Acabou o azar caseiro, Leclerc vence – GP Mónaco 2024

26 05 2024

A maioria das pistas utilizadas pela Fórmula 1 na sua primeira temporada, em 1950, nunca conseguiriam obter a aprovação para integrar o calendário atualmente. Com uma importante excepção: o circuito citadino de Monte-Carlo. Sede de corridas de automóveis desde 1929, o principado conservou um percurso essencialmente idêntico ao da primeira edição do GP do Mónaco mas com verdadeiras barreiras de segurança ao invés de fardos de feno (ou mesmo nada a proteger de uma queda para as águas do Mediterrâneo em certas zonas).

A natureza travada da pista, e a consequente ausência de ultrapassagens nos domingos, têm gerado bastantes críticas relativa à sua utilização, ainda que os até os seus piores detratores concedam que poucas coisas na F1 conseguem igualar o entusiasmo gerado por uma sessão de qualificação no circuito (quando os pilotos são obrigados a negociar muros bem próximos a velocidades estonteantes). Mas continuam a haver razões sob a forma de curvas, com nomes como Sainte Devote, Massenet ou Tabac.

Território de caça bom para a Red Bull, até mesmo nos tempos de domínio Mercedes, o circuito citadino era uma incógnita para 2024, uma vez que o perfil dos austríacos em anos recentes tinha-se modificado para alta velocidade ao invés de baixa e os rivais estarem mais próximos que o usual. Max Verstappen era o vencedor mais recente, mas também Sergio Pérez tinha vencido em 2022.

Numa altura em que Mario Andretti tem vindo a espalhar que alegadamente o CEO da Liberty Media o terá informado que nunca estará na grelha de partida da F1 (devido à investigação do Congresso dos EUA), a marca americana continua as suas preparações: contratou Pat Symonds como seu Consultor Executivo de Engenharia.

Destaque ainda para a pintura especial de Mónaco que a McLaren apresentou, amarela e verde em homenagem a Ayrton Senna.

Ronda 8 – Grande Prémio do Mónaco 2024

Os avisos da Red Bull de que esperava uma vida mais difícil em Monte-Carlo foram largamente ignorados, mas à medida que se viu Max Verstappen a ter dificuldades visíveis em manter-se fora dos muros nos treinos livres o paddock foi acreditando cada vez mais que os austríacos eram possíveis de bater.

O Q1 mostrou aquilo que uma grelha separada por apenas 1 segundo pode trazer de melhor: forçou todos os pilotos a estarem constantemente em pista a melhorar os seus tempos, uma vez que qualquer um podia ser eliminado. A prova foi que Sergio Pérez (Red Bull) e Fernando Alonso (Aston Martin) caíram nesta sessão.

O Q2 veio clarificar a ordem das equipas, tornando-se óbvio que a McLaren e Ferrari estavam em luta pela pole position, que a Mercedes não estava tão adiantada como se esperava e que apenas Verstappen estava a manter a Red Bull na conversa. A Alpine, nos outros circuitos com dificuldade em sair do Q1, viu Esteban Ocon qualificar-se 11º e Pierre Gasly atingir o Q3 (com um urro de felicidade pelo rádio).

Chegados ao Q3, os pilotos deram o tudo por tudo, acabando por ser Charles Leclerc (Ferrari) a fazer a sua terceira pole caseira, mas a evitar celebrar efusivamente. Em primeiro lugar porque Oscar Piastri (McLaren) ficou bem perto de estragar-lhe a festa (o que teria sido especialmente engraçado, dada uma piada entre os dois pilotos sobre o australiano ser um “monegasco adoptivo”), e em segundo lugar porque nas duas últimas poles do Mónaco Leclerc passou domingos terríveis.

Verstappen ficou em 6º entre os Mercedes, depois de uma batida no muro na primeira curva; Yuki Tsunoda (RB) ficou em 8º e vai colocando pressão na Red Bull sobre o segundo carro para 2025; Alexander Albon (Williams) fez um excelente trabalho para colocar-se em 9º, ouvindo os parabéns de James Vowles pelo rádio no meio de um barulho de aplausos da garagem da equipa.

Os pilotos em geral mereceram um aplauso: nenhuma interrupção por acidente ao longo de toda a sessão. Mas não havia motivo para “preocupações”: estavam a guardar-se para os três diferentes incidentes da primeira volta do dia de corrida.

Primeiro, foi Sainz que atacou por dentro Piastri e furou o pneu dianteiro esquerdo (e dando ao australiano danos no chão do McLaren). Depois, a maior de todas com Pérez a espremer Kevin Magnussen (Haas) contra o muro na subida da colina e a destruir por completo o seu Red Bull e ambos os Haas no processo. Por último, uma arriscada ultrapassagem de Esteban Ocon ao colega Gasly deu contacto forte entre ambos na entrada do túnel.

A bandeira vermelha saiu, com direito a anular a perda de posições de Sainz (que voltou a partir de 3º), a ver a Alpine atribuir as culpas do incidente entre os seus pilotos inteiramente a Ocon, e com a possibilidade para todos de fazer a sua troca obrigatório de pneus logo aí.

Isto na prática deixou todos a não parar durante as 77 voltas, eliminando a componente tática de uma corrida que dificilmente teria ultrapassagens. Assim, o principal elemento de estratégia foi a gestão das margens para fazer paragens “gratuitas” entre os diferentes pelotões. George Russell (Mercedes) teve sempre o cuidado de impedir Norris de ficar a mais de 20 segundos de si (para grande irritação do engenheiro de pista de Verstappen) e na única ocasião em que a margem aí ascendeu, Sainz tratou logo de abrandar o suficiente para que caísse novamente para 17 segundos (para que Norris não conseguisse o undercut).

A prova de que o pelotão fazia uma corrida a evitar a velocidade foi que quando Valtteri Bottas (Kick Sauber) parou no início foi imediatamente o mais rápido em pista, apesar de ter o carro mais lento…

Alonso até criou um bom espaço para o colega Stroll parar, mas o canadiano tratou logo de furar no muro e acabou com a corrida da Aston Martin; Lewis Hamilton parou para tentar forçar a mão de Verstappen, só que o neerlandês limitou-se a copiá-lo e neutralizou essa ameaça.

Assim, nada impediu Leclerc de vencer o seu GP caseiro, com evidente emoção sua e do Príncipe do Mónaco (com direito a abraço), numa corrida em que o piloto até brincou com o seu engenheiro de pista, perguntando se queria saber quão mais rápido queria ir perante a recusa de Bozzi (que não queria que os rivais tivessem essa informação).

O monegasco está a uns respeitáveis 31 pontos da liderança do campeonato, com a Ferrari a aproximar-se da Red Bull nos construtores (24 pontos agora), a Alpine a conseguir pela segunda vez um ponto e a Williams a pontuar pela primeira vez em 2024 (deixando a Kick Sauber como única a zeros).

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Qualificação: 1. Leclerc \ 2. Piastri \ 3. Sainz \ 4. Norris \ 5. Russell (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Leclerc \ 2. Piastri \ 3. Sainz \ 4. Norris \ 5. Russell \ 6. Verstappen \ 7. Hamilton \ 8. Tsunoda \ 9. Albon \ 10. Gasly (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (169) \ 2. Leclerc (138) \ 3. Norris (113) \ 4. Sainz (108) \ 5. Pérez (107) —– 1. Red Bull (276) \ 2. Ferrari (252) \ 3. McLaren (184) \ 4. Mercedes (96) \ 5. Aston Martin (44)

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Corrida anterior: GP Emilia Romagna 2024
Corrida seguinte: GP Canadá 2024

GP Mónaco anterior: 2023

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Fórmula 2 (Rondas 9-10) \ Fúria de Hadjar com triunfo inesperado de O’Sullivan

No sprint da F2 assistiu-se menos a uma corrida e mais a uma ronda de sobrevivência. Os acidentes foram vários, sem gravidade física, mas com consequências de Safety Car constantes. Primeiro foi logo na primeira curva quando Victor Martins (ART) acabou no muro após toque de Jak Crawford (DAMS). O SC chegou e passado poucas voltas estava de volta para Pepe Martí (Campos) que bateu sozinho. Depois foram os detritos de Richard Verschoor (Trident) após contacto de Joshua Dürksen (PHM), que valeu ao último 10 segundos de penalização.

O mais grave foi quando Zane Maloney (Rodin) fez um pião após contacto na Rascasse e bloqueou o caminho juntamente com Kush Maini (Invicta), o que parou a corrida com bandeira vermelha antes de um recomeço de partida lançada. Antes disso já Oliver Bearman (Prema) tinha batido forte na última curva, danificando a direção até ao fim da corrida.

Em termos de corrida propriamente dita, Taylor Barnard (PHM), depois de ter corrido bem na Fórmula E pela McLaren, deu a primeira vitória à equipa alemã na categoria, liderando até ao fim e vencendo Gabriel Bortoleto (Invicta) e Dennis Hauger (MP), depois de nem haverem alterações da grelha para a bandeira de xadrez.

A feature acabaria por trazer emoções fortes, condicionada por uma qualificação dividida em que Isack Hadjar (Campos) se tinha colocado em 3º na grelha (e mostrando brilhantes reflexos para evitar um Ritomo Miyata (Rodin) lento no túnel. Assim, ficou Richard Verschoor (Trident) em pole position em Monte-Carlo enquanto observava a segunda parte das boxes. Oliver Bearman (Prema), Juan Manuel Correa (DAMS) e Maini foram penalizados em 3 lugares por bloqueios.

Na corrida principal Verschoor ficou de rastos ao sofrer problemas mecânicos que o impediram de conseguir lutar pela vitória, atirando o volante ainda antes do carro parar nas boxes para abandonar, e deixando Hadjar e Paul Aron (Hitech) em luta pela vitória depois da primeira ronda de paragens nas boxes.

Alguns resistentes foram arriscando a estratégia inversa, mas um por um foram desistindo até a duas voltas do fim quando apenas Zak O’Sullivan (ART) estava ainda por parar, tendo partido 15º. Foi aí que Dürksen saiu das boxes e não viu Maloney e abalroou-o e abandonou. O SC Virtual saiu e O’Sullivan mudou de pneus, saíndo no 1º lugar que segurou até ao fim, perante a fúria completa de Hadjar (a quem fugia assim uma vitória tranquila no Principado).

Bearman finalmente pontuou em grande, com direito a uma excelente luta com o colega de equipa quando ele saiu das boxes e acabando em 4º. Logo à sua frente chegou Aron, que lidera o campeonato mesmo sem vitórias; e logo atrás chegaram outros dois pilotos que tentaram a estratégia inversa: Correa e o MP de Dennis Hauger.

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Qualificação: 1. Verschoor \ 2. Martins \ 3. Hadjar \ … \ 8. Hauger \ 9. Bortoleto \ 10. Barnard

Resultado (Sprint): 1. Barnard \ 2. Bortoleto \ 3. Hauger \ 4. Antonelli \ 5. Colapinto \ 6. Staněk \ 7. Aron \ 8. Hadjar (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. O’Sullivan \ 2. Hadjar \ 3. Aron \ 4. Bearman \ 5. Correa \ 6. Hauger \ 7. Antonelli \ 8. Bortoleto \ 9. Martins \ 10. Maloney (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Aron (80) \ 2. Hadjar (78) \ 3. Maloney (69) \ 4. Hauger (56) \ 5. Bortoleto (50) —– 1. Campos (104) \ 2. Hitech (95) \ 3. MP (94) \ 4. Rodin (85) \ 5. Invicta (84)

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Corrida anterior: Emilia Romagna 2024 \ Rondas 7-8
Corrida seguinte: Espanha 2024 \ Rondas 11-12

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Fórmula 3 (Rondas 7-8) \ Minì repete a vitória de 2023

De qualificação dividida em dois para evitar o caos de 30 carros a tentar arranjar espaço em Monte-Carlo, a F3 teve uma sessão interessantíssima, com a primeira metade a ver Luke Browning (Hitech) terminar a sua volta decisiva no muro e Gabriele Minì (Prema) a conseguir a sua pole position. Já na segunda metade Dino Beganovic (Prema) ficou furioso ao ver a sua volta interrompida nos metros finais pela bandeira vermelha de Charlie Wurz (Jenzer).

