Red Bull sem rivais – GP Espanha 2023

4 06 2023

Foram várias as décadas de ver o Grande Prémio de Espanha ser seguido pelo do Mónaco, pelo que 2023 a trazer uma inversão dessa ordem foi de difícil habituação para o paddock. A alteração teve a ver com a acomodação do maior calendário da história da categoria, e a chegada a Barcelona este ano também trouxe um regresso: a eliminação da muito odiada chicane final, regressando à configuração de curva rápida.

Apenas esta alteração já foi uma excelente notícia para um traçado que geralmente recebe os testes de pré-temporada (ainda que não o tenha feito este ano), mas combinado com o novo perfil da La Caixa isto tornou o circuito novamente um dos mais fluídos do calendário. E é também um dos mais representativos do desempenho da temporada: quem faz boa figura em Barcelona, faz boa figura na maioria dos locais.

A F1 e o MotoGP têm utilizado a pista sem interrupção desde os anos 90, beneficiando enormemente da competitividade dos espanhóis nessas categorias. Se Marc Márquez e Jorge Lorenzo fazem o seu papel no MotoGP, na F1 foi a Alonso-mania dos 2000’s e 2010’s que sustentou a presença do GP de Espanha. Com Sainz na Ferrari e Alonso em grande forma, sabia-se que esta edição não seria exceção.

Ronda 7 – Grande Prémio de Espanha 2023

As suspeitas eram fortes de que Max Verstappen sairia de Barcelona com mais 25 pontos. Não foi isso que aconteceu. O holandês saiu com 26 pontos, a vitória, a pole position, a volta mais rápida e a liderança de todas as voltas. Posto isto de parte, atrás dele o fim-de-semana teve uma dinâmica extremamente interessante.

A Ferrari e a McLaren tiveram um excelente nível de qualificação (com Carlos Sainz em 2º e Lando Norris em 3º) mas caíram a pique em ritmo de prova. Sainz fez o possível para chegar em 5º, enquanto que Norris fez um erro grosseiro na partida que o atirou para os últimos lugares.

Já a Mercedes, apesar de um desentendimento entre os seus pilotos durante a qualificação, terá gostado de ver o que as suas atualizações lhe deram em performance. Lewis Hamilton foi o mais direto perseguidor de Verstappen (ainda que a 21 segundos) e George Russell recuperou de 11º a 3º para o primeiro pódio do ano (e arrastando consigo Sergio Pérez, que voltou a não ir ao Q3 e parece cada vez mais longe de lutar pelo título).

A Aston Martin pareceu ter um ritmo mais fraco que nas outras pistas do ano, ainda que Lance Stroll tenha finalmente mostrado o seu talento, conseguindo lutar dentro dos lugares pontuáveis. Fernando Alonso teve uma incursão na gravilha em qualificação e danificou o fundo do AMR23, obrigando-o a partir mais abaixo do usual e a ter que lutar até 7º. O ritmo do espanhol de certeza que o poderia ter feito passar Stroll, mas ele fez questão de dizer à equipa que não o faria, estando já a acenar à multidão na volta final. De certa forma, humilhou o colega mais que se o tivesse ultrapassado…

Yuki Tsunoda voltou a mostrar excelente ritmo, sendo que uma penalização estranhamente severa o tenha atirado para fora dos pontos com 5 segundos de penalizações. Os beneficiados foram Guanyu Zhou (que eclipsou por completo o colega de equipa) e os dois Alpine, que depois de se qualificarem bem foram caindo durante a prova (com direito a uma defesa demasiado agressiva de Esteban Ocon a Alonso e a duas penalizações diferentes a Pierre Gasly por bloquear rivais em qualificação).

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Qualificação: 1. Verstappen \ 2. Sainz \ 3. Norris \ 4. Hamilton \ 5. Stroll (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Hamilton \ 3. Russell \ 4. Pérez \ 5. Sainz \ 6. Stroll \ 7. Alonso \ 8. Ocon \ 9. Zhou \ 10. Gasly (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (170) \ 2. Pérez (117) \ 3. Alonso (99) \ 4. Hamilton (87) \ 5. Russell (65) —– 1. Red Bull (287) \ 2. Mercedes (152) \ 3. Aston Martin (134) \ 4. Ferrari (100) \ 5. Alpine (40)

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Corrida anterior: GP Mónaco 2023
Corrida seguinte: GP Canadá 2023

GP Espanha anterior: 2022

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Fórmula 2 (Rondas 11-12) \ Bearman entra na luta do título

Sensivelmente chegados à fase do ano em que os estreantes conseguem assumir um papel mais preponderante na temporada, Oliver Bearman mostrou aquilo de que é feito com uma pole e a vitória na feature, sendo que nem está assim tão longe ainda do líder Frederik Vesti no campeonato.

Vesti tem estado em grande forma nas últimas provas e tem demonstrado uma qualidade ainda mais importante: saber quando empregar agressividade. O dinamarquês partiu de 3º para o sprint e acabou como vencedor, e na feature começou com os compostos mais duros e conseguiu fazer uso dos macios no final para ultrapassar vários carros e chegar em 5º. O principal rival ao título (Théo Pourchaire) teve um fim-de-semana parecido, acumulando onde podia.

Victor Martins colocou-se no pódio em ambas as provas depois de uma temporada que tem sido difícil, enquanto que Enzo Fittipaldi converteu a sua boa qualificação num pódio. Já Amaury Cordeel, mesmo conseguindo pole inversa, não conseguiu fazer um único ponto em Barcelona.

De destacar ainda que o sprint deixou o caos devido à chuva com que começou, levando as equipas a terem que julgar o melhor possível o ponto de transição. Só que o Safety Car de Juan Manuel Correa acabou por facilitar.

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Qualificação: 1. Bearman \ 2. Fittipaldi \ 3. Doohan \ … \ 8. Vesti \ 9. Crawford \ 10. Cordeel

Resultado (Sprint): 1. Vesti \ 2. Pourchaire \ 3. Martins \ 4. Hauger \ 5. Doohan \ 6. Verschoor \ 7. Bearman \ 8. Iwasa (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Bearman \ 2. Fittipaldi \ 3. Martins \ 4. Iwasa \ 5. Vesti \ 6. Doohan \ 7. Pourchaire \ 8. Hauger \ 9. Leclerc \ 10. Verschoor (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Vesti (110) \ 2. Pourchaire (99) \ 3. Iwasa (82) \ 4. Bearman (70) \ 5. Hauger (57) —– 1. Prema (180) \ 2. ART (144) \ 3. DAMS (118) \ 4. MP (97) \ 5. Rodin Carlin (97)

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Corrida anterior: Mónaco 2023 \ Rondas 9-10
Corrida seguinte: Áustria 2023 \ Rondas 13-14

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Fórmula 3 (Rondas 7-8) \ Martí catapulta-se para luta do título

Com sotaque britânico, mas nacionalidade espanhola, o piloto da Campos esteve no seu elemento durante todo o fim-de-semana, fazendo pole e obtendo uma vitória imperiosa na feature. Mesmo na sprint já fez bem em conseguir recuperar 4 posições e pontuar. Tudo isto significou que é agora o mais direto perseguidor de Gabriel Bortoleto, que conseguiu dois 4º lugares que o deixam com 24 pontos de vantagem (uma almofada generosa no mundo da F3).

No sprint a vitória coube a Zak O’Sullivan, que liderou uma dobradinha de jovens Williams ao segurar os ataques de Luke Browning. Mas nem tudo foi tão simples, com vários incidentes a ditarem a entrada de vários Safety Car (como por exemplo o furo de Sebastián Montoya ou Christian Mansell depois de contacto com Gabriele Minì).

