Hitech acaba na frente – Testes F3

15 04 2023

Depois de um início de campeonato ao nível habitual da Fórmula 3, a categoria júnior juntou-se nesta pausa de 4 semanas entre provas para fazer uma sessão de testes em Barcelona (a que se seguirá na próxima semana uma nova sessão em Imola).

Fórmula 3 – Dia 1

O primeiro dos dois dias de ação em Barcelona viu um dos grandes destaques da temporada liderar as sessões da manhã e da tarde. Gabriel Bortoleto, ao volante do seu Trident, conseguiu colocar uns confortáveis (para os padrões F3) 2 décimos de segundo sobre o segundo classificado (o competente Grégoire Saucy).

A um par de centésimas de Saucy chegou Dino Beganovic, que procura deixar a sua marca na F3 deste ano. O Top 5 foi completado por Taylor Barnard em 4º e por Zak O’Sullivan em 5º. Todos os Prema mantiveram-se no Top 10, a única equipa a consegui-lo. Vale a pena destacar que Barnard foi o ponta de lança da Jenzer (com os outros dois carros em 22º e 25º).

Os dois Campos acabaram por avariar no final da reta da meta durante o período da manhã, enquanto que Roberto Faria encontrou-se com as barreiras da última curva, o que o deixou na condição de piloto com menor número de voltas completadas.

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Resultado: 1. Bortoleto (1m27s221) \ 2. Saucy (1m27s424) \ 3. Beganovic (1m27s447) \ 4. Barnard (1m27s560) \ 5. O’Sullivan (1m27s597)

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Fórmula 3 – Dia 2

Foi um ótimo segundo dia de testes para a Hitech, que viu Gabriele Minì chegar à frente da tabela classificatória com um excelente tempo durante a manhã. A equipa britânica também foi a líder de quilometragem de Barcelona, sendo a única a passar a marca das 500 voltas. Os líderes do dia anterior, a Trident, até ficaram todos no Top 5 da tarde mas os tempos já estavam bem mais altos, o que os deixou afastados na classificação geral.

Barnard até avariou logo no início da sessão mas soube recuperar bem, terminando com o seu Jenzer na 2º posição, seguido do ART de Saucy. A completar o Top 5 chegaram Paul Aron e Pepe Martí.

A ART e a Jenzer seguiram a Hitech a nível de voltas totais de ambos os dias, assim como também a nível de tempos. Similarmente, a PHM Charouz ficou em último em ambos os indicadores.

Dentro de uma semana voltará a haver ação em pista de testes de F3, desta vez em Imola.

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Resultado: 1. Minì (1m26s319) \ 2. Barnard (1m26s382) \ 3. Saucy (1m26s522) \ 4. Aron (1m26s551) \ 5. Martí (1m26s638)

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Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1Hitech1m26s319Minì506
2Jenzer1m26s382Barnard495
3ART1m26s522Saucy497
4Prema1m26s551Aron455
5Campos1m26s638Martí434
6MP1m26s743Boya369
7Van Amersfoort1m26s893Collet458
8Trident1m27s221Bortoleto391
9Rodin Carlin1m27s250Yeany478
10PHM Charouz1m27s812Flörsch307
Barcelona \ 13-14 Abril 2023




Mesmo com caos, Verstappen vence – GP Austrália 2023

3 04 2023

Quando há um ano a Fórmula 1 visitou a Austrália Charles Leclerc tornou-se vencedor do Grande Prémio, esticando a sua liderança de campeonato para 38 pontos sobre George Russell e vendo o campeão em título (Max Verstappen) abandonar pela segunda vez em três provas, com a correspondente preocupação com a fiabilidade da Red Bull. O resto de 2022 tratou de eliminar esta impressão, com um segundo título facilitado para Verstappen.

Com uma expectativa de algo de diferente para a prova de 2023, o Albert Park recebeu mais uma vez o circo mundial da F1 para a prova australiano, depois de ter realizado há um ano obras bastante extensivas para aumentar as possibilidades de ultrapassagem. O circuito semi-citadino tem sido a casa australiano da categoria desde 1996, quando substituiu outro circuito de características semelhantes, o de Adelaide.

Em 2023, trouxe uma novidade: contará também com corridas de Fórmula 2 e Fórmula 3, o que proporcionou a Jack Doohan a possibilidade de correr em casa. Quem também correu em casa foi Oscar Piastri na F1, apesar das dúvidas gerais sobre que género de receção receberia, tendo em conta que foi o “responsável” por correr com o popular Daniel Ricciardo da categoria.

Entre provas, chegou a notícia de um enorme reshuffle da estrutura técnica da McLaren, que retirou James Key das funções de diretor técnico.

Ronda 3 – Grande Prémio da Austrália 2023

Não é costume o GP da Austrália providenciar grandes confusões da maneira como o fez em 2023. Os treinos livres, com direito a chuva na sexta-feira à tarde, deram logo o mote. Foram múltiplas as saídas de pista que se observaram e o principal ponto de interesse acabou por chegar no sábado, quando Sergio Pérez saiu largo e ficou preso na gravilha no Q1, condenando-o a partir de último enquanto o colega de equipa, Max Verstappen, fazia pole position pela primeira vez na Austrália.

O início de corrida viu outro piloto terminar na gravilha: Charles Leclerc, num mero incidente de corrida com Lance Stroll, viu o seu mau início de campeonato conhecer o segundo abandono em três provas. O Safety Car entrou em ação e acabaria por ter de regressar algumas voltas depois para o despiste de Alexander Albon (quando o Williams circulava confortavelmente nos lugares pontuáveis), que deixou gravilha em farta no asfalto.

Acabou por se gerar uma bandeira vermelha, que travou as aspirações de George Russel (que tinha saltado para a liderança no arranque, seguido do colega de equipa) e de Carlos Sainz, devido a ambos terem parado durante o SC e terem sido apanhados desprevenidos pela paragem da prova.

Não demorou muito para, após o recomeço, Verstappen passar Lewis Hamilton, ainda que o britânico tenha feito uma prova muito competente, deixando a Mercedes com confiança no seu desempenho nas próximas corridas (mas dúvidas no que toca a fiabilidade, dada a expiração estrondosa do motor no carro de Russell).

Mais atrás lutas interessantes multiplicavam-se, com os McLaren a compensarem a sua menor performance de qualificação com o envolvimento em lutas com Yuki Tsunoda e Esteban Ocon pelos lugares pontuáveis finais, ao mesmo tempo que Carlos Sainz e Pierre Gasly se equiparavam na luta por 5º e Pérez prosseguia com implacabilidade a sua recuperação desde o último lugar.

Foi aí que chegou o incidente de Kevin Magnussen com a barreira, que fez perder um pneu e parar num sítio perigoso a muito poucas voltas do fim. Isto levou os comissários a iniciarem uma bandeira vermelha e a programarem uma nova partida para um sprint de 3 voltas. E foi aí que chegou o caos atrás dos 2 primeiros.

Sainz acertou em Alonso e atirou-o para o fim; Gasly travou tarde e no regresso à pista acabou por colidir com Ocon, acabando com o que estava a ser uma ótima prova de ambos os Alpine; Stroll saiu para a gravilha mais adiante; Logan Sargeant bloqueou os travões e eliminou-se a si e a Nyck de Vries de prova.

Nova bandeira vermelha viu grandes discussões gerarem-se entre as equipas e os comissários, com Alonso a liderar os protestos por querer uma reversão para a ordem antes da partida por ainda não ter sido completados metros suficientes até à interrupção. E assim foi. Todos os carros (menos os Alpine, de Vries e Sargeant) fizeram uma volta final atrás de SC e terminaram. Com a penalização de Sainz (com que o espanhol ficou inconformado), a ordem final ficou definida.

