Campos com nova dobradinha – Testes F2

26 04 2024

A pausa após a Austrália foi longa, mas antes do regresso dos carros de Fórmula 2 aos circuitos de F1 a categoria optou por copiar a sua congénere F3 e colocar-se em Barcelona para 3 dias de testes dos seus monolugares.

Se os testes da semana passada da F3 já tinham sido uma excelente representação dos talentos dos pilotos da Campos, a F2 trouxe mais da mesma situação nesta semana, com ambos os carros da equipa espanhola a liderarem dois dos dias de testes (e a conseguirem mesmo fazer uma dobradinha no último deles).

Isack Hadjar ficou com o papel de piloto mais rápido dos testes, seguido de Pepe Martí, o que terá agradado significativamente à Red Bull.

Sem chuva os tempos foram melhorando a cada dia, com o líder do campeonato (o Rodin de Zane Maloney) a posicionar-se em posições mais modestas (entre 6º e 11º ao longo dos dias) e o 3º lugar dos três dias a pertencer sempre a um MP (Dennis Hauger e Franco Colapinto). Gabriel Bortoleto (Invicta) foi o mais rápido no primeiro dia, só que a equipa teve grandes dificuldades nos dias finais ao ficar nas duas últimas posições.

A Van Amersfoort tinha feito o mesmo no segundo dia, mas soube recuperar-se para o último dia. Já Paul Aron (Hitech) e os ART produziram tempos interessantes, enquanto Richard Verschhor foi o ponta de lança da Trident nestes testes.

A ART foi a estrutura foi a equipa com mais quilómetros percorridos, seguida da Invicta e da Prema.

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Dia 1 – Resultado: 1. Bortoleto (1m25s143) \ 2. Crawford (1m25s182) \ 3. Hauger (1m25s372) \ 4. Maini (1m25s486) \ 5. Verschoor (1m25s702)

Dia 2 – Resultado: 1. Martí (1m23s681) \ 2. Martins (1m23s841) \ 3. Hauger (1m23s862) \ 4. Hadjar (1m23s881) \ 5. Aron (1m23s940)

Dia 3 – Resultado: 1. Hadjar (1m23s139) \ 2. Martí (1m23s549) \ 3. Colapinto (1m23s698) \ 4. Martins (1m23s853) \ 5. Bearman (1m23s894)

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Resultado Global

#EquipaTempoVoltas
1Campos1m23s139Hadjar416
2MP1m23s698Colapinto390
3ART1m23s841Martins496
4Prema1m23s894Bearman467
5Trident1m23s905Verschoor389
6Hitech1m23s940Aron441
7Rodin1m24s027Maloney424
8PHM1m24s242Dürksen394
9Invicta1m24s284Maini479
10Van Amersfoort1m24s435Villagómez445
11DAMS1m24s540Crawford442
Barcelona 23-25 Abril 2024




Red Bull sem rivais – GP Espanha 2023

4 06 2023

Foram várias as décadas de ver o Grande Prémio de Espanha ser seguido pelo do Mónaco, pelo que 2023 a trazer uma inversão dessa ordem foi de difícil habituação para o paddock. A alteração teve a ver com a acomodação do maior calendário da história da categoria, e a chegada a Barcelona este ano também trouxe um regresso: a eliminação da muito odiada chicane final, regressando à configuração de curva rápida.

Apenas esta alteração já foi uma excelente notícia para um traçado que geralmente recebe os testes de pré-temporada (ainda que não o tenha feito este ano), mas combinado com o novo perfil da La Caixa isto tornou o circuito novamente um dos mais fluídos do calendário. E é também um dos mais representativos do desempenho da temporada: quem faz boa figura em Barcelona, faz boa figura na maioria dos locais.

A F1 e o MotoGP têm utilizado a pista sem interrupção desde os anos 90, beneficiando enormemente da competitividade dos espanhóis nessas categorias. Se Marc Márquez e Jorge Lorenzo fazem o seu papel no MotoGP, na F1 foi a Alonso-mania dos 2000’s e 2010’s que sustentou a presença do GP de Espanha. Com Sainz na Ferrari e Alonso em grande forma, sabia-se que esta edição não seria exceção.

Ronda 7 – Grande Prémio de Espanha 2023

As suspeitas eram fortes de que Max Verstappen sairia de Barcelona com mais 25 pontos. Não foi isso que aconteceu. O holandês saiu com 26 pontos, a vitória, a pole position, a volta mais rápida e a liderança de todas as voltas. Posto isto de parte, atrás dele o fim-de-semana teve uma dinâmica extremamente interessante.

A Ferrari e a McLaren tiveram um excelente nível de qualificação (com Carlos Sainz em 2º e Lando Norris em 3º) mas caíram a pique em ritmo de prova. Sainz fez o possível para chegar em 5º, enquanto que Norris fez um erro grosseiro na partida que o atirou para os últimos lugares.

Já a Mercedes, apesar de um desentendimento entre os seus pilotos durante a qualificação, terá gostado de ver o que as suas atualizações lhe deram em performance. Lewis Hamilton foi o mais direto perseguidor de Verstappen (ainda que a 21 segundos) e George Russell recuperou de 11º a 3º para o primeiro pódio do ano (e arrastando consigo Sergio Pérez, que voltou a não ir ao Q3 e parece cada vez mais longe de lutar pelo título).

A Aston Martin pareceu ter um ritmo mais fraco que nas outras pistas do ano, ainda que Lance Stroll tenha finalmente mostrado o seu talento, conseguindo lutar dentro dos lugares pontuáveis. Fernando Alonso teve uma incursão na gravilha em qualificação e danificou o fundo do AMR23, obrigando-o a partir mais abaixo do usual e a ter que lutar até 7º. O ritmo do espanhol de certeza que o poderia ter feito passar Stroll, mas ele fez questão de dizer à equipa que não o faria, estando já a acenar à multidão na volta final. De certa forma, humilhou o colega mais que se o tivesse ultrapassado…

Yuki Tsunoda voltou a mostrar excelente ritmo, sendo que uma penalização estranhamente severa o tenha atirado para fora dos pontos com 5 segundos de penalizações. Os beneficiados foram Guanyu Zhou (que eclipsou por completo o colega de equipa) e os dois Alpine, que depois de se qualificarem bem foram caindo durante a prova (com direito a uma defesa demasiado agressiva de Esteban Ocon a Alonso e a duas penalizações diferentes a Pierre Gasly por bloquear rivais em qualificação).

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Qualificação: 1. Verstappen \ 2. Sainz \ 3. Norris \ 4. Hamilton \ 5. Stroll (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Hamilton \ 3. Russell \ 4. Pérez \ 5. Sainz \ 6. Stroll \ 7. Alonso \ 8. Ocon \ 9. Zhou \ 10. Gasly (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (170) \ 2. Pérez (117) \ 3. Alonso (99) \ 4. Hamilton (87) \ 5. Russell (65) —– 1. Red Bull (287) \ 2. Mercedes (152) \ 3. Aston Martin (134) \ 4. Ferrari (100) \ 5. Alpine (40)

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Corrida anterior: GP Mónaco 2023
Corrida seguinte: GP Canadá 2023

GP Espanha anterior: 2022

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Fórmula 2 (Rondas 11-12) \ Bearman entra na luta do título

Sensivelmente chegados à fase do ano em que os estreantes conseguem assumir um papel mais preponderante na temporada, Oliver Bearman mostrou aquilo de que é feito com uma pole e a vitória na feature, sendo que nem está assim tão longe ainda do líder Frederik Vesti no campeonato.

Vesti tem estado em grande forma nas últimas provas e tem demonstrado uma qualidade ainda mais importante: saber quando empregar agressividade. O dinamarquês partiu de 3º para o sprint e acabou como vencedor, e na feature começou com os compostos mais duros e conseguiu fazer uso dos macios no final para ultrapassar vários carros e chegar em 5º. O principal rival ao título (Théo Pourchaire) teve um fim-de-semana parecido, acumulando onde podia.

Victor Martins colocou-se no pódio em ambas as provas depois de uma temporada que tem sido difícil, enquanto que Enzo Fittipaldi converteu a sua boa qualificação num pódio. Já Amaury Cordeel, mesmo conseguindo pole inversa, não conseguiu fazer um único ponto em Barcelona.