Minì, em grande nível no Mónaco, acabou por ter que penar em Barcelona por se ter qualificado em 18º. Outros pilotos em destaque, pela positivo, foram Paul Aron, muito regular e Franco Colapinto que conseguiu assumir maior consistência depois de uma temporada que nem sempre tem sido consistente.

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Qualificação: 1. Martí \ 2. Barnard \ 3. Colapinto \ … \ 10. Saucy \ 11. Browning \ 12. O’Sullivan

Resultado (Sprint): 1. O’Sullivan \ 2. Browning \ 3. Fornaroli \ 4. Bortoleto \ 5. Aron \ 6. Colapinto \ 7. Boya \ 8. Martí \ 9. Barnard \ 10. Bedrin (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Martí \ 2. Colapinto \ 3. Beganovic \ 4. Bortoleto \ 5. Aron \ 6. Boya \ 7. Montoya \ 8. O’Sullivan \ 9. Barnard \ 10. Mansell (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Bortoleto (92) \ 2. Martí (68) \ 3. Beganovic (61) \ 4. Minì (56) \ 5. Aron (54) —– 1. Prema (156) \ 2. Trident (151) \ 3. Hitech (117) \ 4. Campos (73) \ 5. MP (62)

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Corrida anterior: Mónaco 2023 \ Rondas 5-6
Corrida seguinte: Áustria 2023 \ Rondas 9-10





A primeira da Maserati e a recuperação Porsche – ePrix Jakarta 2023

4 06 2023

Depois de uma pequena interrupção europeia a um calendário de 2023 particularmente internacional, a Fórmula E regressa a um país onde se estreou no ano passado: a Indonésia. A capital Jakarta recebeu desta vez uma ronda dupla, depois de ter estado como individual, no seu traçado que utiliza o subúrbio de Ancol.

O desenho do circuito citadino até nem segue os ângulos retos geralmente usados por outras pistas, caraterizada por uma longa reta da meta e secções mais sinuosas, como a das curvas 9-12 e 15, 16 e 17. Mitch Evans foi quem chegou ao país asiático como primeiro e único vencedor, tendo batido Jean-Éric Vergne e Edoardo Mortara para o fazer.

Os bastidores da organização do evento têm sido plenos em dificuldades, desde adiamentos devido à pandemia, cortes indevidos de árvores, fees pagas com valores demasiado elevadas, até várias porções do circuito terem sofrido desastres naturais (como ventos fortes a destruírem porções de bancada ou incêndios).

Nas semanas que antecederam o ePrix houve espaço para uma saída esperada e duas bem inesperadas: André Lotterer, com compromissos nas 24 Horas de Le Mans, foi temporariamente substituído na Andretti por David Beckmann; Jack Nicholls, comentador da categoria desde o seu início, viu o seu contrato terminado após uma investigação por “comportamento inapropriado” ter concluído a sua culpabilidade por incidentes ocorridos (Ben Edwards substituiu-o); e Oliver Rowland bateu com a porta na Mahindra e chegou a mútuo acordo para sair (Roberto Merhi substituiu-o).

Ronda 10 – ePrix de Jakarta (1) 2023

Fazendo uso de um traçado constantemente a levantar poeira, a Fórmula E assistiu no primeiro dos dois dias a uma prova quase pacata, considerando os usuais padrões de ultrapassagens e incidentes na categoria.

Os únicos abandonos acabaram por vir de ambos os Jaguar. Pela segunda vez este ano, Sam Bird calculou mal uma travagem e bateu em Mitch Evans, eliminando o neozelandês. Para piorar a sua situação dentro da equipa, o britânico ainda foi atrás do prejuízo tentar caçar António Félix da Costa, mas no desespero de passar fechou a porta quando não devia a Robin Frijns e acabou no muro. O briefing pós-corrida não deve ter sido fácil…

Falando em Félix da Costa, o português até fez uma boa prova de recuperação de 15º até 8º, mas já começam a ser muitas corridas em que o Porsche parte de demasiado atrás na grelha. Isto quando o colega Pascal Wehrlein continua a terminar consistentemente na frente.

Nesta corrida, aliás, foi o vencedor do ePrix, tendo conseguido ultrapassar Jake Dennis e Maximilian Günther na primeira metade da prova e na segunda defendeu-se das investidas de Dennis. Günther e o outro Maserati de Edoardo Mortara têm finalmente conseguido fazer a sua temporada verdadeiramente arrancar com pontos mais constantes (à semelhança da outra marca do grupo Stellantis, a DS Penske em 4º e 5º).

Destaque ainda para a maneira hábil como Nick Cassidy conseguiu evitar um despiste, somando pontos importantes para se manter na frente do campeonato; para Robin Frijns que conseguiu colocar a ABT nos pontos; e para a recuperação de 20º a 10º do McLaren de Jake Hughes.

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Qualificação: 1. Günther \ 2. Dennis \ 3. Wehrlein \ 4. Vergne \ 5. Vandoorne (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Wehrlein \ 2. Dennis \ 3. Günther \ 4. Vandoorne \ 5. Vergne \ 6. Mortara \ 7. Cassidy \ 8. Félix da Costa \ 9. Frijns \ 10. Hughes (Ver melhores momentos)

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Ronda 11 – ePrix de Jakarta (2) 2023

No segundo dia de ação na Indonésia, Günther aprendeu com as lições que a derrota do dia anterior lhe tinha dado. O piloto da Maserati voltou a bater a concorrência em qualificação, mas, desta vez, soube segurar os ataques de Dennis (que ainda conseguiu liderar após um período de Attack Mode) para dar à equipa italiana a sua primeira vitória na categoria (apesar de já ter ganho antes como Venturi).

O mau dia anterior de Sam Bird acabou por ter um novo capítulo no domingo, com o britânico a nem sequer partir devido a problemas mecânicos. Outro piloto que também não terá gostado nem um pouco do fim-de-semana foi Nick Cassidy, que até tinha feito bem para se manter fora de sarilhos no sábado mas perdeu a asa da frente num rival no domingo.

Tendo-se qualificado em 10º e 12º, a Nissan surpreendeu na corrida com recuperações até ao 4º e 5º lugar, numa altura em que parece inverter de forma com a cliente McLaren (que tem tido cada vez mais dificuldade em chegar aos pontos).

A Porsche concluiu um fim-de-semana positivo com 6º e 7º, ainda que Félix da Costa tenha que melhorar as suas performances em qualificação se quer almejar a algo mais do que segundo piloto de Wehrlein no que ainda falta deste ano, enquanto que Mortara garantiu uma pontuação dupla para a Maserati e Sébastien Buemi evitou que a Envision saísse sem pontos do dia.

Vale a pena ressalvar que a DS Penske pareceu perder todo e qualquer ritmo na segunda metade da prova, tendo que lutar com tudo para ainda garantir dois pontos com Vandoorne.

Os resultados de Jakarta recolocaram a Porsche no comando de ambos os campeonatos.