Verstappen venceu num dia em que Pérez limitou os estragos em 5º, Hamilton e Alonso completaram o pódio seguidos de Stroll, enquanto que a McLaren pontuou pela primeira vez no ano e conseguiu ascender a 5º no campeonato por ambos os pilotos terem pontuado. Hülkenberg fez uma sólida prova para chegar em 7º (ainda que a Haas tenha chegado a protestar a decisão de reverter a ordem, porque isso poderia ter-lhe dado 3º), enquanto que Zhou e Tsunoda pontuaram pela primeira vez no ano em 9º e 10º, respetivamente.

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Qualificação: 1. Verstappen \ 2. Russell \ 3. Hamilton \ 4. Alonso \ 5. Sainz (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Hamilton \ 3. Alonso \ 4. Stroll \ 5. Pérez \ 6. Norris \ 7. Hülkenberg \ 8. Piastri \ 9. Zhou \ 10. Tsunoda (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (69) \ 2. Pérez (54) \ 3. Alonso (45) \ 4. Hamilton (38) \ 5. Sainz (20) —– 1. Red Bull (123) \ 2. Aston Martin (65) \ 3. Mercedes (56) \ 4. Ferrari (26) \ 5. McLaren (12)

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Corrida anterior: GP Arábia Saudita 2023
Corrida seguinte: GP Azerbaijão 2023

GP Austrália anterior: 2022

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Fórmula 2 (Rondas 5-6) \ Poles seguram liderança em provas mexidas

A primeira prova australiana da F2 viu a famosa imprevisibilidade da categoria ser colocada em destaque nas duas corridas deste fim-de-semana. Pole inverso, Dennis Hauger apenas teve que se defender de um único ataque de Jak Crawford no sprint porque daí em diante apenas teve que controlar a distância para o americano. Já Kush Maini teve um caminho bem mais difícil para o pódio, tendo que lutar com unhas e dentes contra Arthur Leclerc para o conseguir.

Pingos de chuva no final da etapa complicaram a vida de quem arriscou parar para pneus de chuva, como Roman Staněk e Théo Pourchaire, mas foram vários os outros que saíram de pista. Houve ainda espaço para um SC devido a um pião do homem da casa, Jack Doohan.

Já no domingo de manhã foi a vez de outro pole rumar para a vitória: Ayumu Iwasa segurou as investidas de Pourchaire para vencer a feature e assumir a liderança do campeonato. Leclerc, por sua vez, compensou a sua perda do pódio do dia anterior com um na feature. Todos estes fizeram uso de um SC Virtual para saltar mudar de pneus (VSC criado para retirar o carro preso de Crawford, após incidente com Doohan).

Devido a acidente de Roy Nissany, o SC voltaria. O que provocou o caos de pilotos que pararam e não conseguiram evitar despistes devido a temperaturas muito baixas (com destaque para o violento embate de Enzo Fittipaldi e o despiste no recomeço de Hauger). O uso de pneus macios permitiu a Frederik Vesti passar Zane Maloney para 4º, enquanto que Juan Manuel Correa pontuou no seu ano de regresso à F2.

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Qualificação: 1. Iwasa \ 2. Pourchaire \ 3. Martins \ … \ 8. Maini \ 9. Crawford \ 10. Hauger

Resultado (Sprint): 1. Hauger \ 2. Crawford \ 3. Maini \ 4. Leclerc \ 5. Maloney \ 6. Hadjar \ 7. Bearman \ 8. Vesti (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Iwasa \ 2. Pourchaire \ 3. Leclerc \ 4. Vesti \ 5. Maloney \ 6. Daruvala \ 7. Verschoor \ 8. Doohan \ 9. Maini \ 10. Correa (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Iwasa (58) \ 2. Pourchaire (50) \ 3. Vesti (42) \ 4. Boschung (33) \ 5. Leclerc (33) —– 1. DAMS (91) \ 2. ART (67) \ 3. MP (62) \ 4. Campos (59) \ 5. Prema (45)

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Corrida anterior: Arábia Saudita 2023 \ Rondas 3-4
Corrida seguinte: Azerbaijão 2023 \ Rondas 7-8

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Fórmula 3 (Rondas 3-4) \ Bortoleto estica-se na liderança

De manhã na Austrália, e, portanto, a horas impróprias para quase todo o mundo, a F3 começou o seu caminho na Austrália.

A primeira prova, com Sebastián Montoya em pole inversa, começou com relativa calma (apesar de uma saída de pista de Oliver Goethe). Não demorou muito até que Franco Colapinto acabasse por passar o rival, altura em que o acidente de Ido Cohen ativou o SC. Depois disso, houve direito a uma excelente ultrapassagem de Zak O’Sullivan sobre Montoya para 2º.

Esta passagem acabaria por valer-lhe a vitória após a prova porque Colapinto acabou desclassificado por questões técnicas, enquanto que na Prema dois pilotos se desentendiam em pista (Dino Beganovic e Paul Aron).

No dia seguinte, o excelente Gabriel Bortoleto foi segurando diferentes níveis de pressão da parte de Grégoire Saucy para garantir uma vitória em que teve que lidar com vários reinícios atrás de SC (a maior parte devido a desatenções atrás de SC, como com Kaylen Frederick). Gabriele Minì completou o pódio, numa dia em que o vencedor da prova ampliou a sua vantagem no campeonato.

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Qualificação: 1. Bortoleto \ 2. Saucy \ 3. Minì \ … \ 10. Collet \ 11. Goethe \ 12. Montoya

Resultado (Sprint): 1. O’Sullivan \ 2. Montoya \ 3. Aron \ 4. Minì \ 5. Beganovic \ 6. Bortoleto \ 7. Fornaroli \ 8. Saucy \ 9. Mansell \ 10. Frederick (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Bortoleto \ 2. Saucy \ 3. Minì \ 4. Fornaroli \ 5. O’Sullivan \ 6. Aron \ 7. Martí \ 8. Browning \ 9. Barnard \ 10. Mansell (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Bortoleto (58) \ 2. Saucy (38) \ 3. Beganovic (28) \ 4. Minì (28) \ 5. Martí (25) —– 1. Trident (100) \ 2. Prema (70) \ 3. Hitech (54) \ 4. ART (45) \ 5. Campos (29)

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Corrida anterior: Bahrain 2023 \ Rondas 1-2
Corrida seguinte: Mónaco 2023 \ Rondas 5-6





Red Bull na frente nos testes, mas essa é a única certeza

28 02 2023

2022 tinha prometido muito, mas a verdade é que uma temporada na qual apenas uma equipa fora do Top 3 consegue um único pódio dificilmente pode ser classificada como uma época entusiasmante. Para este ano as expectativas serão de uma aproximação das rivais aos eternos líderes, mas será essa uma expectativa razoável?

A temporada chega numa altura em que Mohammed ben Sulayem dá um passo atrás no seu envolvimento (excessivo) na categoria, e em que a FIA procura atingir um novo equilíbrio no seu relacionamento com a FOM.

Falando da FIA, esta criou várias alterações nos regulamentos desportivos, com testagem de novos pneus de chuva a partir de Imola, menos restrições de rádio, modificações a circuitos e zonas de DRS, ajustes no teto orçamental e acesso facilitado para auditorias da FIA.

Mudanças na Ferrari terão sido no timing certo?

A única coisa mais impressionante do que a maneira como a Ferrari abriu 2022 com uma sequência de ótimos resultados foi seguida de uma ainda mais impressionante hecatombe de resultados, em que vitórias desperdiçadas por motivos de estratégia deram lugar a vitórias desperdiçadas por entretanto o carro italiano já não ser o mais competitivo do pelotão.

Há mérito da Red Bull neste quesito, com uma eficiência diabólica, mas a sensação geral de oportunidade desperdiçada (e recusa em assumir erros) fez Frédéric Vasseur assumir os comandos da Scuderia. A retirada de um líder italiano pela entrada de um francês é notória e acarreta consigo a possibilidade de um começo de fresco. Mas, mesmo não sendo particularmente justo, Vasseur não conseguirá segurar o lugar se o trabalho que até Dezembro era de Mattia Binotto não der resultados concretos…

E no meio de tudo está uma Mercedes desejosa de conseguir voltar a assumir o protagonismo no campeonato.

