seguinte: GP Azerbaijão 2023

GP Austrália anterior: 2022

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Fórmula 2 (Rondas 5-6) \ Poles seguram liderança em provas mexidas

A primeira prova australiana da F2 viu a famosa imprevisibilidade da categoria ser colocada em destaque nas duas corridas deste fim-de-semana. Pole inverso, Dennis Hauger apenas teve que se defender de um único ataque de Jak Crawford no sprint porque daí em diante apenas teve que controlar a distância para o americano. Já Kush Maini teve um caminho bem mais difícil para o pódio, tendo que lutar com unhas e dentes contra Arthur Leclerc para o conseguir.

Pingos de chuva no final da etapa complicaram a vida de quem arriscou parar para pneus de chuva, como Roman Staněk e Théo Pourchaire, mas foram vários os outros que saíram de pista. Houve ainda espaço para um SC devido a um pião do homem da casa, Jack Doohan.

Já no domingo de manhã foi a vez de outro pole rumar para a vitória: Ayumu Iwasa segurou as investidas de Pourchaire para vencer a feature e assumir a liderança do campeonato. Leclerc, por sua vez, compensou a sua perda do pódio do dia anterior com um na feature. Todos estes fizeram uso de um SC Virtual para saltar mudar de pneus (VSC criado para retirar o carro preso de Crawford, após incidente com Doohan).

Devido a acidente de Roy Nissany, o SC voltaria. O que provocou o caos de pilotos que pararam e não conseguiram evitar despistes devido a temperaturas muito baixas (com destaque para o violento embate de Enzo Fittipaldi e o despiste no recomeço de Hauger). O uso de pneus macios permitiu a Frederik Vesti passar Zane Maloney para 4º, enquanto que Juan Manuel Correa pontuou no seu ano de regresso à F2.

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Qualificação: 1. Iwasa \ 2. Pourchaire \ 3. Martins \ … \ 8. Maini \ 9. Crawford \ 10. Hauger

Resultado (Sprint): 1. Hauger \ 2. Crawford \ 3. Maini \ 4. Leclerc \ 5. Maloney \ 6. Hadjar \ 7. Bearman \ 8. Vesti (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Iwasa \ 2. Pourchaire \ 3. Leclerc \ 4. Vesti \ 5. Maloney \ 6. Daruvala \ 7. Verschoor \ 8. Doohan \ 9. Maini \ 10. Correa (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Iwasa (58) \ 2. Pourchaire (50) \ 3. Vesti (42) \ 4. Boschung (33) \ 5. Leclerc (33) —– 1. DAMS (91) \ 2. ART (67) \ 3. MP (62) \ 4. Campos (59) \ 5. Prema (45)

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Corrida anterior: Arábia Saudita 2023 \ Rondas 3-4
Corrida seguinte: Azerbaijão 2023 \ Rondas 7-8

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Fórmula 3 (Rondas 3-4) \ Bortoleto estica-se na liderança

De manhã na Austrália, e, portanto, a horas impróprias para quase todo o mundo, a F3 começou o seu caminho na Austrália.

A primeira prova, com Sebastián Montoya em pole inversa, começou com relativa calma (apesar de uma saída de pista de Oliver Goethe). Não demorou muito até que Franco Colapinto acabasse por passar o rival, altura em que o acidente de Ido Cohen ativou o SC. Depois disso, houve direito a uma excelente ultrapassagem de Zak O’Sullivan sobre Montoya para 2º.

Esta passagem acabaria por valer-lhe a vitória após a prova porque Colapinto acabou desclassificado por questões técnicas, enquanto que na Prema dois pilotos se desentendiam em pista (Dino Beganovic e Paul Aron).

No dia seguinte, o excelente Gabriel Bortoleto foi segurando diferentes níveis de pressão da parte de Grégoire Saucy para garantir uma vitória em que teve que lidar com vários reinícios atrás de SC (a maior parte devido a desatenções atrás de SC, como com Kaylen Frederick). Gabriele Minì completou o pódio, numa dia em que o vencedor da prova ampliou a sua vantagem no campeonato.

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Qualificação: 1. Bortoleto \ 2. Saucy \ 3. Minì \ … \ 10. Collet \ 11. Goethe \ 12. Montoya

Resultado (Sprint): 1. O’Sullivan \ 2. Montoya \ 3. Aron \ 4. Minì \ 5. Beganovic \ 6. Bortoleto \ 7. Fornaroli \ 8. Saucy \ 9. Mansell \ 10. Frederick (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Bortoleto \ 2. Saucy \ 3. Minì \ 4. Fornaroli \ 5. O’Sullivan \ 6. Aron \ 7. Martí \ 8. Browning \ 9. Barnard \ 10. Mansell (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Bortoleto (58) \ 2. Saucy (38) \ 3. Beganovic (28) \ 4. Minì (28) \ 5. Martí (25) —– 1. Trident (100) \ 2. Prema (70) \ 3. Hitech (54) \ 4. ART (45) \ 5. Campos (29)

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Corrida anterior: Bahrain 2023 \ Rondas 1-2
Corrida seguinte: Mónaco 2023 \ Rondas 5-6





Pérez segura Verstappen em busca da liderança do campeonato – GP Arábia Saudita 2023

20 03 2023

Tem sido notória a subida de tom das propostas que os fundos estatais da Arábia Saudita têm feito para a aquisição de uma variedade de categorias desportivas de renome, e a Fórmula 1 está longe de ser uma exceção. Com a desculpa de necessitar desesperadamente de financiamento durante a período mais agudo da pandemia, a FOM abriu as portas para avultados investimentos vindos do Médio Oriente para balancear as contas.

Os resultados foram o investimento da Aramco como patrocinador oficial da F1 (e posteriormente da Aston Martin), a estreia do GP da Arábia Saudita em 2021 em Jeddah e a construção de um complexo em Qiddiyah (que os organizadores já deram a entender gostar que fosse uma segunda prova em território saudita…).

A atual pista de Jeddah faz questão de publicitar o título de mais rápido circuito citadino do mundo, com 27 curvas na sua maioria de alta velocidade e com muros bem próximos. Tal como em 2022 o circuito vai mais uma vez proceder a alterações para evitar os perigos que têm sido enfrentados pelos pilotos. Não que todos os perigos venham só do traçado.