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Qualificação: 1. Günther \ 2. Dennis \ 3. Evans \ 4. Mortara \ 5. Vandoorne (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Günther \ 2. Dennis \ 3. Evans \ 4. Fenestraz \ 5. Nato \ 6. Wehrlein \ 7. Félix da Costa \ 8. Mortara \ 9. Vandoorne \ 10. Buemi (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Wehrlein (134) \ 2. Dennis (133) \ 3. Cassidy (128) \ 4. Evans (109) \ 5. Vergne (97) —– 1. Porsche (212) \ 2. Envision (190) \ 3. Jaguar (171) \ 4. Andretti (156) \ 5. DS Penske (139)

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Corrida anterior: ePrix Mónaco 2023
Corrida seguinte: ePrix Portland 2023

ePrix Jakarta anterior: 2022

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Fontes:
Deadline \ Jack Nicholls com contrato terminado
Grande Prêmio \ Oliver Rowland substituído por Roberto Merhi





No limite para Verstappen e Alonso – GP Mónaco 2023

28 05 2023

Foi um processo demorado, mas o Principado do Mónaco conseguiu a sua renovação de contrato depois de negociações bem prolongadas, mantendo a segunda corrida mais antiga do calendário da Fórmula 1 segura até 2025.

Muito joga contra e a favor do Mónaco em tempos recentes. O Grade 1 de segurança da FIA, à medida que os carros têm vindo a tornarem-se mais velozes, parece cada vez mais uma piada quando adaptado a um traçado que quase não mudou desde a criação nos anos 20 (com barreiras metálicas a substituírem o anterior feno ou mesmo por vezes absolutamente nada).

A natureza travada da pista, e a consequente ausência de ultrapassagens nos domingos, têm gerado bastantes críticas relativa à sua utilização, ainda que os até os seus piores detratores concedam que poucas coisas na F1 conseguem igualar o entusiasmo gerado por uma sessão de qualificação no circuito (quando os pilotos são obrigados a negociar muros bem próximos a velocidades estonteantes).

Originalmente prevista como a 7ª prova do calendário, o Mónaco assumiu a 6ª devido ao cancelamento de última hora do GP da Emilia Romagna. Chuvas fortíssimas na região causaram cheias devastadoras que, não só afetaram as condições da pista como a população, levando a categoria a optar por não realizar a prova quando as equipas já estavam na pista (com Imola a receber a garantia de que terá o contrato estendido em 1 ano).

O cancelamento deu algumas dores de cabeça às equipas que planeavam usar a primeira prova europeia como local de estreia de novos pacotes de atualizações, uma vez que testá-las no Mónaco seria sempre de eficácia duvidosa. Não que isso tenha impedido a Mercedes, a estrutura que mais radicalmente alterou o seu projeto (especialmente nos sidepods).

Entre provas foi também anunciada a confirmação de um rumor de longa data: a Aston Martin e a Honda vão passar a estar em cooperação a partir de 2026, com os japoneses a fornecerem os britânicos. A Honda consegue assim uma equipa para se manter na F1, depois de ter “largado” a Red Bull, e a Aston Martin consegue tornar-se uma equipa de fábrica, algo que Martin Whitmarsh descreveu como a peça final do puzzle a encaixar no projeto.

Ronda 6 – Grande Prémio do Mónaco 2023

É difícil dizer quem passou mais tempo a operar no limite das capacidades dos seus carros: Max Verstappen ou Fernando Alonso.

Parece simples dizer que foi Verstappen. O piloto da Red Bull teve que lidar com uma concorrência extremamente próxima em comparação com o usual e respondeu de forma habilidosa, sempre no limite. Quando entrou no terceiro sector da sua volta de qualificação final tinha a pole position a 2 décimas de segundo. Quando a volta terminou acabou 1 décima na frente, com 3 incidentes diferentes em que roçou o muro. A definição de andar no limite.

Em corrida fez mais do mesmo, tendo que se manter sempre num ritmo elevado para segurar a liderança e de esticar para bem lá do desejável o primeiro stint em pneus médios até poder transitar para os intermédios quando a chuva caiu.

E Alonso? Teve que fazer uma tarefa muito semelhante, mas com a desvantagem de um Aston Martin que ainda não é um rival ao nível Red Bull, e com uma idade bem superior. O espanhol foi o único a não ser completamente pulverizado por Verstappen e, se tivesse tido a sorte de a Aston não ter errado ao trocar de duros para médios (em vez de intermédios) poderia ter chegado ao fim para quebrar o seu jejum de vitórias.

O menor falado sobre os colegas de equipa, melhor. Sergio Pérez destruiu a lateral esquerda do seu carro no Q1, tendo que partir de último (momento a partir do qual o fim-de-semana estava efetivamente terminado) e viu o seu carro ser levantado pelas gruas (dando aos rivais uma excelente panorâmica do chão desenhado por Adrian Newey); e Lance Stroll não saiu do Q2 quando o colega quase fez pole, ia perdendo peças logo na primeira volta, fez várias manobras suicidas e terminou a prova de fora depois de aquaplanar contra os muros.

Entre os destaques, a Alpine mostrou bom ritmo de corrida para se consolidar como 5ª força do campeonato, com Esteban Ocon em grande nível a ponto de conseguir consolidar uma posição no pódio contra concorrentes com carros bem melhores. Concorrentes como a Mercedes, que ainda não conseguiu perceber se os updates que fez surtiram o efeito desejado (Lewis Hamilton ainda considerou o carro como extremamente difícil de conduzir, quase sendo eliminado no Q2); ou como a Ferrari, que continua a misturar erros estratégicos com mau andamento (Charles Leclerc não foi avisado de que se devia desviar de Lando Norris e perdeu 3 lugares por bloqueá-lo em qualificação, e Carlos Sainz ficou furioso com uma ordem de paragem que achou tê-lo roubado da hipótese de atacar Ocon).

Coube à McLaren ser a única intrusa no Top 10, com Norris e Oscar Piastri a fazerem ótimas ultrapassagens sobre Yuki Tsunoda e roubar-lhe os pontos finais (com linguagem bem colorida do japonês pela rádio).

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Qualificação: 1. Verstappen \ 2. Alonso \ 3. Ocon \ 4. Sainz \ 5. Hamilton (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Alonso \ 3. Ocon \ 4. Hamilton \ 5. Russell \ 6. Leclerc \ 7. Gasly \ 8. Sainz \ 9. Norris \ 10. Piastri (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (144) \ 2. Pérez (105) \ 3. Alonso (93) \ 4. Hamilton (69) \ 5. Russell (50) —– 1. Red Bull (249) \ 2. Aston Martin (120) \ 3. Mercedes (119) \ 4. Ferrari (90) \ 5. Alpine (35)

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Corrida anterior: GP Miami 2023
Corrida seguinte: GP Espanha 2023

GP Mónaco anterior: 2022

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Fórmula 2 (Rondas 9-10) \ Vesti assume o ataque ao título

Depois de uma ronda de testes em Barcelona, a Fórmula 2 voltou a rodar, desta vez em Monte-Carlo.

Na sua primeira prova, Ayumu Iwasa voltou a demonstrar porque está a ser considerado como potencial futuro piloto da AlphaTauri. O japonês partiu da frente para o sprint e acabou por não largar a liderança em mais nenhuma ocasião durante a prova, sabendo gerir de forma brilhante um recomeço após Safety Car, partindo tão cedo que depressa tinha já 3 segundos de vantagem sobre o 2º classificado (Jehan Daruvala). Jak Crawford completou o pódio.

Já na segunda prova, foi protagonista o pole Frederik Vesti. Com performances boas, mas pouco notáveis nos dois últimos anos (em F3 e F2), o dinamarquês da academia Mercedes sabe que 2023 é o ano de mostrar a Toto Wolff que merece um lugar na F1 e tem aumentado o seu nível. No Mónaco foi gerindo os ataques de Théo Pourchaire com muita calma e venceu a feature, restando agora manter este nível daqui para a frente.

Pourchaire acabou a corrida a queixar-se de que era “simpático demais”, uma referência à maneira como o colega de equipa na ART, Victor Martins, o espremeu antes da primeira curva. Não que Martins tenha conseguido lucrar muito: o francês ignorou bandeiras amarelas no acidente terminal de Jack Doohan e quase atropelou um comissário, valendo-lhe um drive through que o deixou em 8º.

