Mesmo com caos, Verstappen vence – GP Austrália 2023

3 04 2023

Quando há um ano a Fórmula 1 visitou a Austrália Charles Leclerc tornou-se vencedor do Grande Prémio, esticando a sua liderança de campeonato para 38 pontos sobre George Russell e vendo o campeão em título (Max Verstappen) abandonar pela segunda vez em três provas, com a correspondente preocupação com a fiabilidade da Red Bull. O resto de 2022 tratou de eliminar esta impressão, com um segundo título facilitado para Verstappen.

Com uma expectativa de algo de diferente para a prova de 2023, o Albert Park recebeu mais uma vez o circo mundial da F1 para a prova australiano, depois de ter realizado há um ano obras bastante extensivas para aumentar as possibilidades de ultrapassagem. O circuito semi-citadino tem sido a casa australiano da categoria desde 1996, quando substituiu outro circuito de características semelhantes, o de Adelaide.

Em 2023, trouxe uma novidade: contará também com corridas de Fórmula 2 e Fórmula 3, o que proporcionou a Jack Doohan a possibilidade de correr em casa. Quem também correu em casa foi Oscar Piastri na F1, apesar das dúvidas gerais sobre que género de receção receberia, tendo em conta que foi o “responsável” por correr com o popular Daniel Ricciardo da categoria.

Entre provas, chegou a notícia de um enorme reshuffle da estrutura técnica da McLaren, que retirou James Key das funções de diretor técnico.

Ronda 3 – Grande Prémio da Austrália 2023

Não é costume o GP da Austrália providenciar grandes confusões da maneira como o fez em 2023. Os treinos livres, com direito a chuva na sexta-feira à tarde, deram logo o mote. Foram múltiplas as saídas de pista que se observaram e o principal ponto de interesse acabou por chegar no sábado, quando Sergio Pérez saiu largo e ficou preso na gravilha no Q1, condenando-o a partir de último enquanto o colega de equipa, Max Verstappen, fazia pole position pela primeira vez na Austrália.

O início de corrida viu outro piloto terminar na gravilha: Charles Leclerc, num mero incidente de corrida com Lance Stroll, viu o seu mau início de campeonato conhecer o segundo abandono em três provas. O Safety Car entrou em ação e acabaria por ter de regressar algumas voltas depois para o despiste de Alexander Albon (quando o Williams circulava confortavelmente nos lugares pontuáveis), que deixou gravilha em farta no asfalto.

Acabou por se gerar uma bandeira vermelha, que travou as aspirações de George Russel (que tinha saltado para a liderança no arranque, seguido do colega de equipa) e de Carlos Sainz, devido a ambos terem parado durante o SC e terem sido apanhados desprevenidos pela paragem da prova.

Não demorou muito para, após o recomeço, Verstappen passar Lewis Hamilton, ainda que o britânico tenha feito uma prova muito competente, deixando a Mercedes com confiança no seu desempenho nas próximas corridas (mas dúvidas no que toca a fiabilidade, dada a expiração estrondosa do motor no carro de Russell).

Mais atrás lutas interessantes multiplicavam-se, com os McLaren a compensarem a sua menor performance de qualificação com o envolvimento em lutas com Yuki Tsunoda e Esteban Ocon pelos lugares pontuáveis finais, ao mesmo tempo que Carlos Sainz e Pierre Gasly se equiparavam na luta por 5º e Pérez prosseguia com implacabilidade a sua recuperação desde o último lugar.

Foi aí que chegou o incidente de Kevin Magnussen com a barreira, que fez perder um pneu e parar num sítio perigoso a muito poucas voltas do fim. Isto levou os comissários a iniciarem uma bandeira vermelha e a programarem uma nova partida para um sprint de 3 voltas. E foi aí que chegou o caos atrás dos 2 primeiros.

Sainz acertou em Alonso e atirou-o para o fim; Gasly travou tarde e no regresso à pista acabou por colidir com Ocon, acabando com o que estava a ser uma ótima prova de ambos os Alpine; Stroll saiu para a gravilha mais adiante; Logan Sargeant bloqueou os travões e eliminou-se a si e a Nyck de Vries de prova.

Nova bandeira vermelha viu grandes discussões gerarem-se entre as equipas e os comissários, com Alonso a liderar os protestos por querer uma reversão para a ordem antes da partida por ainda não ter sido completados metros suficientes até à interrupção. E assim foi. Todos os carros (menos os Alpine, de Vries e Sargeant) fizeram uma volta final atrás de SC e terminaram. Com a penalização de Sainz (com que o espanhol ficou inconformado), a ordem final ficou definida.

Verstappen venceu num dia em que Pérez limitou os estragos em 5º, Hamilton e Alonso completaram o pódio seguidos de Stroll, enquanto que a McLaren pontuou pela primeira vez no ano e conseguiu ascender a 5º no campeonato por ambos os pilotos terem pontuado. Hülkenberg fez uma sólida prova para chegar em 7º (ainda que a Haas tenha chegado a protestar a decisão de reverter a ordem, porque isso poderia ter-lhe dado 3º), enquanto que Zhou e Tsunoda pontuaram pela primeira vez no ano em 9º e 10º, respetivamente.

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Qualificação: 1. Verstappen \ 2. Russell \ 3. Hamilton \ 4. Alonso \ 5. Sainz (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Hamilton \ 3. Alonso \ 4. Stroll \ 5. Pérez \ 6. Norris \ 7. Hülkenberg \ 8. Piastri \ 9. Zhou \ 10. Tsunoda (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (69) \ 2. Pérez (54) \ 3. Alonso (45) \ 4. Hamilton (38) \ 5. Sainz (20) —– 1. Red Bull (123) \ 2. Aston Martin (65) \ 3. Mercedes (56) \ 4. Ferrari (26) \ 5. McLaren (12)

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Corrida anterior: GP Arábia Saudita 2023
Corrida seguinte: GP Azerbaijão 2023

GP Austrália anterior: 2022

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Fórmula 2 (Rondas 5-6) \ Poles seguram liderança em provas mexidas

A primeira prova australiana da F2 viu a famosa imprevisibilidade da categoria ser colocada em destaque nas duas corridas deste fim-de-semana. Pole inverso, Dennis Hauger apenas teve que se defender de um único ataque de Jak Crawford no sprint porque daí em diante apenas teve que controlar a distância para o americano. Já Kush Maini teve um caminho bem mais difícil para o pódio, tendo que lutar com unhas e dentes contra Arthur Leclerc para o conseguir.

Pingos de chuva no final da etapa complicaram a vida de quem arriscou parar para pneus de chuva, como Roman Staněk e Théo Pourchaire, mas foram vários os outros que saíram de pista. Houve ainda espaço para um SC devido a um pião do homem da casa, Jack Doohan.

Já no domingo de manhã foi a vez de outro pole rumar para a vitória: Ayumu Iwasa segurou as investidas de Pourchaire para vencer a feature e assumir a liderança do campeonato. Leclerc, por sua vez, compensou a sua perda do pódio do dia anterior com um na feature. Todos estes fizeram uso de um SC Virtual para saltar mudar de pneus (VSC criado para retirar o carro preso de Crawford, após incidente com Doohan).

Devido a acidente de Roy Nissany, o SC voltaria. O que provocou o caos de pilotos que pararam e não conseguiram evitar despistes devido a temperaturas muito baixas (com destaque para o violento embate de Enzo Fittipaldi e o despiste no recomeço de Hauger). O uso de pneus macios permitiu a Frederik Vesti passar Zane Maloney para 4º, enquanto que Juan Manuel Correa pontuou no seu ano de regresso à F2.

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Qualificação: 1. Iwasa \ 2. Pourchaire \ 3. Martins \ … \ 8. Maini \ 9. Crawford \ 10. Hauger

Resultado (Sprint): 1. Hauger \ 2. Crawford \ 3. Maini \ 4. Leclerc \ 5. Maloney \ 6. Hadjar \ 7. Bearman \ 8. Vesti (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Iwasa \ 2. Pourchaire \ 3. Leclerc \ 4. Vesti \ 5. Maloney \ 6. Daruvala \ 7. Verschoor \ 8. Doohan \ 9. Maini \ 10. Correa (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Iwasa (58) \ 2. Pourchaire (50) \ 3. Vesti (42) \ 4. Boschung (33) \ 5. Leclerc (33) —– 1. DAMS (91) \ 2. ART (67) \ 3. MP (62) \ 4. Campos (59) \ 5. Prema (45)

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Corrida anterior: Arábia Saudita 2023 \ Rondas 3-4
Corrida seguinte: Azerbaijão 2023 \ Rondas 7-8

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Fórmula 3 (Rondas 3-4) \ Bortoleto estica-se na liderança

De manhã na Austrália, e, portanto, a horas impróprias para quase todo o mundo, a F3 começou o seu caminho na Austrália.

A primeira prova, com Sebastián Montoya em pole inversa, começou com relativa calma (apesar de uma saída de pista de Oliver Goethe). Não demorou muito até que Franco Colapinto acabasse por passar o rival, altura em que o acidente de Ido Cohen ativou o SC. Depois disso, houve direito a uma excelente ultrapassagem de Zak O’Sullivan sobre Montoya para 2º.

Esta passagem acabaria por valer-lhe a vitória após a prova porque Colapinto acabou desclassificado por questões técnicas, enquanto que na Prema dois pilotos se desentendiam em pista (Dino Beganovic e Paul Aron).

No dia seguinte, o excelente Gabriel Bortoleto foi segurando diferentes níveis de pressão da parte de Grégoire Saucy para garantir uma vitória em que teve que lidar com vários reinícios atrás de SC (a maior parte devido a desatenções atrás de SC, como com Kaylen Frederick). Gabriele Minì completou o pódio, numa dia em que o vencedor da prova ampliou a sua vantagem no campeonato.

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Qualificação: 1. Bortoleto \ 2. Saucy \ 3. Minì \ … \ 10. Collet \ 11. Goethe \ 12. Montoya

Resultado (Sprint): 1. O’Sullivan \ 2. Montoya \ 3. Aron \ 4. Minì \ 5. Beganovic \ 6. Bortoleto \ 7. Fornaroli \ 8. Saucy \ 9. Mansell \ 10. Frederick (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Bortoleto \ 2. Saucy \ 3. Minì \ 4. Fornaroli \ 5. O’Sullivan \ 6. Aron \ 7. Martí \ 8. Browning \ 9. Barnard \ 10. Mansell (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Bortoleto (58) \ 2. Saucy (38) \ 3. Beganovic (28) \ 4. Minì (28) \ 5. Martí (25) —– 1. Trident (100) \ 2. Prema (70) \ 3. Hitech (54) \ 4. ART (45) \ 5. Campos (29)

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Corrida anterior: Bahrain 2023 \ Rondas 1-2
Corrida seguinte: Mónaco 2023 \ Rondas 5-6





Red Bull na frente nos testes, mas essa é a única certeza

28 02 2023

2022 tinha prometido muito, mas a verdade é que uma temporada na qual apenas uma equipa fora do Top 3 consegue um único pódio dificilmente pode ser classificada como uma época entusiasmante. Para este ano as expectativas serão de uma aproximação das rivais aos eternos líderes, mas será essa uma expectativa razoável?

A temporada chega numa altura em que Mohammed ben Sulayem dá um passo atrás no seu envolvimento (excessivo) na categoria, e em que a FIA procura atingir um novo equilíbrio no seu relacionamento com a FOM.

Falando da FIA, esta criou várias alterações nos regulamentos desportivos, com testagem de novos pneus de chuva a partir de Imola, menos restrições de rádio, modificações a circuitos e zonas de DRS, ajustes no teto orçamental e acesso facilitado para auditorias da FIA.

Mudanças na Ferrari terão sido no timing certo?