O ataque terrorista de uma estrutura industrial a poucos quilómetros do paddock na última visita foi motivo de reunião dos pilotos durante 4 horas, tendo-se chegado a ponderar se existiria possibilidade de greve no ar (e também de que a saída ordeira dos membros das equipas do país poderia estar em causa caso houvesse greve).

É o preço a pagar pela categoria pelos seus negócios sauditas.

Ronda 2 – Grande Prémio da Arábia Saudita 2023

Com os treinos livres a indicarem uma distância entre Red Bull e o resto do grid semelhante à de duas semanas antes, nada se poderia atravessar no caminho de Max Verstappen que não a própria equipa. E assim foi. Uma falha de driveshaft em pleno Q2 deixou o holandês a começar a prova de domingo da 15ª posição, deixando a luta pela vitória imprevisível.

Coube a Sergio Pérez defender a honra da Red Bull contra uns implacáveis Charles Leclerc e Fernando Alonso, apesar de Leclerc já contar com a desvantagem de 10 lugares de penalização por troca de componentes de motor. Já Alonso apostava tudo num melhor ritmo de corrida que de qualificação.

Mais atrás a Alpine colocou ambos os carros no Q3, enquanto que a McLaren se via com sortes distintas (Lando Norris caiu no Q1 e Oscar Piastri conseguiu chegar ao Q3).

No início da corrida a equipa britânica viu-se mais uma vez atirada para o fundo da tabela: Norris por já lá estar, Piastri por perder parte da asa dianteira num contacto com Esteban Ocon. Continua a ser uma incógnita qual o verdadeiro ritmo do MCL60, ainda que Norris deva ter tomado devida nota do excelente ritmo de Piastri comparado com o seu.

Mais à frente, Pérez sucumbiu na partida perante Alonso mas não demorou muito a passar e fugir do espanhol. Daí em diante foi tudo relativamente simples até ao Safety Car (por avaria de Lance Stroll), quando o timing do SC beneficiou (e de que maneira) a recuperação de um veloz Verstappen. Quando finalmente o campeão em título tinha chegado ao 2º posto já Pérez levava 5 segundos de avanço, que o mexicano conseguiu manter estáveis até ao final.

Logo atrás foi uma prova levemente atribulada para Alonso, que recebeu uma penalização por estar fora (lateralmente) do lugar de partida e, ao servi-la na primeira paragem nas boxes, viu um mecânico tocar no carro antes de tempo e recebeu uma penalização extra de 10 segundos. Felizmente, um apelo da Aston devolveu-lhe aquele que foi o 100º pódio da sua carreira. Logo atrás, chegaram os dois Mercedes.

Foi mais um dia mau para a Ferrari, que foi caindo na classificação por um misto de falta de ritmo e de erros de comunicação (foi constrangedor ver o engenheiro de pista de Leclerc não o avisar da necessidade de cobrir a saída das boxes de Hamilton durante o SC). Já a Alpine continuou a acumular pontos, enquanto que Kevin Magnussen completou uma perseguição de uma prova inteira a Yuki Tsunoda com uma ultrapassagem nas voltas finais que deu à Haas o primeiro ponto do ano.

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Qualificação: 1. Pérez \ 2. Alonso \ 3. Russell \ 4. Sainz \ 5. Stroll (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Pérez \ 2. Verstappen \ 3. Alonso \ 4. Russell \ 5. Hamilton \ 6. Sainz \ 7. Leclerc \ 8. Ocon \ 9. Gasly \ 10. Magnussen (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (44) \ 2. Pérez (43) \ 3. Alonso (30) \ 4. Russell (20) \ 5. Hamilton (20) —– 1. Red Bull (87) \ 2. Aston Martin (38) \ 3. Mercedes (38) \ 4. Ferrari (26) \ 5. Alpine (8)

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Corrida anterior: GP Bahrain 2023
Corrida seguinte: GP Austrália 2023

GP Arábia Saudita anterior: 2022

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Fórmula 2 (Rondas 3-4) \ Vesti e Iwasa lançam as suas candidaturas ao título

A primeira das duas provas de Jeddah até viu Jak Crawford começar na liderança, mas o americano acabaria por não durar muito na frente da corrida. O grande beneficiado foi Ayumu Iwasa, que fez várias ótimas ultrapassagens sobre os adversários e defendeu-se com unhas e dentes dos avanços dos rivais. Logo atrás chegou alguém ainda mais impressionante: Victor Martins, que não só fez pole position como ainda fez uma grande recuperação no sprint até ao 2º lugar final. Jehan Daruvala completou o pódio.

Ralph Boschung terminou logo na frente do colega de equipa na Campos e, com um abandono tonto de Théo Pourchaire (que arriscou demasiado com Oliver Bearman), assumiu a liderança provisória do campeonato.

O azar não abandonou Bearman por completo no domingo de feature. O inglês partiu muito bem e ultrapassou o pole Victor Martins, tendo passado a maior parte da corrida num duelo de faca nos dentes com o francês. Enquanto ambos se entretinham, o Prema de Frederik Vesti, vindo de 7º na partida, aproximava-se da disputa pela vitória. Com os dois primeiros a fazerem piões em pista sozinhos, Vesti acabou com passadeira vermelha estendida para triunfar.

O dinamarquês da Mercedes foi seguido no pódio por Jack Doohan e (novamente) Daruvala, o que o catapultou de imediato para a luta pelo título, encabeçada por Boschung e Pourchaire, seguidos também de muito perto por Iwasa.

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Qualificação: 1. Martins \ 2. Bearman \ 3. Pourchaire \ … \ 8. Maini \ 9. Boschung \ 10. Crawford

Resultado (Sprint): 1. Iwasa \ 2. Martins \ 3. Daruvala \ 4. Boschung \ 5. Maini \ 6. Vesti \ 7. Doohan \ 8. Hauger (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Vesti \ 2. Doohan \ 3. Daruvala \ 4. Iwasa \ 5. Hauger \ 6. Verschoor \ 7. Fittipaldi \ 8. Leclerc \ 9. Hadjar \ 10. Bearman (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Boschung (33) \ 2. Pourchaire (32) \ 3. Iwasa (31) \ 4. Vesti (28) \ 5. Daruvala (24) —– 1. Campos (51) \ 2. ART (49) \ 3. DAMS (44) \ 4. MP (43) \ 5. Prema (29)

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Corrida anterior: Bahrain 2023 \ Rondas 1-2
Corrida seguinte: Austrália 2023 \ Rondas 5-6





Pódio de Alonso em início morno de campeonato – GP Bahrain 2023

6 03 2023

dário em 2011 devido a um ambiente quase revolucionário que correu o país durante a Primavera Árabe, tempo suficiente para que, ao contrário de futuras provas árabes, o Grande Prémio se tornasse um moderno clássico (ao invés de um exemplo de sportswashing como a vizinha Arábia Saudita).