De destacar ainda a regularidade de Richard Verschoor e Kush Maini, que os tem catapultado para bons lugares, e para uma excelente recuperação de Dennis Hauger de 17º a 5º na prova feature.

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Qualificação: 1. Vesti \ 2. Martins \ 3. Pourchaire \ … \ 8. Daruvala \ 9. Iwasa \ 10. Hadjar

Resultado (Sprint): 1. Iwasa \ 2. Daruvala \ 3. Crawford \ 4. Verschoor \ 5. Maloney \ 6. Doohan \ 7. Martins \ 8. Pourchaire (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Vesti \ 2. Pourchaire \ 3. Maloney \ 4. Verschoor \ 5. Hauger \ 6. Maini \ 7. Staněk \ 8. Martins \ 9. Crawford \ 10. Iwasa (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Vesti (89) \ 2. Pourchaire (84) \ 3. Iwasa (69) \ 4. Maini (49) \ 5. Hauger (48) —– 1. Prema (130) \ 2. ART (108) \ 3. DAMS (103) \ 4. MP (88) \ 5. Campos (82)

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Corrida anterior: Azerbaijão 2023 \ Rondas 7-8
Corrida seguinte: Espanha 2023 \ Rondas 11-12

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Fórmula 3 (Rondas 5-6) \ Bortoleto segura liderança em dia de vitória de Minì

Quase sempre mais volátil até do que a Fórmula 3, a categoria até teve provas relativamente calmas para os seus próprios padrões.

No sprint coube a Pepe Martí dominar a seu bel-prazer, enquanto que no fim da tabela de pontuação Paul Aron teve que se defender com unhas e dentes para assegurar o último ponto contra os dois primeiros classificados da qualificação. Leonardo Fornaroli e Grégoire Saucy completaram o pódio.

Já o feature teve mais ação. Logo no início Oliver Gray tentou uma ultrapassagem sobre um colega da Carlin na Tabac, que acabou com este no muro. Sebastián Montoya impacientou-se de tal modo com uma tentativa de ultrapassagem a Caio Collet que lhe acertou na subida da colina e perdeu a asa dianteira. Depois, com alguma falta de desportivismo, cortou a chicane do porto para impedir os rivais o passassem antes da paragem nas boxes.

Na dianteira, coube a Minì vencer com alguma gestão das margens para Beganovic, tal como Aron teve que fazer para garantir um pódio face a Luke Browning.

Um 5º ou 6º lugar garantiram a Gabriel Bortoleto a manutenção da liderança do campeonato, seguido agora de Minì, Saucy, Beganovic e Aron.

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Qualificação: 1. Minì \ 2. Beganovic \ 3. Aron \ … \ 10. Fornaroli \ 11. Martí \ 12. Saucy

Resultado (Sprint): 1. Martí \ 2. Fornaroli \ 3. Saucy \ 4. Colapinto \ 5. Barnard \ 6. Bortoleto \ 7. Montoya \ 8. Browning \ 9. Collet \ 10. Aron (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Minì \ 2. Beganovic \ 3. Aron \ 4. Browning \ 5. Bortoleto \ 6. Colapinto \ 7. O’Sullivan \ 8. Barnard \ 9. Martí \ 10. Saucy (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Bortoleto (73) \ 2. Minì (56) \ 3. Saucy (47) \ 4. Beganovic (46) \ 5. Aron (38) —– 1. Trident (124) \ 2. Prema (110) \ 3. Hitech (102) \ 4. ART (54) \ 5. Campos (41)

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Corrida anterior: Austrália 2023 \ Rondas 3-4
Corrida seguinte: Espanha 2023 \ Rondas 7-8

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Fontes:
Sky Sports \ Atualizações Mercedes
The Independent \ Cancelamento de Imola
The Guardian \ Acordo Aston Martin – Honda





Doohan e Pourchaire no topo – Testes F2

16 05 2023

Com a próxima visita competitiva da Fórmula 2 a Barcelona a aproximar-se nas próximas semanas, a categoria antecipou a sua presença em algumas semanas de modo a fazer a sua primeira sessão de testes desde que a temporada começou no Bahrain.

O grande destaque dos 3 dias de ação em território espanhol foi Jack Doohan, que liderou os 2 primeiros. O piloto da Virtuosi soube encontrar 5 décimas de segundo no primeiro dia sobre o segundo classificado, enquanto que no dia seguinte esteve décima e meia na frente. O último dia deixou-o no fundo da tabela, mas com simulações de corrida e um nível bastante generoso de voltas completadas.

Nesse dia final foi Théo Pourchaire quem fez uso da sua experiência para liderar por umas incríveis 6 décimas de segundo sobre o outro ART (Victor Martins), depois de já ter sido 3º no segundo dia.

ART e Virtuosi acabaram assim no topo da tabela de tempos do conjunto dos dias, ainda que a ART tenha sido das que menos voltas completou. Na quilometragem foi a Campos quem fez menos, enquanto que a Van Amersfoort esteve no topo.

No fundo da tabela de tempos voltou a ficar a PHM Charouz, ainda que não muito distante da Trident e Hitech.

A Prema também teve um teste produtivo, com Frederik Vesti e Oliver Bearman a encontrarem ritmo com facilidade, ao passo que os DAMS foram ganhando balanço ao longo dos dias e os Rodin Carlin pareceram fazer o exato oposto.

Destaque ainda para uma caótica manhã de quinta-feira, que viu a chuva levar à presença de umas incríveis 5 bandeiras vermelhas (para além de ainda ter marcado presença no dia seguinte).

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Dia 1 – Resultado: 1. Doohan (1m24s177) \ 2. Bearman (1m24s624) \ 3. Vesti (1m24s742) \ 4. Fittipaldi (1m24s810) \ 5. Cordeel (1m24s904)

Dia 2 – Resultado: 1. Doohan (1m24s318) \ 2. Vesti (1m24s466) \ 3. Pourchaire (1m24s565) \ 4. Daruvala (1m24s722) \ 5. Martins (1m24s866)

Dia 3 – Resultado: 1. Pourchaire (1m23s943) \ 2. Martins (1m24s595) \ 3. Iwasa (1m24s762) \ 4. Leclerc (1m24s851) \ 5. Maini (1m25s050)

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Resultado Global

#EquipaTempoVoltas
1ART1m23s943Pourchaire363
2Virtuosi1m24s177Doohan440
3Prema1m24s466Vesti440
4MP1m24s722Daruvala381
5DAMS1m24s762Iwasa411
6Rodin Carlin1m24s872Fittipaldi423
7Campos1m24s943Maini336
8Van Amersfoort1m25s058Verschoor465
9Hitech1m25s244Hadjar381
10Trident1m25s246Novalak352
11PHM Charouz1m25s333Nissany430
Barcelona \ 10-12 Maio 2023




Verstappen responde com ritmo diabólico – GP Miami 2023

8 05 2023

É difícil subestimar a importância que a corrida inaugural de Miami na Fórmula 1 teve para a FOM. Sim, foi relativamente fácil de fazer pouco dos organizadores quando se viu o pequeno “lago” interior, que não passava de contraplacado impresso para imitar água e onde iates foram colocados para fãs endinheirados verem a prova, mas a verdade é que o post mortem da primeira edição apenas suportou a teoria de que os norte-americanos estão com um apetite voraz por F1.