A única coisa mais impressionante do que a maneira como a Ferrari abriu 2022 com uma sequência de ótimos resultados foi seguida de uma ainda mais impressionante hecatombe de resultados, em que vitórias desperdiçadas por motivos de estratégia deram lugar a vitórias desperdiçadas por entretanto o carro italiano já não ser o mais competitivo do pelotão.

Há mérito da Red Bull neste quesito, com uma eficiência diabólica, mas a sensação geral de oportunidade desperdiçada (e recusa em assumir erros) fez Frédéric Vasseur assumir os comandos da Scuderia. A retirada de um líder italiano pela entrada de um francês é notória e acarreta consigo a possibilidade de um começo de fresco. Mas, mesmo não sendo particularmente justo, Vasseur não conseguirá segurar o lugar se o trabalho que até Dezembro era de Mattia Binotto não der resultados concretos…

E no meio de tudo está uma Mercedes desejosa de conseguir voltar a assumir o protagonismo no campeonato.

Os testes de pré-temporada, para já, pintam um quadro bem risonho para a Red Bull. A AMuS noticia o motivo desta vantagem como a capacidade do RB19 em conseguir correr bem mais perto do chão que as rivais, o que deixa Max Verstappen numa posição bem confortável para tentar chegar a um tricampeonato (Sergio Pérez deverá manter-se como plano de contingência, com Daniel Ricciardo a observar tudo bem de perto no seu papel de piloto de testes).

Para a Mercedes vê-se uma performance bem mais consistente que a de 2022, ainda que com bem menores problemas de porpoising. Só que crê-se que o verdadeiro potencial do carro só será descoberto com atualizações em Baku nos monolugares de Lewis Hamilton e George Russell. Já a Ferrari pareceu difícil de localizar, com alguns acertos de setup a serem necessários para conseguir estabelecer a performance de um carro que parece fiável e rápido, mas uns furos abaixo do Red Bull.

Trabalho difícil para Charles Leclerc e Carlos Sainz, portanto.

Harmonia difícil na Alpine

Já é piada recorrente do paddock referir que a estrutura da Alpine corre já em vários planos de 5 anos. Apesar de se ter integrado em 2016 com promessas de competitividade em 5 anos, a Renault avisou logo que o primeiro ano não contava (o projeto era pouco mais que um fraco Lotus). Depois chegou Daniel Ricciardo e o tal plano começaria aí (2019). Ricciardo saiu, Fernando Alonso entrou e o nome mudou para a Alpine, e os franceses insistiram que queriam ser tratados como nova equipa e novo projeto de 5 anos (em 2021).

Agora, com a saída de Alonso, a conversa parece ter feito um novo reset. Contas feitas, a Alpine está no 8º ano de projeto como equipa de fábrica, mas a insistir que é uma jovem equipa promissora.

As trapalhadas com a situação contratual de Oscar Piastri, de facto, pareceram de novatos. Sabe-se lá como, Otmar Szafnauer conseguiu manter o seu posto na liderança da equipa. Nem tudo foi um desastre na verdade: o 4º lugar à frente da McLaren nunca pareceu excessivamente em perigo e Pierre Gasly é um ótimo prémio de consolação para substituir Alonso (com Esteban Ocon no outro lado da garagem). Até os abandonos de 2022 têm um ponto positivo, dado que as restrições de alterações à unidade de potência não se aplicam a motivos de fiabilidade.

2023 tem que ser o ano em que a mais fraca das equipas de fábrica consegue bem melhor do que fazer apenas um terço dos pontos da Mercedes. Os testes não conseguiram revelar quase nada. O carro esteve sempre entre os mais lentos das sessões, ainda que se acredite que terão sido das equipas que mais escondeu o jogo.

Os britânicos

Duas das maiores construtoras britânicas, mas que na F1 compram os seus motores à Mercedes, têm um problema muito semelhante: a estagnação dos seus resultados e como invertê-la.

As escalas são diferentes, claro. A McLaren terminou em 3º lugar m 2020, 4º em 2021 e 5º em 2022. O único pódio fora das 3 primeiras equipas até pertenceu aos britânicos, mas a tendência decrescente é difícil de disputar. Pelo segundo ano seguido, queixam-se de o projeto inicial ainda não estar bem ao gosto da estrutura, uma falha que já tem solução à vista para o próximo ano, quando o túnel de vento novo estará finalmente em ação.

O facto de Zak Brown já ter vindo a púlico referir que o MCL60 está abaixo dos indicadores de performance desejados pela própria equipa parecem indicar que será um início de ano doloroso para Woking. Uma situação que deverá frustrar Lando Norris e aliviar Oscar Piastri (ao colocar menos pressão por cima dos seus ombros).

Já a Aston Martin começou 2022 com um ritmo absolutamente catastrófico, mas ganhou muitos pontos de consideração da parte dos rivais pela maneira como a equipa técnica de Dan Fallows soube encurtar a distância para os lugares pontuáveis em tão curto espaço de tempo. A verdade é que já foram 2 dos 5 anos da estreia dos britânicos, e dois 7º lugares em 10 equipas são o saldo da estrutura. O facto de esta queda ocorrer com Lance Stroll blindado a um dos monolugares não tem passado despercebido.

Mas a verdade é que o lado da garagem de onde se espera o melhor em pista é no de Fernando Alonso, que provocou o caos na Alpine para fazer uma derradeira e arriscada manobra de bastidores, em busca do seu 3º título mundial. A gestão emocional do piloto dará grandes dores de cabeça à equipa, mas a boa forma contínua dele será uma boa compensação.

Sem ninguém contar com isso, a Aston foi um dos grandes destaques dos testes. Isto tanto pelo facto de Felipe Drugovich ter tido que substituir Lance Stroll (lesão), como pelo facto de o AMR23 ter mostrado um ritmo muito interessante, que até leva alguns analistas a considerá-los ao nível dos Mercedes.

Quem nada tem a perder

Com uma temporada bem difícil para a pequena estrutura italiana, a AlphaTauri saiu bem feliz dos 3 dias de testes. Sem a grande referência de Gasly, caberá ao conjunto de Yuki Tsunoda e Nyck de Vries conseguirem fazer uso de um AT04 mais competitivo e que terminou o seu tempo no Bahrain como o que mais quilómetros acumulou. Isto numa altura em que a Red Bull tem estado a ponderar vender a equipa ou relocalizá-la.

Tsunoda e de Vries terão boas oportunidades para mostrar serviço em 2023, oportunidades essas que precisarão de concretizar de modo a afastarem a ameaça da intromissão da enorme quantidade de jovens Red Bull que desponta na F2.

Quem não tem quase nada a provar é a dupla da Haas. Nico Hülkenberg e Kevin Magnussen já abandonaram a categoria antes e não estarão excessivamente preocupados em voltar a fazê-lo se a equipa americana lhes criar problemas. Como dupla competente que aparenta ser vista de fora, esta estará sempre dependente do nível de desenvolvimento ao longo do ano que o VF-23 será capaz de demonstrar.

A outra cliente Ferrari, a Alfa Romeo, está num momento de transição bem curioso: a Alfa em si abandonará no final do ano e não possui nenhum poder de decisão, para passar posteriormente a controlo Audi. Isto significa que Valtteri Bottas e Guanyu Zhou terão que mostrar serviço de forma bem evidente para provar ao novo chefe, Andreas Seidl, que merecem continuar ao volante quando os manda-chuvas passarem para o lado alemão.

As boas notícias são que a performance do mais recente produto de Hinwill chegou a liderar um dos dias de testes (com várias condicionantes, claro) e que pareceu disposta a permitir aos seus pilotos puxar por ele.

Isto deixa apenas a Williams, que despediu a sua chefia nos meses iniciais deste ano depois de ter voltado a terminar em última no campeonato, tendo agora de se ver que género de chefia será a de James Vowles (chegado da Mercedes), que conta com um competente Alexander Albon e uma incógnita ligeira Logan Sargeant (que terá que provar que a antiga chefia acertou em algo, com a sua escolha).

F2 – Pourchaire permanece, mas não terá vida fácil

2023 chega para a Fórmula 2 com um piloto que tem mais do que o favoritismo, tem também a obrigação de ser campeão. Théo Pourchaire foi capaz de ótimas performances em 2022 mas foi errático em diversos momentos e terminou num vice-campeonato manifestamente insuficiente para obter um assento de F1 na Alfa Romeo. A decisão de mais uma temporada de F2 poderá ser arriscada, até se se vir batido por um estreante à semelhança de Robert Shwartzmann em 2021.

Ao lado de Pourchaire está o campeão de F3 de 2022, Victor Martins, o que confere à ART possivelmente a melhor dupla da grelha deste ano.

Ainda assim, existe espaço para surpresas nas restantes estruturas. Hitech e Carlin apostam em duplas inteiramente pertencentes à Red Bull (que está representada por uns estonteantes 6 pilotos na F2), que poderão estar em grande nível (com especial destaque para um Isack Hadjar deserto de poder vingar o título de F3 perdido).

Apesar de apenas se ter estreado em 2022 apenas, a Van Amersfoort surpreendeu durante os testes deste ano com Richard Verschoor a liderar a tabela de tempos. Já a contratação, mais sentimental que racional, de Juan Manuel Correa poderá não trazer os frutos esperados. Já a permanência do bem-cotado Jack Doohan na Virtuosi percebe-se por um lado, ainda que provavelmente seja demasiado piloto para a estrutura em que está (e definitivamente muito mais do que o novo colega Amaury Cordeel conseguirá lidar…).

F3 – Testes deixam Saucy como favorito

Com a tradicional saída de mais de metade da grelha ao final do ano (quer para F2 ou para a obscuridade), a Fórmula 3 mais uma vez contou com a renovação das suas fileiras com alguns dos mais promissores jovens talentos das categorias de base. Falamos de pilotos cujas performances deverão impressionar, como Dino Beganovic da academia Ferrari, Nikola Tsolov da academia Alpine ou Sebastián Montoya da academia Red Bull.

Mas não se pense que o “perigo” não poderá vir dos pilotos que andam no seu segundo ano de categoria. Grégoire Saucy que o diga, tendo dominado os testes de pré-temporada de Fevereiro no seu ART, depois de um falso arranque na temporada de 2022. Franco Colapinto, que melhorou da estreante Van Amersfoort para a competente MP, também terá uma palavra a dizer agora que integra a academia Williams (tal como Zak O’Sullivan).

Para pilotos nas equipas do fundo da grelha, o objetivo é simples: mostrar serviço para que as Prema e Trident da vida os contratem para 2024. Neste quesito vale a pena manter a atenção em homens como Roberto Faria, Oliver Gray ou Taylor Barnard.





Lançamentos 2023 – Williams FW45

7 02 2023

Tem sido um Inverno extremamente caótico para a Williams. A reestruturação que estava a ser levada a cabo sob a direção de Jost Capito foi considerada deficitária pela Dorilton, que despachou o alemão ainda antes do final do ano. O seu novo substituto veio da Mercedes: James Vowles. Líder estratégico da marca alemã há largos anos, Vowles não conseguia subir mais na equipa de Brackley devido à permanência de Toto Wolff e agarrou com ambas as mãos a oportunidade de liderar a Williams.

O input de Vowles dificilmente entrará nas contas deste novo FW45, apresentado hoje. O monolugar vem das direções técnicas de FX Demaison (que também abandonou o cargo com Capito) e aparenta ser uma evolução da versão B do FW44, com inspirações claras no projeto da Red Bull.

Alexander Albon continuará o seu cargo de líder de equipa, agora com o estreante Logan Sargeant no outro lado da garagem. O abandono de Nicholas Latifi ditou um abandono dos grandes patrocinadres da estrutura, mas a equipa britânica soube assinar um nome de peso: a Gulf, de saída da McLaren.

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Fonte:
F1 \ Apresentação Williams





Top 5 – Fórmula 2 em 2022

27 11 2022

A percepção geral do paddock foia de uma temporada de Fórmula 2 com menor qualidade que a do ano anterior. Isto não é exatamente um insulto aos pilotos deste ano. 2022 foi um ano de transição, com uma mão cheia de pilotos no seu terceiro ano ou mais acompanhados de estreantes que dificilmente conseguiriam assumir um maior protagonismo sem conseguirem um início a todo o gás.