O circuito foi palco de uma brilhante luta pela vitória entre Charles Leclerc e Max Verstappen em 2022, do progresso de Sergio Pérez de último a 1º em 2020, do acidente aterrorizante de Romain Grosjean no mesmo ano e do duelo Fernando Alonso / Michael Schumacher em 2006. Em suma, uma enormidade de momentos históricos já associados ao pequeno emirado.

Com poucas curvas lentas e algumas secções de média-alta velocidade bem ao gosto dos pilotos, o circuito de Sakhir tem sido a abertura de todos os anos pós-pandemia e desde 2014 que mudou o seu horário para o noturno (de modo fazer uso de fogo de artifício nas celebrações e também para melhorar um pouco o horário face aos europeus).

Ronda 1 – Grande Prémio do Bahrain 2023

Com medos generalizados do paddock sobre os níveis de domínio a que se poderia assistir neste fim-de-semana, acabou por se ter um meio-termo: longe de ser tão terrível quanto se poderia esperar, o domínio da Red Bull ainda assim viu-se mais expressado por faltar um rival claro para o combater.

Max Verstappen andou no seu melhor nível e soube colocar-se na frente de Sergio Pérez com uma naturalidade cada vez maior, e quando a Ferrari e a Mercedes permanecem incapazes de oferecer resistência o seu caminho fica ainda mais facilitado. E foi aí que entrou a Aston Martin na equação.

A Aston chegou a Sakhir com um Fernando Alonso bem motivado e um Lance Stroll ainda a recuperar de uma mão partida. Os resultados oscilaram entre o que se esperava e o que se temia: Stroll retirava várias vezes as mãos do volante durante os treinos (devido às dores) e quase eliminou o colega na primeira volta, enquanto que Alonso fazia magia com o AMR23. Alonso fez brilharetes constantes e soube fazer uma excelente ultrapassagem a Lewis Hamilton para garantir o pódio, enquanto que o Aston foi bom o suficiente que até Stroll terminou à frente de um dos Mercedes.

Mercedes e Ferrari andaram bem abaixo do esperado. Os primeiros continuam claramente uns furos abaixo da Red Bull e Ferrari, com um carro que até se viu batido pela equipa cliente, ao passo que os segundos não conseguiram ameaçar nem um pouco a Red Bull, e ainda para mais continuam sem fiabilidade para evitar ver um Charles Leclerc de ar sombrio na beira da estrada.

Melhor dos restantes foi um papel que coube a Valtteri Bottas, seguido de um Pierre Gasly que se qualificou mal mas soube fazer uso do seu Alpine para subir (ao contrário do outro lado da garagem, com Esteban Ocon a perder o fio à meada com sucessivas penalizações por cumprir mal as penalizações…) e um Alexander Albon que soube segurar os concorrentes em 10º.

Desastre completo foi a McLaren, que abandonou com problemas mecânicos Oscar Piastri e que viu Lando Norris sofrer a bom sofrer com o MCL60.

Destaque ainda para o excelente ritmo de qualificação da Haas que degenerou em corrida e para um competente Logan Sargeant, que igualou o tempo de Norris em qualificação e em corrida andou a rondar os pontos.

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Qualificação: 1. Verstappen \ 2. Pérez \ 3. Leclerc \ 4. Sainz \ 5. Alonso (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Pérez \ 3. Alonso \ 4. Sainz \ 5. Hamilton \ 6. Stroll \ 7. Russell \ 8. Bottas \ 9. Gasly \ 10. Albon (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (25) \ 2. Pérez (18) \ 3. Alonso (15) \ 4. Sainz (12) \ 5. Hamilton (10) —– 1. Red Bull (43) \ 2. Aston Martin (23) \ 3. Mercedes (16) \ 4. Ferrari (12) \ 5. Alfa Romeo (4)

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Corrida anterior: GP Abu Dhabi 2022
Corrida seguinte: GP Arábia Saudita 2023

GP Bahrain anterior: 2022

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Fórmula 2 (Rondas 1-2) \ Domínio Pourchaire, com os Campos por perto

Já se esperava ver Théo Pourchaire em grande nível no início do ano, mas dificilmente alguém estaria à espera de ver o francês com os níveis de domínio que exibiu. O francês fez pole por uns expressivos 7 décimos em qualificação, recuperou posição atrás de posição até ao 5º lugar no sprint, e controlou à vontade toda a feature.

As sobras para os rivais resumiram-se a um Ralph Boschung em bom nível (vencendo o sprint e acabando a prova principal em 2º), um bom resultado para Victor Martins em sprint e uma excelente estreia de F2 para Zane Maloney no feature. Para ajudar Boschung a completar um bom resultado Campos, Kush Maini fez uma boa estreia na categoria (ainda que pedir para não ser atacado por Boschung à equipa tenha sido um pedido tolo de se fazer).

Arthur Leclerc poderia ter feito muito mais no seu final de semana, mas fez três saídas de pista diferentes no feature, que lhe valeram um pódio perdido. Longe de um desastre total, que coube a Richard Verschoor, eliminado por Frederik Vesti (num incidente em que Roman Staněk acabou fora também).

O resultado foi uma liderança esperada de Pourchaire, mas ainda com um pelotão não muito definido atrás de si.