Com um circuito construído à volta do Hard Rock Stadium, a corrida de 2022 viu-se como palco de uma das múltiplas vitórias de Max Verstappen, ainda que tenha sido na fase da temporada em que as estratégias pouco competentes da Ferrari tenham tido mais a ver com o assunto que o ritmo puro da Red Bull.

O traçado de Miami acabou por diferir bastante do original, que foi bem contestado pela população local devido às áreas que atravessava, mas para benefício da própria categoria, uma vez que a natureza semi-permanente da versão final acaba por permitir um maior comprometimento da cidade com a F1.

D retas longas, chicanes técnicas e curvas de alta velocidade, Miami segue o padrão das recentes adições ao calendário da F1.

Ronda 5 – Grande Prémio de Miami 2023

Seria sempre provável que Max Verstappen respondesse o mais rapidamente possível ao fim-de-semana perfeito de Sergio Pérez em Baku, mas ainda se ativou alguma esperança numa nova aproximação do mexicano no campeonato quando o despiste de Charles Leclerc anulou as possibilidades de Verstappen qualificar-se acima de 9º. Essa esperança não durou muito. Assim que a corrida começou tornou-se claro que mesmo a começar em pole position seria difícil para Pérez vencer.

Ultrapassando carros após carro sem grande dificuldade, o campeão do mundo em título já estava em 2º lugar na volta 14, e a partir daí foi simples de fazer uso dos pneus duros com que começou para esticar o stint durante tal número de voltas que se tornou impossível a Pérez de responder. Quando Verstappen saiu das boxes já estava colado ao colega e passá-lo foi simples, para infelicidade de Pérez.

Atrás de ambos, com uma inevitabilidade extraordinária em 2023, chegou Fernando Alonso. O espanhol esteve, nas suas próprias palavras, numa terra de ninguém em que não tinha vislumbre dos Red Bull e George Russell só o viu a grande distância. O homem da Aston Martin também passou o seu tempo em Miami a fazer pouco do ritmo dos Alpine e a fazer perguntas constantes sobre o ritmo de Lance Stroll (que comprometeu o seu fim-de-semana ao ser eliminado no Q1).

Para os homens da Mercedes e da Ferrari foi um Grande Prémio de dolorosa realização: o ritmo de qualquer uma das duas equipas ficou muito aquém do esperado para uma real aproximação aos líderes. Se na Mercedes temos George Russell a fazer o melhor com o que tem e Lewis Hamilton visivelmente frustrado com a falta de andamento da equipa, na Ferrari temos desilusão completa e mútua (com direito a dois despistes idênticos de Charles Leclerc).

A Alpine e a Haas acabaram por conseguir aproveitar os restos, com os franceses a fazerem uma pontuação dupla e Kevin Magnussen conseguiu aproveitar a qualificação para partir de 4º e procurou perder o menor tempo possível para manter-se nos pontos, apesar do ritmo inferior do Haas.

Yuki Tsunoda voltou a bater à porta dos pontos. O japonês poderá estar frustrado com mais um 11º posto, mas a verdade é que as consistentes performances do pouco veloz AlphaTauri têm chamado a atenção. E colocado a pressão sobre Nyck de Vries (que já deve estar farto de ouvir falar sobre as performances brilhantes de Liam Lawson na Super Fórmula).

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Qualificação: 1. Pérez \ 2. Alonso \ 3. Sainz \ 4. Magnussen \ 5. Gasly (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Pérez \ 3. Alonso \ 4. Russell \ 5. Sainz \ 6. Hamilton \ 7. Leclerc \ 8. Gasly \ 9. Ocon \ 10. Magnussen (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (119) \ 2. Pérez (105) \ 3. Alonso (75) \ 4. Hamilton (56) \ 5. Sainz (44) —– 1. Red Bull (224) \ 2. Aston Martin (102) \ 3. Mercedes (96) \ 4. Ferrari (78) \ 5. McLaren (14)

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GP Miami anterior: 2022





Segunda seguida para Cassidy – ePrix Mónaco 2023

7 05 2023

É difícil explicar com a devida importância aquilo que a Fórmula E passar a usar a extensão total do circuito de Monte-Carlo representou para o prestígio da categoria durante o fim-de-semana da corrida e para o seu futuro. Longe vão os tempos em que a FE era ridicularizada por “nem sequer” conseguir cumprir o traçado inteiro do Mónaco. A presença dos monolugares elétricos no mesmo traçado que os F1 dissipou essa nuvem.

Quase sem alterações desde o seu início em 1929, o GP do Mónaco possui, ainda que seja discutível os seus méritos, o Grade 1 da FIA a nível de segurança e, mais importantemente, quase não sofreu alterações desde a primeira prova nas ruas do Principado. O facto de barreiras TecPro e de pneus serem agora aquilo que ladeia a pista, ao invés de fardos de feno é uma importante mudança, no entanto.

Com uma importante parcela da aderência dos seus carros a provir de meios mecânicos e não aerodinâmicos, a FE conseguiu fazer do Mónaco um reduto de ultrapassagens de fazer inveja a qualquer outra categoria, para além de o vencedor do ePrix merecer muitas vezes o devido destaque no review da temporada (ou não tivesse sido a única vitória do campeão Vandoorne em 2022).

De perfil sinuoso, lento e sem retas que façam uma linha reta, o Mónaco na sua versão atual tem sido um dos grandes destaques do ano para a categoria.

Ronda 9 – ePrix do Mónaco 2023

Com uma certa inevitabilidade, dadas as médias de pontuação das últimas rondas, as marcas equipadas com motores Porsche foram ultrapassadas no campeonato pelas que utilizam unidades motrizes da Jaguar, ainda para mais através da marca cliente (Envision).

A Porsche tem-se mostrado incapaz de se qualificar em posições decentes em tempos recentes, o que, mesmo com bom ritmo de corrida, tem levado Pascal Wehrlein e António Félix da Costa a terem que se imiscuir nas complexas dinâmicas das lutas de meio da tabela. Em Monte-Carlo, o primeiro ainda conseguiu salvar um ponto enquanto que Félix da Costa teve que parar com um furo a meio da corrida.

Isto, misturado com uma consistência incrível de Nick Cassidy (desde a Índia que não sai do Top 5), fez com que a liderança do campeonato mudasse de mãos. Cassidy tem sabido acertar em cheio com o timing de quando passar para a frente da corrida e de como segurar os ataques dos rivais. O neozelandês voltou a ser brilhante em ambas as tarefas, voltando a vencer uma dobradinha de neozelandeses ao aguentar os avanços de Mitch Evans. Foi também, mais relevantemente, uma dobradinha de motores Jaguar.

Jake Dennis mostrou que a Andretti ainda poderá ter uma palavra a dizer, aguentando o lugar final do pódio, seguido dos dois primeiros de qualificação (Sacha Fenestraz e Jake Hughes) que voltaram a não ter ritmo de corrida suficiente para fazer frente aos mais rápidos. Fenestraz até tinha feito pole position originalmente, mas excedeu o limite de consumo de energia e entregou esses louros a Hughes.

Dan Ticktum chegou em 6º para dar à NIO o seu melhor resultado em prova desde os tempos de Nelson Piquet Jr, numa corrida tão cheia de momentos quanto o desbocado Ticktum parece geralmente ter. O britânico chegou a estar à frente da corrida, para além de também ter perdido a paciência perto do fim e ter acertado no carro que circulava à sua frente, perdendo parte da asa dianteira e apanhando Maximilian Günther de surpresa com gravidade suficiente para o alemão ter provocado o Safety Car.

Outro alemão que provocou SC foi André Lotterer logo no início, ao passo que pilotos como Jean-Éric Vergne souberam manter-se fora de sarilhos para ascender de 22º até 7º. O seu colega Stoffel Vandoorne terminou em 9º, e Sébastien Buemi assegurou o lugar que faltava nos pontos, em 8º.

