Continuando esta sequência de vários países estreantes no calendário, o Brasil recebeu pela primeira vez uma ronda da Fórmula E, num processo que vinha sendo adiado ao longo dos últimos anos. O local escolhido, depois de se ter ponderado um projeto de um circuito mais permanente, foi nas ruas de São Paulo. Especificamente, no mesmo local que já recebera entre 2010 e 2013 a IndyCar.
Não existe muito em comum entre os dois projetos, para além de ambos usarem secções do Sambódromo (que confere a possibilidade de ter à partida 30 mil lugares sentados) e da Reta de Marte (na direção oposta). Isto não é necessariamente mau, uma vez que problemas de aderência caracterizaram a passagem da IndyCar por terras brasileiras, apesar das várias tentativas de o atenuar com pequenas modificações.
A nova pista da categoria elétrica terá (para os padrões da FE) longas retas que permitirão deixar as novas unidades motrizes atingirem as suas velocidades máximas, e ainda diversas chicanes para criar pontos de ultrapassagem e de regeneração de energia.
Esta foi a primeira de 5 provas contratadas, com a possibilidade de uma extensão de 5 anos adicionais se tudo correr pelo melhor.
Ronda 6 – ePrix de São Paulo 2023
As longas retas da meta de São Paulo até proporcionaram momentos de ultrapassagem ao longo da corrida, mas também significaram ter de ver algo que poucos terão apreciado: um jogo constante de não querer liderar até aos momentos finais.
Aniversariante e pole position de São Paulo, o campeão em título, Stoffel Vandoorne, acabou por ser o grande sacrificado, com muito maior consumo de energia que os rivais (apesar de várias tentativas de se deixar ficar para trás na reta da meta, em que os rivais também desaceleraram). Isto ajuda a explicar a perda de 5 posições do piloto da DS Penske, até atrás do colega de equipa (Jean-Éric Vergne) que tinha começado em 7º.
O 2º classificado da qualificação não teve muito melhor sorte. António Félix da Costa estava com um excelente ritmo ao longo de todo o dia, mas acabou por não conseguir maximizar um dia de azar para os rivais do campeonato devido a um erro próprio nas voltas finais que o fez perder tempo valioso para um eventual ataque aos líderes. Ainda assim, conseguiu uma pequena aproximação ao topo do campeonato (o colega da Porsche, Pascal Wehrlein).
Nenhum destes maus dias se compara aos da Maserati e Nissan. Os primeiros tinham conseguido colocar ambos os carros no Top 10 da qualificação, mas viram Edoardo Mortara envolver-se no caos do início de prova (com direito a Safety Car) e viram Maximilian Günther ser o seu “eu” mais errático a caminho de 0 pontos no Brasil. Já Nissan viu a sua dupla abandonar logo nas voltas iniciais.
A quem o dia correu muitíssimo bem foi a quem tinha unidades motrizes da Jaguar nos seus monolugares. Não só os dois carros Jaguar se colocaram no Top 5, como também Mitch Evans e Sam Bird souberam gerir da melhor forma os seus ritmos ao longo da prova. O primeiro triunfou ao segurar um ataque feroz de Nick Cassidy (da Envision, também com motores Jaguar), o segundo passou as derradeiras voltas a atacar Cassidy, garantindo o 3º posto.
Destaque ainda para o ponto somado por Sébastien Buemi, a continuação do trabalho competente da McLaren no seu primeiro ano na categoria, e para o regresso ao ativo dos monolugares operados pela Mahindra, depois do susto da não-participação na Cidade do Cabo.
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Qualificação: 1. Vandoorne \ 2. Félix da Costa \ 3. Evans \ 4. Mortara \ 5. Bird (Ver melhores momentos)
Resultado: 1. Evans \ 2. Cassidy \ 3. Bird \ 4. Félix da Costa \ 5. Vergne \ 6. Vandoorne \ 7. Wehrlein \ 8. Hughes \ 9. Rast \ 10. Buemi (Ver melhores momentos)
Campeonato: 1. Wehrlein (86) \ 2. Dennis (62) \ 3. Cassidy (61) \ 4. Vergne (60) \ 5. Félix da Costa (58) —– 1. Porsche (144) \ 2. Envision (103) \ 3. Jaguar (83) \ 4. DS Penske (82) \ 5. Andretti (80)
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Corrida anterior: ePrix Cidade do Cabo 2023
Corrida seguinte: ePrix Berlim 2023
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Fontes:
– Racing Circuits \ São Paulo
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