Ainda assim, foi um ano em que os favoritos deixaram algo a desejar. Liam Lawson não conseguiu aproveitar a abertura de uma vaga na AlphaTauri para 2023 apesar de ser o mais bem-colocado dos jovens Red Bull porque… isso não significou muito em 2022. Dennis Hauger não soube converter um lugar na Prema em consistência, Jehan Daruvala não conseguiu que a sua terceira temporada de F2 fosse vitoriosa, Ayumu Iwasa ainda se estava a estrear (com sucesso) e Jüri Vips fez um comentário perfeitamente evitável que lhe arruinou a carreira num livestream.

Mesmo nas outras academias, os favoritos caíram pela falta de consistência. Théo Pourchaire tinha tudo para ter feito de 2022 uma temporada para mais tarde recordar, desde um pouco cotado Guanyu Zhou na F1 com a Alfa Romeo (que poderia substituir) até uma grelha quase impossível de o bater na F2.

Quase. Porque Felipe Drugovich esteve num nível impossível de bater na sua temporada de regresso à MP Motorsport, elevando-os (basicamente) sozinho até ao título de equipas também. A Carlin acabaria por se ter que contentar com o vice-campeonato, com Lawson e o americano Logan Sargeant. Já a Van Amersfoort conseguiu não ser último na sua estreia (apesar de trocas constantes de pilotos), deixando essa “honra” para uma Campos que não conseguiu recuperar de uma lesão de pescoço crónica do seu talismã Ralph Boschung.

1 – Jack Doohan

Sendo que a equipa Virtuosi perderia os seus dois pilotos para 2022, pouco era esperado do estreante (fez um par de provas em 2020, mas…) Jack Doohan neste primeiro ano (até porque ao seu lado tinha o pouco cotado Marino Sato). Pontos nos primeiros 3 fins-de-semana já foram um bom ponto de partida, colocando-o no mesmo patamar que o rival de 2021 na F3 (Dennis Hauger). Daí em diante, no entanto, Doohan iniciou uma fase ascendente de performance que não viria a parar (ao passo que Hauger permaneceu algo errático).

O primeiro pódio surgiu em Barcelona, com 4 provas seguidas nos pontos. O mau fim-de-semana de Baku acabaria compensado com uma vitória na sprint de Silverstone. A partir daí os Top 5 tornaram-se constantes, com direito a uma nova vitória sprint. Até que chegou um quase perfeito fim-de-semana de Spa-Francorchamps com um 2º no sprint e um triunfo no feature.

Foi nesta altura do campeonato que Doohan começou a ser concorrência constante e incomodativa a Felipe Drugovich e Théo Pourchaire, só não estando na luta pelo título devido às primeiras corridas do ano. Para 2023 deverá repetir o ano e ser um dos mais fortes candidatos ao título.

2 – Felipe Drugovich

Tendo dado um passo atrás (em teoria) ao regressar à MP Motorsport depois de um ano na UNI-Virtuosi que não correu bem, Felipe Drugovich não estaria entre o rol de candidatos ao título da maioria do paddock no início do ano. O que torna ainda mais surpreendente que tenha sido ele quem não só liderou como liderou folgadamente a maioria do ano.

Um início fulgurante viu-o somar pontos em todas as provas até Barcelona (onde venceu tanto o sprint como o feature com autoridade). Dessa altura até à pausa de Verão o domínio abateu-se, começando a ver Théo Pourchaire e Logan Sargeant bem mais perto em prova. Só que o brasileiro também começou a fazer uso de uma grande inteligência tática para não entrar em pânico, gerindo com calma a sua vantagem de pontos.

O resultado foi ver primeiro Sargeant, e depois Pourchaire, a perderem-se por completo em corrida na ânsia de lhe roubarem pontos importantes. E de Spa para a frente parecia estar a atuar num nível de confiança muito superior, quase sempre entre os 4 primeiros e com mais um triunfo feature (Zandvoort). O título foi só uma questão de esperar.

O título foi tão inesperado que o piloto da MP não se encontrava integrado em nenhuma das academias das equipas de F1, o que o deixou numa posição fraca para conseguir um lugar na grelha da Fórmula 1 em 2023. Ainda assim, pareceu decidido a conseguir o posto de piloto de testes algures, em vez de desistir e rumar aos EUA.

3 – Logan Sargeant

Forçado a passar um ano extra na F3 em 2021, Logan Sargeant viu os seus esforços recompensados com a integração no programa de jovens da Williams. Este por sua vez garantiu-lhe os esforços financeiros para finalmente rumar à F2, e logo com a competente Carlin.

Um bom ano era essencial, com um termo de comparação forte sob a forma de Liam Lawson do programa de jovens da Red Bull. Os pontos chegaram logo no Bahrain e o primeiro pódio veio em Barcelona. Estava tudo lançado para que o meio de temporada do americano fosse de afirmação e assim foi. Duas vitórias nas feature de Silverstone e do Red Bull Ring catapultaram-no para o 2º lugar do campeonato e uma perseguição não assim tão improvável a Drugovich.

Mas da Hungria em diante os erros chegaram. Os mais críticos foram em Spa e Zandvoort quando perdeu o controlo e encontrou o muro em corridas nas quais deveria estar a pontuar regularmente (pelo menos). Não era o melhor timing, numa altura em que estava a ser considerado para eventualmente ir para a vaga de Nicholas Latifi na Williams… Por sorte, acabou mesmo por conseguir dar o salto para a F1, com uma pressão enorme devido aos pontos de superlicença que necessitava.

4 – Ayumu Iwasa

Tendo passado uma temporada de F3 em 2021 sem nunca ter parecido capaz de mostrar resultados consistentemente rápidos, e indo integrar a estrutura de F2 de uma DAMS em queda de forma, dificilmente se esperaria muito de Ayumu Iwasa em 2022. Só que, seguindo o exemplo similar de Felipe Drugovich, Iwasa adaptou-se com vertiginosa velocidade aos monolugares da F2.

Arrumando a um canto o pouco cotado colega de equipa (Roy Nissany), o piloto japonês passou a primeira metade do ano como cliente assíduo dos lugares pontuáveis e depois ganhou balanço para a segunda metade do ano, acabando por conquistar o seu primeiro pódio em Silverstone e a primeira vitória no Paul Ricard. Tudo isto, vale a pena recordar, ao volante de uma DAMS com resultados modestos em anos recentes.

Estando integrado na academia Red Bull, Iwasa beneficiou do facto de todos os outros pilotos da marca terem tido temporadas aquém das expectativas na F2, saltando para ponta de lança da Red Bull na disputa por um lugar na F1 em 2024. Caso obtenha bons resultados em 2023, com uma nacionalidade bem do interesse dos austríacos, e com Yuki Tsunoda a não explodir da maneira esperada, Iwasa poderá ver uma porta abrir-se.

5 – Liam Lawson

Foi uma temporada difícil para Liam Lawson, que já tinha sofrido em 2021 com um vice-campeonato com sabor a quase vitória no DTM. A velocidade do neozelandês nunca esteve em causa mas quando o azar mecânico finalmente o deixava em paz, havia no ar uma certa inevitabilidade quanto a ficar envolvido nalgum incidente em pista.

Estas constantes “interrupções” de meio de temporada, com um excelente início e um ótimo final, tornam difícil fazer avaliações definitivas quanto à verdadeira forma de Lawson e em relação ao quanto realmente merecia ou não a promoção que lhe fugiu para a AlphaTauri.

O 3º lugar no campeonato deixou muitos surpresos, tal foram os inconvenientes que o assolaram ao longo do ano. Não terá sido agradável ver o colega Sargeant receber a chamada para a F1 apesar de ter terminado na frente do americano, ainda que os caminhos até à F1 não estejam necessariamente completamente cortados.

De 2022 poderá recordar vitórias 4 vitórias sprint e 10 pódios. Resta ver a categoria que o espera para 2023.





Trio do pódio é o trio do campeonato – GP Abu Dhabi 2022

20 11 2022

Poucas palavras assumiram uma carga tão carregada de controvérsia ao longo dos últimos 12 meses como a junção de “Abu Dhabi”. A decisão do título de 2021 lançou ondas de choque pelo mundo da Fórmula 1 muito tempo depois de ter terminado, tanto pela mudança de campeão que se verificou como pela maneira que o diretor de prova Michael Masi utilizou para lidar com um acidente nas voltas finais.

Desta vez não haverá um título em discussão no Médio Oriente, pelo que o foco estararia em verificar se as alterações feitas a várias curvas beneficiariam os novos monolugares de 2022. Sem a variedade de chicanes lentas que tinha antes, Yas Marina ganhou um ritmo diferente (e de acordo com os pilotos, melhor) e permitiu corridas menos similares a procissões.

Criada numa ilha artificial, a pista de Yas Marina sempre procurou distinguir-se pelas suas instalações, que incluem: saída das boxes subterrânea, holofotes capazes de permitir a realização de uma corrida ao crepúsculo, Ferrari World e excelentes edifícios ao redor da pista para efeitos de catering. Desde 2009 que a maioria das rondas finais se realizam aqui, tal como também será o caso em 2023 (ou não pagassem 70 milhões de euros anuais pelo privilégio).

Enquanto que Nico Hülkenberg viu a sua entrada na Haas como piloto oficial para 2023 em substituição de Mick Schumacher, a maioria das equipas fez a sua utilização final de jovens para o treino livre de sexta-feira: Liam Lawson com a Red Bull, Robert Shwartzman com a Ferrari, Robert Kubica com a Alfa Romeo, Logan Sargeant com a Williams, Pietro Fittipaldi com a Haas, Pato O’Ward com a McLaren, Jack Doohan com a Alpine e Felipe Drugovich com a Aston Martin.

Ronda 22 – Grande Prémio de Abu Dhabi 2022

À partida, apesar da fanfarra da Fórmula 1 sobre uma disputa de igual para igual pelo 2º lugar do campeonato, a verdade é que os ânimos do paddock estavam bem calmos para a ronda final do ano. Talvez não inteiramente calmos apenas porque Sebastian Vettel ia fazer a sua despedida. Figura ímpar da história da F1, Vettel teve direito a todas as honras da porta dos decisores e dos colegas, tendo trocado de capacete e jantado com todos.

A qualificação processou-se sem grandes sobressaltos, com as três equipas da frente por ordem do campeonato. Max Verstappen liderou uma dobradinha com Sergio Pérez atrás, seguindo-se os dois Ferrari e os dois Mercedes. A McLaren colocou ambos os carros no Q3, assim como Vettel. Já Valtteri Bottas apenas bateu os Williams para um 18º lugar.

Com os problemas internos da Red Bull ainda bem visíveis nas entrevistas antes da corrida, havia a expectativa de ver que género de prova de auxílio a Pérez seria feita. A resposta é que foi nenhuma. Verstappen liderou com toda a tranquilidade durante o anoitecer, com Pérez a ter que fazer pela vida numa estratégia alternativa que acabaria por o ver ficar mesmo atrás de Charles Leclerc, o que significou que foi o monegasco que ficou com o vice-campeonato.

O colega dele, Carlos Sainz, ficou em luta com os Mercedes a maior parte da prova, beneficiando de uma penalização por unsafe release a George Russell e um abandono por problemas de caixa de velocidades de Lewis Hamilton para se colocar num 4º lugar final.

Quem também abandonou foi Fernando Alonso, que manteve bem viva a sua tradição de abandonos por problemas mecânicos, o que deixou a Alpine algo preocupada porque os dois McLaren pontuaram (mas não o suficiente para os passar). Lance Stroll acumulou pontos numa prova em que o colega Sebastian Vettel provavelmente teria terminado na frente, não fosse uma terrível estratégia.

Mick Schumacher e Nicholas Latifi despediram-se das suas carreiras de F1 com um incidente trapalhão entre ambos.