De destacar ainda que o sprint deixou o caos devido à chuva com que começou, levando as equipas a terem que julgar o melhor possível o ponto de transição. Só que o Safety Car de Juan Manuel Correa acabou por facilitar.

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Qualificação: 1. Bearman \ 2. Fittipaldi \ 3. Doohan \ … \ 8. Vesti \ 9. Crawford \ 10. Cordeel

Resultado (Sprint): 1. Vesti \ 2. Pourchaire \ 3. Martins \ 4. Hauger \ 5. Doohan \ 6. Verschoor \ 7. Bearman \ 8. Iwasa (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Bearman \ 2. Fittipaldi \ 3. Martins \ 4. Iwasa \ 5. Vesti \ 6. Doohan \ 7. Pourchaire \ 8. Hauger \ 9. Leclerc \ 10. Verschoor (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Vesti (110) \ 2. Pourchaire (99) \ 3. Iwasa (82) \ 4. Bearman (70) \ 5. Hauger (57) —– 1. Prema (180) \ 2. ART (144) \ 3. DAMS (118) \ 4. MP (97) \ 5. Rodin Carlin (97)

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Corrida anterior: Mónaco 2023 \ Rondas 9-10
Corrida seguinte: Áustria 2023 \ Rondas 13-14

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Fórmula 3 (Rondas 7-8) \ Martí catapulta-se para luta do título

Com sotaque britânico, mas nacionalidade espanhola, o piloto da Campos esteve no seu elemento durante todo o fim-de-semana, fazendo pole e obtendo uma vitória imperiosa na feature. Mesmo na sprint já fez bem em conseguir recuperar 4 posições e pontuar. Tudo isto significou que é agora o mais direto perseguidor de Gabriel Bortoleto, que conseguiu dois 4º lugares que o deixam com 24 pontos de vantagem (uma almofada generosa no mundo da F3).

No sprint a vitória coube a Zak O’Sullivan, que liderou uma dobradinha de jovens Williams ao segurar os ataques de Luke Browning. Mas nem tudo foi tão simples, com vários incidentes a ditarem a entrada de vários Safety Car (como por exemplo o furo de Sebastián Montoya ou Christian Mansell depois de contacto com Gabriele Minì).

Minì, em grande nível no Mónaco, acabou por ter que penar em Barcelona por se ter qualificado em 18º. Outros pilotos em destaque, pela positivo, foram Paul Aron, muito regular e Franco Colapinto que conseguiu assumir maior consistência depois de uma temporada que nem sempre tem sido consistente.

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Qualificação: 1. Martí \ 2. Barnard \ 3. Colapinto \ … \ 10. Saucy \ 11. Browning \ 12. O’Sullivan

Resultado (Sprint): 1. O’Sullivan \ 2. Browning \ 3. Fornaroli \ 4. Bortoleto \ 5. Aron \ 6. Colapinto \ 7. Boya \ 8. Martí \ 9. Barnard \ 10. Bedrin (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Martí \ 2. Colapinto \ 3. Beganovic \ 4. Bortoleto \ 5. Aron \ 6. Boya \ 7. Montoya \ 8. O’Sullivan \ 9. Barnard \ 10. Mansell (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Bortoleto (92) \ 2. Martí (68) \ 3. Beganovic (61) \ 4. Minì (56) \ 5. Aron (54) —– 1. Prema (156) \ 2. Trident (151) \ 3. Hitech (117) \ 4. Campos (73) \ 5. MP (62)

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Corrida anterior: Mónaco 2023 \ Rondas 5-6
Corrida seguinte: Áustria 2023 \ Rondas 9-10





Doohan e Pourchaire no topo – Testes F2

16 05 2023

Com a próxima visita competitiva da Fórmula 2 a Barcelona a aproximar-se nas próximas semanas, a categoria antecipou a sua presença em algumas semanas de modo a fazer a sua primeira sessão de testes desde que a temporada começou no Bahrain.

O grande destaque dos 3 dias de ação em território espanhol foi Jack Doohan, que liderou os 2 primeiros. O piloto da Virtuosi soube encontrar 5 décimas de segundo no primeiro dia sobre o segundo classificado, enquanto que no dia seguinte esteve décima e meia na frente. O último dia deixou-o no fundo da tabela, mas com simulações de corrida e um nível bastante generoso de voltas completadas.

Nesse dia final foi Théo Pourchaire quem fez uso da sua experiência para liderar por umas incríveis 6 décimas de segundo sobre o outro ART (Victor Martins), depois de já ter sido 3º no segundo dia.

ART e Virtuosi acabaram assim no topo da tabela de tempos do conjunto dos dias, ainda que a ART tenha sido das que menos voltas completou. Na quilometragem foi a Campos quem fez menos, enquanto que a Van Amersfoort esteve no topo.

No fundo da tabela de tempos voltou a ficar a PHM Charouz, ainda que não muito distante da Trident e Hitech.

A Prema também teve um teste produtivo, com Frederik Vesti e Oliver Bearman a encontrarem ritmo com facilidade, ao passo que os DAMS foram ganhando balanço ao longo dos dias e os Rodin Carlin pareceram fazer o exato oposto.

Destaque ainda para uma caótica manhã de quinta-feira, que viu a chuva levar à presença de umas incríveis 5 bandeiras vermelhas (para além de ainda ter marcado presença no dia seguinte).

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Dia 1 – Resultado: 1. Doohan (1m24s177) \ 2. Bearman (1m24s624) \ 3. Vesti (1m24s742) \ 4. Fittipaldi (1m24s810) \ 5. Cordeel (1m24s904)

Dia 2 – Resultado: 1. Doohan (1m24s318) \ 2. Vesti (1m24s466) \ 3. Pourchaire (1m24s565) \ 4. Daruvala (1m24s722) \ 5. Martins (1m24s866)

Dia 3 – Resultado: 1. Pourchaire (1m23s943) \ 2. Martins (1m24s595) \ 3. Iwasa (1m24s762) \ 4. Leclerc (1m24s851) \ 5. Maini (1m25s050)

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Resultado Global

#EquipaTempoVoltas
1ART1m23s943Pourchaire363
2Virtuosi1m24s177Doohan440
3Prema1m24s466Vesti440
4MP1m24s722Daruvala381
5DAMS1m24s762Iwasa411
6Rodin Carlin1m24s872Fittipaldi423
7Campos1m24s943Maini336
8Van Amersfoort1m25s058Verschoor465
9Hitech1m25s244Hadjar381
10Trident1m25s246Novalak352
11PHM Charouz1m25s333Nissany430
Barcelona \ 10-12 Maio 2023




Hitech acaba na frente – Testes F3

15 04 2023

Depois de um início de campeonato ao nível habitual da Fórmula 3, a categoria júnior juntou-se nesta pausa de 4 semanas entre provas para fazer uma sessão de testes em Barcelona (a que se seguirá na próxima semana uma nova sessão em Imola).

Fórmula 3 – Dia 1

O primeiro dos dois dias de ação em Barcelona viu um dos grandes destaques da temporada liderar as sessões da manhã e da tarde. Gabriel Bortoleto, ao volante do seu Trident, conseguiu colocar uns confortáveis (para os padrões F3) 2 décimos de segundo sobre o segundo classificado (o competente Grégoire Saucy).

A um par de centésimas de Saucy chegou Dino Beganovic, que procura deixar a sua marca na F3 deste ano. O Top 5 foi completado por Taylor Barnard em 4º e por Zak O’Sullivan em 5º. Todos os Prema mantiveram-se no Top 10, a única equipa a consegui-lo. Vale a pena destacar que Barnard foi o ponta de lança da Jenzer (com os outros dois carros em 22º e 25º).

Os dois Campos acabaram por avariar no final da reta da meta durante o período da manhã, enquanto que Roberto Faria encontrou-se com as barreiras da última curva, o que o deixou na condição de piloto com menor número de voltas completadas.