Nikola Tsolov (ART) conseguiu assim a pole inversa e a partir do momento que partiu bem fugiu com a vitória de forma fácil. Atrás dele, o colega Laurens van Hoepen perdeu posição na partida para Tim Tramnitz (MP) e não voltou a recuperar, se bem que a ação verdadeira ocorreu mais atrás quando Arvid Lindblad (Prema) foi largo depois da subida e provocou um acidente que eliminou 5 carros e deu azo a uma bandeira vermelha.

Daí para a frente pouco aconteceu, tirando um Safety Car para um acidente entre Kacper Sztuka (MP) e Sophia Flörsch (Van Amersfoort), além de Sami Meguetounif (Trident) ter parado na entrada das boxes, uma vez que Mónaco cumpriu o seu papel de ausência de ultrapassagens.

Já na corrida feature as ultrapassagens acabaram por ser nulas, até porque sempre que alguém as tentava acabava por criar um SC. Foi Charlie Wurz (Jenzer) nas primeiras voltas, Meguetounif mais perto do fim (e a criar um bloqueio de pista, depois de bater no muro quando Tsolov e León bateram), e van Hoepen nas voltas finais (quando tentou fazer uma ultrapassagem por fora num rival na Tabac).

Logo, nada impediu o pole Minì de vencer em Monte-Carlo tal como já tinha feito em 2023. O italiano foi acompanhado no pódio por Christian Mansell (ART) e o anterior líder do campeonato (Browning). Destaque ainda para a estreia de James Hedley na categoria pela Jenzer (a substituir um Matías Zagazeta com apendicite), tendo terminado 22º na feature.

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Qualificação: 1. Minì \ 2. Mansell \ 3. Browning \ … \ 10. Tramnitz \ 11. Van Hoepen \ 12. Tsolov

Resultado (Sprint): 1. Tsolov \ 2. Tramnitz \ 3. Van Hoepen \ 4. León \ 5. Loake \ 6. Boya \ 7. Beganovic \ 8. Browning \ 9. Fornaroli \ 10. Goethe (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Minì \ 2. Mansell \ 3. Browning \ 4. Lindblad \ 5. Fornaroli \ 6. Beganovic \ 7. Boya \ 8. Tramnitz \ 9. Loake \ 10. Goethe (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Minì (72) \ 2. Browning (68) \ 3. Fornaroli (64) \ 4. Beganovic (58) \ 5. Lindblad (44) —– 1. Prema (174) \ 2. Trident (119) \ 3. ART (85) \ 4. Campos (85) \ 5. Hitech (78)

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Corrida anterior: Emilia Romagna 2024 \ Rondas 5-6
Corrida seguinte: Espanha 2024 \ Rondas 9-10

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Fontes:
Autosport PT \ Andretti assina com Pat Symonds
CarScoops \ Pintura especial Senna da McLaren para Mónaco
F3 \ Hedley substitui adoentado Zagazeta





Campos com nova dobradinha – Testes F2

26 04 2024

A pausa após a Austrália foi longa, mas antes do regresso dos carros de Fórmula 2 aos circuitos de F1 a categoria optou por copiar a sua congénere F3 e colocar-se em Barcelona para 3 dias de testes dos seus monolugares.

Se os testes da semana passada da F3 já tinham sido uma excelente representação dos talentos dos pilotos da Campos, a F2 trouxe mais da mesma situação nesta semana, com ambos os carros da equipa espanhola a liderarem dois dos dias de testes (e a conseguirem mesmo fazer uma dobradinha no último deles).

Isack Hadjar ficou com o papel de piloto mais rápido dos testes, seguido de Pepe Martí, o que terá agradado significativamente à Red Bull.

Sem chuva os tempos foram melhorando a cada dia, com o líder do campeonato (o Rodin de Zane Maloney) a posicionar-se em posições mais modestas (entre 6º e 11º ao longo dos dias) e o 3º lugar dos três dias a pertencer sempre a um MP (Dennis Hauger e Franco Colapinto). Gabriel Bortoleto (Invicta) foi o mais rápido no primeiro dia, só que a equipa teve grandes dificuldades nos dias finais ao ficar nas duas últimas posições.

A Van Amersfoort tinha feito o mesmo no segundo dia, mas soube recuperar-se para o último dia. Já Paul Aron (Hitech) e os ART produziram tempos interessantes, enquanto Richard Verschhor foi o ponta de lança da Trident nestes testes.

A ART foi a estrutura foi a equipa com mais quilómetros percorridos, seguida da Invicta e da Prema.

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Dia 1 – Resultado: 1. Bortoleto (1m25s143) \ 2. Crawford (1m25s182) \ 3. Hauger (1m25s372) \ 4. Maini (1m25s486) \ 5. Verschoor (1m25s702)

Dia 2 – Resultado: 1. Martí (1m23s681) \ 2. Martins (1m23s841) \ 3. Hauger (1m23s862) \ 4. Hadjar (1m23s881) \ 5. Aron (1m23s940)

Dia 3 – Resultado: 1. Hadjar (1m23s139) \ 2. Martí (1m23s549) \ 3. Colapinto (1m23s698) \ 4. Martins (1m23s853) \ 5. Bearman (1m23s894)

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Resultado Global

#EquipaTempoVoltas
1Campos1m23s139Hadjar416
2MP1m23s698Colapinto390
3ART1m23s841Martins496
4Prema1m23s894Bearman467
5Trident1m23s905Verschoor389
6Hitech1m23s940Aron441
7Rodin1m24s027Maloney424
8PHM1m24s242Dürksen394
9Invicta1m24s284Maini479
10Van Amersfoort1m24s435Villagómez445
11DAMS1m24s540Crawford442
Barcelona 23-25 Abril 2024




Bearman estreia bem no dia de outra 9ª seguida de Verstappen – GP Arábia Saudita 2024

9 03 2024

O seu princípio pode não ter sido especialmente auspicioso, mas é inegável que o GP da Arábia Saudita está incrivelmente sólido no calendário neste momento. O susto dos terroristas houthis em 2022 ainda poderá assombrar o evento, considerando como a situação no Mar Vermelho tem corrido com a guerra Israel-Hamas, os muros talvez voltem a precisar de ser modificados devido à natureza de alta velocidade do circuito, mas no geral o evento é garantido.

O país do Médio Oriente tem investido em eventos desportivos massivamente nos últimos anos (também o futebol e o golfe têm recebido avultadas somas, por exemplo), numa tentativa de branqueamento de imagem que no caso da F1 tem implicado um estreitamento de laços significativo (patrocínio da categoria, da equipa Aston Martin, fornecimento de combustível,…).

O primeiro desses investimentos foi a construção em tempo recorde do circuito citadino de Jeddah. O projeto de uma pista ao lado do Mar Vermelho viu a luz do dia mesmo a tempo de ser a penúltimo prova de 2021 ao redor do traçado de Jeddah e as suas 27 curvas (a maioria das quais de alta velocidade).

Após um princípio de ano desastroso, a Alpine viu o seu Diretor Técnico (Matt Harman) e Chefe de Aerodinâmica (Dirk de Beer) demitirem-se dos seus cargos, tendo optado mais uma vez por promoções internas para substituí-los. Já Jérôme d’Ambrosio vai passar de liderar a academia de jovens Mercedes para desempenhar funções similares na Ferrari.

Na Red Bull, as coisas parecem ainda longe de acalmar, com os rumores (alimentados pelo próprio) de que Max Verstappen poderia abandonar a equipa se Helmut Marko fosse suspenso a juntarem-se a declarações curiosas de Toto Wolff sobre um eventual interesse no piloto. O CEO da própria Red Bull, Oliver Mintzlaff, surgiu no paddock para ajudar a silenciar rumores da saída de Marko, numa altura em que se torna claro que a investigação Horner parece ter sido a ponta de um icebergue de guerra interna na equipa.

Como se não bastasse, o Presidente da FIA (Mohammed ben Sulayem) está sob investigação interna por alegadamente ter feito pressões ilegais para cancelar uma penalização de Fernando Alonso no GP da Arábia Saudita 2023 e por ter tentado impedir a homologação da pista de Las Vegas no mesmo ano.

Ronda 2 – Grande Prémio da Arábia Saudita 2024

Ainda nem havia ação em pista e já havia um foco numa potencial ausência. Não, não se tratava nem da potencial saída de cena de Christian Horner nem do carrossel do staff técnico da Alpine, mas sim de um Carlos Sainz que se estava a sentir indisposto. O motivo rapidamente se compreendeu, com a equipa a anunciar que o piloto tinha sofrido uma apendicite e que seria substituído durante o resto do fim-de-semana para ter cirurgia.

Surpresa maior se sentiu quando Fréderic Vasseur optou por escolher, pela primeira vez desde os anos 70, um estreante para guiar um Ferrari. Acabado de fazer pole position na Fórmula 2, Oliver Bearman de 18 anos foi chamado para o terceiro treino livre e o restante fim-de-semana. A expectativa era que seria positivo se o britânico ficasse a meio segundo ou menos de Leclerc. E foi precisamente isso que fez, com um 11º lugar que quase o deixou no Q3.

Q3 esse que foi liderado por Max Verstappen pela primeira vez em território saudita, ainda que Leclerc e Fernando Alonso (Aston Martin) tenham ficado bem próximos do seu tempo. Tornou-se claro que Aston Martin e McLaren continuam a conseguir estar até um pouco melhores que a equipa principal Mercedes, enquanto a Alpine apenas conseguiu ficar em 17º e 18º na frente do Williams de Logan Sargeant e do Kick Sauber de Guanyu Zhou (que não fez tempos devido à demora nas reparações depois de ter destruído o carro no último treino livre).

Para (mais) um sábado de corrida, ainda houve uma breve esperança de que na partida alguém pudesse tratar de dar um desafio a Verstappen, mas mais uma vez foi uma partida perfeita do neerlandês, cujo único obstáculo foi ultrapassar um Lando Norris de pneus gastos após um Safety Car. Nem imediatamente atrás chegaram desafios, com o colega Sergio Pérez, mesmo com uma penalização, a ser o perseguidor mais direto para nova dobradinha.

A Ferrari também se estabeleceu firmemente como segunda força do campeonato, com Leclerc ótimo em 3º lugar e Bearman a gerir a pressão da estreia de forma exemplar, conseguindo até ritmo suficiente para segurar os ataques finais de Norris e Hamilton com pneus macios. Não por acaso, o primeiro estreante da Scuderia desde 1972 foi votado Piloto do Dia.

O SC já mencionado foi provocado por Lance Stroll, que tocou o muro, partiu a suspensão e foi parar a outro muro. Durante este período Hamilton, Norris, Nico Hülkenberg e Guanyu Zhou optaram por ser os únicos que não pararam, apostando num eventual segundo SC que nunca veio. Isto complicou as corridas de todos, excepto Hülkenberg que contou com o colega de equipa (Kevin Magnussen) para segurar rivais agressivamente para ter tempo de parar e regressar à pista ainda nos pontos. Com o monopólio que para já as 5 primeiras equipas têm nos pontos, este 10º lugar pode ser muito valioso para os americanos.

Magnussen teve uma prova muito atribulada, recebendo uma penalização por chocar com Alexander Albon e outra por ultrapassar Yuki Tsunoda fora de pista. Oscar Piastri andou perto de Fernando Alonso a prova toda, apesar de Russell ainda ter feito uma aproximação final, enquanto que a RB e Alpine tiveram fins-de-semana para esquecer com ambos os carros.

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Qualificação: 1. Verstappen \ 2. Leclerc \ 3. Pérez \ 4. Alonso \ 5. Piastri (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Pérez \ 3. Leclerc \ 4. Piastri \ 5. Alonso \ 6. Russell \ 7. Bearman \ 8. Norris \ 9. Hamilton \ 10. Hülkenberg (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (51) \ 2. Pérez (36) \ 3. Leclerc (28) \ 4. Russell (18) \ 5. Piastri (16) —– 1. Red Bull (87) \ 2. Ferrari (49) \ 3. McLaren (28) \ 4. Mercedes (26) \ 5. Aston Martin (13)

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Corrida anterior: GP Bahrain 2024
Corrida seguinte: GP Austrália 2024

GP Arábia Saudita anterior: 2023

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Fórmula 2 (Rondas 3-4) \ Emocionado Fittipaldi vence

O segundo fim-de-semana do ano começou com excelentes auspícios para a Prema, que desta vez pareceu acertar em cheio com o seu setup e viu Oliver Bearman voar até à pole position, num duelo particular com Kush Maini (desta vez não desclassificado por estar baixo demais). Já Pepe Martí ficou frustrado com um 11º lugar que o deixou mesmo de fora da pole inversa, enquanto que o vencedor duplo do Bahrain, Zane Maloney ficou a abanar a cabeça em 16º (tendo que abandonar o carro em pista).