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Qualificação: 1. Pourchaire \ 2. Martins \ 3. Verschoor \ … \ 8. Leclerc \ 9. Staněk \ 10. Boschung

Resultado (Sprint): 1. Boschung \ 2. Hauger \ 3. Martins \ 4. Iwasa \ 5. Pourchaire \ 6. Daruvala \ 7. Maini \ 8. Fittipaldi (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Pourchaire \ 2. Boschung \ 3. Maloney \ 4. Maini \ 5. Verschoor \ 6. Leclerc \ 7. Hadjar \ 8. Iwasa \ 9. Fittipaldi \ 10. Correa (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Pourchaire (32) \ 2. Boschung (28) \ 3. Maloney (15) \ 4. Maini (14) \ 5. Verschoor (11) —– 1. Campos (42) \ 2. ART (38) \ 3. Rodin Carlin (18) \ 4. DAMS (17) \ 5. Van Amersfoort (12)

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Corrida anterior: Abu Dhabi 2022 \ Rondas 27-28
Corrida seguinte: Arábia Saudita 2020 \ Rondas 3-4

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Fórmula 3 (Rondas 1-2) \ Minì sofre rude derrota

A primeira prova de Fórmula 3 de 2023 iniciou-se com dois estreantes a qualificarem-se nas duas primeiras posições. Gabriele Minì e Gabriel Bortoleto arrecadaram a primeira linha, seguidos do líder dos testes de pré-temporada (Grégoire Saucy).

Já para o sprint a pole inversa coube a Franco Colapinto, ladeado por Pepe Martí. Com ambos a lutarem ao longo da prova inteira pelo triunfo, acabou por ser Martí fez uma ótima ultrapassagem a Colapinto no final da corrida, segurando depois a pressão do argentino.

Mais atrás houve direito a dois Safety Car, primeiro para o pião de Luke Browning (na confusão da partida) e para o incidente entre Bortoleto e Rafael Villagómez, e ainda outro para a confusão do outro recomeço. Na disputa do 4º lugar, os Prema de Dino Beganovic e Paul Aron tiveram que suar para conseguir segurar os ataques de Oliver Goethe da Trident.

No dia da feature a sorte não sorriu ao homem da pole, com uma penalização de 5 segundos que tramou por completo Minì devido a um SC nas voltas finais, que o atirou para fora de uma liderança pela qual tivera que lutar com unhas e dentes. Isto entregou a vitória final a Bortoleto. Oliver Goethe chegou em segundo e Dino Beganovic completou o pódio.

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Qualificação: 1. Minì \ 2. Bortoleto \ 3. Saucy \ … \ 10. Collet \ 11. Martí \ 12. Colapinto

Resultado (Sprint): 1. Martí \ 2. Colapinto \ 3. Collet \ 4. Beganovic \ 5. Aron \ 6. Goethe \ 7. Saucy \ 8. Fornaroli \ 9. Edgar \ 10. Montoya (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Bortoleto \ 2. Goethe \ 3. Beganovic \ 4. Saucy \ 5. Browning \ 6. Martí \ 7. Frederick \ 8.Minì \ 9. Montoya \ 10. Colapinto (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Bortoleto (26) \ 2. Goethe (23) \ 3. Beganovic (22) \ 4. Martí (19) \ 5. Saucy (16) —– 1. Trident (52) \ 2. Prema (28) \ 3. ART (22) \ 4. Campos (19) \ 5. Hitech (19)

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Corrida anterior: Itália 2022 \ Rondas 17-18
Corrida seguinte: Austrália 2023 \ Rondas 3-4





Red Bull na frente nos testes, mas essa é a única certeza

28 02 2023

2022 tinha prometido muito, mas a verdade é que uma temporada na qual apenas uma equipa fora do Top 3 consegue um único pódio dificilmente pode ser classificada como uma época entusiasmante. Para este ano as expectativas serão de uma aproximação das rivais aos eternos líderes, mas será essa uma expectativa razoável?

A temporada chega numa altura em que Mohammed ben Sulayem dá um passo atrás no seu envolvimento (excessivo) na categoria, e em que a FIA procura atingir um novo equilíbrio no seu relacionamento com a FOM.

Falando da FIA, esta criou várias alterações nos regulamentos desportivos, com testagem de novos pneus de chuva a partir de Imola, menos restrições de rádio, modificações a circuitos e zonas de DRS, ajustes no teto orçamental e acesso facilitado para auditorias da FIA.

Mudanças na Ferrari terão sido no timing certo?

A única coisa mais impressionante do que a maneira como a Ferrari abriu 2022 com uma sequência de ótimos resultados foi seguida de uma ainda mais impressionante hecatombe de resultados, em que vitórias desperdiçadas por motivos de estratégia deram lugar a vitórias desperdiçadas por entretanto o carro italiano já não ser o mais competitivo do pelotão.

Há mérito da Red Bull neste quesito, com uma eficiência diabólica, mas a sensação geral de oportunidade desperdiçada (e recusa em assumir erros) fez Frédéric Vasseur assumir os comandos da Scuderia. A retirada de um líder italiano pela entrada de um francês é notória e acarreta consigo a possibilidade de um começo de fresco. Mas, mesmo não sendo particularmente justo, Vasseur não conseguirá segurar o lugar se o trabalho que até Dezembro era de Mattia Binotto não der resultados concretos…

E no meio de tudo está uma Mercedes desejosa de conseguir voltar a assumir o protagonismo no campeonato.

Os testes de pré-temporada, para já, pintam um quadro bem risonho para a Red Bull. A AMuS noticia o motivo desta vantagem como a capacidade do RB19 em conseguir correr bem mais perto do chão que as rivais, o que deixa Max Verstappen numa posição bem confortável para tentar chegar a um tricampeonato (Sergio Pérez deverá manter-se como plano de contingência, com Daniel Ricciardo a observar tudo bem de perto no seu papel de piloto de testes).

Para a Mercedes vê-se uma performance bem mais consistente que a de 2022, ainda que com bem menores problemas de porpoising. Só que crê-se que o verdadeiro potencial do carro só será descoberto com atualizações em Baku nos monolugares de Lewis Hamilton e George Russell. Já a Ferrari pareceu difícil de localizar, com alguns acertos de setup a serem necessários para conseguir estabelecer a performance de um carro que parece fiável e rápido, mas uns furos abaixo do Red Bull.

Trabalho difícil para Charles Leclerc e Carlos Sainz, portanto.

Harmonia difícil na Alpine

Já é piada recorrente do paddock referir que a estrutura da Alpine corre já em vários planos de 5 anos. Apesar de se ter integrado em 2016 com promessas de competitividade em 5 anos, a Renault avisou logo que o primeiro ano não contava (o projeto era pouco mais que um fraco Lotus). Depois chegou Daniel Ricciardo e o tal plano começaria aí (2019). Ricciardo saiu, Fernando Alonso entrou e o nome mudou para a Alpine, e os franceses insistiram que queriam ser tratados como nova equipa e novo projeto de 5 anos (em 2021).