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Resultado: 1. Bortoleto (1m27s221) \ 2. Saucy (1m27s424) \ 3. Beganovic (1m27s447) \ 4. Barnard (1m27s560) \ 5. O’Sullivan (1m27s597)

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Fórmula 3 – Dia 2

Foi um ótimo segundo dia de testes para a Hitech, que viu Gabriele Minì chegar à frente da tabela classificatória com um excelente tempo durante a manhã. A equipa britânica também foi a líder de quilometragem de Barcelona, sendo a única a passar a marca das 500 voltas. Os líderes do dia anterior, a Trident, até ficaram todos no Top 5 da tarde mas os tempos já estavam bem mais altos, o que os deixou afastados na classificação geral.

Barnard até avariou logo no início da sessão mas soube recuperar bem, terminando com o seu Jenzer na 2º posição, seguido do ART de Saucy. A completar o Top 5 chegaram Paul Aron e Pepe Martí.

A ART e a Jenzer seguiram a Hitech a nível de voltas totais de ambos os dias, assim como também a nível de tempos. Similarmente, a PHM Charouz ficou em último em ambos os indicadores.

Dentro de uma semana voltará a haver ação em pista de testes de F3, desta vez em Imola.

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Resultado: 1. Minì (1m26s319) \ 2. Barnard (1m26s382) \ 3. Saucy (1m26s522) \ 4. Aron (1m26s551) \ 5. Martí (1m26s638)

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Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1Hitech1m26s319Minì506
2Jenzer1m26s382Barnard495
3ART1m26s522Saucy497
4Prema1m26s551Aron455
5Campos1m26s638Martí434
6MP1m26s743Boya369
7Van Amersfoort1m26s893Collet458
8Trident1m27s221Bortoleto391
9Rodin Carlin1m27s250Yeany478
10PHM Charouz1m27s812Flörsch307
Barcelona \ 13-14 Abril 2023




Estreantes em forma – Testes F3

23 09 2022

Com o fim da temporada de Fórmula 3 a ter sido realizado em Monza, é agora tempo de as equipas se começarem a preparar para escolher os seus pilotos novos. Como vários deles são provenientes de categorias logo a seguir aos karts, estas escolhas geralmente vêem o grid mudar a cara quase por completo, com promoções de equipas inferiores para as de topo e com novidades na quase totalidade das estruturas.

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Dia 1

Se era esperado que alguns dos pilotos que já tivessem completado uma temporada de F3 estivessem a liderar no primeiro dia, ninguém informou Gabriele Minì. A competir na Fórmula Regional, o italiano pegou num Hitech e liderou a sessão com 2 décimas de segundo sobre o americano Kaylen Frederick (que trocou a Hitech pela ART para este teste).

Algumas mudanças importantes de equipa ocorreram (pelo menos para os testes) com Zak O’Sullivan a chegar 4º com a Prema (depois de ter estado na Carlin), Reece Ushijima em 5º com a Hitech (anteriormente na Van Amersfoort), Jonny Edgar em 9º com a MP (depois de estar na Trident) e Franco Colapinto em 16º com a MP (anterior Van Amersfoort).

Pep Martí manteve-se com a Campos e ficou em 3º, enquanto que o rookie sensação do final do ano passado (Sebastián Montoya) aliou-se à Hitech para chegar dentro do Top 10. Frederick e Minì provocaram bandeiras vermelhas na manhã, enquanto que de tarde as honras couberam a Roberto Faria, Emerson Fittipaldi Jr e Alessandro Famularo.

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Resultado: 1. Minì (1m30s500) \ 2. Frederick (1m30s736) \ 3. Martí (1m30s957) \ 4. O’Sullivan (1m31s147) \ 5. Ushijima (1m31s182)

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Dia 2

Repetindo a situação do dia anterior, o comando da tabela de tempos foi assumido por um piloto estreante. Desta vez a honra coube a Gabriel Bortoleto a testar pela Trident, e também com alguma margem sobre os adversários (apesar de ter provocado uma bandeira vermelha quando saiu em frente na Curva 10).

Acompanhando-o no Top 5 chegaram, tal como no primeiro dia, Martí, Frederick e O’Sullivan. Martí destacou-se por alguma margem dos seus colegas da Campos, enquanto que Frederick parece querer confirmar o seu favoritismo na ART (depois de um ano em que andou longe daquilo que seria de esperar) e O’Sullivan confirmou a boa forma que dele se esperava com melhor equipamento.

Taylor Barnard arrastou o seu Jenzer até ao 10º posto mas também provocou mais de metade das bandeiras vermelhas do dia. Não por acaso, foi o piloto que menos voltas fez (38). Com mais voltas chegou Nicola Marinangeli (97). A Charouz, de Marinangeli, mudou 2 dos 3 lugares para manter a sua tradição da temporada 2022 de estar sempre a trocar pilotos (sendo acompanhada nas mudanças neste teste pela Carlin e Van Amersfoort).

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Resultado: 1. Bortoleto (1m29s554) \ 2. Martí (1m29s927) \ 3. O’Sullivan (1m30s025) \ 4. Frederick (1m30s040) \ 5. Goethe (1m30s046)

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Dia 3

Se é verdade que a manhã do terceiro dia até foi condicionada por constantes treinos de paragens nas boxes, a tarde compensou ao não ter uma única interrupção de bandeira vermelha. Tempo mais do que suficiente para Colapinto terminar na frente da tabela de tempos, seguido de bem perto por Goethe. Os outros suspeitos do costume (Bortoleto, Minì e Martí) acompanharam-nos no Top 5.

Barnard voltou a mostrar muito melhor ritmo que os colegas da Jenzer, ainda que mais uma vez com poucas voltas (a Jenzer acabou os três dias com um número consideravelmente mais pequeno de voltas que as rivais), e a Prema voltou a mostrar grande consistência no ritmo dos seus três carros.

O resultado final destas sessões é que a Trident e a MP terminaram como as mais rápidas estruturas (com a segunda a também ser a que mais voltas completou), seguidas de uma Campos bem dependente do ritmo de Martí e de uma Hitech em que Minì promete. No geral, as 6 primeiras equipas são as mesmas, com a Carlin e a Charouz com sérios problemas de ritmo.

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Resultado: 1. Colapinto (1m29s617) \ 2. Goethe (1m29s660) \ 3. Bortoleto (1m29s690) \ 4. Minì (1m29s930) \ 5. Martí (1m30s103)

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Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1Trident1m29s554Bortoleto586
2MP1m29s617Colapinto732
3Campos1m29s927Martí639
4Hitech1m29s930Minì619
5Prema1m30s025O’Sullivan690
6ART1m30s040Frederick678
7Jenzer1m30s164Barnard496
8Van Amersfoort1m30s417Villagómez701
9Carlin1m30s647Granfors648
10Charouz1m30s946Famularo678
Jerez \ 21-23 Setembro 2022





Que pistas visitará a F1 brevemente?

22 06 2022

Há muito que não faz sentido na universo da Fórmula 1, mas poucas coisas conseguem bater o facto de os Grande Prémios do Azerbaijão e Canadá serem em fins-de-semana consecutivos.

Sempre focada na sua imagem pública de neutralidade carbónica e de saúde mental, a categoria sujeita os seus trabalhadores a estarem envolvidos num processo de transporte de equipamento de 8 924 km em apenas dois dias. Faria muito mais sentido emparelhar o Canadá com a prova de Miami, por exemplo, mas os canadianos têm a sua semana de Junho bem definida devido ao início da época dos festivais de Verão.

Este sempre foi o grande problema de definir o calendário. Ainda este ano houve uma troca de palavras azeda entre alguns pilotos e os promotores do GP da Austrália sobre posição da prova australiana “sozinha”…

Quem está confirmado

Falando nos australianos, estes parecem estar com alguma vontade de recuperar o posto de corrida de abertura (que perderam com a pandemia), mas estão a esbarrar com a vontade das próprias equipas, que preferem o novo sistema de pré-temporada e prova inaugural no Bahrain (que por sua vez faz mais sentido em emparelhamento com outra prova do Médio Oriente, neste caso a Arábia Saudita no novo circuito de Qiddiya). Os timings do Ramadão em 2023, no entanto, estão a complicar o planeamento.