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Qualificação: 1. Verstappen \ 2. Pérez \ 3. Leclerc \ 4. Sainz \ 5. Hamilton (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Leclerc \ 3. Pérez \ 4. Sainz \ 5. Russell \ 6. Norris \ 7. Ocon \ 8. Stroll \ 9. Ricciardo \ 10. Vettel (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (454) \ 2. Leclerc (308) \ 3. Pérez (305) \ 4. Russell (275) \ 5. Sainz (246) —– 1. Red Bull (759) \ 2. Ferrari (554) \ 3. Mercedes (515) \ 4. Alpine (173) \ 5. McLaren (159)

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Corrida anterior: GP São Paulo 2022
Corrida seguinte: GP Bahrain 2023

GP Abu Dhabi anterior: 2021

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Fórmula 2 (Rondas 27-28) \ Sargeant garante superlicença

Com a maioria das questões definidas à partida, apenas um homem se tinha dirigido a Yas Marina com algo em jogo: Logan Sargeant. Não podendo ceder demasiadas posições no campeonato, Sargeant não só estava nervoso a um nível que lhe era pouco habitual, como também se tornou um “alvo” para os outros pilotos (que sabiam que o americano não podia arriscar nada).

No sprint Sargeant perdeu 5 posições até uma bandeira vermelha por acidente entre Enzo Fittipaldi e Jehan Daruvala lhe permitir tentar novamente. A segunda partida (lançada) acabou por não o fazer perder demasiadas posições e garantir 3 preciosos pontos. A vitória ficou com o colega da Carlin, Liam Lawson, que ultrapassou o pole inverso Richard Verschoor para vencer novamente em 2022.

Com os DAMS a terem garantido a primeira linha da grelha, a equipa deixou Ayumu Iwasa na liderança com Roy Nissany a protegê-lo na feature dos ataques do campeão Drugovich. Nissany até acabaria por cair posições mas Iwasa soube terminar a sua temporada em grande estilo com uma defesa robusta aos ataques de Drugovich, para a vitória final (depois de Jack Doohan, na estratégia inversa, ter abandonado com uma roda solta após a sua paragem nas boxes).

Já Sargeant, que soava frustrado com estar brevemente preso atrás de Nissany (a ponto de a equipa lhe acidamente dizer que fizeram o trabalho deles, agora era a vez de Sargeant fazer o dele), acabou por beneficiar dos abandonos e estava mais solto no final da prova, acabando em 5º e garantindo o lugar F1 com a Williams.

Zane Maloney acumulou quilómetros na Trident para a sua provável estreia em 2023, enquanto que Juan Manuel Correa regressou três anos depois a uma prova de F2 (com a Van Amersfoort). Théo Pourchaire confirmou o seu vice-campeonato, enquanto que Lawson terminou um ponto na frente de Sargeant. O campeonato de equipas foi, pela primeira vez, para as mãos da MP Motorsport.

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Qualificação: 1. Iwasa \ 2. Nissany \ 3. Pourchaire \ … \ 8. Cordeel \ 9. Lawson \ 10. Verschoor

Resultado (Sprint): 1. Lawson \ 2. Verschoor \ 3. Drugovich \ 4. Hauger \ 5. Cordeel \ 6. Sargeant \ 7. Doohan \ 8. Nissany (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Iwasa \ 2. Drugovich \ 3. Lawson \ 4. Hauger \ 5. Sargeant \ 6. Cordeel \ 7. Verschoor \ 8. Vips \ 9. Armstrong \ 10. Nissany (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Drugovich (265) \ 2. Pourchaire (164) \ 3. Lawson (149) \ 4. Sargeant (148) \ 5. Iwasa (139) —– 1. MP (305) \ 2. Carlin (297) \ 3. ART (281) \ Prema (241) \ 5. Hitech (207)

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Corrida anterior: Itália 2022 \ Rondas 25-26
Corrida seguinte: Bahrain 2023 \ Rondas 1-2

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Fontes:
F1 \ Hülkenberg na Haas em 2023





Brilharetes de Alonso e Vettel – GP EUA 2022

23 10 2022

Sem uma única corrida no período entre 2008 e 2011, os EUA vêem-se na singular situação, uma década volvida, estarem com mais do que uma prova em território nacional. Foi uma travessia no deserto motivada pelo desastre que foi o GP de 2005, onde famosamente apenas 6 carros alinharam em Indianápolis, que eliminou muito do interesse do público americano.

Mas depois chegou o circuito de Austin. Construída de propósito para a Fórmula 1 (uma raridade no país), o circuito faz uso de várias secções similares a algumas das melhores pistas do mundo para além de algumas adições próprias (por exemplo, a íngreme subida até à primeira curva que foi criada artificialmente). Esta construção não foi unânime dada a variedade de outras pistas disponíveis nos EUA, mas a verdade é que o circuito acabou por conquistar o apreço dos fãs ao longo dos anos em que tem estado na categoria, começando em 2012.

Esta nova situação de circuito dedicado complementada pelo interesse súbito dos EUA na série dos bastidores da F1 (Drive to Survive) disponível no Netflix, tem levado a categoria a querer apostar todas as suas fichas no mercado norte-americano. E para já tem resultado. Depois de um ano de ausência (2020) devido à pandemia, Austin regressou com a maior presença de público de sempre (400 000).

Ninguém antes da prova falava de outra coisa que não do anúncio que a FIA descobrira que a Red Bull estava em incumprimento minor dos tecto orçamental de 2021. Toto Wolff e Zak Brown foram dois dos chefes de equipa que mais pediram mão pesada com a sanção a aplicar aos austríacos, e os rumores de Austin levam a crer que poderá ser uma multa pesada e a retirada de 25% do tempo de túnel de vento de 2023. Mais conversas sobre este assunto acabaram reagendadas para a próxima semana, por respeito ao falecimento do fundador da Red Bull (Dietrich Mateschitz).

Os treinos livres trouxeram cinco pilotos jovens para o volante dos carros oficiais: Alex Palou na McLaren, Robert Shwartzman na Ferrari, Théo Pourchaire na Alfa Romeo, Antonio Giovinazzi na Haas e Logan Sargeant na Williams (que assumirá o Williams oficial em 2023 se acumular pontos de superlicença suficientes este ano).

Destaque ainda para a nomeação de Pedro de la Rosa como embaixador Aston Martin, um novo patrocinador principal para a Haas (MoneyGram), um inovador painel de patrocínios mutáveis para a McLaren e a saída de Eduardo Freitas da direção de prova deste ano (depois da entrada de uma grua em pista no GP do Japão).

Ronda 19 – Grande Prémio dos EUA 2022

Quem tivesse visto o primeiro terço da prova de Austin poderia ter a tentação de acreditar que nada de nota se passaria durante o resto do domingo, mas o ambiente animou quando Valtteri Bottas se despistou para a gravilha e trouxe a entrada de um Safety Car.

Nessa altura a situação de estratégias era mista, com alguns pilotos que ainda não haviam parado. O líder era Max Verstappen, que partira atrás do pole position Carlos Sainz mas passara à liderança quando George Russell o eliminou de corrida logo na primeira curva (com direito a 5 segundos de penalização), seguido de Charles Leclerc. Leclerc qualificou-se em 2º mas perdeu 10 lugares por troca de componentes de motor. Com o SC, o Ferrari teve uma oportunidade de ouro para se imiscuir na luta pelo pódio.

Sorte idêntica tivera também Sebastian Vettel, que beneficiou do ritmo forte do seu Aston Martin e dessa paragem para subir a 5º lugar, mesmo na frente do colega Lance Stroll. Teria sido um bom resultado conjunto para a equipa, mas no recomeço Stroll defendeu-se de maneira perigosamente tardia dos ataques do futuro colega Fernando Alonso e um acidente aparatoso ocorreu no qual abandonou.

Alonso, vá-se lá saber como, escapou a danos terminais (quando chegou a fazer um cavalinho e foi contra a barreira) e usou um novo SC para parar sem perder demasiado tempo. Vettel e Alonso lançaram-se depois em excelentes provas. O primeiro teve uma paragem nas boxes desastrosa que quase deitou a sua prova por terra, mas recuperou de 13º a 8º com ultrapassagens brilhantes que lhe valeram piloto do dia (incluindo uma na última volta sobre Kevin Magnussen). O segundo teve uma recuperação igualmente boa até ao 7º lugar final, aproximando-se da pontuação do colega Ocon.

De volta à luta pela vitória, esta ficou entre Verstappen, Leclerc e o Mercedes de Lewis Hamilton. O último foi o primeiro a arriscar uma segunda paragem nas boxes para pneus duros, forçando Verstappen a ter que responder. Só que a pistola de um dos pneus da frente deu problemas, atirando o holandês para trás dos dois rivais. Hamilton procurou fugir na frente, aproveitando uma luta de várias voltas entre Leclerc e Verstappen, mas antes do final da corrida a inevitável velocidade de ponta da Honda deixou o piloto da Red Bull com o triunfo final que, em conjunto com o 4º lugar de Sergio Pérez, entregou o título de construtores à equipa austríaca.

Lando Norris terminou como melhor dos restantes, depois de um sprint final em grande nível, Kevin Magnussen esticou o seu stint final de pneus médios para dar valiosos pontos à Haas na sua corrida caseira, e Yuki Tsunoda soube sobrepor-se a Guanyu Zhou e a Alexander Albon para garantir um ponto final para a AlphaTauri.

ATUALIZAÇÃO 29/10: A Haas protestou os comissários não terem penalizado Alonso e Pérez por conduzirem com estragos. Pérez não foi penalizado mas Alonso foi e perdeu os pontos. A Alpine argumentou que o protesto foi fora de tempo e alguns dias depois, a FIA deu razão à Alpine, resgatando os resultados originais.

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Qualificação: 1. Sainz \ 2. Verstappen \ 3. Hamilton \ 4. Russell \ 5. Stroll (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Hamilton \ 3. Leclerc \ 4. Pérez \ 5. Russell \ 6. Norris \ 7. Alonso \ 8. Vettel \ 9. Magnussen \ 10. Tsunoda (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (391) \ 2. Leclerc (267) \ 3. Pérez (265) \ 4. Russell (218) \ 5. Sainz (202) —– 1. Red Bull (656) \ 2. Ferrari (469) \ 3. Mercedes (416) \ 4. Alpine (149) \ 5. McLaren (136)

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Corrida anterior: GP Japão 2022
Corrida seguinte: GP México 2022

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GP EUA anterior: 2021

Fontes:
Marca \ de la Rosa na Aston Martin
O Jogo \ Eduardo Freitas fora da direção de prova
Racing News 365 \ Red Bull quebra tecto orçamental
Sapo Desporto \ Sargeant na Williams em 2023 (se fizer pontos suficientes)
The Race \ MoneyGram com a Haas





Imparável – GP Bélgica 2022

28 08 2022

Em várias ocasiões do campeonato do mundo, o circuito de Spa-Francorchamps já esteve afastado do calendário da Fórmula 1. Já foi intercalado, como sede do GP da Bélgica, com Zolder e Nivelles mas em anos recentes até já teve ocasiões em que nenhuma pista belga esteve presente. Algo sempre lastimado pelos pilotos, que adoram o traçado de Spa.

E é bem provável que possa estar para se ausentar já no próximo ano. Em 2021 o circuito ficou alagado pela chuva intensa e produziu uma “corrida” de 2 voltas atrás de Safety Car, que deixou os fãs furiosos. Juntando a isto a pouca capacidade de público de uma pista construída no meio da floresta e os fracos acessos à região, e obtém-se a receita perfeita para a FOM se sentir pouco tentada a renovar o contrato da Bélgica (apesar de talvez conseguir resistir até 2022, uma vez que o acordo com a África do Sul parece demorar).

Não que isso tenha impedido os donos do circuito de terem feito obras importantes na curva Eau Rouge, alargando a escapatória devido a um aumento exponencial de acidentes graves nessa secção em anos recentes.