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Qualificação: 1. Hughes \ 2. Fenestraz \ 3. Nato \ 4. Günther \ 5. Ticktum (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Cassidy \ 2. Evans \ 3. Dennis \ 4. Fenestraz \ 5. Hughes \ 6. Ticktum \ 7. Vergne \ 8. Buemi \ 9. Vandoorne \ 10. Wehrlein (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Cassidy (121) \ 2. Wehrlein (101) \ 3. Dennis (96) \ 4. Evans (94) \ 5. Vergne (87) —– 1. Envision (182) \ 2. Porsche (169) \ 3. Jaguar (156) \ 4. Andretti (119) \ 5. DS Penske (115)

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ePrix Mónaco anterior: 2022





Pole Ferrari não trava dobradinha Red Bull – GP Azerbaijão 2023

1 05 2023

Com a ausência do GP da Rússia do calendário, o Azerbaijão conseguiu transformar-se numa das mais importantes provas de ligação do continente europeu ao asiático na lista de países que sediam um Grande Prémio. Com um forte apoio dos fãs, devido à imprevisibilidade das provas do circuito citadino de Baku, apesar da falta de tradição automobilística, o país do Cáucaso tem conseguido trilhar de forma bem-sucedida um caminho no coração dos fãs.

A famosa secção sinuosa próxima ao castelo, as duas curvas de alta velocidade cegas no final da volta, os Safety Car quase constantes, uma reta da meta que quase chega aos 2 km, os vários milhões de dólares que o petróleo permite ao Governo do pequeno país depositar na conta bancária da FOM: tudo conspira para tornar o GP um dos locais com futuro na gestão de Stefano Domenicalli na F1 (apesar de ter sido, inicialmente, uma das escolhas mais bizarras do “reinado” de Bernie Ecclestone).

Oficialmente a Red Bull chegou a Baku como a equipa que mais vezes triunfou no país, mas tecnicamente a Mercedes também tem um número similar (a primeira edição, ganha pelos alemães, tecnicamente foi um GP da Europa). Entre os pilotos, uma particularidade: ninguém venceu mais do que uma vez ainda.

Se as 3 semanas até este GP foram tranquilas, a semana final foi plena em notícias. Em primeiro lugar, o anúncio da saída de Franz Tost de Diretor Técnico da AlphaTauri para dar lugar a Laurent Mekies (atual Ferrari). Em segundo lugar, a entrada de Luke Browning no programa de jovens pilotos da Williams. Em terceiro lugar, a renovação de Baku no calendário até 2026. E por último, a confirmação do formato dos sprint para este ano à última da hora.

As alterações diziam respeito ao sprint deixar de definir a grelha de partida de domingo, passando a ser um evento mais sozinho (com direito a uma mini-qualificação própria), deixando a descoberto o quanto a FOM nunca quis “revolucionar a qualificação” mas simplesmente uma maneira simples de obter mais um evento competitivo no fim-de-semana.

Ronda 4 – Grande Prémio do Azerbaijão 2023

Com um mês de inatividade e apenas uma sessão de treinos livres num circuito citadino de alta velocidade, era inevitável que existissem focos de tensão ou atrapalhação dos pilotos no Azerbaijão, e assim foi.

Pierre Gasly perdeu mesmo o seu treino livre devido a um problema de motor, e depois fez à Alpine o favor de partir a suspensão no Q1, acabando com as suas aspirações do fim-de-semana. Nyck de Vries foi outro que nunca se pareceu encontrar em Baku, com outro acidente no Q1 e um chega para lá destrutivo em Yuki Tsunoda (o seu colega AlphaTauri) no sprint.

Ainda assim a surpresa da qualificação (de ambas, na verdade) foi que os updates da Ferrari deixaram a Scuderia com a pole position. Apesar de ainda estarem a perder em reta para a Red Bull, os italianos viram Charles Leclerc vencer nos mini-sectores com curvas. Já Carlos Sainz viu-se a uns pouco impressionantes 6 décimos de segundo do colega de equipa.

Também a McLaren viu as suas muito aguardadas atualizações deixarem ambos os carros no Q3, enquanto que a Mercedes sofreu a bom sofrer para encontrar ritmo em Baku (tal como a Alpine).

No dia do sprint, a especulação de Leclerc sobre a falta de ritmo de corrida do seu carro confirmou-se, mas apenas em parte: Sergio Pérez passou-o, mas o monegasco conseguiu evitar deixá-lo fugir em demasia. E ainda roubou pontos a Max Verstappen, que ficou com um buraco na lateral do carro devido a um toque com George Russell na partida (e que os levou a trocarem palavras azedas no final). Os resmungos de Verstappen sobre os rivais não se deverem atirar com tanto risco foram irónicos para todos menos para o piloto da Red Bull…

Destaque para a maneira como Fernando Alonso, depois de ter estado sem DRS em qualificação, conseguiu adiantar-se a Lewis Hamilton e para o outro Aston Martin de Lance Stroll (que fez uma arrojada ultrapassagem sobre Alexander Albon para obter o último ponto da prova).

Já o dia de corrida foi bem mais calminho. Tal como Leclerc previu, a Ferrari não tinha nem pouco mais ou menos ritmo para conseguir segurar os dois Red Bull nas voltas iniciais, e Verstappen e Pérez passaram. Quando um Safety Car foi acionado para retirar de Vries (suspensão partida) do circuito, Verstappen já tinha parado, o que deu a vantagem de uma paragem “gratuita” a Pérez, que assumiu a liderança. O mexicano conseguiu no recomeço que o colega estivesse fora de zona de DRS daí em diante, apesar da distância entre os dois nunca ter sido maior que 3 segundos.

Segunda vitória do ano para Pérez, que se voltou a colar no campeonato a Verstappen, mais uma dobradinha Red Bull e primeiro pódio do ano sem Alonso (que mesmo assim ainda acabou a prova colado a Leclerc). Sainz e Hamilton em 5º e 6º também estiveram bem próximos um do outro, seguidos de Stroll e Russell, com os pontos finais a terem estado em disputa até aos momentos finais.

Ocon e Hülkenberg, a partirem das boxes, ainda arriscaram não parar durante várias voltas, o que os fez segurar um comboio de carros durante a maior parte do tempo. Só que, com as voltas a esgotarem, ambos tiveram que parar nos momentos finais, dando 9º e 10º a Lando Norris e Yuki Tsunoda, respetivamente.

No momento da paragem de Ocon, na última volta, houve um susto de segurança, com os comissários a estarem já a fechar o pitlane para a chegada dos primeiros, o que quase levou a um atropelamento. Não foi a primeira vez que a FIA cometeu um erro grosseiro destes, esperando-se que seja a última.

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Quali Sprint: 1. Leclerc \ 2. Pérez \ 3. Verstappen \ 4. Russell \ 5. Hamilton (Ver melhores momentos)

Sprint: 1. Pérez \ 2. Leclerc \ 3. Verstappen \ 4. Russell \ 5. Sainz \ 6. Alonso \ 7. Hamilton \ 8. Stroll (Ver melhores momentos)

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Qualificação: 1. Leclerc \ 2. Verstappen \ 3. Pérez \ 4. Sainz \ 5. Hamilton (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Pérez \ 2. Verstappen \ 3. Leclerc \ 4. Alonso \ 5. Sainz \ 6. Hamilton \ 7. Stroll \ 8. Russell \ 9. Norris \ 10. Tsunoda (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (93) \ 2. Pérez (87) \ 3. Alonso (60) \ 4. Hamilton (48) \ 5. Sainz (34) —– 1. Red Bull (180) \ 2. Aston Martin (87) \ 3. Mercedes (76) \ 4. Ferrari (62) \ 5. McLaren (14)

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Corrida seguinte: GP Miami 2023

GP Azerbaijão anterior: 2022

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Fórmula 2 (Rondas 7-8) \ Caos no sprint, domínio na feature: Domínio Bearman

Acabou por ser um brilhante fim-de-semana para Oliver Bearman, que nem tinha estado assim tão bem nas provas iniciais. Em Baku, o britânico venceu ambas as provas, ainda que de maneiras bem diferentes. Se na feature foi vitória após pole, no sprint o piloto tinha partido do fundo do Top 10 e beneficiou do caos.