Os testes de pré-temporada, para já, pintam um quadro bem risonho para a Red Bull. A AMuS noticia o motivo desta vantagem como a capacidade do RB19 em conseguir correr bem mais perto do chão que as rivais, o que deixa Max Verstappen numa posição bem confortável para tentar chegar a um tricampeonato (Sergio Pérez deverá manter-se como plano de contingência, com Daniel Ricciardo a observar tudo bem de perto no seu papel de piloto de testes).

Para a Mercedes vê-se uma performance bem mais consistente que a de 2022, ainda que com bem menores problemas de porpoising. Só que crê-se que o verdadeiro potencial do carro só será descoberto com atualizações em Baku nos monolugares de Lewis Hamilton e George Russell. Já a Ferrari pareceu difícil de localizar, com alguns acertos de setup a serem necessários para conseguir estabelecer a performance de um carro que parece fiável e rápido, mas uns furos abaixo do Red Bull.

Trabalho difícil para Charles Leclerc e Carlos Sainz, portanto.

Harmonia difícil na Alpine

Já é piada recorrente do paddock referir que a estrutura da Alpine corre já em vários planos de 5 anos. Apesar de se ter integrado em 2016 com promessas de competitividade em 5 anos, a Renault avisou logo que o primeiro ano não contava (o projeto era pouco mais que um fraco Lotus). Depois chegou Daniel Ricciardo e o tal plano começaria aí (2019). Ricciardo saiu, Fernando Alonso entrou e o nome mudou para a Alpine, e os franceses insistiram que queriam ser tratados como nova equipa e novo projeto de 5 anos (em 2021).

Agora, com a saída de Alonso, a conversa parece ter feito um novo reset. Contas feitas, a Alpine está no 8º ano de projeto como equipa de fábrica, mas a insistir que é uma jovem equipa promissora.

As trapalhadas com a situação contratual de Oscar Piastri, de facto, pareceram de novatos. Sabe-se lá como, Otmar Szafnauer conseguiu manter o seu posto na liderança da equipa. Nem tudo foi um desastre na verdade: o 4º lugar à frente da McLaren nunca pareceu excessivamente em perigo e Pierre Gasly é um ótimo prémio de consolação para substituir Alonso (com Esteban Ocon no outro lado da garagem). Até os abandonos de 2022 têm um ponto positivo, dado que as restrições de alterações à unidade de potência não se aplicam a motivos de fiabilidade.

2023 tem que ser o ano em que a mais fraca das equipas de fábrica consegue bem melhor do que fazer apenas um terço dos pontos da Mercedes. Os testes não conseguiram revelar quase nada. O carro esteve sempre entre os mais lentos das sessões, ainda que se acredite que terão sido das equipas que mais escondeu o jogo.

Os britânicos

Duas das maiores construtoras britânicas, mas que na F1 compram os seus motores à Mercedes, têm um problema muito semelhante: a estagnação dos seus resultados e como invertê-la.

As escalas são diferentes, claro. A McLaren terminou em 3º lugar m 2020, 4º em 2021 e 5º em 2022. O único pódio fora das 3 primeiras equipas até pertenceu aos britânicos, mas a tendência decrescente é difícil de disputar. Pelo segundo ano seguido, queixam-se de o projeto inicial ainda não estar bem ao gosto da estrutura, uma falha que já tem solução à vista para o próximo ano, quando o túnel de vento novo estará finalmente em ação.

O facto de Zak Brown já ter vindo a púlico referir que o MCL60 está abaixo dos indicadores de performance desejados pela própria equipa parecem indicar que será um início de ano doloroso para Woking. Uma situação que deverá frustrar Lando Norris e aliviar Oscar Piastri (ao colocar menos pressão por cima dos seus ombros).

Já a Aston Martin começou 2022 com um ritmo absolutamente catastrófico, mas ganhou muitos pontos de consideração da parte dos rivais pela maneira como a equipa técnica de Dan Fallows soube encurtar a distância para os lugares pontuáveis em tão curto espaço de tempo. A verdade é que já foram 2 dos 5 anos da estreia dos britânicos, e dois 7º lugares em 10 equipas são o saldo da estrutura. O facto de esta queda ocorrer com Lance Stroll blindado a um dos monolugares não tem passado despercebido.

Mas a verdade é que o lado da garagem de onde se espera o melhor em pista é no de Fernando Alonso, que provocou o caos na Alpine para fazer uma derradeira e arriscada manobra de bastidores, em busca do seu 3º título mundial. A gestão emocional do piloto dará grandes dores de cabeça à equipa, mas a boa forma contínua dele será uma boa compensação.

Sem ninguém contar com isso, a Aston foi um dos grandes destaques dos testes. Isto tanto pelo facto de Felipe Drugovich ter tido que substituir Lance Stroll (lesão), como pelo facto de o AMR23 ter mostrado um ritmo muito interessante, que até leva alguns analistas a considerá-los ao nível dos Mercedes.

Quem nada tem a perder

Com uma temporada bem difícil para a pequena estrutura italiana, a AlphaTauri saiu bem feliz dos 3 dias de testes. Sem a grande referência de Gasly, caberá ao conjunto de Yuki Tsunoda e Nyck de Vries conseguirem fazer uso de um AT04 mais competitivo e que terminou o seu tempo no Bahrain como o que mais quilómetros acumulou. Isto numa altura em que a Red Bull tem estado a ponderar vender a equipa ou relocalizá-la.

Tsunoda e de Vries terão boas oportunidades para mostrar serviço em 2023, oportunidades essas que precisarão de concretizar de modo a afastarem a ameaça da intromissão da enorme quantidade de jovens Red Bull que desponta na F2.

Quem não tem quase nada a provar é a dupla da Haas. Nico Hülkenberg e Kevin Magnussen já abandonaram a categoria antes e não estarão excessivamente preocupados em voltar a fazê-lo se a equipa americana lhes criar problemas. Como dupla competente que aparenta ser vista de fora, esta estará sempre dependente do nível de desenvolvimento ao longo do ano que o VF-23 será capaz de demonstrar.

A outra cliente Ferrari, a Alfa Romeo, está num momento de transição bem curioso: a Alfa em si abandonará no final do ano e não possui nenhum poder de decisão, para passar posteriormente a controlo Audi. Isto significa que Valtteri Bottas e Guanyu Zhou terão que mostrar serviço de forma bem evidente para provar ao novo chefe, Andreas Seidl, que merecem continuar ao volante quando os manda-chuvas passarem para o lado alemão.

As boas notícias são que a performance do mais recente produto de Hinwill chegou a liderar um dos dias de testes (com várias condicionantes, claro) e que pareceu disposta a permitir aos seus pilotos puxar por ele.

Isto deixa apenas a Williams, que despediu a sua chefia nos meses iniciais deste ano depois de ter voltado a terminar em última no campeonato, tendo agora de se ver que género de chefia será a de James Vowles (chegado da Mercedes), que conta com um competente Alexander Albon e uma incógnita ligeira Logan Sargeant (que terá que provar que a antiga chefia acertou em algo, com a sua escolha).

F2 – Pourchaire permanece, mas não terá vida fácil

2023 chega para a Fórmula 2 com um piloto que tem mais do que o favoritismo, tem também a obrigação de ser campeão. Théo Pourchaire foi capaz de ótimas performances em 2022 mas foi errático em diversos momentos e terminou num vice-campeonato manifestamente insuficiente para obter um assento de F1 na Alfa Romeo. A decisão de mais uma temporada de F2 poderá ser arriscada, até se se vir batido por um estreante à semelhança de Robert Shwartzmann em 2021.