Resta a Melbourne aceitar a conjugação com o GP da China, por exemplo, caso o país asiático alguma vez aceite regressar ao calendário. Com a política “Zero Covid” a ter consequências preocupantes no país, não é claro que aconteça.

A ausência de GP da Rússia até foi bastante prestável para a inclusão do futuro GP de Las Vegas, que será realizado na reta final do calendário num plano provisório para uma ronda tripla norte-americana de Austin, Las Vegas e México (assumindo que a útlima sempre consegue a renovação). Isto não é particularmente desejado, pelo que uma solução de recurso era Austin estar antes junto a Miami no início de 2023 (porque, novamente, o Canadá não se mexe).

A última corrida do ano será o suspeito do costume, Abu Dhabi, que talvez faça par com o regressado Qatar (desta vez com corrida num circuito citadino em Doha, em vez de Losail) em vez da pouco natural dupla com o Brasil (que prosseguirá com o seu novo título de GP de São Paulo).

As outras duas provas asiáticas são os GPs do Japão e Singapura, que há mais de uma década fazem par e que geralmente renovam contrato sem qualquer problema.

Além dos EUA, outro país que garantiu mais de uma corrida por ano foi a Itália que vê o GP de Itália em Monza e o GP da Emilia Romagna em Imola a assinarem contratos de longo prazo com a categoria.

No resto da Europa, uma série de confirmações: Espanha (que até esteve em perigo, mas aproveitou a boleia da popularidade de Alonso e Sainz), que pondera acabar com a terrível chicane final da volta; o “obrigatório” Reino Unido; a Áustria (propriedade da campeã Red Bull); o Azerbaijão (pelo potencial de confusão completa permanente); a Hungria, com o seu caos à chuva sempre à espreita; e a Holanda, que deverá durar enquanto Verstappen durar na grelha.

América \ Brasil, Canadá, EUA (Austin), EUA (Miami) e EUA (Las Vegas)

Ásia Oriental \ China, Japão e Singapura

Europa \ Áustria, Azerbaijão, Espanha, Holanda, Hungria, Itália (Imola), Itália (Monza) e Reino Unido

Médio Oriente \ Abu Dhabi, Arábia Saudita, Bahrain e Qatar

Oceânia \ Austrália

GPs de 2022 sem confirmação para 2023

Tudo isto traz-nos até ao número 21. São 21 corridas confirmadas para 2023 quando o calendário apenas permite um máximo de 23 e sobram ainda 4 provas. Bem, mais ou menos.

O GP do México tem sido um sucesso de bilheteiras, com um ótimo ambiente e a aproveitar muito bem a popularidade de Sergio Pérez, agora num carro de uma equipa da frente. Parece quase inevitável a confirmação da pista para 2023.

Isto deixa três cães a um osso: Bélgica, França e Mónaco. Se o circuito de Paul Ricard não deixaria muitas saudades à maioria dos fãs, devido ao seu perfil de pista de testes com escapatórias (demasiado) amplas, o mesmo não pode ser dito de Monte-Carlo e Spa-Francorchamps.

Ambas são provas históricas e que figuram entre as favoritas dos fãs. Qualquer uma que fique de fora pode ser motivo de embaraço para a F1. Spa fez obras ainda este ano para melhorar a sua segurança, o que deixa o Mónaco e algumas das suas exigências menos razoáveis (ausência de pagamento de taxa de corrida, ter patrocinadores próprios opostos aos da F1,…) numa posição preclitante. Ou seria, não fosse o líder do campeonato Charles Leclerc ser monegasco…

Se a China acabar por não realizar a sua corrida, poderemos ser poupados de escolher entre um dos dois.

América \ México

Europa \ Bélgica, França e Mónaco

Quem está de fora à espreita

Uma vez esgotada a lista de países que mais realisticamente podem integrar o calendário da F1, resta-nos uma breve espreita aos improváveis.

De entre estes vale a pena destacar a Alemanha regressar ao calendário. Com 2 pilotos do país envolvidos (se bem que Vettel já disse que acha improvável voltar a correr no seu país até ao final de carreira), a Mercedes bem instalada e as possíveis entradas de Audi e Porsche, parece certo que haverão pressões de bastidores para um acordo de longa duração para o Hockenheim (Nürburgring parece pouco provável).

Portugal e Turquia, dois países que regressaram após grandes ausências para 2020 e 2021, têm continuado o seu esforço de bastidores para um regresso a tempo inteiro (ou pelo menos no sistema de rotatividade já mencionado pela FOM). O espaço, no entanto, não abunda, e deverão ser simples substitutos de recurso para rondas canceladas.

Por último, como reporta Joe Saward, há que referir os exemplos de um possível regresso à África do Sul para fazer frente às críticas sobre a ausência do continente africano (quer numa Kyalami melhorada, quer num circuito citadino na Cidade do Cabo) e de um projeto em desenvolvimento na Colômbia para um rotativo GP das Caraíbas (que poderia passar a outras localizações na área, como o GP da Europa) de modo a ajudar a emparelhar com o GP do Brasil (por exemplo).

África \ África do Sul

América \ Colômbia

Europa \ Alemanha, Portugal, Turquia

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Fontes:
F1 Destinations \ Las Vegas
Joe Saward \ Atualizações ao calendário
Motorsport \ Agrupamento de corridas pela FOM





Desastre para a Ferrari faz fugir liderança do campenato – GP Espanha 2022

22 05 2022

Palco do primeiro teste dos novos carros de Fórmula 1 em Fevereiro, o circuito de Barcelona recebeu neste fim-de-semana pela segunda vez em 2022 as equipas da principal categoria do automobilismo. Quando a F1 saiu de Espanha em Fevereiro com Lando Norris a suspirar que preferia não ter feito o tempo mais rápido do primeiro dia, poucos na própria McLaren teriam previsto a falta de rendimento do carro dos britânicos. Poucos também confiavam que a Ferrari tinha acertado o passo, mas foi na luta pelo título que a Ferrari regresso à Catalunha.

Alterada mais recentemente no ano passado, com uma mudança de perfil da curva La Caixa para algo mais próximo do projeto original de 1991, a pista tem sido uma referência credível para a ordem de performance das equipas ao longo dos anos. Tradicionalmente, quem tem um bom carro em Montmeló, tem um bom carro para o ano inteiro. A última chicane, introduzida em 2007, infelizmente continua também a marcar presença.

A F1 e o MotoGP têm utilizado a pista sem interrupção desde os anos 90, beneficiando enormemente da competitividade dos espanhóis nessas categorias. Se Marc Márquez e Jorge Lorenzo fazem o seu papel no MotoGP, na F1 foi a Alonso-mania dos 2000’s e 2010’s que sustentou a presença do GP de Espanha. Agora que Carlos Sainz também está na mó de cima com a Ferrari, esperava-se um público caseiro em êxtase.

Sebastian Vettel fez uso do seu tempo entre corridas para participar no talk show britânico Question Time, deixando opiniões bem-informadas sobre alterações climáticas e avisos sérios sobre o seu futuro na F1. A sua equipa preparou para Espanha um pacote aerodinâmico completamente novo, com forte inspiração Red Bull.

A Williams apresentou-se em Barcelona com cabelos ruivos, em referência auma aposta de Alexander Albon sobre ter pontuado. O tailandês foi substituído aos comandos do Williams no primeiro treino livre pelo campeão de FE Nyck de Vries, uma de várias substituições para dar espaço às duas participações obrigatórias de jovens em treinos este ano (Robert Kubica também alinhou pela Alfa Romeo e Jüri Vips pela Red Bull).

Por último, a F1 anunciou que optou por não substituir com nenhuma outra prova o GP da Rússia, permitindo um fim-de-semana de pausa aos elementos das equipas.

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Ronda 6 – Grande Prémio de Espanha 2022

Com todas as equipas menos a Haas a apresentarem atualizações aos seus monolugares em Espanha, a expectativa era grande para ver se haveriam alterações na ordem geral das equipas. A mais notória de todas foi a da Mercedes que, mesmo não tendo ainda ritmo para responder de igual para igual com Red Bull e Ferrari, se assumiu como uma adversária bem mais presente nas disputas da frente.