Se a Prema tinha ficado feliz com isto, depressa se viu sem o seu piloto, quando Bearman teve que sacrificar os possíveis pontos de F2 pela sua ascensão à F1 para substituir Sainz na Ferrari.

Com um pequeno atraso no seu começo, após a acidente da F1 no TL3, a corrida sprint da F2 começou com algum caos. Os dois jovens Williams, Franco Colapinto (MP) e Zak O’Sullivan (ART), não conseguiram partir e logo à frente deles Victor Martins (ART) e Dennis Hauger (MP) tiveram um desentendimento que trouxe o Safety Car para a pista (além de no meio disto Andrea Kimi Antonelli (Prema) ter perdido um pedaço de asa.

Antonelli ainda teve que passar um carro atrás do SC (estava demasiado lento), mas conseguiu importantes pontos com uma condução aguerrida. Por esta altura, Richard Verschoor (Trident) passou Paul Aron (Hitech), que tinha partido de pole inversa. Neste momento, houve novo SC breve para a paragem de Amaury Cordeel (Hitech). E ainda um posterior SC Virtual para quando Juan Manuel Correa (DAMS) destruiu a suspensão no muro.

Após o recomeço, Jak Crawford (DAMS) e Zane Maloney (Rodin) tiveram uma excelente disputa por 6º, enquanto que Hauger despachou Isack Hadjar (Campos) para o 2º posto, antes deste abandonar com falha mecânica.

A vitória ficou (provisoriamente) com Verschoor, até este ser desclassificado por razões técnicas (relacionadas com mapeamentos de motor) e a entregar a Hauger.

Para a feature, houve novamente caos no início. Pepe Martí e Roman Staněk ficaram logo eliminados, enquanto que Gabriel Bortoleto ficou fora por problemas mecânicos. As coisas continuaram depois mais ou menos mornas até que os carros foram montando os médios e a corrida esquentou (particularmente no duelo a 3 de Antonelli, Hadjar e Crawford).

A corrida até poderia ter mudado novamente de forma radical com um segundo SC para Franco Colapinto, mas, ao invés, ajudou a que a estratégia “normal” tomasse prevalência. O grande destaque aqui foi Enzo Fittipaldi da Van Amersfoort, com uma brilhante ultrapassagem por fora a dois carros. Depois foi só fugir e deixar os rivais atrás para discutir entre si o pódio. Maini chegou em 2º, seguido de um photo finish entre 3 carros que deixou Dennis Hauger em 3º.

Maloney pontuou em ambas as provas, o que o deixa ainda com uma liderança do campeonato.

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Qualificação: 1. Bearman \ 2. Maini \ 3. Crawford \ … \ 8. Hadjar \ 9. Verschoor \ 10. Aron

Resultado (Sprint): 1. Hauger \ 2. Aron \ 3. Fittipaldi \ 4. Maloney \ 5. Crawford \ 6. Antonelli \ 7. Martí \ 8. Maini (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Fittipaldi \ 2. Maini \ 3. Hauger \ 4. Crawford \ 5. Cordeel \ 6. Antonelli \ 7. Maloney \ 8. Verschoor \ 9. Villagómez \ 10. Aron (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Maloney (47) \ 2. Fittipaldi (32) \ 3. Hauger (31) \ 4. Aron (29) \ 5. Maini (27) —– 1. Rodin (49) \ 2. Invicta (42) \ 3. MP (39) \ 4. Hitech (39) \ 5. Van Amersfoort (34)

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Corrida anterior: Bahrain 2024 \ Rondas 1-2
Corrida seguinte: Austrália 2024 \ Rondas 5-6

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Fontes:
Autosport PT \ Matt Harman e Dirk de Beer demitem-se da Alpine
BBC \ Bearman substitui Sainz
Motorsport \ Ben Sulayem sob investigação
The Guardian \ Verstappen ameaça sair sem Marko





Tempo misto com vencedor único – GP Bélgica 2023

31 07 2023

O presente ano marca uma das primeiras vezes que a Fórmula 1 chega a Spa-Francorchamps com relativa tranquilidade quanto ao futuro do GP da Bélgica. A pista, situada no meio da floresta das Ardenas, tem problemas crónicos de mobilidade dos fãs (irónico, dado que o pequeno país eliminou a estação de comboios que antes servia a localização) e tem perdido importância estratégica para a FOM. Só que os rumores de substituição pela África do Sul têm começado a perder força e o entendimento do paddock é que Spa estará relativamente seguro.

Com a maior extensão de traçado de todos os do calendário, Spa é uma das pistas clássicas da F1 e uma das favoritas dos pilotos do grid. Com alterações de modernização levadas a cabo recentemente (por exemplo, o muito necessário alargamento da escapatória da curva Eau Rouge), o circuito tem procurado remover argumentos aos seus críticos enquanto providencia entretenimentos vários nas suas provas (desde as imprevisíveis chuvas da região, passando por algumas curvas famosamente desafiantes e por fazer uso da enorme popularidade de Max Verstappen para atrair grandes quantidades de holandeses à região).

Raramente fora do calendário, Spa foi inicialmente intercalado enquanto anfitrião belga com Zolder e Nivelles até passar a definitivo. O circuito assumiu a função de palco do “regresso às aulas” da F1 após a pausa mensal de Verão nas últimas décadas, mas a expansão contínua do calendário antecipou-o para prova final antes do Verão em 2023.

Foi uma semana plena de novidades na Alpine. Depois de anunciar a saída de Laurent Rossi como CEO, a marca francesa anunciou também as saídas de Otmar Szafnauer e Alan Permane dos postos de Diretor Técnico e Diretor Desportivo, respetivamente. Bruno Famin e Julian Rouse desempanharão as tarefas interinamente. Szafnauer pareceu inconformado com o pouco tempo que lhe foi dado (pouco mais de um ano), comparando as exigências da Alpine a uma metáfora envolvendo achar que engravidar 9 mulheres ao mesmo tempo poderia dar um nascimento ao fim de um mês…

A Williams viu o seu posto vago de CTO assumido por Pat Fry, saído também da Alpine. O caso Alonso-Piastri misturado com um magro 6º lugar nos construtores parece continuar a provocar explosões na equipa de Enstone…

Ronda 12 – Grande Prémio da Bélgica 2023

De novo a ter que contar com um fim-de-semana de sprint, a F1 acabou por contar com chuva quase constante ao longo das suas sessões, que pareceram estar ou em processo de secagem ou de crescente chuva em todos os momentos.

O sprint em si começou atrás do Safety Car devido ao traçado encharcado mas, quando Max Verstappen se lançou para a primeira volta, Oscar Piastri (que se qualificou de forma brilhante em 2º por escassas milésimas) e metade da grelha foram às boxes trocar de pneus de chuva intensa para intermédios. O australiano da McLaren conseguiu assim a liderança depois de Verstappen parar, mas foi Sol de pouca dura, com o neerlandês a fazer uso da velocidade de ponta do seu Red Bull para passar confortavelmente.

Mesmo após a prova, Verstappen encolheu os ombros quando questionado sobre se parar uma volta depois de Piastri fora boa ideia e disse simplesmente que “sabemos que somos rápidos”, como se nem importassem más estratégias, tal o ritmo do RB19.

Pierre Gasly foi outro que parou no momento certo, completando o trio da frente, enquanto que Lewis Hamilton foi penalizado por bater em Sergio Pérez (que perdeu a lateral do carro e abandonou).

A qualificação da “verdadeira” corrida acabou por contar também com chuva, ainda que com a ligeira vantagem de o usual vencedor, Verstappen, perder 5 lugares por troca de caixa de velocidades. Verstappen fez pole na mesma e caiu para sexta, cabendo a Charles Leclerc liderar a primeira volta no domingo seguido de Pérez.

Finalmente de piso seco, o circuito belga no domingo viu uma corrida em que os pneus de chuva não marcaram presença apesar de uns chuviscos a meio da prova. Verstappen ultrapassou os rivais um a um para vencer como de costume (8ª vez seguida), sendo que o seu verdadeiro rival na Bélgica foi o próprio engenheiro de pista, Gianpiero Lambiase, com ambos a trocarem “galhardetes” sarcásticos ao longo da prova (tendo começado com uma queixa de Verstappen em relação à estratégia na qualificação).

Pérez passou Leclerc mas não liderou muito tempo depois de Verstappen chegar atrás de si, com o trio a completar o pódio. Hamilton chegou em 4º com a volta mais rápida (parou na última volta para montar pneus novos), sendo também beneficiado pelo incidente de primeira curva entre Piastri e Carlos Sainz. Fernando Alonso também agradeceu, chegando em 5º num fim-de-semana que parece confirmar a queda de forma da Aston Martin. O outro Mercedes chegou logo atrás (destacando-se que George Russell atrapalhou Hamilton em qualificação sem necessidade).

Lando Norris, que chegou a cair para último nas voltas iniciais, chegou em 7º na frente de Esteban Ocon e Lance Stroll, com Yuki Tsunoda a brilhar com o terrível AlphaTauri para somar um precioso ponto em 10º.

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Quali Sprint: 1. Verstappen \ 2. Piastri \ 3. Sainz \ 4. Leclerc \ 5. Norris (Ver melhores momentos)

Sprint: 1. Verstappen \ 2. Piastri \ 3. Gasly \ 4. Sainz \ 5. Leclerc \ 6. Norris \ 7. Hamilton \ 8. Russell (Ver melhores momentos)

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Qualificação: 1. Leclerc \ 2. Pérez \ 3. Hamilton \ 4. Sainz \ 5. Piastri (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Pérez \ 3. Leclerc \ 4. Hamilton \ 5. Alonso \ 6. Russell \ 7. Norris \ 8. Ocon \ 9. Stroll \ 10. Tsunoda (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (314) \ 2. Pérez (189) \ 3. Alonso (149) \ 4. Hamilton (148) \ 5. Leclerc (99) —– 1. Red Bull (503) \ 2. Mercedes (247) \ 3. Aston Martin (196) \ 4. Ferrari (191) \ 5. McLaren (103)

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Corrida anterior: GP Hungria 2023
Corrida seguinte: GP Holanda 2023

GP Bélgica anterior: 2022

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Fórmula 2 (Rondas 19-20) \ Doohan brilha em dia de novo líder no campeonato

Com um novo piloto ao volante de um PHM Charouz (Joshua Mason), a Fórmula 2 conseguiu a proeza de ser a única das categorias sem chuva em nenhuma das provas.

Jehan Daruvala teve a honra de partir de pole inversa mas acabou por se ver eliminado de prova por algo fora do seu controlo: o encosto de cabeça da sua cabeça simplesmente deixou de estar preso, forçando o abandono do piloto da MP. Isto deixou Richard Verschoor na liderança da prova, até que na penúltima volta Enzo Fittipaldi o passou e garantiu a primeira vitória de F2.

Ayumu Iwasa conseguiu recuperar lugares suficientes para garantir alguns pontos, enquanto que Victor Martins e Frederik Vesti tiveram uma luta aguerrida mas leal que viu o francês levar a melhor.

Na feature a ação começou antes do início oficial da ação. O líder do campeonato (e 2º em qualificação), Frederik Vesti acidentou-se na volta de reconhecimento e nem partiu, deixando os rivais com uma oportunidade de ouro. Oliver Bearman aproveitou para partir sem rival ao lado mas viria a ter que se defender com unhas e dentes dos ataques de Théo Pourchaire (acabando por perder mesmo posição).

Enquanto isto sucedia, Jack Doohan, a partir de 11º, vinha a recuperar bem lugares até uma prenda lhe cair no colo: o Safety Car de Jak Crawford foi mesmo no timing ideal para o australiano parar sem perder tempo quase nenhum e levou-o a ascender a 2º. Com pneus mais frescos, Doohan caçou Pourchaire e passou-o para voltar a vencer uma feature.

Fittipaldi completou o pódio, apesar de um incidente com o colega da Rodin Carlin (Zane Maloney), enquanto que Martins completou o Top 5.

Pourchaire é o novo líder de um campeonato que está cada vez mais próximo.