Agora, com a saída de Alonso, a conversa parece ter feito um novo reset. Contas feitas, a Alpine está no 8º ano de projeto como equipa de fábrica, mas a insistir que é uma jovem equipa promissora.

As trapalhadas com a situação contratual de Oscar Piastri, de facto, pareceram de novatos. Sabe-se lá como, Otmar Szafnauer conseguiu manter o seu posto na liderança da equipa. Nem tudo foi um desastre na verdade: o 4º lugar à frente da McLaren nunca pareceu excessivamente em perigo e Pierre Gasly é um ótimo prémio de consolação para substituir Alonso (com Esteban Ocon no outro lado da garagem). Até os abandonos de 2022 têm um ponto positivo, dado que as restrições de alterações à unidade de potência não se aplicam a motivos de fiabilidade.

2023 tem que ser o ano em que a mais fraca das equipas de fábrica consegue bem melhor do que fazer apenas um terço dos pontos da Mercedes. Os testes não conseguiram revelar quase nada. O carro esteve sempre entre os mais lentos das sessões, ainda que se acredite que terão sido das equipas que mais escondeu o jogo.

Os britânicos

Duas das maiores construtoras britânicas, mas que na F1 compram os seus motores à Mercedes, têm um problema muito semelhante: a estagnação dos seus resultados e como invertê-la.

As escalas são diferentes, claro. A McLaren terminou em 3º lugar m 2020, 4º em 2021 e 5º em 2022. O único pódio fora das 3 primeiras equipas até pertenceu aos britânicos, mas a tendência decrescente é difícil de disputar. Pelo segundo ano seguido, queixam-se de o projeto inicial ainda não estar bem ao gosto da estrutura, uma falha que já tem solução à vista para o próximo ano, quando o túnel de vento novo estará finalmente em ação.

O facto de Zak Brown já ter vindo a púlico referir que o MCL60 está abaixo dos indicadores de performance desejados pela própria equipa parecem indicar que será um início de ano doloroso para Woking. Uma situação que deverá frustrar Lando Norris e aliviar Oscar Piastri (ao colocar menos pressão por cima dos seus ombros).

Já a Aston Martin começou 2022 com um ritmo absolutamente catastrófico, mas ganhou muitos pontos de consideração da parte dos rivais pela maneira como a equipa técnica de Dan Fallows soube encurtar a distância para os lugares pontuáveis em tão curto espaço de tempo. A verdade é que já foram 2 dos 5 anos da estreia dos britânicos, e dois 7º lugares em 10 equipas são o saldo da estrutura. O facto de esta queda ocorrer com Lance Stroll blindado a um dos monolugares não tem passado despercebido.

Mas a verdade é que o lado da garagem de onde se espera o melhor em pista é no de Fernando Alonso, que provocou o caos na Alpine para fazer uma derradeira e arriscada manobra de bastidores, em busca do seu 3º título mundial. A gestão emocional do piloto dará grandes dores de cabeça à equipa, mas a boa forma contínua dele será uma boa compensação.

Sem ninguém contar com isso, a Aston foi um dos grandes destaques dos testes. Isto tanto pelo facto de Felipe Drugovich ter tido que substituir Lance Stroll (lesão), como pelo facto de o AMR23 ter mostrado um ritmo muito interessante, que até leva alguns analistas a considerá-los ao nível dos Mercedes.

Quem nada tem a perder

Com uma temporada bem difícil para a pequena estrutura italiana, a AlphaTauri saiu bem feliz dos 3 dias de testes. Sem a grande referência de Gasly, caberá ao conjunto de Yuki Tsunoda e Nyck de Vries conseguirem fazer uso de um AT04 mais competitivo e que terminou o seu tempo no Bahrain como o que mais quilómetros acumulou. Isto numa altura em que a Red Bull tem estado a ponderar vender a equipa ou relocalizá-la.

Tsunoda e de Vries terão boas oportunidades para mostrar serviço em 2023, oportunidades essas que precisarão de concretizar de modo a afastarem a ameaça da intromissão da enorme quantidade de jovens Red Bull que desponta na F2.

Quem não tem quase nada a provar é a dupla da Haas. Nico Hülkenberg e Kevin Magnussen já abandonaram a categoria antes e não estarão excessivamente preocupados em voltar a fazê-lo se a equipa americana lhes criar problemas. Como dupla competente que aparenta ser vista de fora, esta estará sempre dependente do nível de desenvolvimento ao longo do ano que o VF-23 será capaz de demonstrar.

A outra cliente Ferrari, a Alfa Romeo, está num momento de transição bem curioso: a Alfa em si abandonará no final do ano e não possui nenhum poder de decisão, para passar posteriormente a controlo Audi. Isto significa que Valtteri Bottas e Guanyu Zhou terão que mostrar serviço de forma bem evidente para provar ao novo chefe, Andreas Seidl, que merecem continuar ao volante quando os manda-chuvas passarem para o lado alemão.

As boas notícias são que a performance do mais recente produto de Hinwill chegou a liderar um dos dias de testes (com várias condicionantes, claro) e que pareceu disposta a permitir aos seus pilotos puxar por ele.

Isto deixa apenas a Williams, que despediu a sua chefia nos meses iniciais deste ano depois de ter voltado a terminar em última no campeonato, tendo agora de se ver que género de chefia será a de James Vowles (chegado da Mercedes), que conta com um competente Alexander Albon e uma incógnita ligeira Logan Sargeant (que terá que provar que a antiga chefia acertou em algo, com a sua escolha).

F2 – Pourchaire permanece, mas não terá vida fácil

2023 chega para a Fórmula 2 com um piloto que tem mais do que o favoritismo, tem também a obrigação de ser campeão. Théo Pourchaire foi capaz de ótimas performances em 2022 mas foi errático em diversos momentos e terminou num vice-campeonato manifestamente insuficiente para obter um assento de F1 na Alfa Romeo. A decisão de mais uma temporada de F2 poderá ser arriscada, até se se vir batido por um estreante à semelhança de Robert Shwartzmann em 2021.

Ao lado de Pourchaire está o campeão de F3 de 2022, Victor Martins, o que confere à ART possivelmente a melhor dupla da grelha deste ano.