O “Red Bull verde” da Aston Martin ainda deu que falar na sexta-feira (com os austríacos a chegarem a beber Red Bull lima para gozar com a situação) mas assim que se viu que a equipa foi eliminada no Q1 as preocupações dissiparam-se. A acompanhar a Aston nesta eliminação ficou a Williams, que viu as deficiências do seu projeto muito expostas pelo circuito de Barcelona, e Fernando Alonso. O espanhol só uma vez antes falhara a presença no Q3 no circuito caseiro…

Só que o mau ritmo da Alpine em qualificação (Esteban Ocon também se ficou pelo Q2) foi passageiro: em corrida os franceses tinham muita velocidade, que viu a chegada a pulso de ambos até aos lugares pontuáveis.

No topo a Ferrari conseguiu roubar a pole position debaixo do nariz de Max Verstappen, depois do campeão do mundo em título sofrer com um DRS que se recusou a abrir. Charles Leclerc aproveitou para receber o pequeno pneu-troféu do pai do seu colega de equipa, Carlos Sainz. George Russell aproveitou ainda para se meter na frente de Sergio Pérez, ambos os Haas chegaram ao Q3 (Magnussen teve o mesmo problema que Verstappen com o DRS) e Lando Norris viu a sua melhor volta eliminada por limites de pista (uma decisão criticada por haver gravilha no exterior).

A partida viu a situação nas posições dianteiras manter-se estável até que na Curva 4, um de cada vez, Verstappen e Sainz saíram de pista sozinhos, conseguindo ainda assim regressar com muito tempo perdido. Verstappen recuperou até à traseira do Mercedes de Russell, mas o problema de DRS regressou e manteve o holandês preso atrás do britânico, que fez uso da velocidade de reta e de alguma agressividade para se defender.

Vendo Leclerc a fugir cada vez mais na liderança, a Red Bull dividiu as suas estratégias: Verstappen parou para pneus macios e um stint sempre a puxar, e Pérez preparou-se para fazer os seus pneus durar. Mas nem era necessário. Leclerc abruptamente abrandou em pista e abandonou com problemas de motor, simplificando a tarefa da rival.

De pneus mais frescos, Verstappen despachou Russell quando o voltou a apanhar e acabou por beneficiar de ordens de equipa para triunfar (controversas por ainda se estar no início de temporada). Russell completou o pódio, apesar de preocupações sempre presentes de sobreaquecimento do seu Mercedes.

O colega de equipa Lewis Hamilton podia ter terminado logo atrás, mas a corrida dele foi cheia de peripécias. Contacto com Kevin Magnussen na primeira volta fez ambos cair para o fundo da grelha, de onde o britânico chegou a ponderar abandonar. Só que a estratégia da Mercedes funcionou e Hamilton puxou pelo W13 para recuperar posições até ao 4º lugar, que acabou por perder para Sainz no final devido a preocupações com a refrigeração do carro.

Valtteri Bottas fez o que sabe melhor fazer em 2022: arrastar o Alfa Romeo até lugares cimeiros contra concorrência mais bem preparada. O finlandês apenas perdeu duas posições por má decisão estratégica para Sainz e Hamilton, depois de ter segurado ambos durante algumas voltas. Lando Norris correu com uma amigdalite mas garantiu pontos à McLaren e humilhando novamente o colega de equipa.

A AlphaTauri terminou os lugares pontuáveis com um 10º lugar de Yuki Tsunoda, com a Aston Martin a bater à porta com o 11º lugar de Sebastian Vettel e com a Haas a ter um dia terrível de corrida depois do bom desempenho de sábado.

O campeonato é, pela primeira vez este ano, liderado por Verstappen e pela Red Bull, numa altura em que se esperaria que a equipa ainda estivesse bastante atrás da Ferrari.

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Qualificação: 1. Leclerc \ 2. Verstappen \ 3. Sainz \ 4. Russell \ 5. Pérez (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Pérez \ 3. Russell \ 4. Sainz \ 5. Hamilton \ 6. Bottas \ 7. Ocon \ 8. Norris \ 9. Alonso \ 10. Tsunoda (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (110) \ 2. Leclerc (104) \ 3. Pérez (85) \ 4. Russell (74) \ 5. Sainz (65) —– 1. Red Bull (195) \ 2. Ferrari (169) \ 3. Mercedes (120) \ 4. McLaren (50) \ 5. Alfa Romeo (39)

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Corrida anterior: GP Miami 2022
Corrida seguinte: GP Mónaco 2022

GP Espanha anterior: 2021
GP Espanha seguinte: 2023

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Fórmula 2 (Rondas 7-8) \ Dupla vitória para Drugovich

Se a sexta-feira de qualificação tinha visto Jüri Vips no seu melhor, o sábado de sprint viu-o a questionar-se a si mesmo por rádio sobre a sua agressividade, quando provocou um SC após um pião. A corrida já começara algo atribulado, devido ao pole inverso (Calan Williams) nem ter conseguido arrancar para a volta de formação. Jake Hughes herdou a pole mas viu-se passado por tudo e todos antes da primeira curva, com Felipe Drugovich a recuperar a liderança que perdera por ter sido penalizado após a qualificação (bloqueou um adversário).

Daí para a frente o brasileiro esteve imperial, e contou com Ayumu Iwasa para servir de tampão a um Logan Sargeant que parecia bem mais rápido.

Foi um fim-de-semana de sonho para o brasileiro mesmo, com uma partida de 10º lugar a não ser impedimento suficiente para que Drugovich não vencesse novamente. O piloto da MP esticou imenso o seu stint de pneus macios, o que lhe permitiu passar sem grandes dificuldades o pole Jack Doohan. Doohan apesar disso esteve em muito bom nível nas duas corridas.

A MP completou o seu bom dia com uma estratégia inversa no carro de Clément Novalak, que viu o francês fazer grandes ultrapassagens em pneus macios para terminar no Top 5 bem colado ao Carlin de Logan Sargeant (Enzo Fittipaldi também acabou logo atrás com estratégia semelhante). Houve um SC logo no início da corrida devido a um motor de Jehan Daruvala que “morreu”aleatoriamente.

Destaque ainda para a péssima filmagem aérea da partida do sprint e para a não-participação de Ralph Boschung por dores de pescoço demasiado intensas.

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Qualificação: 1. Doohan \ 2. Vips \ 3. Vesti \ … \ 8. Hughes \ 9. Williams \ 10. Drugovich

Resultado (Sprint): 1. Drugovich \ 2. Iwasa \ 3. Sargeant \ 4. Daruvala \ 5. Pourchaire \ 6. Doohan \ 7. Vesti \ 8. Fittipaldi (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Drugovich \ 2. Doohan \ 3. Vesti \ 4. Sargeant \ 5. Novalak \ 6. Fittipaldi \ 7. Armstrong \ 8. Pourchaire \ 9. Lawson \ 10. Nissany (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Drugovich (86) \ 2. Pourchaire (60) \ 3. Daruvala (41) \ 4. Lawson (37) \ 5. Armstrong (36) —– 1. MP (108) \ 2. ART (85) \ 3. Carlin (73) \ 4. Hitech (66) \ 5. Prema (55)

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Corrida anterior: Emilia Romagna 2022 \ Rondas 5-6
Corrida seguinte: Mónaco 2022 \ Rondas 9-10

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Fórmula 3 (Rondas 5-6) \ Martins segura a liderança

Em dia de calor abrasivo, os Fómula 3 bem agradeceram ter feito a sua prova de sábado de manhãzinha. Zane Maloney até se tinha qualificado no lugar certo para a pole inversa mas não se foi pesar quando requerido, o que deixou David Vidales no lugar mais alto da grelha. O piloto da casa (em mais do que uma maneira, uma vez que guia pela também espanhola Campos) conseguiu segurar o pelotão na partida e daí para a frente não foi novamente passado, assegurando-lhe a vitória sprint.

Franco Colapinto ficou com a cobertura de motor danificado e esta chegou a voar em reta, tendo que abandonar. Victor Martins também o fez, ainda que por motivos diferentes.