Ao lado de Pourchaire está o campeão de F3 de 2022, Victor Martins, o que confere à ART possivelmente a melhor dupla da grelha deste ano.

Ainda assim, existe espaço para surpresas nas restantes estruturas. Hitech e Carlin apostam em duplas inteiramente pertencentes à Red Bull (que está representada por uns estonteantes 6 pilotos na F2), que poderão estar em grande nível (com especial destaque para um Isack Hadjar deserto de poder vingar o título de F3 perdido).

Apesar de apenas se ter estreado em 2022 apenas, a Van Amersfoort surpreendeu durante os testes deste ano com Richard Verschoor a liderar a tabela de tempos. Já a contratação, mais sentimental que racional, de Juan Manuel Correa poderá não trazer os frutos esperados. Já a permanência do bem-cotado Jack Doohan na Virtuosi percebe-se por um lado, ainda que provavelmente seja demasiado piloto para a estrutura em que está (e definitivamente muito mais do que o novo colega Amaury Cordeel conseguirá lidar…).

F3 – Testes deixam Saucy como favorito

Com a tradicional saída de mais de metade da grelha ao final do ano (quer para F2 ou para a obscuridade), a Fórmula 3 mais uma vez contou com a renovação das suas fileiras com alguns dos mais promissores jovens talentos das categorias de base. Falamos de pilotos cujas performances deverão impressionar, como Dino Beganovic da academia Ferrari, Nikola Tsolov da academia Alpine ou Sebastián Montoya da academia Red Bull.

Mas não se pense que o “perigo” não poderá vir dos pilotos que andam no seu segundo ano de categoria. Grégoire Saucy que o diga, tendo dominado os testes de pré-temporada de Fevereiro no seu ART, depois de um falso arranque na temporada de 2022. Franco Colapinto, que melhorou da estreante Van Amersfoort para a competente MP, também terá uma palavra a dizer agora que integra a academia Williams (tal como Zak O’Sullivan).

Para pilotos nas equipas do fundo da grelha, o objetivo é simples: mostrar serviço para que as Prema e Trident da vida os contratem para 2024. Neste quesito vale a pena manter a atenção em homens como Roberto Faria, Oliver Gray ou Taylor Barnard.





Saucy deixa aviso na F3 e Verschoor é a surpresa na F2 – Testes F2/F3

17 02 2023

Com uma semana de antecipação em relação à Fórmula 1, as suas duas categorias de promoção (Fórmulas 2 e 3) realizaram ao longo dos últimos três dias a sua própria temporada no Bahrain. Apesar de os monolugares não mudarem, havia uma grande expectativa para saber quem poderia assumir-se como favorito para a primeira ronda do ano.

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Fórmula 2 – Dia 1

Até certo ponto era expectável que coubesse a Théo Pourchaire a honra de liderar a primeira sessão do ano. O francês vem de duas temporadas nos lugares cimeiros da Fórmula 2 e esteve por ligeiramente acima de uma décima na frente do segundo classificado, com 54 voltas acumuladas.

A concorrência terá que fazer pela vida. Para já Richard Verschoor no seu novo Van Amersfoort e Arthur Leclerc pela DAMS foram quem mais se aproximou. A DAMS poderá assim ter em mãos uma dupla vencedora, já que Ayumu Iwasa também conseguiu ficar no Top 5, ensanduichando o eterno piloto de F2, Ralph Boschung (também eternamente na Campos).

A antiga dupla da Prema e agora da MP (Jehan Daruvala e Dennis Hauger) conseguiram permanecer no Top 10, enquanto que os dois Charouz preocupantemente ficaram nos três últimos lugares. Entre eles ficou o causador da bandeira vermelha do dia, Frederik Vesti.

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Resultado: 1. Pourchaire (1m42s165) \ 2. Verschoor (1m42s293) \ 3. Leclerc (1m42s293) \ 4. Boschung (1m42s569) \ 5. Iwasa (1m42s669)

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Fórmula 2 – Dia 2

Com alguns dos líderes do dia anterior em sequências de longo curso, coube a protagonistas um pouco diferentes a tarefa de despontarem entre os lugares cimeiros da tabela de tempos na quarta-feira. Victor Martins e Arthur Leclerc mostraram o seu ritmo diabólico de F3 na categoria imediatamente superior, colocando-se em 2º e 4º respetivamente.

Verschoor brilhou novamente para conseguir o topo da tabela (levando a crer que a Van Amersfoort poderá ter em mãos em 2023 um desnível entre pilotos semelhante ao da também holandesa MP de 2022), enquanto que Boschung manteve o seu elevado ritmo, fruto da sua experiência. A campeã em título, a MP, viu a sua equipa subir algumas posições, cortesia de Dennis Hauger.

Já as doses de bandeiras vermelhas foram 3: Pourchaire e Staněk ao longo do dia, e Clément Novalak mesmo nos instantes finais.

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Resultado: 1. Verschoor (1m42s140) \ 2. Martins (1m42s148) \ 3. Hauger (1m42s378) \ 4. Leclerc (1m42s473) \ 5. Boschung (1m42s489)

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Fórmula 2 – Dia 3

O derradeiro dia de ação em pista trouxe uma classificação algo aleatória, à medida que os pilotos faziam programas de competição completamente distintos. A liderança coube a Kush Maini no seu Campos, seguido de Pourchaire e de um pouco usual Roy Nissany.

Enzo Fittipaldi fez o primeiro Top 5 dos 3 dias, seguido de perto por Hauger. As duas bandeiras vermelhas do dia couberam a Staněk e Leclerc.

A liderança improvável dos 3 dias coube à Van Amersfoort, enquanto que a DAMS beneficiou da sua nova dupla de pilotos, que lhes conferiu uma classificação superior à do seu resultado no mundial de equipas de 2022. A Trident ficou com a cauda da tabela de tempos, depois de a PHM Charouz ter conseguido ultrapassar os italianos no último dia.

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Resultado: 1. Maini (1m42s623) \ 2. Pourchaire (1m42s905) \ 3. Nissany (1m42s905) \ 4. Fittipaldi (1m42s971) \ 5. Hauger (1m43s020)

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Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1Van Amersfoort1m42s140Verschoor346
2ART1m42s148Martins399
3DAMS1m42s293Leclerc377
4MP1m42s378Hauger318
5Campos1m42s489Boschung354
6Virtuosi1m42s523Doohan332
7Prema1m42s640Bearman402
8Rodin Carlin1m42s659Fittipaldi331
9Hitech1m42s841Hadjar373
10PHM Charouz1m42s905Nissany348
11Trident1m43s071Novalak286
Bahrain \ 14-16 Fevereiro 2023

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Fórmula 3 – Dia 1

Partilhando pista com os mais potentes F2, a Fórmula 3 começou a sua pré-temporada com tempos em média 5 segundos mais lentos mas com uma grelha composta por jovens pilotos bem promissores.

Grégoire Saucy, depois de um 2022 que começou promissor e depois definhou um pouco, liderou a tabela de tempos com uma vantagem apreciável mas poucas voltas. Atrás dele estava o bem-cotado estreante da Prema (e da Mercedes) Paul Aron, o outro jovem que também conseguiu entrar no segundo 47.

Seria necessário esperar pelo 6º lugar para se ver outro estreante (Luke Browning, ainda sem lugar confirmado e que fez o maior número de voltas do dia), uma vez que os estreantes de 2022 tomaram os seus lugares de 3º a 5º (respetivamente, Pepe Martí da Campos, Kaylen Frederick da ART e Zak O’Sullivan da Prema).

Destaque ainda para Taylor Barnard a arrastar o Jenzer para dentro do Top 10 e para a terrível forma da PHM Charouz, que transcende categorias.