Ainda assim, existe espaço para surpresas nas restantes estruturas. Hitech e Carlin apostam em duplas inteiramente pertencentes à Red Bull (que está representada por uns estonteantes 6 pilotos na F2), que poderão estar em grande nível (com especial destaque para um Isack Hadjar deserto de poder vingar o título de F3 perdido).

Apesar de apenas se ter estreado em 2022 apenas, a Van Amersfoort surpreendeu durante os testes deste ano com Richard Verschoor a liderar a tabela de tempos. Já a contratação, mais sentimental que racional, de Juan Manuel Correa poderá não trazer os frutos esperados. Já a permanência do bem-cotado Jack Doohan na Virtuosi percebe-se por um lado, ainda que provavelmente seja demasiado piloto para a estrutura em que está (e definitivamente muito mais do que o novo colega Amaury Cordeel conseguirá lidar…).

F3 – Testes deixam Saucy como favorito

Com a tradicional saída de mais de metade da grelha ao final do ano (quer para F2 ou para a obscuridade), a Fórmula 3 mais uma vez contou com a renovação das suas fileiras com alguns dos mais promissores jovens talentos das categorias de base. Falamos de pilotos cujas performances deverão impressionar, como Dino Beganovic da academia Ferrari, Nikola Tsolov da academia Alpine ou Sebastián Montoya da academia Red Bull.

Mas não se pense que o “perigo” não poderá vir dos pilotos que andam no seu segundo ano de categoria. Grégoire Saucy que o diga, tendo dominado os testes de pré-temporada de Fevereiro no seu ART, depois de um falso arranque na temporada de 2022. Franco Colapinto, que melhorou da estreante Van Amersfoort para a competente MP, também terá uma palavra a dizer agora que integra a academia Williams (tal como Zak O’Sullivan).

Para pilotos nas equipas do fundo da grelha, o objetivo é simples: mostrar serviço para que as Prema e Trident da vida os contratem para 2024. Neste quesito vale a pena manter a atenção em homens como Roberto Faria, Oliver Gray ou Taylor Barnard.





Saucy deixa aviso na F3 e Verschoor é a surpresa na F2 – Testes F2/F3

17 02 2023

Com uma semana de antecipação em relação à Fórmula 1, as suas duas categorias de promoção (Fórmulas 2 e 3) realizaram ao longo dos últimos três dias a sua própria temporada no Bahrain. Apesar de os monolugares não mudarem, havia uma grande expectativa para saber quem poderia assumir-se como favorito para a primeira ronda do ano.

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Fórmula 2 – Dia 1

Até certo ponto era expectável que coubesse a Théo Pourchaire a honra de liderar a primeira sessão do ano. O francês vem de duas temporadas nos lugares cimeiros da Fórmula 2 e esteve por ligeiramente acima de uma décima na frente do segundo classificado, com 54 voltas acumuladas.

A concorrência terá que fazer pela vida. Para já Richard Verschoor no seu novo Van Amersfoort e Arthur Leclerc pela DAMS foram quem mais se aproximou. A DAMS poderá assim ter em mãos uma dupla vencedora, já que Ayumu Iwasa também conseguiu ficar no Top 5, ensanduichando o eterno piloto de F2, Ralph Boschung (também eternamente na Campos).

A antiga dupla da Prema e agora da MP (Jehan Daruvala e Dennis Hauger) conseguiram permanecer no Top 10, enquanto que os dois Charouz preocupantemente ficaram nos três últimos lugares. Entre eles ficou o causador da bandeira vermelha do dia, Frederik Vesti.

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Resultado: 1. Pourchaire (1m42s165) \ 2. Verschoor (1m42s293) \ 3. Leclerc (1m42s293) \ 4. Boschung (1m42s569) \ 5. Iwasa (1m42s669)

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Fórmula 2 – Dia 2

Com alguns dos líderes do dia anterior em sequências de longo curso, coube a protagonistas um pouco diferentes a tarefa de despontarem entre os lugares cimeiros da tabela de tempos na quarta-feira. Victor Martins e Arthur Leclerc mostraram o seu ritmo diabólico de F3 na categoria imediatamente superior, colocando-se em 2º e 4º respetivamente.

Verschoor brilhou novamente para conseguir o topo da tabela (levando a crer que a Van Amersfoort poderá ter em mãos em 2023 um desnível entre pilotos semelhante ao da também holandesa MP de 2022), enquanto que Boschung manteve o seu elevado ritmo, fruto da sua experiência. A campeã em título, a MP, viu a sua equipa subir algumas posições, cortesia de Dennis Hauger.

Já as doses de bandeiras vermelhas foram 3: Pourchaire e Staněk ao longo do dia, e Clément Novalak mesmo nos instantes finais.

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Resultado: 1. Verschoor (1m42s140) \ 2. Martins (1m42s148) \ 3. Hauger (1m42s378) \ 4. Leclerc (1m42s473) \ 5. Boschung (1m42s489)

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Fórmula 2 – Dia 3

O derradeiro dia de ação em pista trouxe uma classificação algo aleatória, à medida que os pilotos faziam programas de competição completamente distintos. A liderança coube a Kush Maini no seu Campos, seguido de Pourchaire e de um pouco usual Roy Nissany.

Enzo Fittipaldi fez o primeiro Top 5 dos 3 dias, seguido de perto por Hauger. As duas bandeiras vermelhas do dia couberam a Staněk e Leclerc.

A liderança improvável dos 3 dias coube à Van Amersfoort, enquanto que a DAMS beneficiou da sua nova dupla de pilotos, que lhes conferiu uma classificação superior à do seu resultado no mundial de equipas de 2022. A Trident ficou com a cauda da tabela de tempos, depois de a PHM Charouz ter conseguido ultrapassar os italianos no último dia.

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Resultado: 1. Maini (1m42s623) \ 2. Pourchaire (1m42s905) \ 3. Nissany (1m42s905) \ 4. Fittipaldi (1m42s971) \ 5. Hauger (1m43s020)

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Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1Van Amersfoort1m42s140Verschoor346
2ART1m42s148Martins399
3DAMS1m42s293Leclerc377
4MP1m42s378Hauger318
5Campos1m42s489Boschung354
6Virtuosi1m42s523Doohan332
7Prema1m42s640Bearman402
8Rodin Carlin1m42s659Fittipaldi331
9Hitech1m42s841Hadjar373
10PHM Charouz1m42s905Nissany348
11Trident1m43s071Novalak286
Bahrain \ 14-16 Fevereiro 2023

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Fórmula 3 – Dia 1

Partilhando pista com os mais potentes F2, a Fórmula 3 começou a sua pré-temporada com tempos em média 5 segundos mais lentos mas com uma grelha composta por jovens pilotos bem promissores.