Jak Crawford e Caio Collet completaram o pódio da primeira prova, enquanto que Arthur Leclerc aproveitou o deslize do rival Martins para lhe “roubar” alguns pontos. Lirim Zendeli terminou 20º quando substituía David Schumacher (em ação no DTM) na Charouz.

Para a corrida feature, a pressão estava em Roman Staněk. O checo sabia que precisava de uma boa quantia de pontos para manter vivas as suas esperanças de campeonato e atacou durante a corrida, mas Martins conseguiu colocar o seu ART na frente do Trident e daí em diante, mesmo com dois SC, nunca pareceu estar sob ameaça de Staněk.

Martins aproveitou muito bem um dia não de Leclerc, em que o monegasco inclusive acertou no vencedor do sprint Vidales e recebeu uma penalização. Os dois SC foram provocados por: primeiro, incidente entre Rafael Villagómez e Kush Maini; em segundo, por Brad Benavides a ir ter ao muro.

À saída de Barcelona parece cada vez mais claro que o campeonato de F3 está a preparar-se para uma disputa a 5, dado que o 6º classificado do campeonato (Alexander Smolyar) já está a alguma distância.

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Qualificação: 1. Staněk \ 2. Martins \ 3. Smolyar \ … \ 10. Correa \ 11. Vidales \ 12. Maloney

Resultado (Sprint): 1. Vidales \ 2. Crawford \ 3. Collet \ 4. Leclerc \ 5. Correa \ 6. Smolyar \ 7. Frederick \ 8. Staněk \ 9. Ushijima \ 10. Hadjar (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Martins \ 2. Staněk \ 3. Hadjar \ 4. Smolyar \ 5. Bearman \ 6. Crawford \ 7. Collet \ 8. Colapinto \ 9. Frederick \ 10. Correa (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Martins (62) \ 2. Staněk (56) \ 3. Crawford (50) \ 4. Hadjar (47) \ 5. Leclerc (43) —– 1. Prema (120) \ 2. ART (98) \ 3. Trident (75) \ 4. Hitech (63) \ 5. MP (56)

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Corrida anterior: Emilia Romagna 2022 \ Rondas 3-4
Corrida seguinte: Reino Unido 2022 \ Rondas 7-8

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Fontes:
Evening Standard \ Cabelo vermelho na Williams
GP Blog \ Aston Martin com versão B
iNews \ Vettel no Question Time
Motorsport \ GP Rússia não é substituído
Sky Sports \ Testes para jovens





Brasileiros na frente – Testes F2/F3

16 04 2022

Depois da F3 ter tido o seu teste em terras espanholas na semana passada, foi agora a vez de ambas as categorias de promoção da F1 terem uns dias noutro circuito espanhol (Barcelona). Os três primeiros dias ficaram por conta da Fórmula 2, enquanto que a Fórmula 3 tomou conta dos dois dias finais.

Para já não existem mais testes previstos este ano para ambas, mas isso deve mudar com alguns dias na segunda metade do ano a serem anunciados.

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Dia 1

Com temperaturas baixas e umas pingas de chuva, o primeiro dia de testes para a Fórmula 2 foi perturbado por diversas paragens em pista de uma variedade de pilotos. De manhã foram Calan Williams (pião), Liam Lawson (paragem em pista) e Cem Bölükbaşı (contra uma barreira); de tarde foram Jüri Vips (ao de leve contra uma barreira) e Logan Sargeant (paragem em pista).

Bölükbaşı foi o piloto com menos voltas completadas (21) e terminou em último, enquanto que o líder do dia (Ralph Boschung) terminou também com o maior número de voltas (87). O suíço tem feito um bom início de temporada que prossegue assim bem encaminhado.

Os Prema ficaram um pouco para trás e Felipe Drugovich (líder do campeonato ao serviço da MP) ainda conseguiu ficar no Top 5. Marcus Armstrong deixou o seu Hitech a algumas décimas do topo, seguido do DAMS do estreante Ayumu Iwasa e do Virtuosi de Marino Sato.

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F2 – Resultado: 1. Boschung (1m27s929) \ 2. Armstrong (1m28s170) \ 3. Iwasa (1m28s331) \ 4. Sato (1m28s436) \ 5. Drugovich (1m29s131)

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Dia 2

Sem poder contar com o Charouz de Bölükbaşı devido ao acidente do turco, a segunda sessão começou ainda com presença do vento e alguns pingos de chuva. A manhã viu Sato e Iwasa (o último a ficar em 3º novamente) a provocarem pequenas paragens no andamento, enquanto que na tarde foi a vez de ser Calan Williams a parar o seu Trident na curva final (mas ainda assim a acabar o dia entre os 5 primeiros).

A chuva marcou presença e deixou vários na garagem de tarde também, pelo que os tempos, na sua maioria, foram mais lentos que no Dia 1.

No final foram os Trident e DAMS a figurarem no Top 5, com Roy Nissany em 1º e Richard Verschoor em 2º. Drugovich, Armstrong e Pourchaire figuraram mais uma vez entre os 10 primeiros, enquanto que Lawson se recuperou para neste dia o conseguir.

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F2 – Resultado: 1. Nissany (1m28s812) \ 2. Verschoor (1m29s328) \ 3. Iwasa (1m29s596) \ 4. Boschung (1m29s695) \ 5. Williams (1m29s702)

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Dia 3

Com o Sol a brilhar, o último dia dos Fórmula 2 em pista foi de voltas rápidas de qualificação de manhã e de simulações de corrida durante a tarde. A Charouz substituiu o seu piloto lesionado por David Beckmann para esta sessão, com o alemão a terminar como o mais lento mas com umas respeitáveis 71 voltas completadas (não impedindo ainda ssim que a equipa não terminasse como a que menos quilómetros acumulou nos 3 dias).

Vips, Vesti e Hauger pararam em pista durante a tarde, mas isto não impediu o último de se classificar entre os 5 primeiros. Para entusiasmo dos fãs brasileiros, o líder do campeonato, Felipe Drugovich voltou a liderar uma sessão, com uma margem de 3 décimas sobre o 2º classificado Lawson. Jack Doohan mais uma vez impressionou com o seu Virtuosi em 3º, Verschoor idem com o Trident em 4º, e Hauger começa a encontrar o seu ritmo na nova categoria.

A Campos terminou como a estrutura com mais voltas dadas, num conjunto de dias em que a experiência de Boschung veio ao de cima. Já a ART e a Hitech mostraram menos ritmo que o esperado, enquanto que na DAMS e Trident se parece depender exclusivamente de um dos pilotos (respetivamente, Iwasa e Verschoor) para os melhores resultados.

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F2 – Resultado: 1. Drugovich (1m27s529) \ 2. Lawson (1m27s820) \ 3. Doohan (1m27s838) \ 4. Verschoor (1m27s858) \ 5. Hauger (1m27s945)

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Dia 4

Ao contrário da Fórmula 2, a F3 teve direito desde o seu primeiro dia a um Sol esplenderoso em Barcelona. Oliver Rasmussen, tal como já fora anunciado, passou a ocupar o lugar de Jonny Evans da Trident, mas também houve duas novas alterações: David Schumacher apareceu no lugar de Ayrton Simmons na Charouz (sem explicação) e Matteo Nannini substituiu o lesionado Juan Manuel Correa na ART.

O dia foi liderado pelo ART de Grégoire Saucy, com direito ao colega Victor Martins em 3º a 2 décimas de segundo. O ART de Nannini parou na Curva 10 durante a sessão, uma de duas paragens do dia (a outra foi do Hitech de Isack Hadjar).

Os Trident de Zane Maloney e Roman Staněk completaram o fim do Top 5, enquanto que o argentino Franco Colapinto continua a impressionar na novata Van Amersfoort. Destaque ainda para William Alatalo, que continua a colocar a Jenzer em lugares bem acima dos conseguidos pelos colegas, e para os resultados menos bem conseguidos pela Prema.

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F3 – Resultado: 1. Saucy (1m32s247) \ 2. Colapinto (1m32s402) \ 3. Martins (1m32s491) \ 4. Maloney (1m32s643) \ 5. Staněk (1m32s678)

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Dia 5

No quinto e último dia de acção em pista em Barcelona com uma manhã de simulações de qualificação de F3. A MP foi quem se saiu melhor com uma dobradinha de Caio Collet e Alexander Smolyar, com Colapinto a voltar a impressionar também.