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Qualificação: 1. Bearman \ 2. Vesti \ 3. Martins \ … \ 8. Fittipaldi \ 9. Verschoor \ 10. Daruvala

Resultado (Sprint): 1. Fittipaldi \ 2. Pourchaire \ 3. Hauger \ 4. Martins \ 5. Doohan \ 6. Vesti \ 7. Iwasa \ 8. Boschung (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Doohan \ 2. Pourchaire \ 3. Fittipaldi \ 4. Maloney \ 5. Martins \ 6. Verschoor \ 7. Bearman \ 8. Maini \ 9. Staněk \ 10. Boschung (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Pourchaire (168) \ 2. Vesti (156) \ 3. Iwasa (134) \ 4. Doohan (130) \ 5. Martins (120) —– 1. ART (288) \ 2. Prema (258) \ 3. Rodin Carlin (176) \ 4. DAMS (173) \ 5. MP (135)

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Corrida anterior: Hungria 2023 \ Rondas 17-18
Corrida seguinte: Holanda 2023 \ Rondas 21-22

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Fórmula 3 (Rondas 15-16) \ Bortoleto quase lá em dia excelente para Jenzer

De piso algo molhado, sempre este fim-de-semana, mas com pneus de seco a F3 viu uma prova extremamente interessante desenrolar-se no seu sprint, com Hugh Barter a não aguentar a pressão de pole inversa e a perder diversas posições, enquanto que Caio Collet se lançou na disputa pela vitória. Mais atrás, Sebastián Montoya acabou eliminado por Rafael Villagómez.

Quem deixou o título esfumar-se foi Pepe Martí. O espanhol envolveu-se num despiste com Gabriele Minì, até conseguiu manter o carro a funcionar, mas regressou ao circuito de forma atabalhoada e eliminou-se a si e a um inocente Ido Cohen no processo (pedindo imediatamente desculpa ao israelita).

Problemas mecânicos ditaram o fim da corrida de Gabriel Bortoleto e a aparição de um Safety Car que permaneceu até ao final. Assim, Collet venceu seguido de Taylor Barnard e Paul Aron.

No domingo os pilotos pareceram indecisos entre pneus de seco e de molhado. Rapidamente se tornou claro que os de piso molhado eram os certo, com quem não os pôs a cair que nem pedras. Isto, misturado com algumas paragens (erradas) para pneus de seco durante o SC de Oliver Goethe (despiste na Eau Rouge), permitiram a protagonistas pouco usuais tomarem a liderança.

Os Jenzer foram quem mais lucrou, com 4 carros nos 3 primeiros e a vitória de Barnard (de 10º a 1º), com destaque ainda para a pontuação de Sophia Flörsch com a última classificada (a PHM Charouz).

Bortoleto a sair de 15º chegou em 11º, falhando um ponto que lhe poderia ter dado o título. Ainda assim, faltam apenas as provas de Monza e é improvável que lhe escape o triunfo.

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Qualificação: 1. Martí \ 2. Fornaroli \ 3. Minì \ … \ 10. Barnard \ 11. Aron \ 12. Barter

Resultado (Sprint): 1. Collet \ 2. Barnard \ 3. Aron \ 4. Edgar \ 5. Colapinto \ 6. Barter \ 7. Tsolov \ 8. Browning \ 9. Fornaroli \ 10. Saucy (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Barnard \ 2. Mansell \ 3. Bedrin \ 4. García \ 5. Collet \ 6. Montoya \ 7. Flörsch \ 8. Aron \ 9. Martí \ 10. Colapinto (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Bortoleto (144) \ 2. Aron (106) \ 3. Martí (105) \ 4. O’Sullivan (101) \ 5. Colapinto (100) —– 1. Prema (301) \ 2. Trident (276) \ 3. Campos (171) \ 4. Hitech (165) \ 5. MP (143)

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Corrida anterior: Hungria 2023 \ Rondas 13-14
Corrida seguinte: Itália 2023 \ Rondas 17-18

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Fontes:
BBC \ Alpine anuncia saída de Szafnauer e Permane
F1 \ Alpine anuncia saída de Rossi
Motorsport \ Williams anuncia entrada de Pat Fry





Demonstração de força – GP Áustria 2023

2 07 2023

Se há país que tem beneficiado de um reforço extraordinário de importância no contexto da Fórmula 1, esse país é a Áustria. Com dois campeões do mundo de F1, o pequeno país da Europa Central viu-se arredado do calendário no final de 2003, altura em que a pista de Spielberg procurou fazer obras de grande expressão, mas viu-se durante anos sem um complexo de boxes ativo. Era o fim do automobilismo no país alpino.

Só que foi precisamente nesta altura que surgiu em cena Dietrich Mateschitz. O fundador austríaco da marca Red Bull estava há muito interessado em desportos radicais e estabeleceu a equipa dos atuais campeões do mundo em 2005. À medida que o sucesso dos carros da marca aumentava, também as possibilidades de um regresso do circuito austríaco aumentavam, até que o inevitável aconteceu: Mateschitz adquiriu o traçado, terminou-lhe as obras, renomeou-o para Red Bull Ring e começou a falar com a FOM para a sua reintegração.

Em 2014 deu-se o regresso e, 9 anos depois, com países como a Alemanha e a França de fora (apesar da presença de Mercedes e Alpine na grelha), a Áustria é das sedes mais seguras do calendário. O falecimento de Mateschitz em 2022 marcou a edição deste ano.

Relativamente curto e com um traçado de alta velocidade e grandes ondulações, o RB Ring tem sempre questões relativas a limites de pista a serem levantadas (as curvas de alta velocidade e escapatórias lisas são tentadoras) e tornou-se um dos principais redutos dos holandeses para torcerem pelo campeão Max Verstappen (e o seu Red Bull, claro…).

Dias antes da prova, a Alpine finalizou uma venda de 24% da sua equipa a um consórcio de investidores norte-americanos da Otro Capital e RedBird Capital Partners, com a presença de Ryan Reynolds e Rob McElhenney (que já investiram antes no clube de futebol Wrexham). A Alpine angariou assim 200 milhões de euros para investir na equipa.

Ronda 9 – Grande Prémio da Áustria 2023

Para não variar muito, qualquer uma das qualificações austríacas foi um festival de limites de pista, com os comissários a terem que estar em vigilância permanente.

Na qualificação para o sprint, gerir os riscos com a chuva que caiu em Spielberg foi fulcral. Houve direito a surpresas, como a eliminação de Lewis Hamilton no Q1 ou o incrível 4º lugar de Nico Hülkenberg.

Já no sprint em si houve mais ação. Max Verstappen e Sergio Pérez foram particularmente agressivos um com o outro mas sem consequências, enquanto que o McLaren de Lando Norris caiu na classificação e passou o resto da prova em lutas com Charles Leclerc (mas fora dos pontos).

Hülkenberg brilhou com o Haas, chegando a assumir o 2º posto antes de começar a cair na classificação com os intermédios. A decisão de trocar para pneus de piso seco levou-o a recuperar posições até ao 6º lugar. George Russell fez o mesmo e conseguiu um ponto, mas no geral quem trocou de pneus acabou por não conseguir recuperar o tempo perdido com a paragem.

Destaque ainda para o bom resultado conjunto da Aston Martin.

Na principal qualificação, os destaques acabaram por ser mais pela negativa: Nyck de Vries, sob grande pressão na Red Bull, viu-se eliminado em último no Q1, George Russell voltou a falhar um Q3 e Pérez também (mas com mais gravidade, já que não só tem um Red Bull, como ainda falhou as 3 tentativas no Q2 por exceder os limites em todas).

Felizes ficaram a Ferrari e a McLaren. Ambas as equipas trouxeram atualizações importantes e ambas viram resultados muito positivos: os italianos encurtaram significativamente a distância para Max Verstappen, os britânicos destacaram-se face à Aston Martin no carro de Lando Norris (único com os updates). Nico Hülkenberg também voltou a marcar presença de forma surpreendente com o Haas.

No dia de corrida não houve espaço para grandes surpresas. Verstappen fugiu na liderança, ainda foi vagamente incomodado por um Safety Car Virtual em que não parou (forçando-o a passar Leclerc em pista), mas estava confortável o suficiente para parar a 2 voltas do fim e montar pneus macios para conseguir a volta mais rápida da corrida (contra a vontade da equipa, que teria vivido bem sem a demonstração de força). O Red Bull teve tanto ritmo que Pérez recuperou de 15º a 3º (e provavelmente teria conseguido 2º, se Sainz não se tivesse defendido agressivamente durante tantas voltas).

Nem tudo foi mau para os rivais. A Ferrari evidenciou um ritmo muito melhor do que em qualquer outro ponto do ano e viu-se como melhor dos restantes, para enorme frustração de um Hamilton que pareceu estar genuinamente zangado com a falta de ritmo do seu Mercedes no Red Bull Ring. A tal ponto que os carros oficiais da Mercedes acabaram atrás de duas clientes: Norris (num McLaren com upgrades que pareceram funcionar em cheio) e Alonso (que arrumou Stroll a um canto em ritmo de corrida).

Para as restantes estruturas sobraram pequenos restos. Pierre Gasly garantiu dois pontos para a Alpine. E foi tudo.

A boa qualificação da Haas voltou a valer nada em prova, os pilotos da AlphaTauri andaram completamente perdidos e Albon andou bem perto dos pontos.

ATUALIZAÇÃO 03/07: Após a corrida, foram aplicadas 12 penalizações a 8 pilotos diferentes (Sainz, Hamilton, Gasly, Albon, Ocon, Sargeant, de Vries e Tsunoda) por exceder limites de pista. O protesto que as originou veio da Aston Martin, que ganhou posições desta forma.

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Quali Sprint: 1. Verstappen \ 2. Pérez \ 3. Norris \ 4. Hülkenberg \ 5. Sainz (Ver melhores momentos)

Sprint: 1. Verstappen \ 2. Pérez \ 3. Sainz \ 4. Stroll \ 5. Alonso \ 6. Hülkenberg \ 7. Ocon \ 8. Russell (Ver melhores momentos)

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Qualificação: 1. Verstappen \ 2. Leclerc \ 3. Sainz \ 4. Norris \ 5. Hamilton (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Leclerc \ 3. Pérez \ 4. Norris \ 5. Alonso \ 6. Sainz \ 7. Russell \ 8. Hamilton \ 9. Stroll \ 10. Gasly (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (229) \ 2. Pérez (148) \ 3. Alonso (131) \ 4. Hamilton (106) \ 5. Sainz (82) —– 1. Red Bull (377) \ 2. Mercedes (178) \ 3. Aston Martin (175) \ 4. Ferrari (154) \ 5. Alpine (47)

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Corrida anterior: GP Canadá 2023
Corrida seguinte: GP Reino Unido 2023

GP Áustria anterior: 2022

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Fórmula 2 (Rondas 13-14) \ Safety Car gera luta entre diferentes pneus no final da feature

Pareceu, olhando somente para as estatísticas, que Jak Crawford teve um sprint tranquilo ao sair de 1º e acabar em 1º, mas a verdade é que o americano teve uma tarefa bastante dificultada pelo piso extremamente húmido e pelos Safety Car que afetaram a prova. O primeiro em particular viu vários pilotos desistirem dos intermédios e passarem aos pneus de piso seco.

Quem mais impressionou, no entanto, foi Victor Martins, que não só fez pole para a prova feature como ainda recuperou de 10º no sprint até ao 2º posto final, na frente do compatriota Isack Hadjar.

Já na feature, nada correu de feição a Martins. O francês ainda estava na segunda volta e já tinha perdido 4 posições, acabando por terminar mesma no fundo dos lugares pontuáveis. Quem beneficiou foi Frederik Vesti, que assumiu a liderança e manteve-a durante grande parte da prova. Apenas um SC no final da prova (depois de Arthur Leclerc perder um pneu) tramou quem já tinha parado nas boxes, deixando o dinamarquês sem armas para se defender dos aproveitadores Richard Verschoor (vencedor) e Ayumu Iwasa. Ainda assim, foi um bom pódio para o piloto da Prema se manter na frente do campeonato.

Jack Doohan foi outro que também sofreu com os pneus usados, enquanto que Oliver Bearman e Enzo Fittipaldi aproveitaram a borracha nova para recuperar posições. Dennis Hauger pisou a linha na entrada das boxes e foi penalizado, enquanto que Kush Maini teve um dia para esquecer com uma penalização por limites de pista e um abandono por problemas mecânicos.