Grégoire Saucy, depois de um 2022 que começou promissor e depois definhou um pouco, liderou a tabela de tempos com uma vantagem apreciável mas poucas voltas. Atrás dele estava o bem-cotado estreante da Prema (e da Mercedes) Paul Aron, o outro jovem que também conseguiu entrar no segundo 47.

Seria necessário esperar pelo 6º lugar para se ver outro estreante (Luke Browning, ainda sem lugar confirmado e que fez o maior número de voltas do dia), uma vez que os estreantes de 2022 tomaram os seus lugares de 3º a 5º (respetivamente, Pepe Martí da Campos, Kaylen Frederick da ART e Zak O’Sullivan da Prema).

Destaque ainda para Taylor Barnard a arrastar o Jenzer para dentro do Top 10 e para a terrível forma da PHM Charouz, que transcende categorias.

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Resultado: 1. Saucy (1m47s563) \ 2. Aron (1m47s889) \ 3. Martí (1m48s125) \ 4. Frederick (1m48s136) \ 5. O’Sullivan (1m48s162)

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Fórmula 3 – Dia 2

Se o primeiro dia tinha indicado uma vantagem confortável de Saucy sobre os rivais, o segundo domínio trouxe um domínio completo, com mais de meio segundo de vantagem sobre o segundo classificado.

O Top 5 viu uma maioria de rookies a compô-lo, com o bem cotado Dino Beganovic da Prema a ser o melhor dos seus representantes. Imediatamente a seguir ao sueco, chegaram os “Gabriéis” Minì e Bortoleto (especialmente notável no último, com um Trident). A completar estes lugares cimeiros chegou Franco Colapinto, a mostrar porque é agora um piloto da academia de jovens da Williams.

Browning e Barnard voltaram a saber manter-se no Top 10, enquanto que as bandeiras vermelhas foram agitadas por duas ocasiões diferentes. Tommy Smith acabou por ser o único piloto que melhorou o seu tempo à tarde (todos os outros andaram no seu mais rápido de manhã).

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Resultado: 1. Saucy (1m46s642) \ 2. Beganovic (1m47s121) \ 3. Minì (1m47s166) \ 4. Bortoleto (1m47s197) \ 5. Colapinto (1m47s266)

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Fórmula 3 – Dia 3

No terceiro dia de testes, as diferenças entre pilotos experientes e estreantes pareceram esbater por completo. Bortoleto conseguiu finalmente “roubar” o lugar cimeiro do dia a Saucy, mas o suíço não ficou nada longe (com um 3º posto a uma décima de segundo). Entre ambos ficou Minì, que já estivera em bom nível na quarta-feira.

Apesar disso os tempos foram mais lentos que até aqui, uma vez que todos os pilotos (sem exceção) estavam a fazer simulações de stints longos. Ainda assim, um padrão pareceu emergir, com o melhor tempo de todos os dias a pertencer a Saucy por mais de meio segundo, e com a Prema e Hitech a ser as concorrentes mais próximas.

Tudo isto são notícias terríveis para a Rodin Carlin e para a PHM Charouz, que nunca conseguiram sequer estar próximas da 8º classificada (Van Amersfoort).

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Resultado: 1. Bortoleto (1m47s417) \ 2. Minì (1m47s452) \ 3. Saucy (1m47s519) \ 4. Aron (1m47s641) \ 5. Barter (1m47s704)

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Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1ART1m46s642Saucy482
2Prema1m47s121Beganovic506
3Hitech1m47s166Minì512
4Trident1m47s197Bortoleto406
5MP1m47s266Colapinto412
6Jenzer1m47s380Barnard445
7Campos1m47s419Martí466
8Van Amersfoort1m47s515Collet472
9Rodin Carlin1m48s107Gray435
10PHM Charouz1m48s322Flörsch361
Bahrain \ 14-16 Fevereiro 2023





Top 5 – Fórmula 2 em 2022

27 11 2022

A percepção geral do paddock foia de uma temporada de Fórmula 2 com menor qualidade que a do ano anterior. Isto não é exatamente um insulto aos pilotos deste ano. 2022 foi um ano de transição, com uma mão cheia de pilotos no seu terceiro ano ou mais acompanhados de estreantes que dificilmente conseguiriam assumir um maior protagonismo sem conseguirem um início a todo o gás.

Ainda assim, foi um ano em que os favoritos deixaram algo a desejar. Liam Lawson não conseguiu aproveitar a abertura de uma vaga na AlphaTauri para 2023 apesar de ser o mais bem-colocado dos jovens Red Bull porque… isso não significou muito em 2022. Dennis Hauger não soube converter um lugar na Prema em consistência, Jehan Daruvala não conseguiu que a sua terceira temporada de F2 fosse vitoriosa, Ayumu Iwasa ainda se estava a estrear (com sucesso) e Jüri Vips fez um comentário perfeitamente evitável que lhe arruinou a carreira num livestream.

Mesmo nas outras academias, os favoritos caíram pela falta de consistência. Théo Pourchaire tinha tudo para ter feito de 2022 uma temporada para mais tarde recordar, desde um pouco cotado Guanyu Zhou na F1 com a Alfa Romeo (que poderia substituir) até uma grelha quase impossível de o bater na F2.

Quase. Porque Felipe Drugovich esteve num nível impossível de bater na sua temporada de regresso à MP Motorsport, elevando-os (basicamente) sozinho até ao título de equipas também. A Carlin acabaria por se ter que contentar com o vice-campeonato, com Lawson e o americano Logan Sargeant. Já a Van Amersfoort conseguiu não ser último na sua estreia (apesar de trocas constantes de pilotos), deixando essa “honra” para uma Campos que não conseguiu recuperar de uma lesão de pescoço crónica do seu talismã Ralph Boschung.