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Resultado: 1. Saucy (1m47s563) \ 2. Aron (1m47s889) \ 3. Martí (1m48s125) \ 4. Frederick (1m48s136) \ 5. O’Sullivan (1m48s162)

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Fórmula 3 – Dia 2

Se o primeiro dia tinha indicado uma vantagem confortável de Saucy sobre os rivais, o segundo domínio trouxe um domínio completo, com mais de meio segundo de vantagem sobre o segundo classificado.

O Top 5 viu uma maioria de rookies a compô-lo, com o bem cotado Dino Beganovic da Prema a ser o melhor dos seus representantes. Imediatamente a seguir ao sueco, chegaram os “Gabriéis” Minì e Bortoleto (especialmente notável no último, com um Trident). A completar estes lugares cimeiros chegou Franco Colapinto, a mostrar porque é agora um piloto da academia de jovens da Williams.

Browning e Barnard voltaram a saber manter-se no Top 10, enquanto que as bandeiras vermelhas foram agitadas por duas ocasiões diferentes. Tommy Smith acabou por ser o único piloto que melhorou o seu tempo à tarde (todos os outros andaram no seu mais rápido de manhã).

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Resultado: 1. Saucy (1m46s642) \ 2. Beganovic (1m47s121) \ 3. Minì (1m47s166) \ 4. Bortoleto (1m47s197) \ 5. Colapinto (1m47s266)

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Fórmula 3 – Dia 3

No terceiro dia de testes, as diferenças entre pilotos experientes e estreantes pareceram esbater por completo. Bortoleto conseguiu finalmente “roubar” o lugar cimeiro do dia a Saucy, mas o suíço não ficou nada longe (com um 3º posto a uma décima de segundo). Entre ambos ficou Minì, que já estivera em bom nível na quarta-feira.

Apesar disso os tempos foram mais lentos que até aqui, uma vez que todos os pilotos (sem exceção) estavam a fazer simulações de stints longos. Ainda assim, um padrão pareceu emergir, com o melhor tempo de todos os dias a pertencer a Saucy por mais de meio segundo, e com a Prema e Hitech a ser as concorrentes mais próximas.

Tudo isto são notícias terríveis para a Rodin Carlin e para a PHM Charouz, que nunca conseguiram sequer estar próximas da 8º classificada (Van Amersfoort).

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Resultado: 1. Bortoleto (1m47s417) \ 2. Minì (1m47s452) \ 3. Saucy (1m47s519) \ 4. Aron (1m47s641) \ 5. Barter (1m47s704)

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Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1ART1m46s642Saucy482
2Prema1m47s121Beganovic506
3Hitech1m47s166Minì512
4Trident1m47s197Bortoleto406
5MP1m47s266Colapinto412
6Jenzer1m47s380Barnard445
7Campos1m47s419Martí466
8Van Amersfoort1m47s515Collet472
9Rodin Carlin1m48s107Gray435
10PHM Charouz1m48s322Flörsch361
Bahrain \ 14-16 Fevereiro 2023





Brasileiros na frente – Testes F2/F3

16 04 2022

Depois da F3 ter tido o seu teste em terras espanholas na semana passada, foi agora a vez de ambas as categorias de promoção da F1 terem uns dias noutro circuito espanhol (Barcelona). Os três primeiros dias ficaram por conta da Fórmula 2, enquanto que a Fórmula 3 tomou conta dos dois dias finais.

Para já não existem mais testes previstos este ano para ambas, mas isso deve mudar com alguns dias na segunda metade do ano a serem anunciados.

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Dia 1

Com temperaturas baixas e umas pingas de chuva, o primeiro dia de testes para a Fórmula 2 foi perturbado por diversas paragens em pista de uma variedade de pilotos. De manhã foram Calan Williams (pião), Liam Lawson (paragem em pista) e Cem Bölükbaşı (contra uma barreira); de tarde foram Jüri Vips (ao de leve contra uma barreira) e Logan Sargeant (paragem em pista).

Bölükbaşı foi o piloto com menos voltas completadas (21) e terminou em último, enquanto que o líder do dia (Ralph Boschung) terminou também com o maior número de voltas (87). O suíço tem feito um bom início de temporada que prossegue assim bem encaminhado.

Os Prema ficaram um pouco para trás e Felipe Drugovich (líder do campeonato ao serviço da MP) ainda conseguiu ficar no Top 5. Marcus Armstrong deixou o seu Hitech a algumas décimas do topo, seguido do DAMS do estreante Ayumu Iwasa e do Virtuosi de Marino Sato.

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F2 – Resultado: 1. Boschung (1m27s929) \ 2. Armstrong (1m28s170) \ 3. Iwasa (1m28s331) \ 4. Sato (1m28s436) \ 5. Drugovich (1m29s131)

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Dia 2

Sem poder contar com o Charouz de Bölükbaşı devido ao acidente do turco, a segunda sessão começou ainda com presença do vento e alguns pingos de chuva. A manhã viu Sato e Iwasa (o último a ficar em 3º novamente) a provocarem pequenas paragens no andamento, enquanto que na tarde foi a vez de ser Calan Williams a parar o seu Trident na curva final (mas ainda assim a acabar o dia entre os 5 primeiros).

A chuva marcou presença e deixou vários na garagem de tarde também, pelo que os tempos, na sua maioria, foram mais lentos que no Dia 1.

No final foram os Trident e DAMS a figurarem no Top 5, com Roy Nissany em 1º e Richard Verschoor em 2º. Drugovich, Armstrong e Pourchaire figuraram mais uma vez entre os 10 primeiros, enquanto que Lawson se recuperou para neste dia o conseguir.

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F2 – Resultado: 1. Nissany (1m28s812) \ 2. Verschoor (1m29s328) \ 3. Iwasa (1m29s596) \ 4. Boschung (1m29s695) \ 5. Williams (1m29s702)

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Dia 3

Com o Sol a brilhar, o último dia dos Fórmula 2 em pista foi de voltas rápidas de qualificação de manhã e de simulações de corrida durante a tarde. A Charouz substituiu o seu piloto lesionado por David Beckmann para esta sessão, com o alemão a terminar como o mais lento mas com umas respeitáveis 71 voltas completadas (não impedindo ainda ssim que a equipa não terminasse como a que menos quilómetros acumulou nos 3 dias).

Vips, Vesti e Hauger pararam em pista durante a tarde, mas isto não impediu o último de se classificar entre os 5 primeiros. Para entusiasmo dos fãs brasileiros, o líder do campeonato, Felipe Drugovich voltou a liderar uma sessão, com uma margem de 3 décimas sobre o 2º classificado Lawson. Jack Doohan mais uma vez impressionou com o seu Virtuosi em 3º, Verschoor idem com o Trident em 4º, e Hauger começa a encontrar o seu ritmo na nova categoria.

A Campos terminou como a estrutura com mais voltas dadas, num conjunto de dias em que a experiência de Boschung veio ao de cima. Já a ART e a Hitech mostraram menos ritmo que o esperado, enquanto que na DAMS e Trident se parece depender exclusivamente de um dos pilotos (respetivamente, Iwasa e Verschoor) para os melhores resultados.

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F2 – Resultado: 1. Drugovich (1m27s529) \ 2. Lawson (1m27s820) \ 3. Doohan (1m27s838) \ 4. Verschoor (1m27s858) \ 5. Hauger (1m27s945)

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Dia 4

Ao contrário da Fórmula 2, a F3 teve direito desde o seu primeiro dia a um Sol esplenderoso em Barcelona. Oliver Rasmussen, tal como já fora anunciado, passou a ocupar o lugar de Jonny Evans da Trident, mas também houve duas novas alterações: David Schumacher apareceu no lugar de Ayrton Simmons na Charouz (sem explicação) e Matteo Nannini substituiu o lesionado Juan Manuel Correa na ART.

O dia foi liderado pelo ART de Grégoire Saucy, com direito ao colega Victor Martins em 3º a 2 décimas de segundo. O ART de Nannini parou na Curva 10 durante a sessão, uma de duas paragens do dia (a outra foi do Hitech de Isack Hadjar).