Ainda se estava no primeira dia da pausa de Verão após a Hungria e já corria tinta na silly season da Fórmula 1, com o anúncio da Aston Martin de que haviam contratado por “vários anos” (2+1 de opção, acredita-se) Fernando Alonso. Houve uma tentativa da imprensa espanhola em vender a assinatura do espanhol como um bater de porta deste. Na verdade, parece evidente que foi uma incompatibilização mútua: a Alpine queria uma renovaçõ de apenas um ano e a colocação de Oscar Piastri no ativo; Alonso queria mais do que um ano e parecia perder fé na Alpine.

Ou assim parecia. Na verdade o timing de Alonso tramou por completo a contratação de Piastri, que terá assinado um pré-acordo com a McLaren. Isto deixou os franceses sem grandes hipóteses de contratação no mercado, prejudicando a imagem da marca (a ponto de já terem ameaçado processar Piastri pelo montante gasto pela academia de jovens nele). Do lado da McLaren, a equipa chegou a acordo com Daniel Ricciardo para uma rescisão (que poderá ver Ricciardo regressar a Enstone).

Já na Williams a renovação de Alexander Albon foi fácil e natural.

No tocante aos regulamentos, continuou-se a assistir a uma discussão entre as equipas sobre os limites do chão dos carros. No final o acordo foi para 15mm em vez de 25mm, uma solução de compromisso. A FIA também ultimou a fórmula de motores para 2026, que usará combustíveis mais “verdes” e possuirá uma maior componente elétrica (abrindo a porta à entre das marcas do grupo VW).

Dessas marcas, a primeira já deu o tiro de partida: a Audi anunciou na sexta-feira oficialmente o seu ingresso como fornecedora de motores a partir de 2026, fazendo questão de dar uma bicada à Mercedes sobre ir construir as unidades na Alemanha (a Mercedes fabrica no Reino Unido). Ainda não há confirmação oficial sobre com que equipa se emparelhará, mas o rumor mais forte é que será a Sauber (a Alfa Romeo até já disse que não prosseguirá a aliança com os suíços para além de 2023).

Ronda 14 – Grande Prémio da Bélgica 2022

Com todas as novidades que o GP da Bélgica trouxe nos seus dias anteriores à ação em pista, a utilização de Liam Lawson pela AlphaTauri no primeiro treino livre até passou despercebida. O neo-zelandês da F2 fez trabalho com sequências longas de difícil avaliação. Menos complicado não foi conseguir perceber como se alinhava a grelha após a qualificação, dado que foram numerosos os pilotos a trocarem de componentes estrategicamente.

Max Verstappen, Charles Leclerc, Lando Norris, Esteban Ocon, Mick Schumacher e Valtteri Bottas foram os felizes contemplados, forçando-os a saber de antemão que partiriam das últimas posições. O facto de serem tantos potenciou que tivessem que ir até ao mais longe possível na mesma, uma vez que poderiam partir de entre 15º e 20º.

Verstappen dominou por completo os procedimentos em qualificação (garantindo o seu 15º lugar), apesar de ter sido criticado por não fornecer cone de ar a Sergio Pérez (algo que todas as outras equipas fizeram entre colegas). Carlos Sainz pareceu sempre o mais eficaz dos dois Ferrari e garantiu assim o direito de largar em 1º, seguido de Pérez. Fernando Alonso completou o trio da frente ao terminar em 5º com a ajuda de Esteban Ocon, apesar de se ter mostrado resignado com ser passado por alguns dos penalizados durante a corrida.

Alexander Albon brilhou no seu Williams ao chegar ao Q3 e partir de 6º, enquanto Daniel Ricciardo e Pierre Gasly viram as suas más qualificações serem compensadas com lugares no Top 10 da grelha. Foi um sábado terrível para Alfa Romeo e Haas.

No domingo havia uma sensação no ar de que, mesmo a partir de posições tão baixas, Verstappen possivelmente conseguiria colocar-se na rota da vitória e acabou por ser precisamente isso que ocorreu. O holandês manteve-se longe dos sarilhos da partida e usou os seus pneus macios para passar os rivais com uma facilidade quase cómica, até chegar perto da traseira de Sainz. Daí em diante foi um passeio para o campeão do mundo, com Pérez a completar a dobradinha Red Bull.

Já o rival Leclerc teve um dia para esquecer. Tendo tido que parar na primeira volta para resolver um problema da roda dianteira direita (que depois se revelou ser uma tira da viseira de Verstappen presa ao travão…), Leclerc correu com uma estratégia alternativa o resto da prova e parecia encaminhado para 5º quando a Ferrari o parou para pneus macios de modo a roubar a volta mais rápida da corrida. Só que o ritmo não se revelou suficiente e o piloto excedeu a velocidade no pitlane, valendo-lhe uma penalização que o deixou em 6º.

Alonso fez uma ótima partida mas a defender-se de Hamilton em Les Combes viu-se violentamente tocado pelo Mercedes, queixando-se no rádio. Apesar de tudo o espanhol ficou com danos mínimos e Hamilton abandonou (e assumiu as culpas). Daí em diante o Alpine viu-se em terra de ninguém em 5º, demasiado lento para os da frente e demasiado rápido para os de trás. Foi um bom dia geral para a Alpine, que viu Ocon fazer uma ótima recuperação até 7º.

Os últimos lugares pontuáveis foram todos conquistados com grandes performances. Sebastian Vettel fez uma partida limpa para chegar a andar em 5º, conseguindo manter o seu Aston Martin num ritmo bastante bom que lhe valeu um 8º lugar. Atrás dele chegou Pierre Gasly, que teve que partir do pitlane devido a problemas mecânicos e voltou a pontuar neste ano difícil para a AlphaTauri. Por último, Albon conseguiu dar à Williams um ponto conquistado com grande esforço, segurando um comboio de vários carros (não fazendo erros e tendo ótima velocidade de ponta).

Lance Stroll foi o primeiro dos pilotos fora dos pontos, tendo sido espremido na primeira volta pelo colega de equipa, enquanto que Daniel Ricciardo caiu na classificação (muito devido à terrível velocidade de ponta da McLaren). Valtteri Bottas foi uma vítima inocente de um despiste de Nicholas Latifi.

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Qualificação: 1. Sainz \ 2. Pérez \ 3. Alonso \ 4. Hamilton \ 5. Russell (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Pérez \ 3. Sainz \ 4. Russell \ 5. Alonso \ 6. Leclerc \ 7. Ocon \ 8. Vettel \ 9. Gasly \ 10. Albon (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (284) \ 2. Pérez (191) \ 3. Leclerc (186) \ 4. Sainz (171) \ 5. Russell (170) —– 1. Red Bull (475) \ 2. Ferrari (357) \ 3. Mercedes (316) \ 4. Alpine (115) \ 5. McLaren (95)

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Corrida anterior: GP Hungria 2022
Corrida seguinte: GP Holanda 2022

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Fórmula 2 (Rondas 21-22) \ Lawson e Doohan recuperam terreno

Acompanhando a Fórmula 1 neste regresso ao ativo, a Fórmula 2 viu várias mexidas no seu mercado de pilotos. A substituição de Ollie Caldwell por Lirim Zendeli na Campos foi a mais simples e provisório, apenas para fazer frente à suspensão do primeiro. Já Jake Hughes e Cem Bölükbaşı não voltarão até ao final do ano, substituídos por David Beckmann (na Van Amersfoort) e Tatiana Calderón (na Charouz), respetivamente.

Em condições difíceis de qualificação coube a Felipe Drugovich retomar a iniciativa no seu campeonato com a pole position de sexta-feira, seguido de perto pelo compatriota Enzo Fittipaldi. Na corrida sprint o brasileiro estava num tranquilo 6º lugar quando uma oportunidade de Safety Car se proporcionou e o homem da MP foi um de vários pilotos que arriscaram parar para montar os pneus macios. Com muito mais aderência que os rivais, Drugovich conseguiu chegar em 4º, com o bónus de ter terminado na frente do rival Théo Pourchaire.

Já o vencedor da corrida foi Liam Lawson, que realizou uma ótima ultrapassagem sobre o regressado Ralph Boschung para vencer (Jehan Daruvala não partiu sequer por problemas mecânicos). Mais atrás Logan Sargeant perdeu o controlo do seu carro numa sequência rápida e provocou o único SC da corrida.

Para domingo Jack Doohan e Drugovich tinham reservado um duelo particular de prova inteira pela vitória, que acabou vencido pelo primeiro (ainda que o segundo dificilmente tenha ficado desapontado, dado que Pourchaire abandonou com problemas mecânicos).

Lawson completou o pódio, depois de ter tido vários incidentes com Fittipaldi em que mostrou frustração com ser espremido, com Richard Verschoor logo atrás (fazendo uma prova ótima). Logan Sargeant acumulou pontos numa prova em que foi perdendo pneus, enquanto que Clément Novalak fez uma estratégia inversa funcionar para roubar o 10º lugar a Dennis Hauger na última volta.

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Qualificação: 1. Drugovich \ 2. Fittipaldi \ 3. Sargeant \ … \ 8. Pourchaire \ 9. Daruvala \ 10. Boschung

Resultado (Sprint): 1. Lawson \ 2. Doohan \ 3. Boschung \ 4. Drugovich \ 5. Verschoor \ 6. Pourchaire \ 7. Armstrong \ 8. Beckmann (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Doohan \ 2. Drugovich \ 3. Lawson \ 4. Verschoor \ 5. Fittipaldi \ 6. Sargeant \ 7. Beckmann \ 8. Iwasa \ 9. Vips \ 10. Novalak (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Drugovich (205) \ 2. Pourchaire (162) \ 3. Sargeant (127) \ 4. Doohan (121) \ 5. Lawson (114) —– 1. ART (253) \ 2. Carlin (241) \ 3. MP (232) \ 4. Hitech (168) \ 5. Prema (161)

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Corrida anterior: Hungria 2022 \ Rondas 19-20
Corrida seguinte: Holanda 2022 \ Rondas 23-24

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Fórmula 3 (Rondas 13-14) \ Bearman atira-se para a luta pelo título

A temperamental meteorologia de Spa-Francorchamps provocou o caos na qualificação da F3, atirando os principais candidatos ao título para fora dos 18 primeiros. Isto deixou o palco aberto para outros protagonistas. Caio Collet fez a pole position, seguido de Zane Maloney e Francesco Pizzi. Arthur Leclerc ficou em 20º, Isack Hadjar em 23º, Victor Martins em 24º e Jak Crawford em 30º (último).

A partida para o sprint viu confusão no final da reta Kemmel entre os dois primeiros (Zak O’Sullivan e Juan Manuel Correa) que terminou com as suas aspirações, sendo passados por Brad Benavides até este ser passado por Oliver Bearman da Prema. Após um curto Safety Car para o carro preso de Christian Mansell, a prova recomeçou e viu uma ultrapassagem de Roman Staněk a Oliver Goethe. Assim que esta terminou Goethe envolveu-se em Les Combes com Zane Maloney, valendo o Halo para voltar a evitar males maiores.

Bandeira vermelha para a reparação de pista e no recomeço Bearman fugiu na liderança, enquanto atrás dele as ultrapassagens se multiplicavam. Bearman triunfou, seguido de Staněk e Smolyar, enquanto que os candidatos ao título recuperaram muito bem (Leclerc até 5º e Hadjar até 9º, para além de Crawford que ficou em 11º mesmo à beira dos pontos).

No dia de feature acabou por ser o piloto que partiu de 2º a brilhar. Zane Maloney esteve vários níveis acima dos rivais e triunfou, mesmo sendo atirado para fora em Les Combes pelo pole Collet. No regresso à pista, Collet não teve cuidado e atirou Pizzi para fora, valendo-lhe 5 segundos de penalização. Mais atrás, Kush Maini desligou o cérebro e eliminou 3 pilotos diferentes, incluíndo Martins, provocando o primeiro de dois SC.