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Qualificação: 1. Martins \ 2. Vesti \ 3. Pourchaire \ … \ 8. Leclerc \ 9. Daruvala \ 10. Crawford

Resultado (Sprint): 1. Crawford \ 2. Martins \ 3. Hadjar \ 4. Correa \ 5. Staněk \ 6. Hauger \ 7. Doohan \ 8. Bearman (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Verschoor \ 2. Iwasa \ 3. Vesti \ 4. Doohan \ 5. Bearman \ 6. Fittipaldi \ 7. Pourchaire \ 8. Crawford \ 9. Martins \ 10. Daruvala (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Vesti (125) \ 2. Pourchaire (105) \ 3. Iwasa (101) \ 4. Bearman (81) \ 5. Verschoor (75) —– 1. Prema (206) \ 2. ART (161) \ 3. DAMS (137) \ 4. Rodin Carlin (105) \ 5. MP (101)

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Corrida anterior: Espanha 2023 \ Rondas 11-12
Corrida seguinte: Reino Unido 2023 \ Rondas 15-16

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Fórmula 3 (Rondas 9-10) \ O’Sullivan bate Bortoleto na feature

Com um horário bastante congestionado devido ao sprint da F1, a Fórmula 3 viu o seu próprio sprint correr sob chuva bastante forte, apesar de ter realizado na mesma uma partida normal. O pole inverso, Pepe Martí acabou por não conseguir segurar durante muito tempo a liderança, enquanto que Paul Aron recebeu uma recompensa pelo desaire da qualificação do dia anterior com uma vitória merecida (o estónio tinha feito pole e festejou pelo rádio, só que perdeu-a por limites de pista excedidos).

Atrás dele chegou Gabriele Minì e um esforçado Caio Collet no seu Van Amersfoort. Mais atrás, Gabriel Bortoleto teve uma prova de lutas intensas que o viu conseguir assegurar o último lugar pontuável da corrida.

O início da corrida feature acabou por ser marcado por lutas bastante emocionantes pela liderança pelo trio Beganovic, Aron e Saucy. Saucy acabaria por se ver afastado da luta com um furo, mas mais pilotos juntaram-se: primeiro Bortoleto e O’Sullivan, depois Collet e Colapinto. Bortoleto assumiu a liderança e tentou afastar-se mas foi O’Sullivan quem se foi aproximando até assumir o 1º posto, onde acabou a corrida.

Collet completou o pódio, seguido de Colapinto e Beganovic. Este resultado continua a deixar Bortoleto destacado na liderança mas os rivais ainda estão a uma distância respeitável.

Destque ainda para a substituição de Piotr Wisnicki por McKenzy Cresswell na PHM Charouz.

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Qualificação: 1. Saucy \ 2. Beganovic \ 3. Bortoleto \ … \ 10. Mansell \ 11. Minì \ 12. Martí

Resultado (Sprint): 1. Aron \ 2. Minì \ 3. Collet \ 4. O’Sullivan \ 5. Edgar \ 6. Martí \ 7. Frederick \ 8. Beganovic \ 9. Montoya \ 10. Bortoleto (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. O’Sullivan \ 2. Bortoleto \ 3. Collet \ 4. Colapinto \ 5. Beganovic \ 6. Edgar \ 7. Mansell \ 8. Barter \ 9. Martí \ 10. Fornaroli (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Bortoleto (111) \ 2. Martí (75) \ 3. Beganovic (75) \ 4. O’Sullivan (73) \ 5. Minì (65) —– 1. Prema (213) \ 2. Trident (171) \ 3. Hitech (128) \ 4. Campos (90) \ 5. MP (88)

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Corrida anterior: Espanha 2023 \ Rondas 7-8
Corrida seguinte: Reino Unido 2023 \ Rondas 11-12

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Fontes:
F3 \ Cresswell anunciado na PHM Charouz
Reuters \ Alpine vende 24% a investidores americanos





Red Bull na frente nos testes, mas essa é a única certeza

28 02 2023

2022 tinha prometido muito, mas a verdade é que uma temporada na qual apenas uma equipa fora do Top 3 consegue um único pódio dificilmente pode ser classificada como uma época entusiasmante. Para este ano as expectativas serão de uma aproximação das rivais aos eternos líderes, mas será essa uma expectativa razoável?

A temporada chega numa altura em que Mohammed ben Sulayem dá um passo atrás no seu envolvimento (excessivo) na categoria, e em que a FIA procura atingir um novo equilíbrio no seu relacionamento com a FOM.

Falando da FIA, esta criou várias alterações nos regulamentos desportivos, com testagem de novos pneus de chuva a partir de Imola, menos restrições de rádio, modificações a circuitos e zonas de DRS, ajustes no teto orçamental e acesso facilitado para auditorias da FIA.

Mudanças na Ferrari terão sido no timing certo?

A única coisa mais impressionante do que a maneira como a Ferrari abriu 2022 com uma sequência de ótimos resultados foi seguida de uma ainda mais impressionante hecatombe de resultados, em que vitórias desperdiçadas por motivos de estratégia deram lugar a vitórias desperdiçadas por entretanto o carro italiano já não ser o mais competitivo do pelotão.

Há mérito da Red Bull neste quesito, com uma eficiência diabólica, mas a sensação geral de oportunidade desperdiçada (e recusa em assumir erros) fez Frédéric Vasseur assumir os comandos da Scuderia. A retirada de um líder italiano pela entrada de um francês é notória e acarreta consigo a possibilidade de um começo de fresco. Mas, mesmo não sendo particularmente justo, Vasseur não conseguirá segurar o lugar se o trabalho que até Dezembro era de Mattia Binotto não der resultados concretos…

E no meio de tudo está uma Mercedes desejosa de conseguir voltar a assumir o protagonismo no campeonato.

Os testes de pré-temporada, para já, pintam um quadro bem risonho para a Red Bull. A AMuS noticia o motivo desta vantagem como a capacidade do RB19 em conseguir correr bem mais perto do chão que as rivais, o que deixa Max Verstappen numa posição bem confortável para tentar chegar a um tricampeonato (Sergio Pérez deverá manter-se como plano de contingência, com Daniel Ricciardo a observar tudo bem de perto no seu papel de piloto de testes).

Para a Mercedes vê-se uma performance bem mais consistente que a de 2022, ainda que com bem menores problemas de porpoising. Só que crê-se que o verdadeiro potencial do carro só será descoberto com atualizações em Baku nos monolugares de Lewis Hamilton e George Russell. Já a Ferrari pareceu difícil de localizar, com alguns acertos de setup a serem necessários para conseguir estabelecer a performance de um carro que parece fiável e rápido, mas uns furos abaixo do Red Bull.

Trabalho difícil para Charles Leclerc e Carlos Sainz, portanto.

Harmonia difícil na Alpine

Já é piada recorrente do paddock referir que a estrutura da Alpine corre já em vários planos de 5 anos. Apesar de se ter integrado em 2016 com promessas de competitividade em 5 anos, a Renault avisou logo que o primeiro ano não contava (o projeto era pouco mais que um fraco Lotus). Depois chegou Daniel Ricciardo e o tal plano começaria aí (2019). Ricciardo saiu, Fernando Alonso entrou e o nome mudou para a Alpine, e os franceses insistiram que queriam ser tratados como nova equipa e novo projeto de 5 anos (em 2021).

Agora, com a saída de Alonso, a conversa parece ter feito um novo reset. Contas feitas, a Alpine está no 8º ano de projeto como equipa de fábrica, mas a insistir que é uma jovem equipa promissora.

As trapalhadas com a situação contratual de Oscar Piastri, de facto, pareceram de novatos. Sabe-se lá como, Otmar Szafnauer conseguiu manter o seu posto na liderança da equipa. Nem tudo foi um desastre na verdade: o 4º lugar à frente da McLaren nunca pareceu excessivamente em perigo e Pierre Gasly é um ótimo prémio de consolação para substituir Alonso (com Esteban Ocon no outro lado da garagem). Até os abandonos de 2022 têm um ponto positivo, dado que as restrições de alterações à unidade de potência não se aplicam a motivos de fiabilidade.

2023 tem que ser o ano em que a mais fraca das equipas de fábrica consegue bem melhor do que fazer apenas um terço dos pontos da Mercedes. Os testes não conseguiram revelar quase nada. O carro esteve sempre entre os mais lentos das sessões, ainda que se acredite que terão sido das equipas que mais escondeu o jogo.

Os britânicos

Duas das maiores construtoras britânicas, mas que na F1 compram os seus motores à Mercedes, têm um problema muito semelhante: a estagnação dos seus resultados e como invertê-la.

As escalas são diferentes, claro. A McLaren terminou em 3º lugar m 2020, 4º em 2021 e 5º em 2022. O único pódio fora das 3 primeiras equipas até pertenceu aos britânicos, mas a tendência decrescente é difícil de disputar. Pelo segundo ano seguido, queixam-se de o projeto inicial ainda não estar bem ao gosto da estrutura, uma falha que já tem solução à vista para o próximo ano, quando o túnel de vento novo estará finalmente em ação.

O facto de Zak Brown já ter vindo a púlico referir que o MCL60 está abaixo dos indicadores de performance desejados pela própria equipa parecem indicar que será um início de ano doloroso para Woking. Uma situação que deverá frustrar Lando Norris e aliviar Oscar Piastri (ao colocar menos pressão por cima dos seus ombros).

Já a Aston Martin começou 2022 com um ritmo absolutamente catastrófico, mas ganhou muitos pontos de consideração da parte dos rivais pela maneira como a equipa técnica de Dan Fallows soube encurtar a distância para os lugares pontuáveis em tão curto espaço de tempo. A verdade é que já foram 2 dos 5 anos da estreia dos britânicos, e dois 7º lugares em 10 equipas são o saldo da estrutura. O facto de esta queda ocorrer com Lance Stroll blindado a um dos monolugares não tem passado despercebido.

Mas a verdade é que o lado da garagem de onde se espera o melhor em pista é no de Fernando Alonso, que provocou o caos na Alpine para fazer uma derradeira e arriscada manobra de bastidores, em busca do seu 3º título mundial. A gestão emocional do piloto dará grandes dores de cabeça à equipa, mas a boa forma contínua dele será uma boa compensação.

Sem ninguém contar com isso, a Aston foi um dos grandes destaques dos testes. Isto tanto pelo facto de Felipe Drugovich ter tido que substituir Lance Stroll (lesão), como pelo facto de o AMR23 ter mostrado um ritmo muito interessante, que até leva alguns analistas a considerá-los ao nível dos Mercedes.

Quem nada tem a perder

Com uma temporada bem difícil para a pequena estrutura italiana, a AlphaTauri saiu bem feliz dos 3 dias de testes. Sem a grande referência de Gasly, caberá ao conjunto de Yuki Tsunoda e Nyck de Vries conseguirem fazer uso de um AT04 mais competitivo e que terminou o seu tempo no Bahrain como o que mais quilómetros acumulou. Isto numa altura em que a Red Bull tem estado a ponderar vender a equipa ou relocalizá-la.

Tsunoda e de Vries terão boas oportunidades para mostrar serviço em 2023, oportunidades essas que precisarão de concretizar de modo a afastarem a ameaça da intromissão da enorme quantidade de jovens Red Bull que desponta na F2.

Quem não tem quase nada a provar é a dupla da Haas. Nico Hülkenberg e Kevin Magnussen já abandonaram a categoria antes e não estarão excessivamente preocupados em voltar a fazê-lo se a equipa americana lhes criar problemas. Como dupla competente que aparenta ser vista de fora, esta estará sempre dependente do nível de desenvolvimento ao longo do ano que o VF-23 será capaz de demonstrar.

A outra cliente Ferrari, a Alfa Romeo, está num momento de transição bem curioso: a Alfa em si abandonará no final do ano e não possui nenhum poder de decisão, para passar posteriormente a controlo Audi. Isto significa que Valtteri Bottas e Guanyu Zhou terão que mostrar serviço de forma bem evidente para provar ao novo chefe, Andreas Seidl, que merecem continuar ao volante quando os manda-chuvas passarem para o lado alemão.

As boas notícias são que a performance do mais recente produto de Hinwill chegou a liderar um dos dias de testes (com várias condicionantes, claro) e que pareceu disposta a permitir aos seus pilotos puxar por ele.