A Prema conseguiu recuperar um pouco em relação ao Dia 4, com Arthur Leclerc a conseguir entrar no Top 10 e Jak Crawford algumas posições atrás. Já a Trident, campeã de 2021, colocou os seus 3 pilotos entre os 10 primeiros, a única a consegui-lo.

Nannini e Schumacher prosseguiram os seus dias, com desenvolvimentos positivos, enquanto que László Tóth ficou, pelo segundo dia consecutivo, como o mais lento dos 30 carros em sessão. Um desenvolvimento preocupante, dado o húngaro nem sequer ser um estreante completo…

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F3 – Resultado: 1. Collet (1m31s507) \ 2. Smolyar (1m31s824) \ 3. Colapinto (1m31s848) \ 4. Hadjar (1m31s855) \ 5. Staněk (1m31s935)

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F2 – Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1MP1m27s529Drugovich359
2Carlin1m27s820Lawson426
3Virtuosi1m27s838Doohan345
4Trident1m27s858Verschoor418
5Campos1m27s929Boschung449
6Prema1m27s945Daruvala329
7DAMS1m27s989Iwasa387
8ART1m28s021Pourchaire444
9Charouz1m28s027Fittipaldi307
10Hitech1m28s170Armstrong365
11Van Amersfoort1m28s352Hughes351
Barcelona \ 12-14 Abril 2022

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F3 – Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1MP1m31s507Collet367
2Van Amersfoort1m31s848Colapinto585
3Hitech1m31s855Hadjar485
4Trident1m31s935Staněk434
5ART1m32s002Saucy511
6Prema1m32s206Bearman387
7Campos1m32s380Martí451
8Jenzer1m32s759Alatalo434
9Charouz1m32s851Pizzi389
10Carlin1m32s935O’Sullivan479
Barcelona \ 15-16 Abril 2022




Prema lidera os dois dias de Jerez – Testes F3

6 04 2022

Sem ligação à “irmã mais velha” F2, a Fórmula 3 apresentou-se para um mini-teste de 2 dias ao redor do circuito de Jerez em Espanha, com a notícia de que Jonny Edgar terá que abandonar (pelo menos momentaneamente) a sua carreira de automobilismo, após um diagnóstico de doença de Crohn, ainda bem fresca na memória. Para o lugar do britânico da Trident, entrou Oliver Rasmussen.

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Dia 1

O primeiro dia acabaria transformado num teste dos pneus de chuva intensa devido ao temporal que se abateu sobre o circuito espanhol. Arthur Leclerc até tinha liderado durante a manhã mas foi o colega de equipa da Prema, Oliver Bearman, quem acabou no topo da tabela agregada de tempos. Atrás do britânico chegaram o homem da casa, Pepe Martí, e o estreante rápido da Trident, Zane Maloney.

Rasmussen pareceu fazer uma adaptação razoável à sua nova equipa, enquanto que Enzo Trulli fez a proeza de ser último classificado mas o piloto com mais voltas completadas.

Os dois primeiros do campeonato completaram o Top 5, com Juan Manuel Correa em 6º, numa clara demonstração de ritmo recuperado neste segundo ano de regresso aos monolugares após o seu terrível acidente de 2019 em Spa.

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Resultado: 1. Bearman (1m33s009) \ 2. Martí (1m33s666) \ 3. Maloney (1m33s736) \ 4. Martins (1m33s751) \ 5. Leclerc (1m33s998)

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Dia 2

Começando com uma pista húmida mas terminando em situação de piso totalmente seco na tarde, o segundo dia acabaria com Arthur Leclerc e Victor Martins a permanecerem as referências do paddock com os dois primeiros postos separados por meras 14 milésimas de segundo.

O melhor dos restantes foi Isack Hadjar, que já vencera no primeiro GP do ano no sprint, e pelo pole position do primeiro GP, Franco Colapinto. Ambos os estreantes parecem continuar assim no bom caminho, com o Top 5 a ser completo por Rasmussen, no Trident.

O Van Amersfoort de Rafael Villagómez terminou como o carro com mais voltas completadas do dia (102) mas bastante para baixo na tabela de tempos, enquanto Maloney e Bearman conseguiam ficar outra vez no Top 10.

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Resultado: 1. Leclerc (1m29s366) \ 2. Martins (1m29s380) \ 3. Hadjar (1m29s611) \ 4. Colapinto (1m29s614) \ 5. Rasmussen (1m29s634)

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Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1Prema1m29s366Leclerc386
2ART1m29s380Martins373
3Hitech1m29s611Hadjar376
4Van Amersfoort1m29s614Colapinto426
5Trident1m29s634Rasmussen399
6Carlin1m30s023O’Sullivan402
7Campos1m30s157Vidales405
8MP1m30s327Collet301
9Charouz1m30s485Pizzi360
10Jenzer1m30s582Cohen421
Jerez \ 5-6 Abril 2022

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Fonte:
Motorsport \ Jonny Edgar pausa a carreira





Estratégia húngara dá o triunfo – GP Espanha 2021

9 05 2021

A chegada ao fim-de-semana de F1 no Circuit de Barcelona-Catalunya não tem por hábito ser a mais aguardada pela maioria dos fãs da categoria. Esta ausência de expectativas pouco tem a ver com o país ou má vontade contras os espanhóis, e tudo a ver com dois grandes factores: a desadequação do traçado da pista aos modernos bólides de Fórmula 1 e a quantidade brutal de informação que as equipas possuem sobre os seus chassis no circuito. É que, regra geral, o circuito de Barcelona costuma receber os testes de pré-temporada de F1 durante a última década (bom tempo em meses de Inverno e uma variedade de perfis de curvas a serem os principais motivos da escolha), o que reduz as probabilidades de alguém cometer erros ou de algo imprevisível suceder, ambos fundamentais para que um Grande Prémio possa trazer entretenimento para os espectadores.

Com a incerteza da situação de Covid-19 nos meses em que, por norma, se realizariam os testes, as sessões de pré-temporada acabaram por passar para o Bahrain. Ou seja, pela primeira vez em algum tempo, teremos equipas com menos certezas sobre o comportamento dos seus carros à volta dos 4,6 km de alcatrão nos arredores da cidade de Barcelona, próxima a Montmeló.

Até em relação ao traçado os organizadores puseram mãos à obra: a curva La Caixa, que fora apertada em 2004, sofreu alterações para ficar mais similar ao seu perfil inicial aquando da inauguração da pista em 1991. É a última de uma série de mudanças que a pista sofreu desde que fora idealizada, muitas das quais se deveram a preocupações com o aumento da carga aerodinâmica dos F1 ao longo dos anos. A última chicane em particular cumpriu com a redução de velocidade dos carros na última curva, mas tornou-se uma das curvas mais trapalhonas e detestadas entre os pilotos.

Desde a sua criação, o circuito tem-se mantido ocupado com um vasto conjunto de categorias de desporto automóvel (como a F1 e MotoGP), devendo a sua manutenção recente no calendário a um desenfreado entusiasmo espanhol com a F1 devido ao sucesso do bi-campeão mundial Fernando Alonso e, agora, ao piloto da Ferrari, Carlos Sainz.

O facto de a sua primeira prova em 1991 ter sido palco de um dos mais famosos duelos em Grande Prémios entre Nigel Mansell e Ayrton Senna também ajudou a tornar-se um anfitrião regular do calendário.

Entre as provas de Portugal e Espanha surgiu o rumor, sem fontes nem credibilidade, de que Valtteri Bottas poderia ser substituído a meio da temporada por George Russell. Sendo certo que a resposta do finlandês foi com classe (disse que na Mercedes não se fazem coisas dessas, só “numa equipa do grid”, num comentário que teve a vantagem de picar a rival ao título), a verdade é que o facto de lhe ter sequer sido perguntada mostrou alguma falta de profissionalismo de uma imprensa que é suposto ser o filtro entre o clickbait e as notícias verdadeiras.