Foi um bom dia para a Trident, que viu Staněk repetir um 2º lugar, e para a Prema ver Oliver Bearman chegar em 3º e lançar-se com pujança para a luta do título.

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Qualificação: 1. Collet \ 2. Maloney \ 3. Pizzi \ … \ 10. Benavides \ 11. Correa \ 12. O’Sullivan

Resultado (Sprint): 1. Bearman \ 2. Staněk \ 3. Smolyar \ 4. Edgar \ 5. Leclerc \ 6. Alatalo \ 7. Vidales \ 8. Benavides \ 9. Hadjar \ 10. Collet (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Maloney \ 2. Staněk \ 3. Bearman \ 4. Goethe \ 5. Edgar \ 6. Collet \ 7. Alatalo \ 8. Vidales \ 9. Smolyar \ 10. Ushijima (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Hadjar (106) \ 2. Bearman (105) \ 3. Martins (104) \ 4. Leclerc (101) \ 5. Staněk (96) —– 1. Prema (286) \ 2. Trident (196) \ 3. MP (167) \ 4. ART (153) \ 5. Hitech (133)

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Corrida anterior: Hungria 2022 \ Rondas 11-12
Corrida seguinte: Holanda 2022 \ Rondas 15-16

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Fontes:
A Bola \ Ricciardo deixa McLaren no final deste ano
Autosport \ Calderón na Charouz
Autosport PT \ Audi anunciou entrada na F1 para 2026
ESPN \ Piastri na McLaren?
F1 \ Albon renova com Williams
FormulaRapida \ Beckmann na Van Amersfoort
Grande Prêmio \ Aston Martin assina Alonso
Grande Prêmio \ Zendeli na Campos
Motorsport \ Novos regulamentos ultimados
Stuff \ Lawson no FP1 com a AlphaTauri





Pesadelo para a Ferrari – GP França 2022

25 07 2022

À chegada a Paul Ricard este ano, o paddock de Fórmula 1 sabe que existem grandes probabilidades de estarem a assistir à última prova francesa num futuro próximo. Mesmo com 2 vencedores de Grande Prémios franceses em pista, uma equipa nacional e o apoio do Governo local, a França poderá ser ultrapassada pelas circunstâncias de uma FOM interessada em outros mercados. Ainda é incerto, uma vez que poderá ser a vizinha Bélgica quem está em maior perigo.

Um factor que poderia ajudar a uma eventual manutenção seria que o circuito fosse do agrado do paddock, o que está longe de ser verdade. Não só se trata de uma pista no meio de uma localidade secundária (com todos os efeitos negativos de mobilidade para os fãs que se podem imaginar), trata-se também de uma pista cuja principal finalidade é a realização de testes e não de corridas.

Assim, o circuito, na sua concepção atual, tem escapatórias sem qualquer gravilha e com diferentes cores que demonstram diferentes níveis de aderência para quem saia de pista. O resultado são erros de pilotos pouco castigados e vistas pouco esteticamente agradáveis para os fãs. Dificilmente os ingredientes para gerar petições de manutenção no calendário…

Paradoxalmente, o Grande Prémio foi apontado como uma das medidas do sucesso da temporada de 2021: em território Mercedes, a Red Bull conseguiu lutar pela vitória e triunfar; e foi uma corrida de grande entretenimento para os fãs.

Ronda 12 – Grande Prémio de França 2022

Com uma matemática de campeonato cada vez mais complicada para a Ferrari, fruto de vários erros estratégicos da equipa ao longo do ano, esperava-se uma continuação das duas vitórias consecutivas das provas anteriores. Em vez disso, o campeonato poderá ter apertado uma derradeira e dramática vez.

Dado que o segundo piloto da equipa, Carlos Sainz, vinha com uma penalização por troca de componentes de motor da Áustria, a equipa executou de forma brilhante um plano para dar o cone de ar no Q3 a Charles Leclerc, que valeu ao último a pole position. Para domingo via-se de forma clara uma estratégia de plano A (longe dos risíveis plano E que às vezes a equipa italiana utiliza), com Sainz a recuperar bem da última linha da grelha e Leclerc a segurar de forma competente a pressão de Max Verstappen.

Quando o Red Bull parou, foi-se toda a boa sorte da equipa para a corrida. Leclerc bateu sozinho na liderança, um erro que (nas palavras do próprio) que se o fizer o campeonato será merecidamente, tal foi o amadorismo. Isto provocou um Safety Car, de péssimo timing para Sainz. A começar nos pneus duros, isto significava que ou o espanhol fazia duas paragens ou que sofreria até ao fim nos médios. Até aqui a Ferrari falhou, lançando-o no pitlane demasiado cedo e dando-lhe 5 segundos de penalização. Depois chegou uma luta bem conseguida de Sainz contra George Russell e Sergio Pérez pelo pódio, arruinada pela decisão Ferrari de o parar.

Um fim-de-semana de pesadelo para a Scuderia.

Sem o rival pela frente, Verstappen dominou a seu bel-prazer o resto da prova, com o colega Pérez a ficar muito para trás, numa altura em que se acredita que o desenvolvimento da Red Bull voltou a pender para o estilo de condução de Verstappen. A Mercedes, com grandes esperanças em encurtar a distância para a frente, viu-se novamente em terra de ninguém. Apesar disso, os alemães fizeram o primeiro pódio duplo do ano, com Hamilton em 2º e Russell em 3º com uma ultrapassagem oportunista sobre Pérez durante o VSC.

McLaren e Alpine seguiram-se, com ambos os pilotos nos pontos, numa altura em que as equipas se digladiam pelo 4º lugar do mundial de construtores. Nesta prova foi a Alpine que levou a melhor, com Fernando Alonso na frente (que chegou a deixar aproximar Lando Norris só para queimar os pneus do britânico). Tudo isto deixou apenas um lugar pontuável, que acabou nas mãos de um competente Lance Stroll, que precisou de se defender forte e feio do colega Sebastian Vettel.

De resto, a AlphaTauri continua sem se encontrar na temporada de 2022, enquanto que Alfa Romeo e Haas tiveram fins-de-semana para esquecer.

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Qualificação: 1. Leclerc \ 2. Verstappen \ 3. Pérez \ 4. Hamilton \ 5. Norris (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Hamilton \ 3. Russell \ 4. Pérez \ 5. Sainz \ 6. Alonso \ 7. Norris \ 8. Ocon \ 9. Ricciardo \ 10. Stroll (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (233) \ 2. Leclerc (170) \ 3. Pérez (163) \ 4. Sainz (144) \ 5. Russell (143) —– 1. Red Bull (396) \ 2. Ferrari (314) \ 3. Mercedes (270) \ 4. Alpine (93) \ 5. McLaren (89)

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Corrida anterior: GP Áustria 2022
Corrida seguinte: GP Hungria 2022

GP França anterior: 2021

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Fórmula 2 (Rondas 17-18) \ Jovens Red Bull fazem o pleno

Com alguma inconsistência ao longo desta temporada, nada pode ser apontado de errado a Liam Lawson no seu progresso na prova sprint. Tendo sido passado à partida por Marcus Armstrong, o neozelandês repassou o rival e lançou-se numa outra excelente manobra sobre Jehan Daruvala para assumir uma liderança que não voltou a largar. Já estes dois adversários acabaram a desentender-se na reta Mistral, se bem que Daruvala ainda conseguiu chegar em 2º lugar enquanto que Armstrong se envolveu em cada vez mais incidentes e caiu na classificação.

Num desses incidentes foi considerado vítima inocente, o que levou a direção de prova a penalizar Théo Pourchaire. O piloto da casa perdeu o seu pódio e, mais importante, pontos para o Felipe Drugovich.

Já para o feature quem sofreu sem culpa foi Logan Sargeant. Tendo-se estabelecido em provas recentes como o mais direto perseguidor de Drugovich, o americano confirmou as suas aspirações com uma pole, mas viu o motor morrer numa paragem nas boxes que o atirou para fora da corrida quando disputava a liderança.

A luta pelo triunfo acabou entre Ayumu Iwasa e Jack Doohan no início (com uma grande partida de Doohan), mas foi Iwasa quem se sobrepôs na disputa e começou a fugir na liderança o seu primeiro triunfo de F2. Pourchaire emendou o estrago do dia anterior e voltou ao 2º lugar do campeonato, enquanto que o outro ART de Frederik Vesti brilhou com 3º lugar na qualificação e no feature depois de zero voltas em treinos livres…

Excelentes notícias novamente para Drugovich: o brasileiro viu a sua liderança aumentar em ambas as provas, tendo percebido que pontuar e não errar são os seus melhores trunfos nesta altura do campeonato.

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Qualificação: 1. Sargeant \ 2. Iwasa \ 3. Vesti \ … \ 8. Armstrong \ 9. Lawson \ 10. Daruvala

Resultado (Sprint): 1. Lawson \ 2. Daruvala \ 3. Drugovich \ 4. Doohan \ 5. Vesti \ 6. Iwasa \ 7. Pourchaire \ 8. Sargeant (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Iwasa \ 2. Pourchaire \ 3. Vesti \ 4. Drugovich \ 5. Doohan \ 6. Lawson \ 7. Daruvala \ 8. Novalak \ 9. Nissany \ 10. Fittipaldi (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Drugovich (173) \ 2. Pourchaire (134) \ 3. Sargeant (118) \ 4. Daruvala (94) \ 5. Lawson (79) —– 1. ART (209) \ 2. MP (199) \ 3. Carlin (197) \ 4. Prema (161) \ 5. Hitech (136)

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Corrida anterior: Áustria 2022 \ Rondas 15-16
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Leclerc, 3 meses depois – GP Áustria 2022

10 07 2022

Poucos circuitos conseguiram dar uma volta à sua sorte tão drasticamente quanto o circuito de Spielberg na Áustria. Arredado dos palcos de F1 em 2003 e tendo chegado a ter o seu complexo de boxes demolido, o circuito austríaco vê-se agora numa posição basicamente inquestionável no calendário quando os seus vizinhos alemães estão sem Grande Prémio.

O grande responsável por esta mudança radical foi Dietrich Mateschitz. O CEO da Red Bull, que comprou a equipa Jaguar em 2005, criou uma das grandes equipas da história da F1 e responsável por se ouvir com frequência o hino da Áustria nos pódios da categoria. Não satisfeito, adquiriu o atual Red Bull Ring no final dos 2000’s com o objetivo de modernizá-lo extensivamente e recuperar um lugar na F1.

Regressado em 2014, depois de grandes dificuldades para iniciar as suas obras devido a queixas dos trabalhadores, o circuito é um dos que tem um tempo por volta mais curto do calendário. Nas montanhas estírias, o traçado ondula para cima e para baixo e tem curvas deceptivamente simples que já deixaram muitos pilotos em dificuldades.

Para felicidade de Mateschitz, os carros da sua marca têm tido vitórias frequentes nos últimos anos neste Grande Prémio. Este ano, o Red Bull Ring foi um dos 3 contemplados com os testes de provas sprint.

Ronda 11 – Grande Prémio da Áustria 2022

\ Q \ Norris não teve tempo de treino e sofreu com travões \ Pérez passou limites mas não foi visto a tempo e foi ao Q3 \ 3 da frente em menos de 0,1 \ Mercedes batem no Q3 \ caso de assédio na bancada

Com expectativas elevadas para um domínio caseiro, a Red Bull acabou por ter uma tarefa dificultada por uma Ferrari com excelentes níveis de gestão de desgaste dos seus pneus. A única coisa capaz de os impedir de fazer a dobradinha final, descobriu-se perto do final da corrida, seria a própria equipa falhar. E assim foi.

Na qualificação sprint Charles Leclerc e Carlos Sainz começaram a batalhar pelo 2º lugar, enquanto que Max Verstappen fugia no seu Red Bull, custando à equipa italiana a vitória. Leclerc e Verstappen avisaram ambos que tinha sido essa a razão do triunfo da Red Bull. Para a corrida urgia não repetir.