Isto deixa apenas a Williams, que despediu a sua chefia nos meses iniciais deste ano depois de ter voltado a terminar em última no campeonato, tendo agora de se ver que género de chefia será a de James Vowles (chegado da Mercedes), que conta com um competente Alexander Albon e uma incógnita ligeira Logan Sargeant (que terá que provar que a antiga chefia acertou em algo, com a sua escolha).

F2 – Pourchaire permanece, mas não terá vida fácil

2023 chega para a Fórmula 2 com um piloto que tem mais do que o favoritismo, tem também a obrigação de ser campeão. Théo Pourchaire foi capaz de ótimas performances em 2022 mas foi errático em diversos momentos e terminou num vice-campeonato manifestamente insuficiente para obter um assento de F1 na Alfa Romeo. A decisão de mais uma temporada de F2 poderá ser arriscada, até se se vir batido por um estreante à semelhança de Robert Shwartzmann em 2021.

Ao lado de Pourchaire está o campeão de F3 de 2022, Victor Martins, o que confere à ART possivelmente a melhor dupla da grelha deste ano.

Ainda assim, existe espaço para surpresas nas restantes estruturas. Hitech e Carlin apostam em duplas inteiramente pertencentes à Red Bull (que está representada por uns estonteantes 6 pilotos na F2), que poderão estar em grande nível (com especial destaque para um Isack Hadjar deserto de poder vingar o título de F3 perdido).

Apesar de apenas se ter estreado em 2022 apenas, a Van Amersfoort surpreendeu durante os testes deste ano com Richard Verschoor a liderar a tabela de tempos. Já a contratação, mais sentimental que racional, de Juan Manuel Correa poderá não trazer os frutos esperados. Já a permanência do bem-cotado Jack Doohan na Virtuosi percebe-se por um lado, ainda que provavelmente seja demasiado piloto para a estrutura em que está (e definitivamente muito mais do que o novo colega Amaury Cordeel conseguirá lidar…).

F3 – Testes deixam Saucy como favorito

Com a tradicional saída de mais de metade da grelha ao final do ano (quer para F2 ou para a obscuridade), a Fórmula 3 mais uma vez contou com a renovação das suas fileiras com alguns dos mais promissores jovens talentos das categorias de base. Falamos de pilotos cujas performances deverão impressionar, como Dino Beganovic da academia Ferrari, Nikola Tsolov da academia Alpine ou Sebastián Montoya da academia Red Bull.

Mas não se pense que o “perigo” não poderá vir dos pilotos que andam no seu segundo ano de categoria. Grégoire Saucy que o diga, tendo dominado os testes de pré-temporada de Fevereiro no seu ART, depois de um falso arranque na temporada de 2022. Franco Colapinto, que melhorou da estreante Van Amersfoort para a competente MP, também terá uma palavra a dizer agora que integra a academia Williams (tal como Zak O’Sullivan).

Para pilotos nas equipas do fundo da grelha, o objetivo é simples: mostrar serviço para que as Prema e Trident da vida os contratem para 2024. Neste quesito vale a pena manter a atenção em homens como Roberto Faria, Oliver Gray ou Taylor Barnard.





Saucy deixa aviso na F3 e Verschoor é a surpresa na F2 – Testes F2/F3

17 02 2023

Com uma semana de antecipação em relação à Fórmula 1, as suas duas categorias de promoção (Fórmulas 2 e 3) realizaram ao longo dos últimos três dias a sua própria temporada no Bahrain. Apesar de os monolugares não mudarem, havia uma grande expectativa para saber quem poderia assumir-se como favorito para a primeira ronda do ano.

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Fórmula 2 – Dia 1

Até certo ponto era expectável que coubesse a Théo Pourchaire a honra de liderar a primeira sessão do ano. O francês vem de duas temporadas nos lugares cimeiros da Fórmula 2 e esteve por ligeiramente acima de uma décima na frente do segundo classificado, com 54 voltas acumuladas.

A concorrência terá que fazer pela vida. Para já Richard Verschoor no seu novo Van Amersfoort e Arthur Leclerc pela DAMS foram quem mais se aproximou. A DAMS poderá assim ter em mãos uma dupla vencedora, já que Ayumu Iwasa também conseguiu ficar no Top 5, ensanduichando o eterno piloto de F2, Ralph Boschung (também eternamente na Campos).

A antiga dupla da Prema e agora da MP (Jehan Daruvala e Dennis Hauger) conseguiram permanecer no Top 10, enquanto que os dois Charouz preocupantemente ficaram nos três últimos lugares. Entre eles ficou o causador da bandeira vermelha do dia, Frederik Vesti.

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Resultado: 1. Pourchaire (1m42s165) \ 2. Verschoor (1m42s293) \ 3. Leclerc (1m42s293) \ 4. Boschung (1m42s569) \ 5. Iwasa (1m42s669)

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Fórmula 2 – Dia 2

Com alguns dos líderes do dia anterior em sequências de longo curso, coube a protagonistas um pouco diferentes a tarefa de despontarem entre os lugares cimeiros da tabela de tempos na quarta-feira. Victor Martins e Arthur Leclerc mostraram o seu ritmo diabólico de F3 na categoria imediatamente superior, colocando-se em 2º e 4º respetivamente.

Verschoor brilhou novamente para conseguir o topo da tabela (levando a crer que a Van Amersfoort poderá ter em mãos em 2023 um desnível entre pilotos semelhante ao da também holandesa MP de 2022), enquanto que Boschung manteve o seu elevado ritmo, fruto da sua experiência. A campeã em título, a MP, viu a sua equipa subir algumas posições, cortesia de Dennis Hauger.

Já as doses de bandeiras vermelhas foram 3: Pourchaire e Staněk ao longo do dia, e Clément Novalak mesmo nos instantes finais.

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Resultado: 1. Verschoor (1m42s140) \ 2. Martins (1m42s148) \ 3. Hauger (1m42s378) \ 4. Leclerc (1m42s473) \ 5. Boschung (1m42s489)

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Fórmula 2 – Dia 3

O derradeiro dia de ação em pista trouxe uma classificação algo aleatória, à medida que os pilotos faziam programas de competição completamente distintos. A liderança coube a Kush Maini no seu Campos, seguido de Pourchaire e de um pouco usual Roy Nissany.

Enzo Fittipaldi fez o primeiro Top 5 dos 3 dias, seguido de perto por Hauger. As duas bandeiras vermelhas do dia couberam a Staněk e Leclerc.

A liderança improvável dos 3 dias coube à Van Amersfoort, enquanto que a DAMS beneficiou da sua nova dupla de pilotos, que lhes conferiu uma classificação superior à do seu resultado no mundial de equipas de 2022. A Trident ficou com a cauda da tabela de tempos, depois de a PHM Charouz ter conseguido ultrapassar os italianos no último dia.

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Resultado: 1. Maini (1m42s623) \ 2. Pourchaire (1m42s905) \ 3. Nissany (1m42s905) \ 4. Fittipaldi (1m42s971) \ 5. Hauger (1m43s020)

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Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1Van Amersfoort1m42s140Verschoor346
2ART1m42s148Martins399
3DAMS1m42s293Leclerc377
4MP1m42s378Hauger318
5Campos1m42s489Boschung354
6Virtuosi1m42s523Doohan332
7Prema1m42s640Bearman402
8Rodin Carlin1m42s659Fittipaldi331
9Hitech1m42s841Hadjar373
10PHM Charouz1m42s905Nissany348
11Trident1m43s071Novalak286
Bahrain \ 14-16 Fevereiro 2023

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Fórmula 3 – Dia 1

Partilhando pista com os mais potentes F2, a Fórmula 3 começou a sua pré-temporada com tempos em média 5 segundos mais lentos mas com uma grelha composta por jovens pilotos bem promissores.

Grégoire Saucy, depois de um 2022 que começou promissor e depois definhou um pouco, liderou a tabela de tempos com uma vantagem apreciável mas poucas voltas. Atrás dele estava o bem-cotado estreante da Prema (e da Mercedes) Paul Aron, o outro jovem que também conseguiu entrar no segundo 47.

Seria necessário esperar pelo 6º lugar para se ver outro estreante (Luke Browning, ainda sem lugar confirmado e que fez o maior número de voltas do dia), uma vez que os estreantes de 2022 tomaram os seus lugares de 3º a 5º (respetivamente, Pepe Martí da Campos, Kaylen Frederick da ART e Zak O’Sullivan da Prema).

Destaque ainda para Taylor Barnard a arrastar o Jenzer para dentro do Top 10 e para a terrível forma da PHM Charouz, que transcende categorias.

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Resultado: 1. Saucy (1m47s563) \ 2. Aron (1m47s889) \ 3. Martí (1m48s125) \ 4. Frederick (1m48s136) \ 5. O’Sullivan (1m48s162)

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Fórmula 3 – Dia 2

Se o primeiro dia tinha indicado uma vantagem confortável de Saucy sobre os rivais, o segundo domínio trouxe um domínio completo, com mais de meio segundo de vantagem sobre o segundo classificado.

O Top 5 viu uma maioria de rookies a compô-lo, com o bem cotado Dino Beganovic da Prema a ser o melhor dos seus representantes. Imediatamente a seguir ao sueco, chegaram os “Gabriéis” Minì e Bortoleto (especialmente notável no último, com um Trident). A completar estes lugares cimeiros chegou Franco Colapinto, a mostrar porque é agora um piloto da academia de jovens da Williams.

Browning e Barnard voltaram a saber manter-se no Top 10, enquanto que as bandeiras vermelhas foram agitadas por duas ocasiões diferentes. Tommy Smith acabou por ser o único piloto que melhorou o seu tempo à tarde (todos os outros andaram no seu mais rápido de manhã).

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Resultado: 1. Saucy (1m46s642) \ 2. Beganovic (1m47s121) \ 3. Minì (1m47s166) \ 4. Bortoleto (1m47s197) \ 5. Colapinto (1m47s266)

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Fórmula 3 – Dia 3

No terceiro dia de testes, as diferenças entre pilotos experientes e estreantes pareceram esbater por completo. Bortoleto conseguiu finalmente “roubar” o lugar cimeiro do dia a Saucy, mas o suíço não ficou nada longe (com um 3º posto a uma décima de segundo). Entre ambos ficou Minì, que já estivera em bom nível na quarta-feira.

Apesar disso os tempos foram mais lentos que até aqui, uma vez que todos os pilotos (sem exceção) estavam a fazer simulações de stints longos. Ainda assim, um padrão pareceu emergir, com o melhor tempo de todos os dias a pertencer a Saucy por mais de meio segundo, e com a Prema e Hitech a ser as concorrentes mais próximas.

Tudo isto são notícias terríveis para a Rodin Carlin e para a PHM Charouz, que nunca conseguiram sequer estar próximas da 8º classificada (Van Amersfoort).

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Resultado: 1. Bortoleto (1m47s417) \ 2. Minì (1m47s452) \ 3. Saucy (1m47s519) \ 4. Aron (1m47s641) \ 5. Barter (1m47s704)

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Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1ART1m46s642Saucy482
2Prema1m47s121Beganovic506
3Hitech1m47s166Minì512
4Trident1m47s197Bortoleto406
5MP1m47s266Colapinto412
6Jenzer1m47s380Barnard445
7Campos1m47s419Martí466
8Van Amersfoort1m47s515Collet472
9Rodin Carlin1m48s107Gray435
10PHM Charouz1m48s322Flörsch361
Bahrain \ 14-16 Fevereiro 2023





Pós-temporada traz estreantes – Testes F2

26 11 2022

Depois de tudo ter sido decidido no fim-de-semana final em Abu Dhabi, as equipas de Fórmula 2 permaneceram no Médio Oriente para 3 dias de testes. Alguns dos pilotos estavam já anunciados, enquanto que outras equipas estão ainda a avaliar as suas opções (a julgar pela dupla Nissany – Benavides, a Charouz parece estar a avaliar mal).

Entre os pilotos que já testaram pelas suas equipas de 2023 incluíram-se: Dennis Hauger na MP, Enzo Fittipaldi na Carlin, Arthur Leclerc na DAMS, Clément Novalak na Trident, Oliver Bearman e Frederik Vesti na Prema, Ralph Boschung e Kush Maini na Campos.

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Dia 1

Perturbada ao longo do dia por várias bandeiras vermelhas por despistes, a primeira de 3 sessões nos Emirados viu-se liderada por um piloto numa nova estrutura: Richard Verschoor trocou Trident por Van Amersfoort e fez o tempo mais rápido, mesmo na frente de um Frederik Vesti a testar pela Prema depois de dois anos (um na F2 e outra na F3) pela ART por 3 milésimas de segundo.