Os Trident de Zane Maloney e Roman Staněk completaram o fim do Top 5, enquanto que o argentino Franco Colapinto continua a impressionar na novata Van Amersfoort. Destaque ainda para William Alatalo, que continua a colocar a Jenzer em lugares bem acima dos conseguidos pelos colegas, e para os resultados menos bem conseguidos pela Prema.

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F3 – Resultado: 1. Saucy (1m32s247) \ 2. Colapinto (1m32s402) \ 3. Martins (1m32s491) \ 4. Maloney (1m32s643) \ 5. Staněk (1m32s678)

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Dia 5

No quinto e último dia de acção em pista em Barcelona com uma manhã de simulações de qualificação de F3. A MP foi quem se saiu melhor com uma dobradinha de Caio Collet e Alexander Smolyar, com Colapinto a voltar a impressionar também.

A Prema conseguiu recuperar um pouco em relação ao Dia 4, com Arthur Leclerc a conseguir entrar no Top 10 e Jak Crawford algumas posições atrás. Já a Trident, campeã de 2021, colocou os seus 3 pilotos entre os 10 primeiros, a única a consegui-lo.

Nannini e Schumacher prosseguiram os seus dias, com desenvolvimentos positivos, enquanto que László Tóth ficou, pelo segundo dia consecutivo, como o mais lento dos 30 carros em sessão. Um desenvolvimento preocupante, dado o húngaro nem sequer ser um estreante completo…

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F3 – Resultado: 1. Collet (1m31s507) \ 2. Smolyar (1m31s824) \ 3. Colapinto (1m31s848) \ 4. Hadjar (1m31s855) \ 5. Staněk (1m31s935)

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F2 – Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1MP1m27s529Drugovich359
2Carlin1m27s820Lawson426
3Virtuosi1m27s838Doohan345
4Trident1m27s858Verschoor418
5Campos1m27s929Boschung449
6Prema1m27s945Daruvala329
7DAMS1m27s989Iwasa387
8ART1m28s021Pourchaire444
9Charouz1m28s027Fittipaldi307
10Hitech1m28s170Armstrong365
11Van Amersfoort1m28s352Hughes351
Barcelona \ 12-14 Abril 2022

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F3 – Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1MP1m31s507Collet367
2Van Amersfoort1m31s848Colapinto585
3Hitech1m31s855Hadjar485
4Trident1m31s935Staněk434
5ART1m32s002Saucy511
6Prema1m32s206Bearman387
7Campos1m32s380Martí451
8Jenzer1m32s759Alatalo434
9Charouz1m32s851Pizzi389
10Carlin1m32s935O’Sullivan479
Barcelona \ 15-16 Abril 2022




Ferrari começa com o pé direito – GP Bahrain 2022

20 03 2022

Tendo-se estreado na Fórmula 1 em 2004, como o primeiro país do Médio Oriente a receber um Grande Prémio, o Bahrain tem-se tornado um local de enorme importância para a categoria. O país paga muito bem pela honra de ser a abertura da temporada (e pelo exclusivo de pré-temporada, como se viu há umas semanas atrás), tem um circuito do agrado dos pilotos e a família real é a principal accionista da McLaren (cujo estatuto de segunda equipa mais velha ajuda a um certo nível de prestígio).

A influência bahrenita não está para diminuir, mesmo num contexto em que o Médio Oriente possui agora mais 3 países com contratos milionários na F1, já que uma renovação até um distante 2036 foi assinada antes sequer dos testes de Inverno.

Com a ação em pista a processar-se agora sob holofotes (desde 2014) em vez do Sol escaldante, o circuito de Sakhir possui boas infraestruturas, retas amplas e pontos de ultrapassagem claros, curvas desafiantes e muitos outros ingredientes que tornam esta uma das paragens favoritas do paddock, mesmo com o “peso extra” que provas da zona costumam atrair.

Mesmo antes do fim-de-semana começar chegaram várias notícias à volta da pandemia Covid-19. Sebastian Vettel testou positivo e teve que ser substituído por Nico Hülkenberg na Aston Martin, enquanto que Daniel Ricciardo anunciou já estar apto a correr no GP depois de ter falhado os testes. A sua equipa, a McLaren, anunciou também uma nova parceria com a Google (que fez aparecer logos da Android e Chrome no seu carro).

Ronda 1 – Grande Prémio do Bahrain 2022

Expectativas enormes rodeavam a realização do primeiro Grande Prémio do ano, e o GP do Bahrain 2022 não decepcionou.

Afinal, a ausência de ritmo Mercedes não era apenas um bluff. Os carros dos alemães pareciam dar um trabalho desgraçado a Lewis Hamilton e George Russell, sendo que o primeiro referiu que faltava à equipa velocidade pura em reta, apoio aerodinâmico na traseiro e uma solução para o porpoising constante. Não foi por acaso que ambos passaram todos os dias atrás das rivais e que festejaram o inesperado pódio efusivamente.

À sua frente estavam Ferrari e Red Bull. A Ferrari pareceu desde o primeiro momento ter o melhor carro que, especialmente nas mãos de Charles Leclerc, voava baixinho. Leclerc cilindrou o colega de equipa Carlos Sainz e foi o único adversário a sério de Max Verstappen. O piloto da Red Bull quase conseguiu roubar a pole position do rival mas nem mesmo duas tentativas de undercut nas boxes conseguiram fazer mais do que meramente dar algum trabalho extra a Leclerc. O monegasco conseguiu assim regressar aos triunfos depois de 2 anos e meio, para assumir a liderança do campeonato nesta primeira ronda.

Resultado que foi complementado pelo 2º lugar de Sainz no outro carro dos italianos. Ainda assim, o espanhol não foi muito efusivo: a margem para Leclerc foi ampla e apenas conseguiu o 2º posto com o cataclisma de fiabilidade de ambos os Red Bull. Verstappen e Sergio Pérez andaram sempre a fazer de sombra de ambos os Ferrari, só que problemas de fuel pump para ambos decretaram o fim cruel das suas provas a 3 e 1 voltas, respetivamente, do fim.

Os novos motores Red Bull também se deram mal no carro de Pierre Gasly, levando o francês da AlphaTauri a abandonar perto do fim quando seguia nos pontos (ao menos o outro carro conseguiu-os). Todos estes desaires foram ótimos para a Haas: Kevin Magnussen, que se qualificara num brilhante 7º lugar, terminou a corrida em 5º no seu regresso às pistas de F1, fazendo a última classificada (sem pontos) de 2021 somar logo 10 pontos. É preciso que Mick Schumacher mostre muito mais nas próximas provas sob pena de ver a sua imagem bem beliscada…

Alfa Romeo e Alpine completaram os lugares pontuáveis, com os primeiros a mostrarem ser uma das grandes surpresas da ronda inicial (que nem a terrível partida de Valtteri Bottas estragou, depois de um ótimo 6º em qualificação) e os segundos a parecerem ter uma boa base de trabalho para manter o seu 5º lugar no mundial de construtores.

Para as clientes de motores da Mercedes, o futuro próximo parece bem negro. Os 6 últimos lugares da corrida foram sempre de Aston Martin, McLaren e Williams. A ausência de Vettel até pode ter afetado a equipa, mas Lance Stroll ter sido batido em qualificação pelo substituto Nico Hülkenberg foi vergonhoso; enquanto que a McLaren se teve que debater com más decisões estratégicas e um Daniel Ricciardo ainda a recuperar da sua doença. Já a Williams parece não ter qualquer base decente da qual operar.

Vejamos como se alinham as forças em Jeddah dentro de uma semana.