E na corrida de domingo, por uma vez, a Ferrari acertou em cheio a sua estratégia, deixando ambos os seus pilotos mais longo que Verstappen e beneficiando da ultrapassagem de Leclerc sobre o holandês. Em estratégias alternativas o resto da prova, parecia que no final daria dobradinha Ferrari à medida que Sainz ameaçava o 2º posto de Verstappen. Só que aí a velocidade do carro do espanhol estagnou, enquanto o Ferrari estoirou o seu motor com chamas que tornaram difícil a tarefa dos comissários.

Após o SC Virtual, em que Leclerc e Verstappen pararam nas boxes para pneus frescos, Leclerc começou a queixar-se do seu pedal do acelerador, que não retornava ao ponto de descanso. Forçado a conduzir à volta do problema, Leclerc acabou por gerir a sua desvantagem de forma perfeita para vencer pela primeira vez em 3 meses e recuperar alguns pontos face ao líder do campeonato.

A Mercedes, que tinha alguma esperança em que os seus updates a tivessem colocado na luta pela vitória, recebeu em Spielberg um golpe duro, ao terminar a mais de 30 segundos dos líderes. Lewis Hamilton teve um sprint atribulado em que teve que lutar mano-a-mano com Mick Schumacher; e George Russell atirou Sergio Pérez para fora da corrida na primeira volta. A juntar a isto, ambos os pilotos acidentaram-se no Q3.

Schumacher, depois de ter pontuado pela primeira vez em Silverstone, teve um ótimo fim-de-semana que terminou com o alemão em 6º e a fazer boas manobras, depois de ter ficado frustrado com a sua equipa no sprint devido a não ter sido ajudado a defender-se de Hamilton pelo colega de equipa.

A McLaren começou com um fim-de-semana para esquecer: falha mecânica de Lando Norris no primeiro treino livre e eliminação de Daniel Ricciardo no Q1. Mas o sprint serviu para puxar ambos os pilotos mais para cima e em corrida a equipa britânica pareceu ter a capacidade de andar ao nível da Haas. Um bom desenvolvimento, tendo em conta a recente boa forma da Alpine (que conseguiu colocar-se em igualdade de pontos com a McLaren, apesar dos problemas vários de Fernando Alonso a nível mecânico).

Destaque ainda para a boa forma da Williams com o seu novo carro (com Alexander Albon) pela positiva, e pela negativa, tanto os casos de assédio de fãs a mulheres nas bancadas (que valeu uma justificada nota de censura da FIA) como a má reunião entre pilotos e FIA sobre os standards de “arbitragem” que a organização e os seus comissários têm demonstrado (que levou Vettel a abandonar a reunião e a receber uma injustificada nota de censura).

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Qualificação: 1. Verstappen \ 2. Leclerc \ 3. Sainz \ 4. Russell \ 5. Ocon (Ver melhores momentos)

Sprint: 1. Verstappen \ 2. Leclerc \ 3. Sainz \ 4. Russell \ 5. Pérez \ 6. Ocon \ 7. Magnussen \ 8. Hamilton (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Leclerc \ 2. Verstappen \ 3. Hamilton \ 4. Russell \ 5. Ocon \ 6. Schumacher \ 7. Norris \ 8. Magnussen \ 9. Ricciardo \ 10. Alonso (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (208) \ 2. Leclerc (170) \ 3. Pérez (151) \ 4. Sainz (133) \ 5. Russell (128) —– 1. Red Bull (359) \ 2. Ferrari (303) \ 3. Mercedes (237) \ 4. McLaren (81) \ 5. Alpine (81)

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Corrida anterior: GP Reino Unido 2022
Corrida seguinte: GP França 2022

GP Áustria anterior: 2021

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Fórmula 2 (Rondas 15-16) \ Caos na feature

Com Roberto Merhi de regresso à Fórmula 2 para substituir Ralph Boschung (mais uma vez, devido aos problemas de pescoço do suíço), a Fórmula 2 viu-se com inúmeros tempos eliminados em qualificação, que levaram a ordem a estar sob dúvida em diversos momentos.

Théo Pourchaire foi bem sortudo neste quesito ao terminar 12º mas a ver-se promovido a 9º, que lhe deu a primeira linha da grelha para o sprint. Neste teve que se contentar com o 2º lugar devido a uma performance dominante de Marcus Armstrong, com Jack Doohan a acompanhá-los no pódio.

Na feature o pole Frederik Vesti partiu mal e caiu para 3º, se bem que a presença de pilotos com pneus de piso seco e molhado ao mesmo tempo numa pista húmida em partes provocou o caos. Richard Verschoor foi um dos que acertou no pneu seco como escolha certa, mas foi desclassificado no final da corrida por não ter combustível suficiente, perdendo a sua vitória. Também Jehan Daruvala e Merhi perderam posições (quando haviam terminado no pódio).

Tudo isto deixou Logan Sargeant como o eventual vencedor, depois de ter escolhido pneus de chuva erradamente no início da prova. Merhi acompanhou-o no “pódio” juntamente com Enzo Fittipaldi.

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Qualificação: 1. Vesti \ 2. Vips \ 3. Sargeant \ … \ 8. Verschoor \ 9. Pourchaire \ 10. Armstrong

Resultado (Sprint): 1. Armstrong \ 2. Pourchaire \ 3. Doohan \ 4. Drugovich \ 5. Vips \ 6. Verschoor \ 7. Sargeant \ 8. Fittipaldi (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Sargeant \ 2. Fittipaldi \ 3. Merhi \ 4. Hauger \ 5. Hughes \ 6. Caldwell \ 7. Iwasa \ 8. Vips \ 9. Nissany \ 10. Lawson (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Drugovich (154) \ 2. Sargeant (115) \ 3. Pourchaire (114) \ 4. Daruvala (80) \ 5. Fittipaldi (75) —– 1. MP (176) \ 2. Carlin (175) \ 3. ART (170) \ 4. Prema (147) \ 5. Hitech (136)

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Corrida anterior: Reino Unido 2022 \ Rondas 13-14
Corrida seguinte: França 2022 \ Rondas 17-18

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Fórmula 3 (Rondas 9-10) \ titulo

Na Fórmula 3 por pouco não se esteve perante uma vitória emocional para o regressado à competição Juan Manuel Correa, mas o piloto da ART (que tinha assumida a liderança do sprint nas voltas iniciais) acabou a sua prova na relva depois de problemas mecânicos. Coube assim a Caio Collet retomar a liderança, mas o brasileiro acabaria por ser passado de forma brilhante por Jak Crawford (que venceu pela primeira vez).

Mais atrás dois Prema tentaram uma passagem a 3 pela curva 3 que acabou com a corrida de Zane Maloney.

Já na feature cheia de chuva foram Maloney e Collet a protagonizar uma grande luta pelo 9º lugar, com o pole Isack Hadjar a simplesmente fugir na liderança da prova, mesmo com um Safety Car devido aos constantes embates entre Zdeněk Chovanec e Francesco Pizzi da Charouz. No reinício do SC Collet calculou mal uma travagem e acabou a eliminar os dois jovens Red Bull da Jonny Edgar e Crawford.

Os excelentes resultados recentes de Hadjar deixam-no a apenas 1 ponto de Victor Martins no campeonato, seguidos de bem perto por Arthur Leclerc.

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Qualificação: 1. Hadjar \ 2. Martins \ 3. Bearman \ … \ 10. Crawford \ 11. Correa \ 12. Collet

Resultado (Sprint): 1. Crawford \ 2. Collet \ 3. Colapinto \ 4. Leclerc \ 5. Staněk \ 6. Frederick \ 7. Edgar \ 8. Martins \ 9. Smolyar \ 10. Hadjar (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Hadjar \ 2. Martins \ 3. Bearman \ 4. Leclerc \ 5. Maloney \ 6. Staněk \ 7. Colapinto \ 8. Smolyar \ 9. Alatalo \ 10. Cohen (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Martins (98) \ 2. Hadjar (97) \ 3. Leclerc (91) \ 4. Staněk (75) \ 5. Crawford (70) —– 1. Prema (220) \ 2. ART (134) \ 3. Hitech (124) \ 4. Trident (116) \ 5. MP (90)

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Corrida anterior: Reino Unido 2022 \ Rondas 7-8
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Ferrari quase deita vitória fora, mas Sainz triunfa pela primeira vez – GP Reino Unido 2022

3 07 2022

Rápido, desafiante, histórico e, desde as suas remodelações de 2010-11, moderno, o circuito de Silverstone é um dos grandes fins-de-semana de Grande Prémio da Fórmula 1 em qualquer temporada. A proximidade das fábricas de várias equipas (a Aston Martin literalmente está a 15 minutos), um conjunto de fãs entusiásticos (especialmente desde o segundo título de Lewis Hamilton) e o palco original da primeira corrida oficial de F1: tudo ajuda.

Parte da longevidade de Silverstone deve-se à sua necessidade constante de reinvenção, fruto das pressões dos dirigentes da F1 que ao longo das décadas foram ameaçando o circuito das Midlands britânicas com a saída do calendário em detrimento de locais como Donington ou Brands Hatch. O melhor argumento de Silverstone sempre foi possuir melhores instalações, passando de simples aeródromo adaptado a circuito de categoria mundial no decorrer dos anos.

Com curvas tão conhecidas quanto o próprio nome (Copse, Becketts, Chapel, Abbey,…), a pista tem sido dominada em anos recentes por Lewis Hamilton, homem da casa, o que lhe valeu ter-se tornado o único piloto com uma secção de pista com o seu nome (a Reta Hamilton).

Nos últimos dois anos, os 3 GPs realizados foram de plenas emoções: em 2020, houve direito a uma vitória em 3 rodas para Hamilton e uma magistral para Max Verstappen; em 2021, com a disputa pelo título bem aceso, ambos os referidos chocaram na Copse, num dos momentos mais fortes do ano.

Os dias antes da corrida foram de múltiplas declarações de condenação de racismo depois de dois incidentes: em primeiro lugar, as declarações com conotação racista de Nelson Piquet a Lewis Hamilton num podcast de Novembro passado; em segundo lugar, as de Jüri Vips num livestream. No primeiro caso, Piquet pediu desculpas (mas ainda a defender não ter tido intenção) mas foi banido do paddock. No segundo caso, Vips foi expulso do programa da Red Bull mas manteve o lugar na Hitech na Fórmula 2 (ainda que a categoria pareça não ter ficado satisfeita com a decisão).

Ronda 10 – Grande Prémio do Reino Unido 2022

Com uma Mercedes confiante na eficácia das suas novas atualizações e resultados de treinos livres promissores, havia uma grande expectativa de ver se os alemães de facto haviam encurtado a distância para as duas equipas da frente. Em qualificação, pareceu ser o caso. Se bem que era difícil de ter a certeza: a chuva que se abateu sobre Silverstone tornou difícil fazer grandes leituras.

Não muito crente de que havia feito uma boa volta, Carlos Sainz ficou totalmente surpreso pela primeira pole position da carreira. A ajudá-lo estava um despiste ligeiro do colega de equipa Ferrari (Charles Leclerc) e de um Max Verstappen que não conseguiu evitar algumas perdas de controlo (e com o público britânico a brindá-lo com vaias e cânticos de “Lewis” devido à tensão do campeonato de 2021…).

A Mercedes acabou logo atrás, nem as grandes habilidades de chuva dos seus pilotos a evitarem ficar atrás dos 4 da frente. Quem aproveitou para brilhar no Q3 foram Guanyu Zhou, que vem numa sequência de 3 qualificações na frente do colega da Alfa Romeo, e Nicholas Latifi, que aproveitou o intensificar de chuva no Q2 para bater concorrência mais rápida (dando uma dor de cabeça à Williams, já que corria com o carro antigo e bateu colega no carro novo).