Logo atrás deles ficou o melhor dos recém-promovidos da F3 de 2022, Oliver Bearman, que se manteve com a Prema, num resultado conjunto ótimo dos italianos. Ao volante dos campeões em título, Dennis Hauger ficou em 4º com a esperança de ser mais regular no próximo ano, enquanto que Ayumu Iwasa ficou com o 5º posto na estrutura DAMS, com a qual parece comprometido a continuar.

De destacar ainda Jack Doohan, ainda na Virtuosi, a acumular uma quantidade enorme e bem redonda de voltas (100) num respeitável 8º posto. Pela negativa, os dois Hitech acumularam poucas voltas e ficaram apenas em 20º e 22º.

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Resultado: 1. Verschoor (1m36s395) \ 2. Vesti (1m36s398) \ 3. Bearman (1m36s558) \ 4. Hauger (1m36s574) \ 5. Iwasa (1m36s773)

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Dia 2

Tendo acumulado a maior quilometragem do primeiro dia, Doohan fez uso da experiência acumulada para atingir o topo da tabela de tempos do segundo (desta vez com 69 voltas completadas. O australiano conseguiu ficar com à volta de 1 segundo de vantagem sobre o colega Amaury Cordeel, levando a crer que se o belga for a escolha da Virtuosi não deverá contar com grande ajuda dele.

O experiente Jehan Daruvala ficou a décima e meia de distância, com o sempre presente e impressionante Iwasa logo a seguir. A Campos mostrou ritmo, com o suíço Ralph Boschung em 4º e o estreante confirmado Kush Maini em 6º.

Enzo Fittipaldi completou o Top 5 num dia em que os pilotos não sentiram grandes dificuldades em acumular grandes quantidades de voltas de andamento. Os recordistas, com 103 voltas, foram Théo Pourchaire e Juan Manuel Correa (que assumiu o segundo Van Amersfoort depois de não ter participado no primeiro dia). A Hitech foi a única equipa a ainda não descer do segundo 37.

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Resultado: 1. Doohan (1m35s990) \ 2. Daruvala (1m36s160) \ 3. Iwasa (1m36s165) \ 4. Boschung (1m36s311) \ 5. Fittipaldi (1m36s335)

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Dia 3

Definitivamente a ganhar balanço no seu Virtuosi, Doohan fez um tempo na mesma décima de segundo que o do dia anterior mas que desta vez acabou por lhe valer apenas o 2º lugar, uma vez que a equipa ART colocou os seus dois carros no Top 3. Victor Martins liderou o dia por algumas milésimas sobre Doohan e sobre o colega de equipa Théo Pourchaire.

Roy Nissany conseguiu elevar-se até ao 4º posto, na frente do DAMS de Arthur Leclerc (a ganhar ritmo na sua nova equipa). De destacar ainda o facto de a Hitech finalmente ter mostrado um pouco as suas “garras” com Isack Hadjar.

A Van Amersfoort acabou por ser a equipa com mais voltas completadas ao longo dos 3 dias, apesar de ter sido apenas a 9ª em ritmo puro. A ART fez a proeza diametralmente oposta, restando agora ver de onde virão as confirmações de mais pilotos para a grelha de 2023, sendo que apenas testarão novamente para Fevereiro do próximo ano.

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Resultado: 1. Martins (1m35s908) \ 2. Doohan (1m35s935) \ 3. Pourchaire (1m35s968) \ 4. Nissany (1m35s978) \ 5. Leclerc (1m36s014)

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Progresso Total

#EquipaTempoVoltas
1ART1m35s908Martins469
2Virtuosi1m35s935Doohan526
3Charouz1m35s978Nissany427
4DAMS1m36s014Leclerc516
5Campos1m36s041Maini473
6Carlin1m36s114Fittipaldi502
7MP1m36s160Daruvala476
8Hitech1m36s207Hadjar503
9Van Amersfoort1m36s395Verschoor542
10Prema1m36s398Vesti518
11Trident1m36s595Novalak423

Abu Dhabi \ 23-25 Novembro 2022





Trio do pódio é o trio do campeonato – GP Abu Dhabi 2022

20 11 2022

Poucas palavras assumiram uma carga tão carregada de controvérsia ao longo dos últimos 12 meses como a junção de “Abu Dhabi”. A decisão do título de 2021 lançou ondas de choque pelo mundo da Fórmula 1 muito tempo depois de ter terminado, tanto pela mudança de campeão que se verificou como pela maneira que o diretor de prova Michael Masi utilizou para lidar com um acidente nas voltas finais.

Desta vez não haverá um título em discussão no Médio Oriente, pelo que o foco estararia em verificar se as alterações feitas a várias curvas beneficiariam os novos monolugares de 2022. Sem a variedade de chicanes lentas que tinha antes, Yas Marina ganhou um ritmo diferente (e de acordo com os pilotos, melhor) e permitiu corridas menos similares a procissões.

Criada numa ilha artificial, a pista de Yas Marina sempre procurou distinguir-se pelas suas instalações, que incluem: saída das boxes subterrânea, holofotes capazes de permitir a realização de uma corrida ao crepúsculo, Ferrari World e excelentes edifícios ao redor da pista para efeitos de catering. Desde 2009 que a maioria das rondas finais se realizam aqui, tal como também será o caso em 2023 (ou não pagassem 70 milhões de euros anuais pelo privilégio).

Enquanto que Nico Hülkenberg viu a sua entrada na Haas como piloto oficial para 2023 em substituição de Mick Schumacher, a maioria das equipas fez a sua utilização final de jovens para o treino livre de sexta-feira: Liam Lawson com a Red Bull, Robert Shwartzman com a Ferrari, Robert Kubica com a Alfa Romeo, Logan Sargeant com a Williams, Pietro Fittipaldi com a Haas, Pato O’Ward com a McLaren, Jack Doohan com a Alpine e Felipe Drugovich com a Aston Martin.

Ronda 22 – Grande Prémio de Abu Dhabi 2022

À partida, apesar da fanfarra da Fórmula 1 sobre uma disputa de igual para igual pelo 2º lugar do campeonato, a verdade é que os ânimos do paddock estavam bem calmos para a ronda final do ano. Talvez não inteiramente calmos apenas porque Sebastian Vettel ia fazer a sua despedida. Figura ímpar da história da F1, Vettel teve direito a todas as honras da porta dos decisores e dos colegas, tendo trocado de capacete e jantado com todos.

A qualificação processou-se sem grandes sobressaltos, com as três equipas da frente por ordem do campeonato. Max Verstappen liderou uma dobradinha com Sergio Pérez atrás, seguindo-se os dois Ferrari e os dois Mercedes. A McLaren colocou ambos os carros no Q3, assim como Vettel. Já Valtteri Bottas apenas bateu os Williams para um 18º lugar.

Com os problemas internos da Red Bull ainda bem visíveis nas entrevistas antes da corrida, havia a expectativa de ver que género de prova de auxílio a Pérez seria feita. A resposta é que foi nenhuma. Verstappen liderou com toda a tranquilidade durante o anoitecer, com Pérez a ter que fazer pela vida numa estratégia alternativa que acabaria por o ver ficar mesmo atrás de Charles Leclerc, o que significou que foi o monegasco que ficou com o vice-campeonato.

O colega dele, Carlos Sainz, ficou em luta com os Mercedes a maior parte da prova, beneficiando de uma penalização por unsafe release a George Russell e um abandono por problemas de caixa de velocidades de Lewis Hamilton para se colocar num 4º lugar final.

Quem também abandonou foi Fernando Alonso, que manteve bem viva a sua tradição de abandonos por problemas mecânicos, o que deixou a Alpine algo preocupada porque os dois McLaren pontuaram (mas não o suficiente para os passar). Lance Stroll acumulou pontos numa prova em que o colega Sebastian Vettel provavelmente teria terminado na frente, não fosse uma terrível estratégia.

Mick Schumacher e Nicholas Latifi despediram-se das suas carreiras de F1 com um incidente trapalhão entre ambos.

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Qualificação: 1. Verstappen \ 2. Pérez \ 3. Leclerc \ 4. Sainz \ 5. Hamilton (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Leclerc \ 3. Pérez \ 4. Sainz \ 5. Russell \ 6. Norris \ 7. Ocon \ 8. Stroll \ 9. Ricciardo \ 10. Vettel (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (454) \ 2. Leclerc (308) \ 3. Pérez (305) \ 4. Russell (275) \ 5. Sainz (246) —– 1. Red Bull (759) \ 2. Ferrari (554) \ 3. Mercedes (515) \ 4. Alpine (173) \ 5. McLaren (159)

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Corrida anterior: GP São Paulo 2022
Corrida seguinte: GP Bahrain 2023

GP Abu Dhabi anterior: 2021
GP Abu Dhabi seguinte: 2023

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Fórmula 2 (Rondas 27-28) \ Sargeant garante superlicença

Com a maioria das questões definidas à partida, apenas um homem se tinha dirigido a Yas Marina com algo em jogo: Logan Sargeant. Não podendo ceder demasiadas posições no campeonato, Sargeant não só estava nervoso a um nível que lhe era pouco habitual, como também se tornou um “alvo” para os outros pilotos (que sabiam que o americano não podia arriscar nada).

No sprint Sargeant perdeu 5 posições até uma bandeira vermelha por acidente entre Enzo Fittipaldi e Jehan Daruvala lhe permitir tentar novamente. A segunda partida (lançada) acabou por não o fazer perder demasiadas posições e garantir 3 preciosos pontos. A vitória ficou com o colega da Carlin, Liam Lawson, que ultrapassou o pole inverso Richard Verschoor para vencer novamente em 2022.

Com os DAMS a terem garantido a primeira linha da grelha, a equipa deixou Ayumu Iwasa na liderança com Roy Nissany a protegê-lo na feature dos ataques do campeão Drugovich. Nissany até acabaria por cair posições mas Iwasa soube terminar a sua temporada em grande estilo com uma defesa robusta aos ataques de Drugovich, para a vitória final (depois de Jack Doohan, na estratégia inversa, ter abandonado com uma roda solta após a sua paragem nas boxes).

Já Sargeant, que soava frustrado com estar brevemente preso atrás de Nissany (a ponto de a equipa lhe acidamente dizer que fizeram o trabalho deles, agora era a vez de Sargeant fazer o dele), acabou por beneficiar dos abandonos e estava mais solto no final da prova, acabando em 5º e garantindo o lugar F1 com a Williams.

Zane Maloney acumulou quilómetros na Trident para a sua provável estreia em 2023, enquanto que Juan Manuel Correa regressou três anos depois a uma prova de F2 (com a Van Amersfoort). Théo Pourchaire confirmou o seu vice-campeonato, enquanto que Lawson terminou um ponto na frente de Sargeant. O campeonato de equipas foi, pela primeira vez, para as mãos da MP Motorsport.

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Qualificação: 1. Iwasa \ 2. Nissany \ 3. Pourchaire \ … \ 8. Cordeel \ 9. Lawson \ 10. Verschoor

Resultado (Sprint): 1. Lawson \ 2. Verschoor \ 3. Drugovich \ 4. Hauger \ 5. Cordeel \ 6. Sargeant \ 7. Doohan \ 8. Nissany (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Iwasa \ 2. Drugovich \ 3. Lawson \ 4. Hauger \ 5. Sargeant \ 6. Cordeel \ 7. Verschoor \ 8. Vips \ 9. Armstrong \ 10. Nissany (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Drugovich (265) \ 2. Pourchaire (164) \ 3. Lawson (149) \ 4. Sargeant (148) \ 5. Iwasa (139) —– 1. MP (305) \ 2. Carlin (297) \ 3. ART (281) \ Prema (241) \ 5. Hitech (207)

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Corrida anterior: Itália 2022 \ Rondas 25-26
Corrida seguinte: Bahrain 2023 \ Rondas 1-2

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Fontes:
F1 \ Hülkenberg na Haas em 2023





À espera da consagração – GP Holanda 2022

5 09 2022

No meio das dunas e próximo à costa do Mar do Norte encontra-se um dos poucos circuitos com Grau 1 da FIA que tem presença quase garantida no calendário de Fórmula 1, num futuro próximo. A Holanda pode até não ter uma tradição automobilística tão forte quanto a britânica, mas a presença de Max Verstappen na categoria máxima tem levado uma quantidade desproporcionada de fãs a acorrer às provas georgraficamente mais próximas.