Esse caos começou logo na partida, quando Zane Maloney e Richard Verschoor se eliminaram um ao outro logo no início (com um pequeno contacto adicional em Victor Martins). O grande beneficiado foi Dennis Hauger, que saltou de 6º a 1º, seguido de Martins.

O primeiro SC para Ralph Boschung até nem teve grandes consequências, mas o segundo para Roy Nissany foi pleno de catástrofe para os dois primeiros. Ambos os pilotos travaram demasiado tarde e encontraram o muro, com Martins a ser colhido por um surpreso Jehan Daruvala (salvo pelo halo de ferimentos) e por Théo Pourchaire e Arthur Leclerc. Isto deixou os dois Prema na frente durante os segundos antes da ativação do terceiro SC, tempo suficiente para Bearman ultrapassar Frederik Vesti e vencer.

Já o feature foi mais pacato, com Pourchaire a passar a prova inteira em luta com Enzo Fittipaldi pelo 2º lugar (com o último a sair-se melhor), enquanto que Vesti conseguiu chegar em 4º para ascender a 2º na luta pelo título (atrás de Pourchaire).

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Qualificação: 1. Bearman \ 2. Fittipaldi \ 3. Pourchaire \ … \ 8. Martins \ 9. Maloney \ 10. Verschoor

Resultado (Sprint): 1. Bearman \ 2. Vesti \ 3. Crawford \ 4. Maini \ 5. Fittipaldi \ 6. Correa \ 7. Novalak \ 8. Staněk (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Bearman \ 2. Fittipaldi \ 3. Pourchaire \ 4. Vesti \ 5. Maini \ 6. Hauger \ 7. Hadjar \ 8. Verschoor \ 9. Crawford \ 10. Leclerc (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Pourchaire (65) \ 2. Vesti (62) \ 3. Iwasa (58) \ 4. Bearman (41) \ 5. Maini (41) —– 1. Prema (103) \ 2. DAMS (92) \ 3. ART (82) \ 4. Campos (74) \ 5. MP (70)

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Corrida anterior: Austrália 2023 \ Rondas 5-6
Corrida seguinte: Mónaco 2023 \ Rondas 9-10

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Fontes:
AP News \ Azerbaijão renova até 2026
F1 \ Alterações Sprint
Joe Saward \ Mekies no lugar de Tost na AlphaTauri
Motorsport \ Browning na Williams





Na Alemanha só vencem neozelandeses – ePrix Berlim 2023

23 04 2023

O Aeroporto de Tempelhof já tem um lugar reservado na História do mundo, como palco da famosa ponte aérea que os norte-americanos estabeleceram em Berlim durante a Guerra Fria, mas nos últimos anos tem-se transformado num dos mais conhecidos palcos da Fórmula E, com direito a decisões de título, provas caóticas e um traçado desafiante.

Utilizado pela primeira vez em 2015, o circuito foi alterado substancialmente a partir da sua segunda edição para a configuração atual (que até já foi corrida em sentido inverso). No seu total são 2,250 km de extensão e 10 curvas que os pilotos têm que negociar, com a vantagem de que têm os muros substancialmente mais longe do que nas outras provas da FE. As desvantagens são a falta de aderência e elevado consumo de pneus do traçado abrasivo.

Como ronda dupla novamente, Berlim surge no calendário como primeira prova europeia do ano e um mês após o ePrix de São Paulo (devido a alguns cancelamentos de última hora). Antes das provas de 2023, 3 pilotos partilhavam o maior número de vitórias (2): Sébastien Buemi, Lucas di Grassi e António Félix da Costa.

Ronda 7 – ePrix de Berlim (1) 2023

A qualificação para a primeira prova alemã trouxe duas caras bem familiares para o duelo final: Sébastien Buemi e Sam Bird competiram para no final ser Buemi quem levou a melhor (tornando-se o recordista absoluto da Fórmula E).

Na partida para a corrida, no entanto, foi Dan Ticktum quem surpreendeu toda a gente ao partir de 4º cheio de vontade, passando Buemi por fora na longa primeira curva para colocar a NIO na frente. Com a sucessão de Attack Modes acabaria por perder essa liderança, mas quando a prova ia a meio ainda estava em competição. Até que se esqueceu de verificar o exterior de uma curva onde Stoffel Vandoorne já se encontrava. O resultado foi que ambos terminaram aí os seus dias, ficando a discutir acesamente na berma da estrada.

Isto gerou um período de Safety Car, que viu os dois Jaguar e Buemi disputarem a vitória após o recomeço. Buemi, que também utilizava propulsores da Jaguar, ainda continuou a fazer o seu melhor para segurar um potencial primeiro triunfo com a Envision, mas acabou por sucumbir a um ataque bem temporizado de Mitch Evans. A última volta não ajudou: Sam Bird roubou o 2º posto de forma limpa e Maximilian Günther roubou de forma aparatosa o 3º.

O resultado final foi uma dobradinha bem saborosa para a Jaguar e um primeiro pódio para a Maserati, que deve ter deixado a antiga Venturi bem aliviada (até porque Edoardo Mortara também pontuou). Pascal Wehrlein ainda conseguiu limitar os estragos, enquanto que Nick Cassidy chegou em 5º, para mais um bom resultado conjunto da Envision em 2023.

António Félix da Costa partiu de 19º mas, a 8 voltas do fim, já tinha recuperado até ao 4º posto quando uma travagem completamente falhada por Jake Dennis atirou o homem da Andretti em cheio contra o Porsche do português e lhe terminou a prova.

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Qualificação: 1. Buemi \ 2. Bird \ 3. Vandoorne \ 4. Ticktum \ 5. Dennis (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Evans \ 2. Bird \ 3. Günther \ 4. Buemi \ 5. Cassidy \ 6. Wehrlein \ 7. Vergne \ 8. Lotterer \ 9. Mortara \ 10. Rowland (Ver melhores momentos)

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Ronda 8 – ePrix de Berlim (2) 2023

Com piso molhado até ao final de qualificação, a segunda prova de Berlim trouxe como surpresa o facto de a ABT ter conseguido fechar a primeira linha da grelha para o ePrix, com o experiente Robin Frijns a vencer o colega de equipa Nico Müller na final. O tempo seco, no entanto, acabou por significar que os monolugares alemães começaram a cair ao longo da prova até que apenas Müller conseguiu pontos em 9º.

Fazendo uso do ritmo do seu Envision, acabou por ser Nick Cassidy quem conseguiu vencer em Berlim, depois de reclamações bem sonoras no rádio contra Buemi durante a qualificação. O neozelandês (mais uma triunfar na Alemanha em 2023) terminou na frente de alguém que precisava de compensar a sua terrível primeira prova: Jake Dennis.