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Ronda 4 – Grande Prémio de Espanha 2021

Assim que Lewis Hamilton parou pela segunda vez na prova de Espanha, e se viu a Red Bull a não reagir nas voltas seguintes à mudança de estratégia, foi como ver um deslizamento de terras em câmara lenta.

A Mercedes passou todo o fim-de-semana a parecer ter um monolugar um par de décimas melhor que os rivais da Red Bull, o que deu ao Grande Prémio uns contornos de uma certa inevitabilidade. Impossibilitadas de correr os pneus médios no Q2, devido à proximidade das restantes equipas, Red Bull e Mercedes protagonizaram uma qualificação entusiasmante, que terminou no aspeto familiar de HAM-VER-BOT. Com uma bela partida de Max Verstappen, a prova teve uma primeira metade tensa, com ambos a fugirem dos rivais com alguma facilidade numa prova só sua. Após a primeira ronda de paragens, Hamilton colou-se a Verstappen mas depressa se percebeu que, com os mesmos pneus, não era possível passar.

Tomando a decisão de fazer a mesma estratégia que na Hungria em 2019, a Mercedes parou o seu piloto e passou facilmente nas voltas finais, quando os pneus de Verstappen tinham já 40 voltas. O holandês ainda conseguiu o ponto da volta mais rápida mas pareceu abatido no final da prova, compreendendo que o título pode ser apenas uma miragem.

Entre os colegas de equipa, Sergio Pérez complicou as suas contas com um despiste no Q3 e ainda conseguiu recuperar até ao 5º lugar; enquanto que Valtteri Bottas foi passado pelo Ferrari de Charles Leclerc e perdeu imenso tempo até à primeira paragem, provavelmente indo ter um pós-corrida tenso por não ter ajudado nem um pouco Hamilton no momento da ultrapassagem da estratégia alternativa. Nenhum Top 2 para o finlandês no melhor carro em 4 corridas também não ajudará a sua cotação interna.

Leclerc, na sua própria descrição, fez uma prova aborrecida mas boa para chegar em 4º, com Carlos Sainz não muito longe, numa prova em que a Ferrari aproveitou para recuperar alguns pontos à McLaren na disputa do 3º lugar (com Daniel Ricciardo na frente de Lando Norris pela primeira vez).

Alpine e AlphaTauri voltaram a ficar com os restos dos últimos lugares pontuáveis, com Esteban Ocon a voltar a bater o bi-campeão colega de equipa na casa do espanhol e Pierre Gasly a fazer uso do seu talento para voltar a conseguir somar qualquer coisa para os italianos. Gasly continua a somar pontos internos, enquanto que o jovem Yuki Tsunoda não só ficou pelo Q1 como fez comentários pouco sensatos sobre se ambos os carros eram iguais (pediu desculpa pouco depois, não que lhe valha de muito).

De resto, a Aston Martin provou continuar simplesmente lenta demais (apesar de Sebastian Vettel ter finalmente mostrado alguma garra outra vez) e a Haas viu Nikita Mazepin acumular mais pontos disciplinares, bloqueando Norris e Stroll em qualificação. O russo demorou também apenas 3 minutos para sair de pista no primeiro treino livre, num cenário de lentidão e trapalhice que não tem parado de se manifestar desde o primeiro momento…

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Resultado: 1. Hamilton \ 2. Verstappen \ 3. Bottas \ 4. Leclerc \ 5. Pérez \ 6. Ricciardo \ 7. Sainz \ 8. Norris \ 9. Ocon \ 10. Gasly (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Hamilton (94) \ 2. Verstappen (80) \ 3. Bottas (47) \ 4. Norris (41) \ 5. Leclerc (40) —– 1. Mercedes (141) \ 2. Red Bull (112) \ 3. McLaren (65) \ 4. Ferrari (60) \ 5. Alpine (15)

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Corrida anterior: GP Portugal 2021
Corrida seguinte: GP Mónaco 2021

GP Espanha anterior: 2021

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Fórmula 3 – Rondas 1-2-3

Foi com alguma surpresa que a Fórmula 3 viu a pequena Charouz anunciar Logan Sargeant e Enzo Fittipaldi apenas dias antes da primeira prova do ano, mas ainda mais surpresa causou o bom comportamento geral dos pilotos na primeira das rondas, muito mais até do que os colegas da Fórmula 2.

No segundo ano na categoria, Dennis Hauger soube fazer uso da sua experiência para fazer pole. Esta apenas entraria em ação para a terceira prova, com a primeira a fazer uso do novo sistema de inversão dos 12 primeiros.

Assim, foi o Carlin de Jonny Edgar que saiu da primeira posição na primeira corrida sprint (à segunda tentativa, depois do carro parado de Ido Cohen ter sido retirado). O ART de Aleksandr Smolyar seguiu-o de perto e acabou por consumar uma ultrapassagem, com ambos a iniciarem uma luta de algumas voltas. Entretanto, David Schumacher começava a cair dos pontos e não apreciou o feedback do seu engenheiro de pista, respondendo torto.

Smolyar acabou por conseguir fugir na frente, enquanto Edgar começou a atrasar o comboio de 3 carros atrás de si (Clément Novalak, Caio Collet e Logan Sargeant). Sargeant soube ser inteligente e não arriscar em demasia para somar pontos. Juan Manuel Correa ainda andou em 12º lugar, o que seria pole na segunda corrida, mas acabou por ser Fittipaldi quem conseguiu esse lugar. Novalak começava a ganhar terreno a Smolyar, mas um Safety Car pela saída de pista de Oliver Rasmussen acabaria por neutralizar a perseguição e dar ao russo a vitória.

Com um trio da frente de Fittipaldi, Schumacher e Nannini, a segunda prova começou com mais confusão. Um pequeno toque na traseira de Smolyar deu-lhe um furo e a correção do piloto atirou-o para Sargeant, fazendo ambos abandonar. Depois da intervenção do SC, os 5 primeiros permaneceram estáveis durante várias voltas.

Finalmente, Schumacher surpreendeu Fittipaldi e passou o brasileiro por dentro, enquanto que mais atrás Victor Martins começou a perder posições devido a uma saída larga. Fittipaldi não se quis deixar ficar e começou a atacar o Trident do alemão até que acabou por ultrapassar por fora. O Charouz começou a ficar sem espaço, pisou o corretor interior e abalroou o alemão, acabando com a prova de ambos e atirando o SC para a pista novamente. Matteo Nannini e Dennis Hauger ficaram na frente até serem eles os protagonistas de novo embate entre líderes quando o primeiro foi posto a apontar na direção oposta pelo segundo.

Assim, ficou Olli Caldwell com a vitória a aguentar um ataque final de Martins, com Frederik Vesti um pouco atrás.

Já a prova de domingo acabou por trazer a chance de vingança para Hauger, que dominou a corrida de princípio a fim, seguido de Doohan num Trident e Nannini num HWA (o italiano liderou um comboio enorme de carros, segurando todos menos Doohan no final). O estreante Martins voltou a somar pontos importantes, numa primeira ronda muito impressionante, assim como Novalak.

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Resultado (Sprint 1): 1. Smolyar \ 2. Novalak \ 3. Collet \ 4. Sargeant \ 5. Edgar \ 6. Caldwell \ 7. Vesti \ 8. Hauger \ 9. Martins \ 10. Nannini (Ver melhores momentos)

Resultado (Sprint 2): 1. Caldwell \ 2. Martins \ 3. Vesti \ 4. Novalak \ 5. Collet \ 6. Edgar \ 7. Iwasa \ 8. Doohan \ 9. Crawford \ 10. Correa (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Hauger \ 2. Doohan \ 3. Nannini \ 4. Caldwell \ 5. Martins \ 6. Novalak \ 7. Vesti \ 8. Collet \ 9. Sargeant \ 10. Staněk (Ver melhores momentos)

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Campeonato: 1. Hauger (34) \ 2. Caldwell (32) \ 3. Novalak (28) \ 4. Martins (24) \ 5. Doohan (21) —– 1. Prema (66) \ 2. Trident (49) \ 3. MP Motorsport (44) \ 4. ART (38) \ 5. HWA Racelab (16)

Corrida seguinte: França 2021 \ Rondas 4-5-6

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Fontes:
Racing Circuits \ Catalunya