O regresso do GP da Holanda em 2021 foi uma inevitabilidade, mas também um grande sucesso. A prova foi vencida pelo herói da casa, a caminho do título mundial, e o entusiasmo visível nas bancadas era evidente. Nada mal para uma prova que não estava no calendário desde 1985…

Zandvoort, cuja reta da meta foi construída durante a Segunda Guerra Mundial e que posteriormente recebeu um conjunto de secções sinuosas, regressou com grandes obras de requalificação. Ainda assim, foram obras que procuraram não desvirtuar as caraterísticas originais. E já não tinham sido as primeiras que o circuito teve que enfrentar para acompanhar o ciclo de modernizações necessárias (com os devidos cuidados, dadas as queixas de residentes locais por barilho excessivo).

A grande atração antes do GP era a reunião da Comissão de Reconhecimento de Contratos (CRB na sua sigla inglesa) sobre a situação de Oscar Piastri. O resultado foi uma decisão unânime a favor da McLaren, que anunciou o australiano para 2023. A Alpine aceitou a decisão, acreditando-se que estará no processo de contratar Pierre Gasly à Red Bull (dependendo de uma potencial contratação de Colton Herta pela AlphaTauri, por sua vez dependendo da FIA sobre o processo de superlicença…).

Mais simples é a situação de Mick Schumacher: está fora da Academia Ferrari, o que o deixa em maus lençóis para a renovação com a Haas.

Ronda 15 – Grande Prémio da Holanda 2022

Num estado de performances brilhantes em permanência, até a suposta facilidade que a Ferrari contaria ter em Zandvoort não parecia retirar do ar a impressão de que Max Verstappen continuaria a ser quase impossível de bater, até por estar perante o seu “exército laranja” nas bancadas holandesas. E a verdade é que foi precisamente isso que sucedeu.

Tendo feito pole position pela margem mínima na frente dos dois Ferrari, Verstappen conseguiu segurar a liderança e controlá-la até à primeira paragem nas boxes. Nesse momento a estratégia alternativa dos Mercedes parecia estar a complicar um pouco as coisas, mas uma passagem rápida por George Russell e um SC Virtual devido a Yuki Tsunoda deixaram o piloto numa ótima posição. Um período de verdadeiro Safety Car ainda o colocou em pneus mais rápidos e apenas com Lewis Hamilton para passar, o que fez com maestria no recomeço. Daí para a frente sobrou apenas a consagração.

Atrás dele chegou o Mercedes de Russell, que, apesar de ter andado uns furos abaixo do colega de equipa, beneficiou de uma decisão impulsiva do piloto para montar pneus macios no final para saltar Hamilton. Tendo passado a prova inteira na luta pelo triunfo, Hamilton ficou furioso com a equipa no momento, apesar de ter posteriormente acalmado. A verdade é que o ritmo inesperadamente veloz dos Flechas de Prata com os compostos duros da Pirelli deram grandes dores de cabeça aos rivais.

Especialmente à Ferrari. Cotada como favorita, a equipa viu Charles Leclerc incapaz de acompanhar o ritmo do rival ao título durante toda a corrida. Restou-lhe o lugar mais baixo do pódio. Já Carlos Sainz teve que engolir uma variedade de más notícias ao longo da corrida: uma paragem nas boxes sem um dos pneus prontos, ultrapassagem sobre um Alpine sob bandeiras amarelas e um unsafe release nas boxes. Entre penalizações e atrasos, o espanhol acabou apenas em 8º e levando comentadores como Nico Rosberg a queixarem-se dos níveis de equipa de F3 dos mecânicos da Scuderia…

Os dois abandonos da prova foram cortesia de Yuki Tsunoda e Valtteri Bottas. Bottas voltou a não ter sorte, sofrendo uma falha mecânica. Já Tsunoda parou em pista por alegadamente ter pneus mal montados. A equipa disse que não, o piloto parou nas boxes para repôr os cintos que entretanto tinha parcialmente retirado (o que lhe vale 10 lugares de penalização para Monza) e acabou a voltar a parar em pista (por ter descoberto que o problema era do diferencial).

McLaren e Alpine continuaram a sua guerra mais ou menos declarada, com os primeiros a apenas terem Lando Norris em jogo contra os dois pilotos da Alpine (Daniel Ricciardo teve mais um fim-de-semana longe de pontos). Fernando Alonso em particular parece estar muito motivado para a luta com a McLaren, sendo que ambos os Alpine fizeram a mesma estratégia que a Mercedes ao montar os pneus duros.

Lance Stroll, mesmo com os timings terríveis dos períodos de SC fez um fim-de-semana notável, conseguindo entrar no Q3 no sábado e mantendo-se dentro do Top 10 no domingo. Alexander Albon também brilhou ao chegar em 12º, perto dos pontos (e tendo ido também ao Q3). Mick Schumacher poderia ter tido um bom fim-de-semana (outro que entrou no Q3) mas acabou por cair demasiadas posições durante a corrida. O outro Haas terminou as suas aspirações logo na primeira volta com uma saída de pista.

De destacar ainda a “guerra” declarada pelos organizadores do Grande Prémio aos flares laranjas dos fãs, tendo colocado avisos para serem entregues à entrada. Não tendo resolvido o problema (alguém chegou a interromper o Q2 ao lançar um para a pista), viu-se uma diminuição drástico dos objetos nas bancadas.

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Qualificação: 1. Verstappen \ 2. Leclerc \ 3. Sainz \ 4. Hamilton \ 5. Pérez (Ver melhores momentos)

Resultado: 1. Verstappen \ 2. Russell \ 3. Leclerc \ 4. Hamilton \ 5. Pérez \ 6. Alonso \ 7. Norris \ 8. Sainz \ 9. Ocon \ 10. Stroll (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Verstappen (310) \ 2. Leclerc (201) \ 3. Pérez (201) \ 4. Russell (188) \ 5. Sainz (175) —– 1. Red Bull (511) \ 2. Ferrari (376) \ 3. Mercedes (346) \ 4. Alpine (125) \ 5. McLaren (101)

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Corrida anterior: GP Bélgica 2022
Corrida seguinte: GP Itália 2022

GP Holanda anterior: 2021
GP Holanda seguinte: 2023

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Fórmula 2 (Rondas 23-24) \ Drugovich volta às vitórias e o título está a um passo

No final do sábado, muitos se interrogaram sobre o porquê de uma corrida feature tão calma. A primeira das duas corridas da Fórmula 2 na Holanda terminara com um número bem próxima de zero no tocante a ultrapassagens, e pouco mexera face ao grid inverso. A grande exceção foi a ultrapassagem de Marcus Armstrong sobre Clément Novalak (que valeu a vitória ao primeiro). Ainda assim, o facto de os comentadores terem chegado a conversar sobre os pombos na pista diz muito sobre a qualidade.

Um SC no final (despiste de Tatiana Calderón) ainda abriu as portas a um mini sprint de uma volta, no qual Ayumu Iwasa passou Richard Verschoor para 6º.

Já na feature tudo foi diferente. Logan Sargeant complementou esta sua segunda metade de temporada menos conseguida com um despiste na primeira volta que provocou um SC. Nesse SC um toque entre David Beckmann e Roy Nissany (que os viu penalizados e Nissany suspenso) levou a instaurar a bandeira vermelha.

A luta pela vitória ficou entre o pole e líder do campeonato, Felipe Drugovich, contra Richard Verschoor e Jack Doohan. Interessados em livrarem-se cedo dos pneus macios, todos foram parando volta após volta. Verschoor ainda passou brevemente Doohan nas boxes, mas o Virtuosi fez uma ótima ultrapassagem por fora na terceira curva.

Um SC devido a um pneu mal posto no carro de Marino Sato viu caos no seu recomeço. O líder Liam Lawson recomeçou só na reta, e vários pilotos calcularam mal os seus recomeços. Verschoor danificou o nariz numa manobra que viu Doohan abandonar, enquanto que Novalak e Calderón também terminaram as suas corridas mais cedo. Um novo SC viu a prova terminar por tempo e não por voltas.

A confusão foi suficiente que até Amaury Cordeel fez os seus primeiros pontos do ano pela Van Amersfoort. Já Théo Pourchaire foi ao muro em qualificação, o que o comprometeu para o resto do fim-de-semana, deixando Drugovich (vencedor final) com um caminho relativamente fácil para ser campeão daqui a uma semana.

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Qualificação: 1. Drugovich \ 2. Doohan \ 3. Sargeant \ … \ 8. Vips \ 9. Armstrong \ 10. Novalak

Resultado (Sprint): 1. Armstrong \ 2. Novalak \ 3. Hauger \ 4. Lawson \ 5. Vips \ 6. Iwasa \ 7. Verschoor \ 8. Sargeant (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Drugovich \ 2. Verschoor \ 3. Iwasa \ 4. Hauger \ 5. Fittipaldi \ 6. Cordeel \ 7. Vips \ 8. Caldwell \ 9. Pourchaire \ 10. Daruvala (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Drugovich (233) \ 2. Pourchaire (164) \ 3. Sargeant (130) \ 4. Doohan (121) \ 5. Lawson (119) —– 1. MP (269) \ 2. ART (255) \ 3. Carlin (249) \ 4. Hitech (190) \ 5. Prema (180)

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Corrida anterior: Bélgica 2022 \ Rondas 21-22
Corrida seguinte: Itália 2022 \ Rondas 25-26

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Fórmula 3 (Rondas 15-16) \ Martins recupera a dianteira, Maloney ganha gosto às vitórias

Com o campeonato de F3 a aproximar-se da sua reta final, Victor Martins conseguiu a proeza de recuperar a liderança do campeonato com um par de corridas muito bem conseguidas. No sprint não se deixou levar a loucuras para passar Isack Hadjar (num fim-de-semana mais apagado) e no feature foi agressivo na partida para passar o pole Zane Maloney. Apesar de ter terminado a última corrida em 2º, conseguiu colocar-se 5 pontos na frente de Hadjar para o final de época em Monza.

Maloney foi extremamente impressionante ao recompôr-se de ser ultrapassado para fazer uma ótima manobra de recuperação da liderança a meio do feature, sabendo gerir os recomeços de SC. Outro jovem a impressionar foi Sebastián Montoya que se estreou pela Campos, com dois 8º lugares bem conseguidos.

A primeira corrida viu a história feel good de Juan Manuel Correa de regresso a um pódio, onde foi acompanhado pelo vencedor Caio Collet e por Zak O’Sullivan. Tendo sido tramados por uma bandeira vermelha no final da qualificação, Arthur Leclerc e Oliver Bearman podem bem ter sido afastados do título (não conseguiram recuperar até pontos em nenhuma das provas).

Brad Benavides teve um fim-de-semana intenso, abalroado por Rafael Villagoméz no sprint e sendo quem eliminou William Alatalo no feature. Bearman andou bem agressivo nas suas ultrapassagens mas não conseguiu resultados condizentes.

Destaque ainda para Franco Colapinto, 3º no feature, e para Roman Staněk, que tem vindo a acumular Top 5 ao longo do ano em quantidade suficiente para não estar nada longe da disputa do título.

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Qualificação: 1. Maloney \ 2. Martins \ 3. Crawford \ … \ 10. O’Sullivan \ 11. Saucy \ 12. Correa

Resultado (Sprint): 1. Collet \ 2. Correa \ 3. O’Sullivan \ 4. Edgar \ 5. Saucy \ 6. Hadjar \ 7. Martins \ 8. Montoya \ 9. Crawford \ 10. Staněk (Ver melhores momentos)

Resultado (Feature): 1. Maloney \ 2. Martins \ 3. Colapinto \ 4. Staněk \ 5. Hadjar \ 6. Crawford \ 7. Collet \ 8. Montoya \ 9. Edgar \ 10. Smolyar (Ver melhores momentos)

Campeonato: 1. Martins (126) \ 2. Hadjar (121) \ 3. Staněk (109) \ 4. Bearman (106) \ 5. Maloney (102) —– 1. Prema (297) \ 2. Trident (250) \ 3. ART (190) \ 4. MP (185) \ 5. Hitech (148)

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Corrida anterior: Bélgica 2022 \ Rondas 13-14
Corrida seguinte: Itália 2022 \ Rondas 17-18

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Fontes:
F1 \ Piastri na McLaren
Motorsport \ Academia Ferrari retira Mick Schumacher