A completar o pódio chegou Jean-Éric Vergne da DS Penske, que parece estar a ganhar embalo para o seu ritmo dos anos recentes Techeetah. Evans voltou a somar pontos importantes para se aproximar da luta pelo título, enquanto que os Porsche voltaram a fazer uma pontuação dupla em território caseiro.

A Maserati conseguiu pontuar pela segunda prova seguida, cortesia de Günther, enquanto que Ticktum compensou um pouco o disparate de sábado ao amealhar o último lugar pontuável de domingo.

De destacar ainda a interrupção momentânea da partida devido a protestantes que entraram em pista e tentaram interromper os procedimentos, apesar de terem sido corridos do traçado com alguma rapidez pelos seguranças. Os protestantes pelo clima conseguiram a proeza de interromper um evento de veículos elétricos que se orgulha do seu estatuto carbon neutral

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Qualificação: 1. Frijns \ 2. Müller \ 3. Buemi \ 4. Vergne \ 5. Evans (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Cassidy \ 2. Dennis \ 3. Vergne \ 4. Evans \ 5. Félix da Costa \ 6. Günther \ 7. Wehrlein \ 8. Vandoorne \ 9. Müller \ 10. Ticktum (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Wehrlein (100) \ 2. Cassidy (96) \ 3. Vergne (81) \ 4. Dennis (80) \ 5. Evans (76) —– 1. Porsche (168) \ 2. Envision (153) \ 3. Jaguar (138) \ 4. DS Penske (107) \ 5. Andretti (103)

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ePrix Berlim anterior: 2022





Trident e Jenzer dividem o topo da tabela – Testes F3

21 04 2023

Depois da semana de testes de Barcelona, a pista de Imola obteve o direito de receber os monolugares de Fórmula 3 para uma nova sessão de dois dias. O circuito italiano também será o próximo palco da F3 quando receber a ronda seguinte do campeonato em Maio.

Fórmula 3 – Dia 1

Com múltiplas simulações de qualificação durante a manhã, a tabela de tempos final acabou por ficar quase totalmente definida na tarde, ainda assim. Apesar disso, houve duas interrupções (com Jonny Edgar na gravilha e Hugh Barter na primeira curva) nesta fase, além de três adicionais da parte da tarde (Gabriel Bortoleto e Oliver Goethe; Leonardo Fornaroli na gravilha; Mari Boya na Curva 10).

O resultado foi que Nikita Bedrin liderou o dia com o tempo mais rápido para a Jenzer, seguido de Bortoleto no seu Trident.

Já fora do segundo 31, chegaram os rivais seguintes: Dino Beganovic em 3º, Gabriele Minì em 4º e Pepe Martí em 5º. O maior número de voltas do dia coube a Alejandro García com 74 voltas à volta de Imola.

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Resultado: 1. Bedrin (1m30s368) \ 2. Bortoleto (1m30s690) \ 3. Beganovic (1m31s111) \ 4. Minì (1m31s141) \ 5. Martí (1m31s166)

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Fórmula 3 – Dia 2

Apesar de um acidente de Oliver Goethe logo a abrir a sessão, o segundo dia de testes da F3 trouxe mais um duelo privado entre Bortoleto e Bedrin pelas duas primeiras posições. Desta vez coube ao brasileiro da Trident terminar na frente com um tempo muito parecido ao do russo da Jenzer no primeiro dia.

A maioria dos pilotos focaram-se em ritmo de corrida, nos momentos em que a rodagem não estava interrompida pelas paragens de bandeira vermelha constantes. Franco Colapinto conseguiu terminar em 3º, seguido de Taylor Barnard e Beganovic.

A ART terminou os dois dias como a equipa com mais voltas completadas (492), ao passo que a MP (que chegou a não ter um carro num dos dias) se ficou pelas 333 (a pior). A PHM Charouz voltou a terminar a alguma margem da penúltima classificada (também novamente a Rodin Carlin).

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Resultado: 1. Bortoleto (1m30s312) \ 2. Bedrin (1m30s416) \ 3. Colapinto (1m30s471) \ 4. Barnard (1m30s527) \ 5. Beganovic (1m30s547)

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Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1Trident1m30s312Bortoleto410
2Jenzer1m30s368Bedrin444
3MP1m30s471Colapinto333
4Prema1m30s547Beganovic430
5Campos1m30s596Martí412
6ART1m30s647Saucy492
7Hitech1m30s766Browning431
8Van Amersfoort1m30s791Collet413
9Rodin Carlin1m31s248Gray373
10PHM Charouz1m32s108Flörsch362
Imola \ 18-19 Abril 2023




Hitech acaba na frente – Testes F3

15 04 2023

Depois de um início de campeonato ao nível habitual da Fórmula 3, a categoria júnior juntou-se nesta pausa de 4 semanas entre provas para fazer uma sessão de testes em Barcelona (a que se seguirá na próxima semana uma nova sessão em Imola).

Fórmula 3 – Dia 1

O primeiro dos dois dias de ação em Barcelona viu um dos grandes destaques da temporada liderar as sessões da manhã e da tarde. Gabriel Bortoleto, ao volante do seu Trident, conseguiu colocar uns confortáveis (para os padrões F3) 2 décimos de segundo sobre o segundo classificado (o competente Grégoire Saucy).

A um par de centésimas de Saucy chegou Dino Beganovic, que procura deixar a sua marca na F3 deste ano. O Top 5 foi completado por Taylor Barnard em 4º e por Zak O’Sullivan em 5º. Todos os Prema mantiveram-se no Top 10, a única equipa a consegui-lo. Vale a pena destacar que Barnard foi o ponta de lança da Jenzer (com os outros dois carros em 22º e 25º).

Os dois Campos acabaram por avariar no final da reta da meta durante o período da manhã, enquanto que Roberto Faria encontrou-se com as barreiras da última curva, o que o deixou na condição de piloto com menor número de voltas completadas.

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Resultado: 1. Bortoleto (1m27s221) \ 2. Saucy (1m27s424) \ 3. Beganovic (1m27s447) \ 4. Barnard (1m27s560) \ 5. O’Sullivan (1m27s597)

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Fórmula 3 – Dia 2

Foi um ótimo segundo dia de testes para a Hitech, que viu Gabriele Minì chegar à frente da tabela classificatória com um excelente tempo durante a manhã. A equipa britânica também foi a líder de quilometragem de Barcelona, sendo a única a passar a marca das 500 voltas. Os líderes do dia anterior, a Trident, até ficaram todos no Top 5 da tarde mas os tempos já estavam bem mais altos, o que os deixou afastados na classificação geral.

Barnard até avariou logo no início da sessão mas soube recuperar bem, terminando com o seu Jenzer na 2º posição, seguido do ART de Saucy. A completar o Top 5 chegaram Paul Aron e Pepe Martí.

A ART e a Jenzer seguiram a Hitech a nível de voltas totais de ambos os dias, assim como também a nível de tempos. Similarmente, a PHM Charouz ficou em último em ambos os indicadores.

Dentro de uma semana voltará a haver ação em pista de testes de F3, desta vez em Imola.

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Resultado: 1. Minì (1m26s319) \ 2. Barnard (1m26s382) \ 3. Saucy (1m26s522) \ 4. Aron (1m26s551) \ 5. Martí (1m26s638)

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Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1Hitech1m26s319Minì506
2Jenzer1m26s382Barnard495
3ART1m26s522Saucy497
4Prema1m26s551Aron455
5Campos1m26s638Martí434
6MP1m26s743Boya369
7Van Amersfoort1m26s893Collet458
8Trident1m27s221Bortoleto391
9Rodin Carlin1m27s250Yeany478
10PHM Charouz1m27s812Flörsch307
Barcelona \ 13-14 Abril 2023