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Qualificação: 1. Leclerc \ 2. Verstappen \ 3. Sainz \ 4. Pérez \ 5. Hamilton (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Leclerc \ 2. Sainz \ 3. Hamilton \ 4. Russell \ 5. Magnussen \ 6. Bottas \ 7. Ocon \ 8. Tsunoda \ 9. Alonso \ 10. Zhou (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Leclerc (26) \ 2. Sainz (18) \ 3. Hamilton (15) \ 4. Russell (12) \ 5. Magnussen (10) —– 1. Ferrari (44) \ 2. Mercedes (27) \ 3. Haas (10) \ 4. Alfa Romeo (9) \ 5. Alpine (8)

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Corrida anterior: GP Abu Dhabi 2021
Corrida seguinte: GP Arábia Saudita 2022

GP Bahrain anterior: 2021
GP Bahrain seguinte: 2023

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Fórmula 2 (Rondas 1-2) \ Favoritos Pourchaire e Lawson começam na frente

Ainda nem tinha começado como deve ser a qualificação e já havia um piloto a passar vergonhas: Ayumu Iwasa fez pião nos segundos iniciais e ficou preso na gravilha. O japonês compensaria o erro com uma brilhante recuperação de 14 lugares para o último lugar pontuável da corrida sprint do dia seguinte. O foco de sexta, no entanto, foi a pole position do estreante Jack Doohan da Virtuosi (apesar de valer a ena destacar a Carlin, com Logan Sargeant em 4º e Liam Lawson em 6º).

A pole inversa para o sprint coube a Felipe Drugovich, que a desperdiçou. O brasileiro até recuperou bem. Pelo menos, melhor que Jake Hughes da van Amersfoort, que teve uma prova bem acidentada (culminando em ter eliminado Marcus Armstrong, com direito a Safety Car, e a ser eliminado por Clément Novalak). Ralph Boschung teve uma prova de ataque permanente, conseguindo imiscuir o seu Campos onde não corre normalmente, e ainda mais Richard Verschoor. Verschoor escapou à confusão atrás de si e foi gerindo a sua vantagem para Jehan Daruvala para dar à Trident o seu primeiro triunfo de GP2/F2 desde 2016.

Nota especial para o abandono de Théo Pourchaire com problemas mecânicos, para a boa gestão de prova da Carlin que viu os seus dois pilotos recuperarem posições na fase final de prova, e para um desentendimento tonto de qualificação na entrada do pitlane Jüri Vips e Dennis Hauger.

No domingo de feature, vimos Vips e Boschung fazerem brilhantes partidas para atingirem os dois primeiros lugares da tabela. Um Safety Car para Frederik Vesti passou e no recomeço Boschung perdem posições para Doohan, Pourchaire e Lawson, enquanto que Iwasa recuperava muitas posições. Vips fugiu na liderança mas uma paragem nas boxes desastrosa atirou-o para a cauda do Top 10, de onde ainda conseguiu recuperar muito bem até ao pódio.

As boxes foram um lugar de desastres na prova. Doohan danificou o nariz do seu Virtuosi contra Pourchaire a sair das boxes e ficou arredado da luta; Dennis Hauger e Calan Williams tentaram aproveitar um SC mais tardio (para Verschoor) e acabaram a sair das suas boxes sem uma roda, atrasando os procedimentos. Sem mais tempo para o final, Pourchaire segurou Lawson e Vips, enquanto que Marcus Armstrong fez um bom final de prova e Iwasa deitou tudo a perder.

Destaque negativo ainda para Olli Caldwell: o britânico da Campos recebeu duas penalizações distintas, uma por não ter respeitado as distâncias no recomeço pós-SC e outra por limites de pista.

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Qualificação: 1. Doohan \ 2. Pourchaire \ 3. Vips \ … \ 8. Hughes \ 9. Verschoor \ 10. Drugovich

Resultado (Sprint): 1. Verschoor \ 2. Daruvala \ 3. Lawson \ 4. Boschung \ 5. Drugovich \ 6. Sargeant \ 7. Vips \ 8. Iwasa (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Pourchaire \ 2. Lawson \ 3. Vips \ 4. Boschung \ 5. Armstrong \ 6. Drugovich \ 7. Sargeant \ 8. Nissany \ 9. Hughes \ 10. Doohan (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Pourchaire (25) \ 2. Lawson (24) \ 3. Vips (18) \ 4. Boschung (17) \ 5. Drugovich (12) —– 1. Carlin (33) \ 2. Hitech (28) \ 3. ART (25) \ 4. Campos (17) \ 5. MP (12)

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Corrida anterior: Abu Dhabi 2021 \ Rondas 22-23-24
Corrida seguinte: Arábia Saudita 2022 \ Rondas 3-4

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Fórmula 3 (Rondas 1-2) \ Vitórias francesas na primeira ronda

Com os testes liderados por estreantes, não foi exatamente surpreendente ver um deles em pole position. O que surpreendeu foi ser o argentino Franco Colapinto ao volante da equipa estreante, a van Amersfoort. Kush Maini foi outro destaque em 3º, mas acabaria desclassificado por não se ter ido pesar a meio da sessão conforme devia, enquanto que um bloqueio bem feio de Ayrton Simmons a Alexander Smolyar, tramaria ambos (Simmons com uma penalização na grelha e Smolyar com a interrupção da sua volta).

Os ART tinham-se qualificado bem (4º, 5º e 6º) mas viram Grégoire Saucy provocar um furo a Victor Martins durante a corrida sprint (que o faria perder 3 lugares para a prova feature). Foi um de vários incidentes penalizáveis: Niko Kari pôs-se em contramão depois do fim (por ter falhado a entrada nas boxes) será penalizado em 5 lugares, e Oliver Bearman liderou quase toda a prova apenas para ser penalizado em 5 segundos por exceder em demasia os limites de pista.

Arthur Leclerc reperou-se de uma qualificação desapontante para fazer várias excelentes ultrapassagens (incluíndo uma a David Vidales) e conseguiu assim terminar em 5º, Alexander Smolyar fez também uma boa progressão que culminou numa passagem para 3º sobre Zane Maloney, e Kush Maini recuperou uns impressionantes 15 lugares durante a corrida. O vencedor Isack Hadjar ascendeu de 4º a 2º com qualidade e acabaria a herdar a vitória.

Para a prova feature havia sempre a ideia no ar de que Colapinto teria dificuldade em conter os adversários mais experientes à sua frente e assim foi. A prova começou com um SC devido a incidentes vários, e pouco depois veria um SC Virtual (mais um furo sem culpa própria para Staněk, devido a Smolyar). O MP de Smolyar acabaria por não ter resposta para o ritmo do ART de Juan Manuel Correa e para o Prema de Arthur Leclerc, afundando-se depois por provocar um furo também ao vencedor da sprint (Hadjar).

Perto do final houve uma disputa entre Martins e Colapinto, que demorou o suficiente para permitir a aproximação de Leclerc (que fez uma notável de recuperação ao longo da corrida). Também Jak Crawford, Simmons, Maini e Alatalo fizeram boas recuperações, com o último a fazer uma excelente manobra contra Crawford e Vidales.

Colapinto e acabaria a perder o pódio por uma penalização de 5 segundos devido a desrespeitar os limites de pista, enquanto que Enzo Trulli sofreu uma de 10 segundos por colisão.