Haas e Aston Martin terminaram o seu sábado logo no Q1, para infelicidade de ambas.

Domingo já não trouxe chuva para os procedimentos, mas trouxe muitos abandonos. Tudo começou logo na partida, em que a única verdadeira ação em pista foi a ultrapassagem de Verstappen a Sainz porque a bandeira vermelha foi accionada quase imediatamente: Pierre Gasly foi espremido entre George Russell e Guanyu Zhou, mandando o primeiro contra o segundo que se virou ao contrário e foi de arrojo até à zona próxima ao público.

A preocupação com Zhou foi grande, mas felizmente o chinês não sofreu sequelas do seu acidente (tendo Russell saltado do seu carro, que poderia ainda ter continuado em pista, para verificar o estado do outro piloto). No entanto, as imagens da maneira como a tomada de ar acima da cabeça de Zhou cedeu (tendo sido, sempre ele, o halo a salvar a cabeça do piloto) são motivo de grande preocupação.

Tudo isto permitiu evitar um potencial desastre mais à frente: protestantes que estavam a planear invadir a pista durante a prova fizeram-no, mas a prova já estava em ritmo reduzido por bandeira vermelha. Ainda assim, conseguiram chegar a colocar 4 membros deitados na pista, e Esteban Ocon (um dos que se arrastou até às boxes com danos) chegou a passar perto). A polícia alertara antes da prova para o risco, tendo sido incapaz de impedir os imbecis de fazerem a ação perigosa para a sua saúde e, mais importante, a dos pilotos.

Ocon juntou-se a Yuki Tsunoda (que mais tarde provocou o abandono do colega de equipa) e Sebastian Vettel à lista de pilotos que aproveitaram a bandeira vermelha para reparar estragos. Alexander Albon não conseguiu continuar, tendo ido (tal como Zhou) ao centro médico para verificações depois de vários embates em muros e outros pilotos (sem culpa e sem ferimentos).

Sem um único setor completo, o grid voltou à forma original e na segunda partida Sainz foi muito agressivo na sua defesa de posição, impedindo a passagem de Verstappen. Mais atrás Leclerc e Pérez ficaram com danos na asa da frente (Leclerc teve-os a corrida toda, Pérez mudou a asa), condicionando as suas provas. Sainz não durou mais que 10 voltas na frente, com um erro antes da reta do Hangar a deixá-lo em 2º. Foi aqui que começou o terrível dia de estratégia da Ferrari, que não percebeu que Sainz estava a atrasar Leclerc e deixou a situação arrastar-se de tal forma que Hamilton começou a apanhá-los no seu Mercedes.

A sorte dos italianos foi que Verstappen pisou detritos e danificou gravemente o carro, tendo tido que passar a prova a lutar com o próprio carro e a ter que se defender com unhas e dentes dos ataques de Mick Schumacher para terminar em 7º.

De volta à frente os Ferrari começavam a ter problemas em lidar com a velocidade de Hamilton e optaram por parar Sainz, que mais uma vez ficou a tapar o caminho a Leclerc (depois da paragem deste). Finalmente, a Scuderia exigiu a troca de posições, aceite por Sainz. Só que depois chegou o abandono de Ocon (problemas mecânicos) e o Safety Car. A equipa não parou Leclerc e parou Sainz. Todos os outros carros copiaram Sainz, deixando Leclerc quase indefeso na frente.

A Ferrari ainda tentou pedir a Sainz para segurar o pelotão para o colega, mas o espanhol entendeu que seria uma decisão desastrosa. Implorando ser-lhe permitido passar, Sainz levou a sua pela frente, passando o colega e fugindo na liderança para vencer um Grande Prémio pela primeira vez. Leclerc deu o seu melhor para fugir aos velozes Hamilton e Pérez, chegando a repassar o primeiro por fora na Copse. Mas não dava para segurar, e ambos acabaram à sua frente. Apesar do bom resultado para a época, Hamilton parecia desapontado de ter deixado fugir a vitória caseira (que teria sido a primeira do ano).

Fernando Alonso e Lando Norris fizeram provas de grande nível para ficar em 5º e 6º, enquanto que Vettel teve sorte no timing do SC para parar e manter a sua posição nos pontos (tendo partido de 17º), dividindo os dois Haas (bem felizes pelo resultado conjunto, especialmente Schumacher com os seus primeiros pontos de sempre na F1).

Destaque ainda para a tentativa valorosa de Nicholas Latifi em manter a Williams nos pontos, que no final provou não ser possível.

O campeonato ficou assim relançado, até certo ponto, com alguma recuperação dos rivais de Verstappen, enquanto que os dois pilotos da Ferrari ficaram o mais próximos que alguma vez estiveram nesta temporada (e dificultando a tarefa da Ferrari para impôr ordens de equipa).

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Qualificação: 1. Sainz \ 2. Verstappen \ 3. Leclerc \ 4. Pérez \ 5. Hamilton (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Sainz \ 2. Pérez \ 3. Hamilton \ 4. Leclerc \ 5. Alonso \ 6. Norris \ 7. Verstappen \ 8. Schumacher \ 9. Vettel \ 10. Magnussen (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (181) \ 2. Pérez (147) \ 3. Leclerc (138) \ 4. Sainz (127) \ 5. Russell (111) —– 1. Red Bull (328) \ 2. Ferrari (265) \ 3. Mercedes (204) \ 4. McLaren (73) \ 5. Alpine (67)

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Corrida anterior: GP Canadá 2022
Corrida seguinte: GP Áustria 2022

GP Reino Unido anterior: 2021

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Fórmula 2 (Rondas 13-14) \ Sem rival claro, Drugovich vai fugindo

Sem Cordeel por pontos de suspensão, a van Amersfoort acabou a substituir o belga por David Beckmann (que já fora substituto na Charouz este ano) para o regresso da F2 à ação em pista.

Tendo herdado a chuva com que a F1 também teve que lidar, a Fórmula 2 viu a sua pista de Silverstone secar aos poucos, dando grandes dores de cabeça aos pilotos para evitarem que as temperaturas dos seus pneus disparassem.

Os melhores na tarefa foram Ayumu Iwasa e Felipe Drugovich. Iwasa chegou com alguma rapidez até ao 2º lugar, atrás de Jack Doohan, quando optou por manter a margem de 3 segundos para o australiano, fazendo o ataque final nas derradeiras voltas (obrigando Doohan a uma vigorosa gestão do ritmo, para a primeira vitória de F2). Já Drugovich deixou-se passar e caiu para 9º até meio da prova, altura em que libertou o ritmo e ultrapassou vários carros até ao 5º lugar final.

No extremo havia Jehan Daruvala, que não conseguiu converter a pole inversa para nada melhor que o último lugar pontuável.

No domingo já foi dia de um género de luta diferente, com Frederick Vesti a partir mal e a deixar a luta contra o pole Logan Sargeant nas mãos do colega de equipa da ART, Théo Pourchaire. Com Carlin e ART em grande nível e os seus pilotos bem equiparados, foi o americano quem triunfou pela primeira vez numa prova de F2.

Liam Lawson completou o pódio, seguido de perto pelo sempre regular Drugovich (que despachou Vesti no final da prova).

O momento da corrida foi mais atrás quando Roy Nissany saiu de pista e espremou com pouco desportivismo Dennis Hauger no seu regresso à pista. Hauger foi parar à relva, incapaz de travar o avanço do seu carro até à curva final, onde o seu Prema levantou voo na lomba e acertou no halo de Nissany. Mais uma vez, foi o halo a salvar a vida de um piloto.

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Qualificação: 1. Sargeant \ 2. Vesti \ 3. Drugovich \ … \ 8. Vips \ 9. Fittipaldi \ 10. Daruvala

Resultado (Sprint): 1. Doohan \ 2. Iwasa \ 3. Fittipaldi \ 4. Pourchaire \ 5. Drugovich \ 6. Vesti \ 7. Sargeant \ 8. Daruvala (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Sargeant \ 2. Pourchaire \ 3. Lawson \ 4. Drugovich \ 5. Vesti \ 6. Vips \ 7. Daruvala \ 8. Armstrong \ 9. Doohan \ 10. Hughes (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Drugovich (148) \ 2. Pourchaire (106) \ 3. Sargeant (88) \ 4. Daruvala (80) \ 5. Lawson (59) —– 1. MP (170) \ 2. ART (160) \ 3. Carlin (147) \ 4. Prema (135) \ 5. Hitech (118)

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Corrida anterior: Azerbaijão 2022 \ Rondas 11-12
Corrida seguinte: Áustria 2022 \ Rondas 15-16

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Fórmula 3 (Rondas 7-8) \ Hadjar e Leclerc caçam Martins

Depois de uma longa pausa que remontava ao GP de Espanha, a Fórmula 3 regressou em Silverstone com um pelotão alterado. Jonny Edgar estava de regresso à Trident, depois de uma ausência devido ao diagnóstico com doença de Crohn; enquanto que Alexander Smolyar teve problemas em conseguir o visto para a viagem, acabando substituído por Filip Ugran.

A sair de pole inversa para o sprint, Reece Ushijima viu a liderança desaparecer logo antes da primeira curva quando o “colega” da primeira linha da grelha, Victor Martins, o passou. Apesar da diferença de ritmo, Ushijima manteve o seu Van Amersfoort relativamente próximo do líder e apenas foi passado por um outro piloto, Isack Hadjar, o que lhe valeu o primeiro pódio de F3.

Hadjar esteve bem impressionante no seu Hitech, indo à caça do ART de Martins durante grande parte da prova, acabando por consumar a ultrapassagem nas voltas finais. Houve um alongar do protocolo de partida, devido a um problema de Brad Benavides, e um Safety Car para um incidente entre dois dos Charouz (László Tóth e Zdeněk Chovanec).

A sair da verdadeira pole para a feature, Zak O’Sullivan elevou o seu Carlin a posições pouco usuais em corrida. Apesar de nada ter conseguido fazer para segurar o Prema de Arthur Leclerc, o britânico defendeu-se com unhas e dentes de outro carro dos italianos (Oliver Bearman) com direito a uma saída de limites de pista para conseguir evitar contacto na chegada.

Leclerc recebeu um abraço do irmão e conseguiu com o seu triunfo (tendo que passar O’Sullivan duas vezes, devido à primeira ter sido no momento de ativação do Safety Car) aproximar-se de forma titânica do líder do campeonato, Martins, que teve um fim-de-semana menos bem conseguido (apesar da boa ultrapassagem sobre o regressado Edgar).

Mais para trás, Zane Maloney caiu na classificação devido ao contacto da primeira volta com um Prema, enquanto que os jovens da Red Bull, Hadjar e Crawford, levaram as suas lutas por posição para fora de pista.

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Qualificação: 1. O’Sullivan \ 2. Leclerc \ 3. Maloney \ … \ 10. Maini \ 11. Martins \ 12. Ushijima

Resultado (Sprint): 1. Hadjar \ 2. Martins \ 3. Ushijima \ 4. Maini \ 5. Frederick \ 6. Staněk \ 7. Maloney \ 8. Leclerc \ 9. Bearman \ 10. Crawford (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Leclerc \ 2. O’Sullivan \ 3. Bearman \ 4. Collet \ 5. Hadjar \ 6. Crawford \ 7. Martins \ 8. Edgar \ 9. Vidales \ 10. Ushijima (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Martins (77) \ 2. Leclerc (71) \ 3. Hadjar (68) \ 4. Staněk (61) \ 5. Crawford (60) —– 1. Prema (175) \ 2. ART (113) \ 3. Hitech (90) \ 4. Trident (88) \ 5. MP (75)

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Corrida anterior: Espanha 2022 \ Rondas 5-6
Corrida seguinte: Áustria 2022 \ Rondas 9-10

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Fontes:
Evening Standard \ Jüri Vips continua na Hitech
Formula Scout \ Smolyar de fora
Grande Prêmio \ Jonny Edgar de regresso
Record \ Comentários de Nelson Piquet