1 – Jack Doohan

Sendo que a equipa Virtuosi perderia os seus dois pilotos para 2022, pouco era esperado do estreante (fez um par de provas em 2020, mas…) Jack Doohan neste primeiro ano (até porque ao seu lado tinha o pouco cotado Marino Sato). Pontos nos primeiros 3 fins-de-semana já foram um bom ponto de partida, colocando-o no mesmo patamar que o rival de 2021 na F3 (Dennis Hauger). Daí em diante, no entanto, Doohan iniciou uma fase ascendente de performance que não viria a parar (ao passo que Hauger permaneceu algo errático).

O primeiro pódio surgiu em Barcelona, com 4 provas seguidas nos pontos. O mau fim-de-semana de Baku acabaria compensado com uma vitória na sprint de Silverstone. A partir daí os Top 5 tornaram-se constantes, com direito a uma nova vitória sprint. Até que chegou um quase perfeito fim-de-semana de Spa-Francorchamps com um 2º no sprint e um triunfo no feature.

Foi nesta altura do campeonato que Doohan começou a ser concorrência constante e incomodativa a Felipe Drugovich e Théo Pourchaire, só não estando na luta pelo título devido às primeiras corridas do ano. Para 2023 deverá repetir o ano e ser um dos mais fortes candidatos ao título.

2 – Felipe Drugovich

Tendo dado um passo atrás (em teoria) ao regressar à MP Motorsport depois de um ano na UNI-Virtuosi que não correu bem, Felipe Drugovich não estaria entre o rol de candidatos ao título da maioria do paddock no início do ano. O que torna ainda mais surpreendente que tenha sido ele quem não só liderou como liderou folgadamente a maioria do ano.

Um início fulgurante viu-o somar pontos em todas as provas até Barcelona (onde venceu tanto o sprint como o feature com autoridade). Dessa altura até à pausa de Verão o domínio abateu-se, começando a ver Théo Pourchaire e Logan Sargeant bem mais perto em prova. Só que o brasileiro também começou a fazer uso de uma grande inteligência tática para não entrar em pânico, gerindo com calma a sua vantagem de pontos.

O resultado foi ver primeiro Sargeant, e depois Pourchaire, a perderem-se por completo em corrida na ânsia de lhe roubarem pontos importantes. E de Spa para a frente parecia estar a atuar num nível de confiança muito superior, quase sempre entre os 4 primeiros e com mais um triunfo feature (Zandvoort). O título foi só uma questão de esperar.

O título foi tão inesperado que o piloto da MP não se encontrava integrado em nenhuma das academias das equipas de F1, o que o deixou numa posição fraca para conseguir um lugar na grelha da Fórmula 1 em 2023. Ainda assim, pareceu decidido a conseguir o posto de piloto de testes algures, em vez de desistir e rumar aos EUA.

3 – Logan Sargeant

Forçado a passar um ano extra na F3 em 2021, Logan Sargeant viu os seus esforços recompensados com a integração no programa de jovens da Williams. Este por sua vez garantiu-lhe os esforços financeiros para finalmente rumar à F2, e logo com a competente Carlin.

Um bom ano era essencial, com um termo de comparação forte sob a forma de Liam Lawson do programa de jovens da Red Bull. Os pontos chegaram logo no Bahrain e o primeiro pódio veio em Barcelona. Estava tudo lançado para que o meio de temporada do americano fosse de afirmação e assim foi. Duas vitórias nas feature de Silverstone e do Red Bull Ring catapultaram-no para o 2º lugar do campeonato e uma perseguição não assim tão improvável a Drugovich.

Mas da Hungria em diante os erros chegaram. Os mais críticos foram em Spa e Zandvoort quando perdeu o controlo e encontrou o muro em corridas nas quais deveria estar a pontuar regularmente (pelo menos). Não era o melhor timing, numa altura em que estava a ser considerado para eventualmente ir para a vaga de Nicholas Latifi na Williams… Por sorte, acabou mesmo por conseguir dar o salto para a F1, com uma pressão enorme devido aos pontos de superlicença que necessitava.

4 – Ayumu Iwasa

Tendo passado uma temporada de F3 em 2021 sem nunca ter parecido capaz de mostrar resultados consistentemente rápidos, e indo integrar a estrutura de F2 de uma DAMS em queda de forma, dificilmente se esperaria muito de Ayumu Iwasa em 2022. Só que, seguindo o exemplo similar de Felipe Drugovich, Iwasa adaptou-se com vertiginosa velocidade aos monolugares da F2.

Arrumando a um canto o pouco cotado colega de equipa (Roy Nissany), o piloto japonês passou a primeira metade do ano como cliente assíduo dos lugares pontuáveis e depois ganhou balanço para a segunda metade do ano, acabando por conquistar o seu primeiro pódio em Silverstone e a primeira vitória no Paul Ricard. Tudo isto, vale a pena recordar, ao volante de uma DAMS com resultados modestos em anos recentes.

Estando integrado na academia Red Bull, Iwasa beneficiou do facto de todos os outros pilotos da marca terem tido temporadas aquém das expectativas na F2, saltando para ponta de lança da Red Bull na disputa por um lugar na F1 em 2024. Caso obtenha bons resultados em 2023, com uma nacionalidade bem do interesse dos austríacos, e com Yuki Tsunoda a não explodir da maneira esperada, Iwasa poderá ver uma porta abrir-se.

5 – Liam Lawson

Foi uma temporada difícil para Liam Lawson, que já tinha sofrido em 2021 com um vice-campeonato com sabor a quase vitória no DTM. A velocidade do neozelandês nunca esteve em causa mas quando o azar mecânico finalmente o deixava em paz, havia no ar uma certa inevitabilidade quanto a ficar envolvido nalgum incidente em pista.

Estas constantes “interrupções” de meio de temporada, com um excelente início e um ótimo final, tornam difícil fazer avaliações definitivas quanto à verdadeira forma de Lawson e em relação ao quanto realmente merecia ou não a promoção que lhe fugiu para a AlphaTauri.

O 3º lugar no campeonato deixou muitos surpresos, tal foram os inconvenientes que o assolaram ao longo do ano. Não terá sido agradável ver o colega Sargeant receber a chamada para a F1 apesar de ter terminado na frente do americano, ainda que os caminhos até à F1 não estejam necessariamente completamente cortados.

De 2022 poderá recordar vitórias 4 vitórias sprint e 10 pódios. Resta ver a categoria que o espera para 2023.