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Qualificação: 1. Colapinto \ 2. Staněk \ 3. Maini \ … \ 10. Vidales \ 11. Bearman \ 12. O’Sullivan

Resultado (Sprint): 1. Hadjar \ 2. Bearman \ 3. Smolyar \ 4. Maloney \ 5. Leclerc \ 6. O’Sullivan \ 7. Collet \ 8. Frederick \ 9. Correa \ 10. Vidales (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Martins \ 2. Leclerc \ 3. Saucy \ 4. Correa \ 5. Colapinto \ 6. Bearman \ 7. Crawford \ 8. Vidales \ 9. Alatalo \ 10. Frederick (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Martins (25) \ 2. Leclerc (24) \ 3. Bearman (17) \ 4. Saucy (15) \ 5. Correa (14) —– 1. ART (54) \ 2. Prema (47) \ 3. Hitech (14) \ 4. MP (12) \ 5. Van Amersfoort (10)

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Corrida anterior: Rússia 2021 \ Rondas 19-20-21
Corrida seguinte: Emilia Romagna 2022 \ Rondas 3-4

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Fontes:
F1 \ Renovação de contrato F1 Bahrain
F3 \ Penalizações Maini e Simmons
McLaren \ Parceria com Google
The Guardian \ Vettel fora





Jovens Red Bull impressionam no deserto – Testes F2/F3

4 03 2022

Com uma semana de pausa entre os dois testes da Fórmula 1, coube à Fórmula 2 e 3 entreter os fãs de automobilismo com as suas próprios sessões de pré-temporada. Realizados em Sakhir, estes testes iam sempre servir mais para verificar o nível de preparação dos pilotos das categorias que dos carros, uma vez que não haviam diferenças de chassis em relação aos últimos anos da categoria.

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Dia 1

Primeiro dia e Prema na frente. Tudo normal até aqui. Jehan Daruvala fez uso do seu estuto como um dos mais experientes na Fórmula 2 para liderar o primeiro dia de testes da temporada. O colega estreante e campeão em títula da F3, Dennis Hauger, completou o trio da frente.

Os outros dois estreantes em lugares cimeiros foram Calan Williams (algo surpreendente, considerando que a Trident não é uma grande força na F2) e Logan Sargeant (que ficou a 5 milésimas do rápido colega de equipa na Carlin, Liam Lawson).

Com mais de metade da grelha a consistir de estreantes (à boa moda da categoria), a Fórmula 3 arrancou os seus testes com grandes expectativas sobre quem seriam os elos mais fortes deste ano. A resposta acabou por ser Zane Maloney, estreante da Trident (campeã de equipas do ano passado) e campeão de F4 Britânica de 2021. Atrás dele seguia outro estreante, William Alatalo (com nacionalidade etíope e finlandesa), da Jenzer, que se mostrou bem melhor que os colegas de equipa.

A Prema fez uma das suas figuras habituais: os 3 carros ficaram no Top 10 (única a consegui-lo no primeiro dia), enquanto que a Van Amersfoort colocou os seus dois estreantes nos 10 primeiros (Franco Colapinto e Reece Ushijima) na sua estreia de F3. Uma última nota ainda para Alexander Smolyar ter que correr sem bandeira russa e Juan Manuel Correa teve um teste inconclusivo de Covid-19 (logo não participou).

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F2 – Resultado: 1. Daruvala (1m42s074) \ 2. Williams (1m42s590) \ 3. Hauger (1m42s602) \ 4. Lawson (1m43s478) \ 5. Sargeant (1m43s483)

F3 – Resultado: 1. Maloney (1m47s614) \ 2. Alatalo (1m47s783) \ 3. Crawford (1m47s799) \ 4. Staněk (1m47s854) \ 5. Colapinto (1m47s943)

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Dia 2

Na Fórmula 2 o segundo dia foi de demonstrações de excelente ritmo da Carlin. Lawson liderou por 4 décimas de segundo sobre o adversário mais próximo (um impressionante Ralph Boschung da Campos) e viu o seu colega estreante Sargeant ficar mais uma vez no Top 5. Théo Pourchaire, outro dos favoritos ao título também deu um ar da sua graça ao fazer o mesmo tempo à milésima que o 2º classificado.

O teste chegou a ser interrompido, com paragens em pista de Amaury Cordeel e Ayumu Iwasa. A Prema, por uma vez, pareceu menos impressionante mas a Virtuosi voltou a mostrar um ritmo sólido com Doohan a integrar o pelotão dos 5 primeiros.

Três carros entre os 5 primeiros colocaram a ART numa posição muito vantajosa para o segundo dia da Fórmula 3. Victor Martins liderou o assalto dos franceses, com Grégoire Saycy em 4º e o recuperado Correa em 5º. O líder absoluto foi o Hitech de Isack Hadjar, um bom prémio para uma equipa que viu o seu acionista maioritário (Dmitry Mazepin) ter que largar a equipa novamente em Oliver Oakes a meio das sanções a empresários russos pela invasão russa da Ucrânia.

A sessão (que terminou um pouco mais cedo após colisão entre Cohen e Correa) foi liderada por uma variedade de pilotos antes de assentar na sua classificação final, que viu o líder do dia anterior (Maloney) colocar-se em 6º, enquanto que pilotos mais bem cotados como Alexander Smolyar colocarem-se em posições mais condizentes com o seu talento.

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F2 – Resultado: 1. Lawson (1m41s623) \ 2. Boschung (1m42s096) \ 3. Pourchaire (1m42s096) \ 4. Sargeant (1m42s133) \ 5. Doohan (1m42s144)

F3 – Resultado: 1. Hadjar (1m47s516) \ 2. Martins (1m47s602) \ 3. Edgar (1m47s629) \ 4. Saucy (1m47s804) \ 5. Correa (1m47s834)

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Dia 3

Uma tempestade de areia ditaria que a Fórmula 2 só conseguiria correr durante a manhã em Sakhir, o que ajuda a explicar os tempos bastante elevados dos pilotos. Os MP acabariam com uma dobradinha, liderada por Felipe Drugovich, enquanto que a Carlin manteve as suas boas indicações do conjunto dos outros dias, ficando com ambos os carros no Top 5 mais uma vez (e sendo a única equipa a descer do segundo 42).

A Prema continua com força mas as dúvidas incidem sobre um dos favoritíssimos da temporada, Théo Pourchaire, que conseguiu sempre andar com bom ritmo. Os estreantes Doohan e Vesti também serão interessantes de manter debaixo de olho.

O último dia da Fórmula 3 foi uma confirmação da força da ART pelo segundo dia consecutivo, com Saucy e Martins, e o dia em que finalmente se viu a MP a mostrar alguma da sua rapidez do ano anterior, com Collet e Smolyar. O tempo mais rápido, no entanto, voltou a ir para o Hitech de Hadjar, que assim se assume como o alvo a abater para a primeira corrida sprint do ano.

A julgar pela tabela do progresso total, parece que as 5 primeiras equipas deverão ser as mesmas de 2021, mas talvez bem mais próximas umas das outras, com MP, ART e Hitech capazes de dar mais dores de cabeça à Prema e Trident.

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F2 – Resultado: 1. Drugovich (1m44s911) \ 2. Novalak (1m45s883) \ 3. Vips (1m45s978) \ 4. Lawson (1m46s114) \ 5. Sargeant (1m46s761)

F3 – Resultado: 1. Hadjar (1m47s247) \ 2. Crawford (1m447s628) \ 3. Saucy (1m47s719) \ 4. Collet (1m47s782) \ 5. Smolyar (1m47s909)

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F2 – Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1Carlin1m41s623Lawson331
2Prema1m42s074Daruvala305
3Campos1m42s096Boschung308
4ART1m42s096Pourchaire343
5Virtuosi1m42s144Doohan310
6MP1m42s273Drugovich276
7Trident1m42s297Verschoor274
8Van Amersfoort1m42s483Hughes269
9Hitech1m42s565Vips242
10Charouz1m42s729Bölükbaşı260
11DAMS1m43s083Nissany307
Sakhir \ 2-4 Março 2022

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F3 – Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1Hitech1m47s247Hadjar475
2ART1m47s602Martins497
3Trident1m47s614Maloney516
4Prema1m47s628Crawford531
5MP1m47s782Collet516
6Jenzer1m47s783Alatalo445
7Carlin1m47s918O’Sullivan470
8Van Amersfoort1m47s943Colapinto521
9Campos1m47s971Vidales494
10Charouz1m48s158Pizzi453
Sakhir \ 2-4 Março 2022